Paixões Proibidas escrita por Danixml


Capítulo 3
Jantar




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18h43minh

Gina corria de um lado para o outro do quarto, sabia que Draco estaria ali daqui a pouco tempo e ela ainda estava se arrumando, não sabia se penteava o cabelo, se fazia a maquiagem, calçava o sapato ou arrumava a bolsa.

- Calma Gina, se continuar assim não vai fazer é nada! – parou no meio do quarto e olhou-o todo pensando no que iria fazer – Bem, vou arrumar a bolsa primeiro, depois ponho o sapato, faço a maquiagem e por ultimo penteio o cabelo. Tudo isso em... – olhou para o relógio de pulso que usava – quinze minutos. Vamos lá Gi, você consegue!

Dizendo isso começou a por em pratica o que chamava de "plano de meta".

Eram exatamente sete horas quando a campainha tocou.

"Como eu pensava arrogante demais para chegar atrasado"

Gina estava acabando de arrumar o cabelo quando disse:

- Já vou!

Olhou-se no espelho e conferiu o visual mais uma vez. Pegou a bolsa e foi até a porta abrindo-a.

Draco estava de costa e isso deu a Gina um novo ângulo dele que ela não conhecia.

Parou a porta e o observou, ele estava com as mãos no bolso, ela não se enganara ele era forte, os ombros largos e uma bunda que mesmo de calça se via que era sexy.

- E então, vamos?

Ele virou-se e a olhou de cima a abaixo. Ela trajava um vestido preto simples, porém, e ele reparou muito bem, caia-lhe perfeitamente. Tinha um decote em V e o comprimento era um palmo acima do joelho, ainda assim chamava a atenção de qualquer homem. Draco sorriu malicioso, gostava de ostentar belas companhias, sobre tudo exóticas. Bem o estilo de Ginevra, ela sabia se portar, mas sua presença estava mais para uma pantera do que uma gatinha.

Gina gostou de ver que mesmo com ar esnobe Draco não fazia o estilo almofadinha, suas roupas eram alinhadas e caras, mas tinha nele uma casualidade que ela não saberia supor se pela ausência da gravata ou a naturalidade com que ele agia.

- Claro.

Ele deu o braço para que Gina colocasse o dela entre o dele, e ela o fez. Mesmo o conhecendo pouco ela acolheu a sensação de proteção que os braços forte de Draco lhe passavam.

xXx

- Muito bem, então, você é uma jornalista atrás de escândalos da nobreza inglesa.

Ela riu desse comentário. Já estavam sentados à mesa do restaurante e ele a olhava por um bom tempo. Já haviam feito o pedido e esperavam em silêncio até esse comentário de Draco.

- É uma afirmação? Quanta segurança! – ela olhou o por cima da taça de vinho que se preparava para beber.

- Descobriu isso junto com o hotel em que estou hospedada? – apoiou a taça sobre a mesa.

- Não para as duas perguntas – ele a olhou profundamente, um olhar tão intenso que parecia querer arrancar-lhes seus segredos – O que é então?

- Me classifique como "turista americana xereta" – ambos riram do comentário dela, ela se ajeitou na cadeira e o olhou mais seria - Por que não me diz? Esta me encarando há uns dez minutos.

Ele a olhou por cima da taça de vinho que bebia, após beber sorriu e continuou a encará-la.

- Por que aceitou meu convite?

Gina olhou para um ponto qualquer atrás de Draco.

- Estava com fome.

Ele sorriu e fez um sinal negativo com a cabeça.

- É mentira. Suspeito que há um motivo oculto.

Gina bebeu o vinho e ele percebeu que era para ganhar tempo.

Ela o encarava seriamente.

- Não vou para a cama com você, se é o que pensa...

- Assim você me ofende – tentou fingir indignação.

- Falo sério! - Ela arqueou uma sobrancelha.

- Eu sei – bebeu mais um pouco de vinho – Não no momento.

Ela não soube lhe dizer o que causou mais indignação, o comentário em si ou o tom de segurança como ele disse.

- Pense o que quiser. – não iria discutir por um ponto que estava bastante claro a ela.

Draco apoiou-se na mesa, chegando mais perto.

- Você quer algo diferente, mas não sabe disfarçar – ele esperou um tempo e viu que ela não ia responder – O que é?

Ela ficou mexendo na base da taça e ele viu que ela não responderia, começou a mudar de tática.

- O que você faz em Kentucky?

- Tenho um sítio.

A tensão que sentia pareceu dispersar levemente, e ele não deixou de perceber, estava indo pelo caminho certo.

- Treino e crio cavalos – um brilho passou pelos olhos dela que agora chegavam à cor mel de tão claros, ele sorriu ao perceber tais detalhes – É a terra do capim-do-campo.

- Puros-sangues?

Ela sorriu jogando a cabeça para trás e o cabelo a acompanhou e voltou com ela modelando seu rosto novamente em uma sincronia sensual.

- Eu treino pelo prazer de montar.

Ela ia se servir de um copo de vinho, mas Draco percebendo a sua intenção foi mais rápido e pegou a garrafa.

- Permita-me – Draco serviu-a mais vinho, e serviu também seu próprio copo, colocou a garrafa na mesa e se recostou na cadeira enquanto falava – E não há nenhuma... Distração?

Gina sorriu, entendendo perfeitamente a sua pergunta.

- Se entendesse de cavalos, saberia que não sobre tempo para o lazer Malfoy.

- Entendo.

Ele a fitava, como se quisesse ler seus pensamentos, isso a incomodava.

- Esta me encarando de novo. – a ruiva remexia-se na cadeira incomodada.

- Por que será? – o loiro chegou mais perto segurando a mão dela, que estava sobre a mesa.

Ela baixou o olhar e tentou puxar a própria mão, mas Draco a segurou firme, o que a deixou ainda mais incomodada.

- Pode devolver a minha mão? – ela perguntou sem graça.

Ele a largou levemente, divertia-se com o embaraço dela, americanos eram, de modo geral, tão puritanos. Se ajeitou na cadeira e continuou a olhá-la. O jantar foi servido e Draco esperou que ela colocasse a primeira garfada de comida na boca e começou a falar:

- O que me intriga é que você é uma turista americana visitando a terra dos seus antepassados; e aonde vai? – ela mastigava enquanto ele falava – À torre de Londres, Hampton Court, Castelo Windsor? Não! Malfoy Hall é o seu principal objetivo, nem está nos guias. Considero isso particularmente estranho.

- Nós americanos, podemos ser bastante originais. Não sabia?

Draco sorriu. "Pensamento rápido, brinca com as palavras e usa isso para sair de armadilhas... é ruiva, acho que vai ser difícil te pegar e estou gostando cada vez mais desse joguinho..."

Ele preferiu não mais arriscar naquela noite. A veria de novo, e esse pensamento lhe agradava.

Os dois comeram normalmente, Draco fazia diversas perguntas sobre a vida de Gina. E ela só respondia as que a convinha, as outras ela dava um jeito de escapar ou respondia com outra pergunta. Ele, por sua vez preferiu não forçar, apenas foi notando que partes da vida dela ela não queria falar.

Após o jantar eles saíram do restaurante e ele conduzia-a pela calçada.

- Está tentando me sequestrar para vender meus órgãos para o mercado negro ou me vender como escrava sexual?

Ambos riram com o comentário.

- Faz bem à saúde caminhar para ter uma boa digestão – ele virou a cabeça para o lado a encarando – além do mais, não a venderia como escrava sexual, seria propriedade particular.

Ela corou ligeiramente, ele não pode evitar sorrir. Era atrevida, de modo quase despretensioso de tão genuíno, mas corava com um comentário tão ínfimo.

Chaminharam em silêncio, até chegaram a uma praça pequena, que àquela hora já estava quase vazia. Na verdade só tinham eles e mais um homem que parecia bastante distraído encarando o vazio, sentado em um banco. No meio da praça, havia um chafariz com um anjo central, saia água de suas mãos. Mais afastado da praça havia uma pequena construção, era um gradeado circular de gesso com pilastras que mantinham o teto em forma de cúpula, na grade havia duas entradas e dentro do circulo havia dois bancos um de frente para o outro.

Eles entraram e sentaram-se em um dos bancos.

- Meu pai vinha muito aqui na época da 2º guerra mundial, ele dizia que era um dos poucos lugares que se tinha paz – o olhar do loiro estava vago – mas ele falou também que devido a acontecimentos ruim no passado dele, jamais voltaria aqui.

A ruiva apoiou a cabeça no ombro dele e ele passou o braço em torno dos ombros dela.

- E você sabe por quê?

- Ele nunca quis me dizer, certas partes da vida dele ele mantêm oculta, é bastante reservado.

- Imagino que você deve ser bastante parecido com ele. – ela encarava o vazio a frente.

- Tanto fisicamente quanto como pessoa, dizem que eu não tenho nada haver com minha mãe. Sempre dizem isso. – ele a olhou e segurou o queixo dela para que o olhasse.

Os olhos dele, normalmente azuis acinzentados, agora estavam em um tom de azul escuro e quase não podia ver-se o cinza. Ao ver aquele olhar tão intenso sobre si engoliu a seco.

- Não te falei mais cedo, mas você esta muito bonita.

Ele falava com uma voz rouca que a fez estremecer e arrepiar os cabelos da nuca.

- O-obrigada. – quase não conseguira falar, sua voz saiu estrangulada e penalizou-se mentalmente por ser tão boba.

- Você me fez ter pensamentos bem impuros senhorita Weasley, sabia?

Ele roçou seus lábios ao dela o que a fez ficar mais arrepiada.

- Draco...

Ela sussurrou deixando-o ainda mais excitado.

- Shhh...

Ele encostou seus lábios ao dela, estava prestes a aprofundar o beijo quando ela se levantou bruscamente deixando-o surpreso.

- Eu disse que não ia para a cama com você – ela mexeu no vestido, sinal visível que estava nervosa – e só para te lembrar, caso você tenha esquecido, eu não chego nem perto de uma das suas selecionadas.

Ela falou a ultima palavra com nojo e tal comentário dela o fez arregalar os olhos surpreso. Sorriu descrente ao perceber que a ruiva ainda lembrava disso.

- Estou com sono – bocejou – desde que cheguei não descansei.

Draco recuperou-se e levantou no momento a deixaria a vontade.

- Então o que fez primeiro ao chegar aqui foi invadir minha residência?

O que não incluía deixar de alfinetá-la em relação à invasão a sua casa.

- Não, primeiro procurei um hotel.

Ele sabia que aquela noite não conseguiria mais nada, apesar dela estar cansada, não estava vulnerável, aliás, parecia mais alerta que nunca e impaciente. Por não conseguir pensar em suas típicas respostas escorregadias tratá-lo-ia com agressividade, decidiu-se por não forçar mais nada. O que quer que a tenha levado em Malfoy Hall foi o que a levou a Inglaterra, ele teve a certeza naquele momento.

- Que tal uma visita formal – ele acentuou bem a palavra e ela percebeu o olhando irritada – a Malfoy Hall amanhã de manha? - Antes que ela respondesse Draco continuou – Gostaria que você fosse, terei uma surpresa para você.

 Ele já percebera que ela curiosa e impulsiva, por esses motivos, a despeito do que quer que fosse que ela escondia, ela jamais diria não.

Ela sorriu e ele também, aquela fora a confirmação que esperava.

"Isso 'ta ficando casa vez melhor..." Draco pensara que em breve descobriria o que ela fazia em Malfoy Hall.

"Isso está ficando cada vez pior..." Gina pensava no que viera fazer ali, era necessário permanecer com Draco que era seu único contato com Lorde Malfoy, mas ficar perto dele estava afetando-a de uma forma incontrolável.

Draco a levou para casa, durante a viagem de volta ficaram em silencio. Ele a deixou na porta do quarto do hotel e foi para casa, não queria mais nada naquela noite, apostaria suas fichas no dia seguinte.

Gina estava perturbada, queria afastar-se dele e estava cada vez mais próxima.

Precisavam repor suas energias para o longo dia que viria, não queriam se mostrar vulneráveis.

Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

E agora?O que será do dia seguinte? Continua?



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