Kansas - Fugitivas escrita por Kuroi Namida


Capítulo 2
The past is coming




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Um ano mais tarde.

Andy estava com os amigos em uma grande garagem em frente à casa dos Powell. Eles estavam tentando montar um carro velho, usando uma porção de peças novas, e algumas modificadas pelo próprio Andy. A garagem ficava do outro lado da rua, e já estava anoitecendo. Fui até a área segurando uma xícara de chá, e fiquei observando todo o movimento de longe.

Distraí-me olhando a animação de Andy, todo orgulhoso e empenhado no seu trabalho. Nem vi quando Nick se aproximou, para apanhar uma bicicleta que estava bem ao lado da porta onde eu estava. Tomei um susto, quando a roda esbarrou na minha perna.

-Desculpa! _sorriu Nick enquanto retirava a bicicleta da área_

-Tudo bem! _eu respondi sorrindo_

-Por que não tá lá com eles? Deixaram voce de fora dessa vez? _perguntou ele_

-Andy tá bastante ocupado com esse concerto! _respondi com ar tristonho_ Acho que ele nem notou que estou em casa.

-É ele tá tendo bastante trabalho... _disse colocando a bicicleta na rua_ Olha eu vou até a oficina do Bob ver se ele tem uma peça em bom estado pra concertar a geladeira. Não quer ir comigo?

-Não eu vou ficar por aqui mesmo! Quem sabe o Andy nota que estou aqui, e me chama pra ajudar!

-Tá bom, voce que sabe! _Nick monta na sua bicicleta e se afasta da área__

Bebi mais um gole de chá, que já estava frio, e olhei mais uma vez para Andy. Ele atravessou a rua, com um pano surro de graxa nas mãos, e atravessou a rua chamando Nick.

-Hey! _ele assoviou para chamar o irmão_ Aonde vai?

-Oficina do Bob, ver se acho aquela peça pra geladeira. _gritou ele já meio distante_

-Pergunta se ele consegue uma ventoinha pro carro, to precisando.

 -Tá...

Andy entrou pela área me dando apenas um oi, seguido de um sorriso. Depois entrou na casa me deixando ali na porta. Minutos depois ele volta, passando novamente por mim, e voltando para a garagem. Não sabia bem o que esperar de um garoto de dezoito anos. Nem sei se realmente poderia esperar alguma coisa, mas às vezes certas atitudes de Andy me deixavam frustrada. Às vezes eu queria apenas sentar e conversar, sobre coisas sérias sobre mim. Mas ele sempre estava preocupado com seus projetos, e seus deveres. Era difícil estar somente com ele. Quando ele não estava rodeado pelos seus amigos, da mesma idade que ele, estava com a família. Mas eu gostava dele, e às vezes sentia sua falta. Parecia que ele esquecia que eu vivia naquela casa.

Olhei para a estrada, e vi Nick já bastante distante em sua bicicleta. Deixei meu olhar junto com meus pensamentos se perderem na estrada. Até o momento em que vi um carro escuro se aproximando. Um tipo de cadilac de cor preta, lataria amassada, sujo de areia. Senti um frio no estomago quando reconheci os sujeitos no interior do carro. Eles passaram devagar, e me encararam. Sabia que os conhecia, pois eles me perseguiram assim que sai da prisão.

Fiquei estática na porta da casa, esperando que eles fossem embora. Mas o carro foi diminuindo a velocidade e parou a alguns metros a frente, passando pela casa dos Powell. Para o meu desespero eles planejavam descer. Minha reação não poderia ser outra.

-Droga! _disse pronta para correr para dentro da casa_

Pude notar que eles abriram as portas do cadilac e de dentro dele saíram. Corri para dentro da casa, a procura de uma das armas de Clint. Não a encontrando, apanhei um taco de beiseball que pertencia a Andy, e me escondi em um dos cômodos com a luz apagada. Eu sabia que eles entrariam na casa atrás de mim.

Clint havia saído, junto com as crianças para fazer compras. Imagino que Andy estivesse ocupado demais do outro lado da rua, para notar que a casa fora invadida por dois estranhos. Esperei silenciosamente ate que um dos homens passou por uma das portas, cobertas por uma cortina. Sem pensar duas vezes, acertei o miserável com o taco na cabeça fazendo-o cair. O seguinte vendo o ocorrido retirou da cintura uma pequena arma de dois canos, e tentou apontá-la na minha direção. Usei o bastão para atacá-lo tambem. Bati com força em sua mão fazendo com que a arma escapasse pelos seus dedos, disparando um único tiro que bateu na parede.

Ele avançou com força para cima de mim, me derrubando no chão.

-Sua vadia... _ele dizia com raiva enquanto tentava me bater_

Usei minhas unhas para arranhar o braço dele, e impedi-lo de me acertar com seu punho fechado.

-Você está com ela não está? _ele gritava enquanto eu me debatia entre suas pernas_

-Não sei do que voce tá falando... _tentei me soltar_

-Você sabe sim, estamos procurando você sua vadia, a mais de um ano... _ele segurou meu rosto firme com os dedos_

-Me solta... _eu gritei forçando os dentes um contra o outro_

-Me diz, onde ela está? Cadê a outra vadia?

-Eu não sei... _continuei me debatendo_

-Acho que você sabe sim, mas tá se fazendo de difícil. Eu vou te dar uma lição pra ver se voce aprende... _ele ergueu uma das mãos como se fosse me dar um soco_

POVs Clint

Ouvi um disparo, que parecia vir de dentro da minha casa. Ordenei que Andy pegasse as crianças e as levasse-as para dentro da garagem, e não saísse de lá ate que eu mandasse. Entrei correndo passando pela área, e notei uma xícara de chá quebrada no chão ainda com um pouco de liquido dentro. Ouvi gritos, que pareciam vir dos fundos da casa. Parecia a voz de Ivy... Fui rapidamente até onde escondo minha espingarda para que as crianças não encontrem, e fui até o cômodo onde encontrei Ivy sendo imobilizada por um estranho. Outro homem estava caído no chão, e parecia desacordado. Apontei minha arma para o sujeito, pelas suas costas e disse em voz firme:

-Solta a garota valentão...

-Clint? _disse Ivy assustada_

-Sai de cima dela, e se afasta... _continuei_

O homem me olhou atravessado, mas obedeceu.

-Devagar... E mantenha as mãos pra cima, onde eu possa ver... _disse enquanto ele se erguia do chão_

-Tá tudo bem meu amigo, isso é pessoal, não tem nada a ver com voce... _disse o estranho enquanto se afastava de Ivy_

-O que faz na minha casa? _disse agressivamente ao ver Ivy se levantando_

-Tenho assuntos inacabados com essa vadia... Isso não é com você... _ele respondeu com rancor nos olhos, enquanto encarava Ivy_

POVs Ivy

Clint estava em pé, a minha frente apontando uma espingarda para o cara. Não pode ver quando o seguinte começou a recobrar a consciência. Foi então que decidi apanhar a arma de dois canos, caída do chão e apontar para ele.

-Nem pense em mover um músculo... _disse apontando a arma engatilhada para a cabeça do homem_

-Essa situação não vai ser boa pra voce, se continuar apontando essa arma pra mim... _disse o primeiro se dirigindo a Clint_

-Eu sei o que eles querem. _disse a Clint_ Eles não vão embora...

-O que você sugere? _ele me questionou_

Olhei nos olhos de Clint, e depois me virei para o cara na minha mira. Travei a arma, e a usei para bater no crânio do sujeito. Novamente ele caiu no chão desacordado.

-Eu não sei, mas eles não podem sair daqui andando...

POVs Nick

Me aproximei de casa, notando algo estranho. A caminhonete do pai estava estacionada quase em cima da calçada, a porta estava aberta, e as luzes da casa estavam apagadas. Deixei a bicicleta encostada na cerca de madeira da área, e atravessei a rua para falar com Andy.

Quando me aproximei, vi Andy e os outros escondidos.

-Andy? _ele estava com um telefone nas mãos_

-Nick... _Suzan correu para meu colo, e parecia assustada_

-Hey... O que ouve?

-O pai tá lá dentro, parece que alguém invadiu a casa... _respondeu Andy_

-O que? _deixei Suzan no chão_ Suzan fica com o Andy... Andy liga pra policia...

-Acabei de fazer isso...

-Eu vou até lá, fiquem aqui... Não saiam daqui...

Ordenei que fechassem a porta da garagem e esperassem a policia. Depois atravessei a rua correndo ate entrar na casa. Ouvi a voz do meu pai, vindo do fundo da casa. Fui até onde ele estava.

Quando entrei no cômodo, dei de cara com Ivy segurando uma arma, e meu pai apontando a espingarda para um estranho. Notei que outro homem estava caído nos pés de Ivy.

-Pai? _disse em pé na porta_

-Nick, pega o telefone e liga pra policia... _ele disse sem me olhar_

-A policia não vai resolver. _disse Ivy o encarando_

-Não posso atirar nele. _respondeu meu pai_

-Não pode ligar pra policia Clint... _Ivy parecia preocupada_

-Por que não?

-Conta pra ele Ivy... _responde o sujeito ainda em pé_ Conta...

-Cala a boca... _disse Ivy apontando a arma para o mesmo_ Ou eu atiro bem no centro  da sua cabeça seu filho da mãe...

(Segue...)


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