Carvalho Torto. escrita por Bel Mattos


Capítulo 1
Carvalho torto.


Notas iniciais do capítulo

Uma curta e suave, só para descontrair....



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O riacho atravessa a planície, um mar verde de pequenos morros quase planos. O céu estava claro com poucas nuvens para decora-lo, e lá na colina mais acentuado contornada pelo riacho ficava o velho carvalho. Uma árvore centenária torta, de tronco grosso e curvado, e uma copa que parecia mais uma enorme coroa verde. No lado direito da arvore fazia uma enorme sombra, os galhos dobravam e se estendiam neste sentido, já no esquerdo a sombra não se estendia muito além do tronco, meio braço de distancia no máximo, já que a maioria dos galhos ali eram curtos e os que não eram dobravam para a direita. Um formato curioso de uma arvore que mesmo coroada como rei parecia se dobrar como se reverenciasse alguém.

Por descaso, Marina estava sentada mais a esquerda da arvore, poucos centímetro do limite da sombra oval de meio-dia. Seus cachos dourados graças ao vento estavam armados, o laço da fita azul em sua cabeça desfeito, apenas o vestido de delicados tecidos azulados e bordas rendadas brancas continuava ali impecável. Tentada a garota esticou o braço por inteiro, e sua mão rompeu o perímetro sombreado atingindo a luz. Era uma sensação engraçada; na sombra o vento batia frio e húmido, mas o pouco que sentia na luz era quente, tudo parecia mais quente ali.

Perguntava-se como uma distância tão pequena podia fazer tanta diferença? O ar nos dois lugares era o mesmo, o vento que batia era o mesmo, apenas a luz era diferente, como apenas um elemento fazia tanta diferença? Olhou o irmão correndo pela campina com seu cachorro Beagle enquanto observado de perto por uma mulher de fios loiros presos em um coque meio desfeito, usando um vestido longo de panos rosados mais rústicos e avental branco, a babá. Tinham os mesmos pais, o mesmo aniversário, os mesmos doze anos de vida e ainda assim um pequeno elemento fazia toda diferença. O garoto polaco e loiro de short marrom, suspensórios e camisa desalinhada de tanto brinca estava feliz, era livre. Marina até queria ser assim, queria correr até o irmão e brincar com ele, mas passou as mãos pelas finas rodas de madeira e borracha da enorme cadeira especial que a acompanhava desde sempre. Como o esperado as rodas estavam travadas, uma precaução da babá que a deixou ali enquanto cuidava do primogênito e herdeiro da família.

A garota não desanimou, recolheu a mão á sombra novamente, e voltou a abrir o livro em seu colo, se não podia viajar com os próprios pés, viajaria pelas palavras de outros.



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Notas finais do capítulo

Obrigada pela visita, volte sempre...



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