POV. Selena, 12 de Setembro de 2012.

07:00 am. Filipi City, Texas.

Meu sono pesado foi interrompido por uma barulheira de carros, e pessoas gritando. Perfeito! Eu tinha dormido até o dia do juízo final. Até que não era má ideia. Esfreguei forte a mãos nos olhos e olhei o relógio. Arqueei as sobrancelhas. 

— São sete e meia da manhã. Por cargas d’água tá esse barulho todo. — exclamei me levantando com dificuldade. Abri a minha fina cortina e o sol aconchegante da manhã me deu as boas vindas. Meus olhos voavam pelo céu, e por segundos esqueci problemas com Justin, problemas de Demi. Tinha esquecido até mesmo o motivo de levantar. Mas lembrei-me. A maldita barulheira. E eu já sabia o motivo. Desci as escadas correndo e dei de cara com Miley e uns amiguinhos dela que me fitaram. Dei-me conta de que estava de camisola, mas dei os ombros.

— Miley querida. Não sei se percebeu, mas… SÃO SETE DA MANHÃ! — gritei fazendo os coleguinhas dela revirarem os olhos. Um homem com uma caixa enorme passou pela gente. 

— Nossa Selenita. Nem da feliz aniversário para sua priminha né ? — Miley falou fazendo um bico. Revirei os olhos e cruzei os dedos. Ela me olhou com seus olhos esbugalhados e cativantes. Miley apesar de tudo sabia como conseguir o queria.

— Tá bom, mas que merda! — falei soltando meus braços e depois cruzando-os de novo. — Feliz aniversário. — sussurrei.

— Como é ? Não ouvi. — Miley brincou. 

— Vai te catar Destiny. — impliquei. Miley virou a cara e saiu andando para nosso enorme quintal com os amiguinhos. 

Fui procurar tia Morris, mas descobri que ela estava dormindo. Tive certeza absoluta que Miley só tinha acordado aquela hora em PLENO SÁBADO para me irritar. O combinado é que ela iria começar a arrumar as coisas para sua festinha as 10 da manhã. Mas ela faz qualquer coisa pra me irritar. Na minha tentativa fútil, de dormir, Justin visitou meu pensamento dezenas de vezes. Eu me sentia mal por ter falado com ele daquele jeito. Pior ainda: me sentia mal, por não ter o beijado. Por não ter te dito o quanto eu ainda o amava. Não, espera. Eu não o amo. Eu o odeio. Odeio seus olhos redondos e castanhos. Seu cabelo loiro, e mãos macias e quentes. Eu o odiava. O odiava por tantos motivos. Mas o principal deles era por me fazer ama-lo tanto. 

— Vou falar com ele. Hoje. Vou falar tudo, e que se dane o que ele vai pensar. — falei me levantando da cama. Andei de um lado pro outro até dar 10 horas e Demi chegar. Ela iria ficar lá pra me ajudar a aguentar a Miley e seus chiliques. 

Contei-lhe de minha ideia, e Demetria foi só suspiros. Ela apesar de tudo, ainda apoiava meu amor por Justin… ou ódio… não sei ao certo o que estava sentindo. Só sei que iria falar tudo pra ele. 

***

— Alguém lembra ou sabe que ele é o Justin da sua infância, Sel ? — perguntou Demi, enquanto fazíamos uns doces com brigadeiro, para a festa de Miley. Miley estava fazendo 18 anos. Mas não dispensava um docinho. 

— Não! E ninguém pode lembrar. Não quero que todas as zoações, e junções de nomes comecem de novo. Levei anos para me livrar disso. — falei suspirando. Felizmente “Justin” era um nome usado bastante em Filipi City, e em qualquer lugar do mundo. — Acho que ele vai tocar como DJ na festa da Miley, Demi. Ele deve ficar… ficar bonitinho tocando como DJ. — sorri sem perceber. Ao perceber Demi já estava me olhando com a cara mais irônica do mundo. 

— Não tem noção dos seus sentimentos né Selena ? Não foi isso que disse ? — Demi falou roubando um dos brigadeiros, e depois soltando uma risada irônica. Dei-lhe língua e continuei. Estava me acustumando com a ideia de amar ele. De novo…