29 de novembro
Quarto de August

Desde que falou com Elliot, Olivia estava junto a seu filho, segurando sua mão. Por todo dia, estava pensando se deveria ou não desligar os aparelhos que mantinham seu filho vivo. Os médicos deram-lhe até o anoitecer para decidir.

Elliot tentava falar com ela desde então, porém ela não atendia suas ligações, e mesmo quando ia falar com ela pessoalmente, ignorava-o totalmente.

Mas mais uma vez, ele voltou ao quarto de August "Liv, please, talk to me..." ele implorava.

"Como estão Maureen e Lizzie" perguntou simplesmente, nunca ousando olhar para onde Elliot estava.

"Elas ficarão bem. Médico disse que foram apenas feridas de carne" Elliot disse.

Olivia assentiu com a cabeça "Eu já fiz minha escolha" admitiu.

"E qual é?"

"Eu não posso mata-lo. Eu preciso ter esperança, saber que um dia talvez eu possa vê-lo vivo novamente..."

Embora Olivia não soubesse, Elliot estava felicíssimo por sua decisão. Sabia que ela nunca seria a mesma se perdesse um de suas crianças.

Olivia plantou um beijo na testa de August e ia saindo do quarto de seu menino, mas Elliot interrompeu-a "Onde você esta indo?"

"Para casa" disse simplesmente.

"Deixe-me leva-la" pediu Elliot.

Olivia negou com a cabeça "Embora eu aprecie sua preocupação, El, você tem que ficar com seus filhos. Além do mais, realmente quero e preciso ficar sozinha"

"Ok, mas por favor, tenha cuidado, Liv"

"Eu terei, El"

Ela ia pelas ruas escuras de Nova York, girando as rodas de sua cadeira pelas ruas praticamente desertas. Tristemente pensava no que sua filha poderia estar passando agora.

Estava indo tranquilamente, porém, ao passar por um beco a alguns quarteirões de seu apartamento, ouviu alguns ruídos. Seu instinto policial bateu na hora. Mesmo estando presa a estava cadeira, precisava ver o que estava acontecendo.

"Olá? Tem alguém aqui?" perguntou contra a escuridão.

Ela viu uma sombra se mexer vindo especialmente em sua direção. Viu quando uma criança saiu da escuridão. Mas não era uma criança qualquer. Era sua filha, que há meses estava desaparecida!

"Emily!" ela gritou e a menina, ao perceber que era sua mãe, correu e pulou em seu colo.

Olivia ternamente abraçou-a. Ela estava tão feliz agora quando finalmente teve a chance de tocar em sua filha novamente. Porém, sua felicidade não durou muito. Petrificou-se ao sentir o cano de uma arma em sua cabeça.

"Olá minha doce filha" maliciosamente disse Jeremy "É uma pena que apenas nos encontramos agora"

Embora Jeremy não pudesse ver, Olivia secretamente pegou seu celular e discou para Elliot "Jeremy, você já arruinou minha família. Não pode simplesmente nos deixar em paz?"

"E qual seria a graça?" ele riu "Eu quero vê-la sofre, Livvie"

Ela olhou para o visor da tela e viu que Elliot já havia atendido, provavelmente já estando enlouquecendo "Por que você trouxe Emmy exatamente aqui? Eu digo, de todos os becos da cidade, por que trouxe-a justamente a um beco a quarto quarteirões de meu apartamento?"

Jeremy riu "Você era bem mais esperta na última vez que nos falamos"

Olivia esperava que Elliot já estava a caminho "O que você quer?"

Sem tirar a arma de sua cabeça, Jeremy caminhou até ficar de frente para ela "Você tem uma escolha a fazer, princesa. Quem voltará a ser meu cativo: você ou Emily?"

Sem pensar duas vezes, disse: "Leve-me. Deixe minha filha em paz."

"Sabia escolha" sorriu Jeremy.

"Eu só queria pedir-lhe uma coisa. Há meses eu quero ter a chance de passar ao menos dois minutos com minha filha. Então por favor, prometo que irei sem lutar, apenas deixe-me matar a saudade que senti" implorou, orando para que seu pai concordaria e Elliot pudesse chegar a tempo.

"Ok, dez minutos. E depois teremos muito diversão juntos"

Emily olhou para sua mãe "Eu não quero que você vá, mommy..." chorou.

Olhos de Olivia se encheram de lágrimas "Eu sei querida. Mas tudo vai ficar bem, meu anjo"

Foi então que ouviram a sirene de carros da polícia. Olivia abraçou firmemente sua filha "Vê? Eu disse que tudo ficaria bem"

Jeremy viu que os carros se aproximavam cada vez mais "Sua vadia, você me enganou!" gritou para ela.

Então com a arma que antes estava na cabeça de Olivia, disparou três tiros certeiros.

Fugiu então. Não poderia se dar o luxo de ser pego, tinha muitos planos ainda para arruinar a vida de Olivia. E num piscar de olhos, estava longe de ser visto.

"Emmy, honey, você foi atingida?" desesperadamente perguntou Olivia.

"Não mamãe... mas você esta sangrando!" disse Emily, apavorada.

Elliot então correu até as duas "Vocês estão bem?"

"Sim" assentiu Olivia.

Elliot pegou Emily em seus braços, que disse: "Ela esta mentindo, tio Elliot. Ela foi baleada"

Olhou para sua parceira e viu, sangue escorrendo de uma ferida em seu braço, de outra em sua coxa, e de uma outra em seu ombro "Estou bem, El" disse, incerteza misturada com dor em sua voz.

"Sim? Acreditarei quando você estiver segura em um hospital" respondeu-lhe e com medo de que a ambulância ficasse presa no transito como ele quase ficou, empurrou-a rapidamente até o carro, primeiro pondo Emily no banco traseiro, depois ajudando Olivia.

Correu para o banco do motorista, ligando a sirene e foi pelas ruas de Nova York em alta velocidade. "Liv, mantenha a pressão nas feridas"

"Sim, como se eu tivesse três braços" debochou ela.

Elliot ignorou seu último comentário "Deixe os comentários sarcásticos para depois, Olivia"

Mas Olivia não respondei nada. Estava perdendo sangue muito rapidamente. Começou a fechar os olhos involuntariamente "Tio Elliot, mamãe esta fechando seus olhos!" a criança gritou, ainda mais apavorada.

Elliot ligeiramente olhou para trás, e disse a Emily: "Emmy, tente mantê-la acordada" com isso, pôs seu pé ainda mais forte no acelerador.

"Mommy, mommy, por favor, abra seu olhos" implorava ela.

Mas Olivia não reagia. Mesmo que Emily continuasse a falar com sua mãe, ela continuava inconsciente.

Elliot deu graças quando finalmente chegaram ao hospital. Pegou Olivia em seus braços e correu para dentro do prédio, com Emily bem atrás dele "Eu preciso de ajuda aqui!" gritou.

Viram como alguns médicos correram até eles, levando uma maca, onde Elliot delicadamente pô-la. "O que aconteceu?" perguntou um dos homens.

"Minha parceira foi baleada em uma situação de refém" disse Elliot, indo junto a eles para a sala de cirurgia, até que uma enfermeira o barrou, dizendo que não poderia entrar lá.

Voltou sua atenção para Emily, que estava petrificada no meio do corredor. Foi e pegou-a em seus braços. A menina começou a chorar ternamente em seu colo "Shh, it's gonna be ok" dizia ele.

"Eu não quero que mamãe morra" disse Emily, entre soluços.

"Ela não vai, honey. Eu conheço sua mãe há muito tempo, e sei que é uma das pessoas mais fortes que conheço. Ela jamais ousaria abandonar você e seu irmão"

Emily finalmente pareceu concordar, mas ainda sim continuou a chorar "Agora, precisamos leva-la para ser examinada por um médico"

"Eu não quero ir" choramingou.

"Por que não, Emmy?"

"Eu não quero ir lá sem mamãe"

"Eu sei que você não quer, mas se você for, podemos mostrar-lhe o quanto você foi corajosa, ok?"

"Ok"

Eliot então levou-a para o ER, onde pediu para a médica seda-la para fazer os exames, evitando que ficasse mais traumatizada ainda.

VOltou para a sala de espera e afundou-se em uma cadeira, pensando em tudo que acontecia neste momento. August estava em coma, Emily parecia super traumatizada e Olivia, bem, Olivia estava de novo no hospital. Parando para analizar, ela nunca esteve tanto em um hospital como neste ulmtimos ano.

Ligou para seu capitão, atualizando sobre tudo que tinha acontecido. E ficou ali, parado, orando para que suas garotas ficassem bem.