One More Chance escrita por Brenda Aguiar


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gostaram do primeiro capítulo ? Espero que gostem desse tbm !



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Pov’s Emy

Quando cheguei em casa fuirecebida com abraços pela família. Fazia quase seis meses que eu não os via. Todo mundo estava lá, até minhas tias e primas de outra cidade vieram para o Natal. A casa estava cheia.

- Nossa, minha filha, você emagreceu mais ainda! – minha avó não pode deixar de falar.

- Imagina, vó. É a roupa.

- Você ta passando fome?

- Não, vó, não é isso. Já disse que é a roupa. Er, mãe, onde eu coloco minhas coisas?

- Coloca em cima do sofá. Acho que você não vai dormir aqui…

- Você vai me mandar de volta pra Londres justo na Véspera de Natal?

- Não é isso. Não tem lugar pra dormir aqui em casa, então você vai dormir na casa da Anne ou da Teresa…

- Mas é muita folga, né? Eu durmo no chão mesmo.

- O chão já está ocupado, filha. E não é folga, não. Somos bem amigas agora que estamos fazendo academia juntas.

- Tudo bem, então…

- Ah, e a Anne me disse que você encontrou com o Harry em Londres. Por que você não me falou?

- Esqueci de contar…

- Ele ainda está bonitão? E os amigos dele você conheceu?

- Mãe! – reclamei. – Ele está igual, acho… E os amigos dele? Só não conheci o Liam.

- Ah, você conheceu o loirinho? Ele é tão bonitinho.

- O Niall? Ele é bem legal. Nós conversamos algumas vezes por mensagens…

- Emy! – uma garotinha de 5 anos pulou em cima de mim. Era minha priminha, Lizzie.

Minha mãe não me fez responder mais perguntas e eu e Lizzie ficamos brincando de Salão de Cabeleireiro. Até que a campainha tocou.

- Emy, atende aí, que eu to temperando o peru! – gritou minha mãe da cozinha. Era incrível minha capacidade de ouvi-la da cozinha já que a casa toda estava barulhenta. Essa família de italianos! Abri a porta e encontrei um Harry com sua mãe ao lado.

- Anne! Quanto tempo! – eu disse. A mulher me abraçou. – Tudo bem?

- Tudo sim, querida. Vim ajudar sua mãe na cozinha. Vamos juntar as ceias, você sabia?

- É ouvi falar… – e olhei para o Harry. – Oi.

- Não vai me abraçar e falar “quanto tempo”? – ele perguntou exibindo as covinhas.

- Nem faz tanto tempo assim… Ah, por favor, entrem.

Anne adentrou em casa dando “oi” para todo mundo que cruzava até chegar a cozinha.

- Tudo bem, você ganha um abraço. – eu disse. Tive que ficar na ponta dos pés para abraçar o garoto.

- Ah, muito obrigado.

- Eu estava brincando de cabeleireiro com a minha priminha e acho que nosso salão ficaria honrado em cortar o cabelo de uma celebridade. – peguei na mão dele e o conduzi até o meio da sala, onde Lizzie estava. – Olha quem é, Lizzie. A garotinha sorriu de orelha a orelha, para ela, a única coisa que superava o One Direction, era o Justin Bieber.

- Oi. – disse Harry. – Fiquei sabendo que tem um salão aqui que pode dar um jeito nesse meu cabelo. – ele tirou a touca.

- A gente não opera milagre, meu filho. – eu disse e sentei no chão. – Você acha que a gente devia atender ele, Lizzie?

- Sim. – Lizzie estava toda tímida. Mas a timidez durou pouco.

Depois de fazer trancinhas e chuquinhas no cabelo de Harry, Lizzie pegou o espelho e mostrou para Harry.

- Você acha que assim eu faço mais sucesso que o cabelo do Zayn?

- Acho sim. – disse ela rindo. Ele olhou para mim.

- Ta lindo, Styles.

- Mãe, você achou o visco? – perguntou Lizzie quando viu que sua mãe passava por ali.

- Não, querida. Não achei. Ah, desculpa Harry, pelo cabelo. Temos escova lá no banheiro.

- Não foi nada. Ela disse que está melhor que o do Zayn, então tudo bem.

- Eu preciso de uma foto. – eu disse já pegando meu celular. – Harry, olha pra mim.

Ele sorriu bem grande e “click”.

- Hey, por que ela quer o visco? – perguntei a minha tia.

- Justin Bieber e aquela musica dele “Mistletoe”.

- Ah…

Harry começou a cantar:

With you, shawty,with you

With you, shawty, with you

With you, under the mistletoe.

Lizzie voltou a sorrir de orelha a orelha.

- Acho que tem na minha casa…

- Ai, seria ótimo Harry… Minha irmã, doou algumas caixas com os enfeites de Natal dentro e agora…

- Vou lá buscar.

- Posso ir com você, Harry? – Lizzie perguntou levantando-se. Oh, ela me traiu! Me deixou sozinha, largada…

- Claro.

- Emy, você não vem? – perguntou a garotinha. Own, ela era tão fofa!  Me levantei e fomos para casa de Harry, três depois da minha. Ele abriu a porta e entrou. Fiquei do lado de fora. O garoto voltou com arranjos de visco na mão.

- Prontinho. – ele disse entregando para Lizzie. Ele se sentou no degrau da porta. – Não quer sentar? – me juntei a ele.  

Lizzie começou a cantar a musica de Justin com os dois viscos na mão.

- Agora… – ela colocou o visco em cima da minha cabeça e a de Harry, que começou a ri.

- Hã? – perguntei. Mas depois eu entendi e comecei a rir também. – Ah, não, Lizzie…

- Mas vocês estão debaixo do visco!

- Mas a gente não pode se beijar…

- Por que eu estou apaixonado por uma garota chamada Lizzie e… – ela riu e ficou super vermelha.

- Mas é o visco!

- Tudo bem. – eu disse e dei um beijo na bochecha de Harry. – Pronto.

- Assim não, Emy! Ta errado! Tem que ser beijo de verdade.

- Criança não pode ver isso. – disse Harry rindo. Ela tampou os olhos, mas olhava pelo espaço entre os dedos. – Você ta roubando! Isso cancela o visco…

- Ah… Eu não olho mais, prometo. – ela disse dando o dedinho para ele.

- Já era… – eu disse.

- Mas…

- Vamos voltar pra casa e mostrar sua mãe seu visco. – me levantei. – Você não vem?

- Vou ficar e tomar banho pra ceia.

- Nossa, é verdade. Banho! Vamos, Lizzie, preciso tomar banho. Meu cabelo ta sujo, eu to com essa roupa da viagem… – eu falava mais comigo mesma do que com Harry ou Lizzie. – Bom, até daqui a pouco.

Voltamos para casa. Depois que tomei meu banho, coloquei uma roupa bonita porque minha avó dizia que nós tínhamos que nos vestir bem para o aniversario de Jesus. Quando desci, vi que a minha enorme família estava reunida com a família de Harry, incluindo Gemma, sua irmã, e também havia a família de Teresa, outra vizinha e, assim como Anne, melhor amiga da minha mãe. Estava tudo bem apertado, mas estava legal. Comi bastante. Aquele povo sabia cozinhar… Em uma determinada hora da noite, depois da ceia e tudo mais, Anne e Robin chamou para irmos embora. Sim, ficara decidido que eu dormiria na casa deles. Entrei na casa e subi a escada junto com Gemma, nós dormiríamos no quarto dela. Coloquei meu pijaminha e fui para debaixo do cobertor. Eu estava cansada, aviagem de Londres a Holmes Chapel tinha me matado…

Pov’s Harry

Não estava conseguindo dormir direito. Acho que era porque eu estava muito cheio. Nossa, eu tinha comido demais! Tudo estava tão gostoso… Ai, ai… Enfim, desci e comecei a andar pela sala. Então resolvi fazer uma coisa: sai pela porta que dava para nosso quintal, ao fundos. Lá na varanda, havia um tipo de sofá. Voltei para dentro de casa, peguei um cobertor no meu quarto, ascendi a luz da varanda e sai. Fiquei pensando na vida. Acho que fiquei refletindo, ou sei lá o que eu estava fazendo, por mais ou menos uma hora, mas aí levei um susto, a porta de casa abriu.

- Ah! – gritou Emy. – Nossa, Harry, vai dar susto em outra!

- Desculpa. É que eu tava sem sono… – eu ria. – O que é isso? Uma faca?

- É… e se fosse um ladrão? Eu tinha que me proteger… – ela explicou fechando a porta atrás dela. – Algum problema?

- Não. Só não tava conseguindo dormir mesmo…

- Por que você ta aquifora? – ela se abraçava por causa do frio.

- Ah, eu gostava de ficar aqui quando eu era mais novo aí resolvi vir pra cá.

- Mas ta frio…

- Vem cá. – e sorri. Ela sentou-se ao meu lado e eu a cobri com o cobertor. – Mas e você? Por que ta acordada?

- Me deu fome, aífui tomar um leite… desculpa por assaltar sua geladeira, a propósito.

- Fome?! Como você pode ter fome depois de um banquete daquele?

- Eu não me matei de comer como certas pessoas… Então, o que você estava fazendo?

- Nada. Literalmente nada. – Emy tremeu de frio.– Vem cá. Passei meu braço por cima de seus ombros e ela deitou a cabeça em mim.

- Hm… Eu sei que é uma pergunta idiota, mas você sente falta? Da sua vida aqui? – ela perguntou.

- Não é idiota… Eu sei que parece meio falso, mas às vezes eu sinto sim. Era bem mais calmo. Tudo bem que eu não gosto de nada parado, mas de vez em quando é bom…Silêncio.

- Eu senti sua falta sabia? – verifiquei o rosto da garota para ter certeza de que ela não estava rindo. Ela não estava. – Fiquei sozinha na padaria… – eu ri. Mais silêncio.

- Eu estava quase começando a cantar antes de você chegar. – admiti.

- Ah, não pare por minha causa. Não se reprima.

- Você canta comigo?

- Mas, se me ouvirem, vão achar que estão matando alguém… Aí uma faca vai ser o menor dos problemas…

- Você não é tão ruim… Você só canta mal…

- Nossa, valeu, Sr. Melhor Cantor do Mundo.

- Que musica você quer cantar?

- Canta uma do seu show.

- Qual?

- Sei lá, o show é seu…

Ela sentou-se ereta e ficou me olhando de frente.

“I’ve tried playing it cool

But when I’m looking at youI can’t ever be brave

Cos you make my heart race”

- Uhuu!! – ela disse e começou a balançar os braços, como em um show.

“Shot me out of the sky

You’re my kryptonite

You keep making me weak

Yeah, frozen and can’t breathe”

Emy começou a cantar:

“Something’s gotta give now

Cos I’m dying just to make you see

That I need you here with me now

Cos you’ve got that one thing”

Me juntei a ela. Eu comecei a fazer uma dancinha maneira e ela, a chacoalhar a cabeça como num show de rock.

“So get out, get out, get out of my head

And fall into my arms insteadI don’t, I don’t, don’t know what it is

But I need that one thingAnd you’ve got that one thing”

Começamos a rir. Aquela cena estava muito engraçada. Devo admitir que minha dancinha não era maneira…E então paramos. Ela estava mais próxima. Foi aí que eu resolvi roubar a parte que o Liam fala:

- Get out, get out, get out of my head and fall into my arms instead.

Coloquei minha mão em seu rosto e ela sorriu. Fomos nos aproximando cada vez mais até nossos lábios se encontrarem. Logo, as mãos dela estavam em meus cabelos, apertando meus cachos. Minha mão desocupada encontrou sua cintura. Seus beijos eram delicados e sem pressa alguma. Ela afastou sua boca ligeiramente e sorriu. Não pude deixar de sorrir também. Nossos narizes estavam encostadose, a cada respiração dela, eu a beijava novamente. A mão dela escorregou para meu peito e me afastou. Meu coração batia rapidamente.

- Feliz Natal. – disse ela sorrindo e levantou-se.

- Feliz Natal.

Ela entrou em casa. Encostei minha cabeça na parede, não podia deixar de sorrir. Eu queria que aquilo acontecesse desde os meus 14 anos! Depois de um tempo curtindo minha felicidade, resolvi dormir um pouco então subi para meu quarto e dormi.

(…)

- Bom dia, H. – disse minha mãe quando apareci na cozinha. – Você sabe que horas são?

- Manhã?

- Meio dia… foi dormir tarde? – ela perguntou.

- Não… É… Cadê a Emy?

- Já foi pra casa dela. Quer comer alguma coisa?

- Claro! – o negócio era o seguinte: minha mãe cozinha muito bem. Fomos para a sala para abrir os presentes. Ganhei muitas coisas legais.

- Você disse que ia trazer sua namorada para o Natal… vocês terminaram? – perguntou minha mãe ela parecia animada com a idéia de eu terminar com a Caroline.

- Não, mãe.

- Ah… – eu ri da reação dela. Eu gostava muito da minha namorada. Eu estava apaixonado, o que podia fazer? Mas nós ficávamos tanto tempo sem nos ver que era estranho pensar que nosso relacionamento fosse sério. Por isso que de vez em quando eu dava meus tropeços…Comecei a lembrar do que aconteceu com Emy e pensei que eu não tinha tropeçado dessa vez, eu tinha caído feio… Já fiquei com outras garotas mesmo estando com Caroline, mas era a primeira vez que eu queria ficar com outra garota, além dela, de novo, de novo e de novo. Mas ainda sim, eu gostava da Caroline. Depois do almoço, bateram na porta. Gemma foi atender.

- Oi! Feliz Natal! – uma voz de criança.

- Oi, Gemma. Ela quer dar tchau pro Harry.

- Ah, entrem.

- Com licença. – Emy entrou na sala acompanhada de Lizzie.

- Feliz Natal! – disse a garotinha e abraçou minha mãe, depois o Robin e eu.

- Feliz Natal! – eu disse. – Você já vai embora?

- Minha mãe quer ir agora, eu pedi pra ela, mas ela não deixou eu ficar. A Emy cuidava de mim.

- Vamos, Lizzie. Sua mãe já está no carro.

- Tchau, Harry. – ela me abraçou.

- Eu vou com você até o carro, porque essa Emy aí, não cuida de ninguém…

Nós três saímos de casa e fomos até a garagem de Emy.

- Ela queria porque queria se despedir de você, Harry. – disse a mãe da garotinha que entrava no carro. – Desculpa…

- Tudo bem. – a mulher acelerou e foi embora.

- Desculpa coisa nenhuma. Nada mais que sua obrigação. – disse Emy sorrindo.

- Feliz Natal pra você também.

- Você já me desejou Feliz Natal… – eu sorri e me aproximei mais dela, mas ela me parou no caminho e começou a discordar com a cabeça.

- Não?

- Nop.

- Tudo bem, então… – ela riu. Sentamos na entrada da casa dela e ficamos conversando até anoitecer. Claro que isso incluiu muitas ligações de Louis, Niall, Zayn e Liam. Nós os colocávamos no viva-voz e continuávamos a conversar. O bom da Emy era que ela sempre era uma boa companhia.

- Emy, você vai passar o Ano Novo aí? – perguntou Louis do outro lado da linha.

- Não. Vou voltar pra Londres… O namorado da minha amiga foi para Espanha ver a família dele e ela está sozinha

.- Vocês podiam ir à nossa festa. – a voz de Niall.

- Tudo bem. Acho que ela não vai achar ruim…

Pov’s Mell

Estava tentando planejar como passaria o Ano Novo, quando minha campainha tocou. Me levantei e atendi. Encontrei uma Emy com um sorriso de orelha a orelha.

- Oi!

- Oi. – eu disse achando estranho esse sorriso. – Que foi?

- Eu dormi! Dormi muuuito!! Fazia tanto tempo que isso não acontecia!

- Então ta, né, amiga? Cada um fica feliz por uma coisa… Entra, mulher! Como foi a viagem?

- Foi boa. Tem tanta coisa pra te contar… – ela se jogou no sofá e eu a segui. – Sabe o Harry?

- Seu amigo famoso? – ela concordou com a cabeça. – O que tem ele?

- Bom, eu dormi na casa dele no Natal…

- MEU DEUS! VOCÊS…?!

- NÃO! Não, isso não. Dormi na casa dele porque não tinha espaço na minha e nossas mães estão bem amigas agora… tipo comadres.

- Ah… Nossa, já estava vendo você grávida, rica com seu dinheiro da pensão…

- Credo, Mell!

- Zueira. Você dormiu na casa dele e…

- Bom, eu acordei no meio da noite e encontrei com ele na varanda. A gente conversou, cantou e… bom, nós nos beijamos.

- Sério?! – ela concordou com a cabeça e pegou o controle da TV.

- Sério que você tava assistindo isso? – e mudou de canal.

- Você gosta dele?

- Não. Ele é só um amigo. É que tava todo aquele clima e aquela voz dele e suas covinhas…

- Xii… você gosta dele.

- Não gosto!

- Mas se ficar mais um tempinho com ele, vai gostar sim.

- Sobre isso, os garotos convidaram a gente pra ir na festa de Ano Novo deles.

- Que garotos?

- One Direction.

- Cacete! Por que você não falou isso primeiro? É bem mais interessante que um beijo… Zueira, amiga.

- A gente vai, né?

- Hm, me deixa: festa de cinco garotos bonitos e famosos ou festa comemoração aqui em casa só com você, eu e uma garrafa de cerveja… Qual será que eu escolho?

- Difícil essa decisão. – ela disse e olhou em volta.

Bom, minha casa estava um pouco desarrumada, mas o que mais bagunçava o lugar eram as fotos de Miguel que estavam rasgadas e espalhadas pelo chão.

- Hey, o que aconteceu?

- Sabe o que o cretino fez? Ligou para mim, no dia 25 de Dezembro, falando que não queria mais ficar comigo e que tinha dormido com a ex espanhola dele e se lembrado como eles eram felizes juntos.

- Que filho da puta! Mas… você ta bem?

- Claro que estou. Eu nem gostava dele mesmo… Só estava com ele porque ele tinha um carrão. E tenho que falar, o tamanho do carro é o oposto do tamanho do documento… – Emy riu. – Sério, parecia um batom…Tudo bem, eu estava exagerando. Eu gostava dele sim, e bom, o documento não era tão pequeno. Mas era legal falar desse jeito.

- Quer sair e conhecer gatinhos? – a loira perguntou.

- Depende, você vai sair procurando gatinhos que existem ou gatinhos

-Harry?

- Aff, esquece esse menino!

- Não quero conhecer gatinhos hoje não… Quero sentar aqui, pedir uma pizza e ficar com a minha sister.

No dia seguinte, saímos a procura de uma roupa para usar no Ano Novo. Bom, nós não tínhamos muita roupa, primeiro porque não tinha espaço no apartamento e segundo porque nós não tínhamos motivo para ter. Sempre usávamos jeans, camiseta e tênis. No frio, jaqueta e no calor, de vez em quando, um shorts. Nada de mais. Ah, e também tinha o uniforme do café…Só quando a ocasião pedia, nós saiamos para comprar alguma roupa. E dessa vez a ocasião não pedia, ela ordenava. Ainda bem que eu conhecia Londres com apalma da minha mão, sabia ir às lojas certas e quando já tínhamos comprado, fizemos uma parada no Starbucks. Sentamos em uma das mesas e eu tomei meu cappuccino e Emy, seu chocolate quente.

- Esqueci de perguntar: ganhou muita coisa de presente de Natal, Srta. Emily?

- Bom, acabei de ganhar esses sapatos e o vestido. Ah, também ganhei dinheiro.

- Ah, é tão bom quando não nos dão mais brinquedos e começam a dar dinheiro…Emy riu.

- O que foi? Uma foto dura mais. – eu disse para uma garota que nos encarava fazia muito tempo. – Ah, desculpa. Foi sem querer… É que eu cresci num bairro perigoso… – inventei.

- Ah, tudo bem. Só estou olhando porque… o Harry Styles é legal? – perguntou a garota olhando para Emy agora.

- Hã?

- Você o conhece, né? – perguntou a garota e virou seu computador para nós vermos. Lá, havia uma foto de Emy e Harry sentados na frente de uma porta conversando. – Aqui diz que vocês são vizinhos…

- É… – Emy obviamente não sabia o que falar.

- Eles eram sim, até trabalharam em uma padaria juntos. Agora são amigos. – esclareci tudo. – E sim, ele é legal.

- Se vocês eram vizinhos, o que você está fazendo em Londres?

- Estudando. – respondi por ela. – Ele não é o único que pode se mudar.

- Ah… Desculpa mesmo, eu não queria ficar encarando é que eu não sabia se era você mesmo…

- Não foi nada. – Emy virou seu chocate e levantou. – Vamos, Mell?

- Tudo bem, eu vou tomando… – me levantei e saimos. – Imagina se soubesse que vocês se beijaram…

- Nem pense nisso… E também aquilo não foi nada, só um beijio…

- Acho que te conheço bem pra te dizer que você não beija qualquer um.

- Não era qualquer um. Eu meio que gostava dele a uns anos atras.

- Quê?! – quase engasgei com meu cappuccino. – Você não tinha me contado isso.

- Minha filha no ultimo mês eu tenho vivido como uma zumbi. Não é de impressionar que não te contei algumas coisas…

- Então… você gostava dele?

- É… Eu tinha namorado, mas sabe quando você fica perto de uma pessoa e ela parece que te puxa pra mais perto? Com o ele era assim…

- Era? Passado? – levantei a sobrancelha.

- Passado.

- O que mais você não me contou?

Ela me disse várias coisas. Eu pensei que ela tinha exagerado no negócio de “estar muito cansada”, mas ela não estava, tinha acontecido várias coisas mesmo.

- Então você vai para Paris?

- Uns dias…

- E vai fazer fotos para que?

- Roupas de uma marca cara. Nem sei falar o nome… É francesa.

- Ah, então é só fazer biquinho, mademoiselle. Oui, cela a été très bon, cherry.

- Arrasa no francês.

- Tive aula no colégio interno.

O negócio era o seguinte: minha familia era rica, mas eu me revoltei com nosso estilo de vida e tudo mais. Então, quando fiz quinze anos, fugi de casa uma vez dizendo que eu não queria aquela vida mesquinha e tudo mais. Meus pais me acharam e me colocaram num colégio interno. Assim que terminei o colégio voltei amorar em Londres e fazer minha faculdade, só que sobre as minhas condições: eu iria me sustentar, fora a faculdade, eu pagava por mim mesma.

(…)

Dia 31 de Outubro chegou. Yay! Eu tinha dormido no cubiculo da Emy. Mesmo morando no mesmo prédio, tinhamos apartamentos diferentes. O dela, era um tipode um studio, já o meu tinha dois quarto, minusculos, mais ainda eram quartos. Acordamos extremamente tarde, por volta das três horas da tarde, então nem vimoso tempo passar direito. Dei uma passada em casa, do lado rico de Londres, para pelo menos cumprimentar minha familia. Emy foi comigo. Não precisei interfonar, o porteiro me deixou passar pelo portão.

- Sua familia é rica mesmo… – murmurou Emy. Bati na porta.

- Oi, mãe. – e a abracei. Mesmo estando brigadas, eu ainda a amava e respeitava.

- Olá, Mellody. – sim, meu nome era “melodia”, acreditem ou não, minha mãe e meu pai foram hippies. Eu tinha um irmão mais velho chamado Blue, não era uma pelido.

- Está é a Emy. Minha amiga e vizinha.

- Olá, Emily. – mania desses ricos de chamarem os outros pelo nome completo…

- Como vai senhora? – Emy pegou a mão de minha mãe e a apertou. Engoli o riso. Minha mãe achava isso rude.

- Meu pai está?

- Entrem. – ela abriu mais a porta. Na sala, vi que se encontravam meu pai, meu tio, minha tia e meu primo.

- Mellody, quanto tempo! – exclamou meu tio. Minha mãe não gostava dele porque ele era escandaloso e para ela, escandalo era coisa de pobre… Viu porque fui embora?

- Oi, tio, tia e William. – eu disse. – Oi, pai. Ele se levantou e me deu um abraço apertado.

- E quem seria essa bela jovem ao seu lado?

- Essa é a Emy, minha amiga. – Emy cumprimentou meu tio e minha tia com um aperto de mão, mas quando chegou no Will…

- Encantado. – ele disse e beijou a mão da garota. Emy corou.

- Bom, feliz Ano Novo para todo mundo. Temos que ir agora. Hora extra. Tchau! Comecei a dar as costas.

- Filha, tem certeza que deseja seguir esse caminho? – só faltou minha mãe dizer: “…esse caminho de pobre?”.

- Claro. Tem alguma duvida? Feliz Ano Novo! – sai puxando Emy pelo braço e só dei tempo de ela murmurar um “Feliz 2012”.Fomos para o café. Só trabalhariamos duas horas lá, depois seguiriamos para a festa do One Direction. Eu não queria demonstrar para não ficar parecendo uma garotinha boba, mas eu estava muito animada para a festa. Quem não estaria? Aquele garotos eram lindos! E eu estava solteira, livre, leve e solta!

- Emy, você está com o lápis? – nos arrumavamos no banheiro do café.

- Toma.

- Senhoritas, houve uma reclamação que vocês estão usando as duas pias… – nosso gerente, o Francis, nos flagrou.

- Ah, Frank, era só ela ter pedido licença… – eu disse. – Ela tem boca para reclamar com você, mas não para ser educada o suficiente e pedir licença.

- Garotas, vocês sabem que não podem fazer isso…

- Frank, nós vamos para uma grande festa, com gente famosa e tudo. Temos que ficar bonitas. E naquele vestiário dos fundos, nem espelho tem. – disse Emy. – E além do mais, nós já estamos terminando.

- Tudo bem, tudo bem… – ele disse e revirou os olhos. – Mas vão depressa.

Nós duas corremos e abraçamos o gerente. E depois demos um beijo na bochecha dele.

- Obrigada, Frank!

- Aqui dentro é Francis. – ele disse apontando para o crachá. – Boa festa, garotas. E Feliz Ano Novo.

E saiu do banheiro.


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Notas finais do capítulo

gostaram ? no proximo é a festa! :)



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