P.s. I Love You escrita por Moony


Capítulo 8
Roll over


Notas iniciais do capítulo

Como assim o nyah tirou todos os travessões do outro capítulo? q mas enfim, é.



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O primeiro concerto que os Beatles fizeram na turnê foi bom. Pelo menos melhor do que esperaram. Por mais cansado que Paul estivesse, os outros três estavam bastante animados e resolveram passar o resto da noite em um pub. Paul, é claro, foi obrigado a ir.

O pub que escolheram estava vazio (talvez porque metade da cidade tivesse ido vê-los naquela noite), o que já era um alívio. Os Beatles, Margareth e Brian se sentaram numa mesa.

Paul esfregou o rosto, cansado.

— Eu acho que vou indo na frente. — Ele se levantou para ir, mas Margareth puxou-o de volta à cadeira pelo ombro.

— Não, você não vai. — Ela lançou-lhe um sorriso provocante.  Paul revirou os olhos e se sentou, emburrado.

— Que foi, Paulie? Até parece que você não gosta de uma boa farra. — John brincou. Mas era verdade,  geralmente, Paul gostava de ir a festas. É só que dessa vez...

— Ele tá broxando — Ringo provocou, provavelmente se referindo a Margareth.

— É bom que você esteja bem longe quando eu estiver melhor, Narigão.

Os cinco — menos Margareth — riram. Ela estava extremamente séria naquela noite. Na verdade, ela mantinha aquele sorriso malicioso no rosto, mas só. Nem mais uma única expressão.

George pediu as bebidas. Ele perguntou a Margareth se ela iria aceitar alguma coisa, mas ela não disse nada. Como quem cala consente, Goerge pediu cerveja pra ela.

Depois de algumas taças de vinho, Paul não se lembrava mais de estar mal-humorado, nem de quantas taças havia tomado. Nem os outros. Apenas Margareth e Brian — como sempre, ah, Brian — pareciam estar sóbrios.

— Talvez seja hora de ir para casa, garotos. — ele disse. George fez cara de cachorrinho sem dono.

— Mas eu nem comi ainda... — disse.

— A gente compra em outro lugar, George...

— Moça, traz a marmita! — ele gritou. 

Por sorte, o pub estava vazio e George estava tão chapado que não conseguiu falar direito e ninguém ouviu. Não seria legal para a reputação dos Beatles fazer algo como esse.

— George. — Brian o repreendeu. — Será possível que eu vou ser a babá de vocês para sempre?!

Depois de muita conversa, Brian conseguiu levar todos para casa com segurança. Era incrível que, mesmo sendo maduros e maiores de idade, o quão eles conseguiam ser bobos.

Paul foi para seu quarto tonto. Largou o terno numa cadeira qualquer e deixou a gravata frouxa. Arrancou os sapatos e se sentou largado na escrivaninha. Lá, se encontravam uma caneta e um papel de carta, exatamente o que ele precisava no momento.

Querida Jane,

Como está aí na Inglaterra? Estou com saudades. Estou bêbado também, mas o que importa? Eles me obrigaram.

O primeiro show foi legal. Sim, legal, só isso. Você viu se foi transmitido? — mas que pergunta babaca, é claro que não foi.

Mal vejo a hora de voltar para casa. Quando eu voltar, que tal se a gente morasse junto? 

Paul parou de escrever, havia alguém entrando no quarto. Ele se virou e examinou quem havia entrado — era Margareth. E ela estava praticamente nua.

Quer dizer, ela estava enrolada numa toalha. Paul revirou os olhos ao vâ-la, mas sentiu algo estranho. Por mais vulgar que Margareth fosse, ela não deixava de ser bonita.

— Paul, por favor, me ajude, tem uma barata no meu banheiro. — ela disse, desesperada.

Paul a seguiu até o quarto dela, no andar inferior, pensando "por que diabos ela não matava a barata ao invés de subir um andar com uma toalha?", mas ele não reclamou. Ao entrar no box do banheiro, ele sentiu que era tudo uma armação. Teve vontade de bater em Margareth, bater com força.

— Não tem nada aqui — ele declarou o óbvio.

— Eu sei. — Margareth tirou a chave da porta recém-destrancada. 

— Margareth, escuta aqui, se você acha que só porque eu tô muito chapado e trancado num banheiro com você eu vou transar contigo, você tá muito, muito enganada. Já pode ir me devolvendo essa chave...

Ela deixou a toalha cair. Paul a olhou ceticamente, não demonstrando nenhum interesse — ou pelo menos se esforçando muito e, como ele não estava em sã consciência provavelmente não estava dando muito certo.

— Olha, eu tenho a Jane...

Margareth invalidou o argumento. É claro que ela sabia que os dois estavam juntos, o que, provavelmente, só a fazia querê-lo mais, apenas para desapontar Jane, o que ficou claro naquele dia que ela explicou porque saíra tão chateada da festa.

A mulher empurrou Paul contra a parede e o segurou ali, desabotoando sua camisa enquanto beijava-o vorazmente. Era praticamente impossível escapar dali. Ele tentou de tudo, mas Margareth era incrivelmente forte. Paul prometeu a si mesmo que nunca mais beberia tanto quando estivesse perto dela.

As mãos de Margareth deslizaram até o zíper da calça dele. Ele estava ofegante, mas conseguiu empurrá-la para longe e quase pegou as chaves.

— Aonde pensa que vai? — ela perguntou, puxando-o novamente para si. 

Paul pensou que nunca precisaria bater numa mulher. Ele nunca o fazia, por questão de cavalheirismo e cordialidade, mas, naquela noite, ele se esqueceu de todos os seus princípios — tudo o que queria era distância dela.

Mas ele estava fraco, muito fraco, quase adormecido. Margareth simplesmente enfiou algum comprimido em sua garganta e ele se sentiu pior ainda, mais tonto.

E ele se rendeu. Não tinha mais forças para resistir a Margareth.

Paul não se sentia bem. A todo momento que ele olhava para cima, via o olhar provocante de Margareth e se lembrava, de alguma forma, da doce e delicada Jane, que estava o esperando, talvez, naquele exato momento. Os gemidos de Margareth ecoavam em sua cabeça como gritos. Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, Margareth saiu de cima dele e jogou-lhe uma chave.

— Agora pode ir. — ela sorria mais do que qualquer outra vez que Paul havia a visto sorrir.

Ele se vestiu e se arrastou de volta ao seu apartamento. Ao chegar lá, novamente se debruçou na escrivaninha. Pegou a caneta e o papel que estava usando antes e escreveu:

Me desculpe, Jane. Por favor, por tudo que é mais sagrado, me desculpe, me perdoe, não foi minha intenção, eu amo você, meu amor, por favor, me perdoe. Eu juro que não vai acontecer de novo. Me desculpe.

Ele adormeceu ali mesmo, sobre a carta recém-escrita. 


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Notas finais do capítulo

Um capítulo grande o/ então, mandem reviews, senão eu acho que vocês não tão gostando e paro de postar :p só pra eu saber como tá :3