Like I Have Never Been escrita por Mateus Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1 - Introdução


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa é a minha primeira fic e eu só li umas 5 na minha vida antes de escrever essa, então qualquer semelhança é pura coincidência.
Por favor, leem as notas finais! haha
Boa leitura!



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Sempre colocaram na minha cabeça que eu era o garoto certo, sempre estudioso e dedicado. Me falavam que eu tinha que ter calma, porque tudo na vida tem sua hora, mas já estava cansado de esperar. Via todos realizando seus sonhos, alcançando seus objetivos e eu sentado e esperando tudo acontecer. Quando iria parar de me preocupar mais com a felicidade dos outros do que com a minha? Adoro ver quem eu gosto feliz, adoro fazer parte dessa felicidade, mas sinto que ajudo todos e não tem ninguém para me ajudar.

Aqui estou eu, prestes a completar 17 anos e entrar no último ano do colegial sem cometer nenhum deslize na minha vida. Minha mãe sempre teve orgulho de mim e várias vezes me disse o quanto eu sou importante para ela. Mas dessa vez foi diferente, ela chegou em mim com uma cara triste, um olhar perdido. Ela sempre foi meu exemplo, sempre a vi como uma mulher forte e determinada, a minha “Mulher Maravilha”. Sempre fez o possível para me oferecer o melhor de tudo e sou muito grato por isso. Sei que na minha idade, a maioria dos garotos acha estranho ter uma mãe seguindo suas vontades, sempre te ajudando e apoiando. Eu não era assim. Minha mãe é a base de tudo para mim, me orgulho e me orgulharei eternamente de tê-la do meu lado. E, em momentos como esse, quando ela está triste e chateada com algo, eu posso fazer qualquer coisa para vê-la sorrir.

Estávamos na sala, não muito grande porém aconchegante. O sofá era pequeno e mal cabia uma pessoa deitada, o móvel com a televisão e o DVD ficavam na frente do sofá. Ela sentou do meu lado e respirou fundo antes de começar a falar.

– Justin, você está ocupado? - ela disse enquanto eu assistia tv e tentava me concentrar na final do campeonato de basquete.

– Não, mãe. O que foi?

– Bem... – percebi o nervosismo aumentando no seu rosto – Nossa vida nunca foi fácil, você sabe o quanto eu dei duro para te criar. Eu e seu pai éramos jovens quando você nasceu, nós não tinhamos nenhuma noção do que era criar uma criança. Nós apenas... vivemos o momento e então você nasceu.

– Você está dizendo que eu fui um erro, mãe? – notei que seus olhos começaram a ficar inchados, mas ela continuava se contendo para não derramar suas lágrimas, que estavam se formando, e parecer uma mulher frágil.

– Não é isso, meu filho. Ninguém quer ter filho na adolescência, nós ainda somos jovens e não temos noção do futuro, você me entende? Quem tem filho na adolescência normalmente tem uma vida muito difícil no futuro.

– Você está querendo me dizer que é para eu me prevenir, mãe? Mas nós já tivemos essa conversa... – disse tentando acabar com aquele diálogo entre nós.

– Justin, você pode me escutar? Por favor! – ela fechou os olhos e inspirou o máximo de ar que pudesse colocar em seus pulmões. Abriu os olhos, expirou todo o ar que havia puxado e continuou – Nós estamos passando por problemas financeiros, você ainda não tem idade para trabalhar e só eu que sustento essa casa. Não somos ricos, mas também não somos pobres, e foi, para o seu bem, que tentei te mandar para viver com o teu pai.

– Mas eu não quero. – falei em alto e bom tom, interrompendo o que ela dizia. Não aguentava mais aquele clima de casa, há meses nossas conversas eram apenas as mesmas e a atenção, que era me dada na infância, não existia mais.

– Deixe eu terminar! – dessa vez, ela que me interrompeu. Suas mãos tremiam – Eu pensei muito sobre isso, mas seu pai não aceitou também. Ele tem duas crianças para cuidar, imagina se você também morasse lá? Foi então que eu decidi em fazer da nossa casa um abrigo para intercambistas, mas a nossa casa não era o suficiente para pessoas que têm capacidade de pagar um intercâmbio aqui no Canadá. Não tinha ninguém para desabafar sobre isso, então contei para a dona Gemma.

Dona Gemma era a nossa vizinha, sempre foi solteira e nunca teve nenhum filho, mesmo considerando a minha mãe sua filha de coração. Sempre que podia, ela nos ajudava ao máximo. Quando eu era pequeno, ela cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava. Gemma era minha segunda mãe, mesmo eu amando meus avós, com ela era diferente. Ela tinha um carinho imenso pela gente e meus avós também, mas eles não tinham condições de nos ajudar financeiramente. Dona do maior supermercado da cidade, ela sempre dava 10% do faturamento do mesmo para minha mãe.

– Já ta terminando, mãe? É porque eu preciso ver o jogo, é a final do campeonato!

– Você pode esquecer esse esporte por um momento e terminar de me escutar? – ela disse desligando a televisão e colocando a mão no meu queixo e virando-o para que eu olhasse em seus olhos. – Dona Gemma decidiu seguir em frente na ideia do intercâmbio e, já que a casa dela tem 4 quartos e ela só utiliza um, a empresa que toma conta dessas coisas nos mandou um comunicado essa semana. Ainda estamos em fevereiro, mas o processo para os estudantes morarem aqui a partir de agosto já começou. Virão 3 brasileiros e, pelo que parece, dois deles são muito amigos.

– E o que a dona Gemma tem a ver com a gente? – perguntei erguendo as minhas sobrancelhas.

– Todo o dinheiro que ela ganhar com esse intercâmbio vai ser nosso.


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Notas finais do capítulo

Eu tava pensando em postar os dois primeiros capítulos juntos, mas a história se desenvolve mesmo por causa dessa "crise" que eles estão passando, então preferi deixar só o primeiro capítulo.
Dependendo dos reviews, posto o segundo capítulo amanhã ou sábado. MAS DEPENDENDO DOS REVIEWS!
Vocês preferem capítulos longos ou curtos? Eu já tenho alguns prontos, mas todos são longos, acho que é melhor e etc, comentem!
Espero que tenham gostado, isso é muito importante para mim! :)