O Sol se pôs, e os dois amigos estavam sentados, lado à lado, saboreando a doçura da companhia um do outro.

- Kou ... - O moreno menor pronunciou em tom baixo.

- Nani? ... - O loiro murmurou, em resposta, sem deixar de observar o horizonte, enquanto as luzes das estrelas surgiam aos pouco, iluminando o céu, e dando destaque as luzes dos prédios.

- Você é meu melhor amigo, Kou. E ... - O tom de voz do moreno traspassava todo o nervosismo que sentia naquele momento.

- Yuu, não fique enrolando. Você sabe que eu um completo escravo da minha curiosidade! - Choramingou o loiro. Era fato que a curiosidade de Uruha o dominava, e, certas vezes, fodia com sua vida.

- Nee, Kou .. Eu tenho vergonha ... - O moreno corou violentamente.

- Yuu-chan, somos amigos, não é? - Uruha levou os digítos até a face de Aoi, carinhosamente, segurando-lhe o queixo, fazendo-o fitá-lo as orbes.

- Hai ... - Aoi corou ainda mais, se é que é possível.

- E nós prometemos um ao outro que jamais deixarmos nada à esconder entre nós, não é?

 - Hai ... 

- Então conte-me, Yuu-chan ... - Uruha permaneceu com a mesma doçura em sua voz. Já Aoi, amaldiçoava-se em sua mente, por ter de tocar no assunto.

 O moreno tinha medo de admitir o que sentia pelo amigo, mas tinha ainda mais medo de perdê-lo. Eles eram amigos a tanto tempo, que seria relativamente difícil não desenvolver algo além da amizade por Uruha.

- É que ... Eu morrerei por estar contando-lhe isso, mas ... É que ... - O moreno queria enrolar o máximo que podia para contar ao amigo o que de fato sentia. - Eu o amo, Uruha. O amo como jamais amei alguém.

- Y-Yuu ... - O loiro parecia surpreso. Mas, quem não estaria se passasse pelo mesmo, não é?

- Não diga nada, apenas deixe-me explicar, hai? - O moreno interrompeu o outro. Já que a merda estava feita, e seu segredo forá dito em alto e bom som, que terminasse as explicações, antes de ser rejeitado.

  Uruha apenas assentiu, ainda um pouco pasmo pela novidade, mas não queria transparecer isso.

 - Bem, eu não queria lhe dizer nada, afinal, somos melhores amigos, desde ... Sempre. E, por mais tolo que aparente ser, eu tenho medo de perdê-lo. E, a tempos, venho sentindo algo .. Inexplicável. Eu, simplesmente, não consigo ficar longe de você, Kou. - Aoi começou a falar, corando a cada frase dita, tentando não não transparecer seu nervosismo e medo. - Eu .. Eu quero tê-lo, da forma mais pura que possa existir. Sem malicias, entende?

 Kouyou ainda estava pasmo. Era difícil para o loiro ouvir Aoi declarar-se. Ele, Aoi, sempre forá tão orgulhoso, e detestava admitir que estava apaixonado. Mas já que havia rendido-se a tal sentimento, esta era a hora certa.

. Hora certa? Oh, sim. Pois a tempos Kouyou sentia o mesmo por Yuu. Sim, estava apaixonado, por seu melhor amigo. Por mais impróprio que aparentasse ser, era como sentia-se.

 - Nee, Yuu. Tenho algo para te dizer também ... - Uruha fitou o chão, com a face rubra.Aoi não respondeu, apenas o observava, um tanto aflito. Aflito porque poderia ser rejeitado, e não aguentaria perder Kou. - Eu também o amo. Sempre o amei. - Uruha disse baixo, corando ainda mais, tentando disfarçar todo o nervosismo, bagunçando os próprios cabelos. Aoi, assustou ao ouvir tal comentário. Então, não amaria apenas por si, mas seria comprometido? Oh, os deuses sorriam para ele naquele momento, e tudo estava dando certo. Era felicidade demais para se acreditar. Aoi sorriu, agora pousando os dígitos na face alheia.

. - Então, Uruha, seja meu. E eu serei seu. Como sempre quis ser, desde o começo ...

Após pronunciar tais palavras, um beijo doce, e verdadeiro foi trocado por eles, selando, finalmente, a eterna cumplicidade que ali existia agora. Aquilo não era apenas uma simples cumplicidade, que resultaria em noites de sexo. Mas sim, um amor puro e verdadeiro. Difícil de encontrar-se por aí.