Peguei meu Iphone 4s e abri a mensagem:

“Envie sim para esse número e concorra a...” –não terminei de ler e já exclui, como eu pude achar que era do Mark? Ele não tem meu número, assim fica difícil eu receber uma mensagem dele.

Duas horas depois estava dentro do banheiro, sentindo a água tocar meus cabelos negros e escorrer pela minha pele clara e macia, como eu amo isso. Sai do banho coloquei um short vermelho um pouco curto, uma regata larguinhas e branca e o meu par de tênis favorito. Já eram 14:30 e eu precisava ir para o parque onde eu iria encontrar um grupo de voluntários que levam alegria para as crianças com câncer.

Minutos depois todos estavam no parque, sentados em roda, não era muita gente, no máximo 20 pessoas nas quais cinco eram novos voluntários.

-Ok galera –Rodrick, o coordenador se levantou para ter a atenção de todos. -Nosso próximo projeto vai ser fazer uma peça de teatro, portanto nós precisamos de ideias, seria legal trabalhar em dupla, então escolham alguém. –Duplas? Que ideia é essa?  Vamos lá Julie, você consegue alguém. Olhei para os lados e a maioria estava em duplas, menos um e é com esse que vou ter que ir. Me levantei e fui em direção dele.

-Posso fazer dupla com você? –perguntei.

-Claro, senta aqui. –ele disse sorrindo timidamente. –Meu nome é James, prazer. –ele apertou minha mão.

-Eu sou Julie, o prazer é todo meu. –sorri. –Já tem alguma ideia?

-Não e você?

-Também não, mas do que crianças gostam?

-Meninas de princesas e meninos de super heróis, nós podemos juntar os dois e agradar todos.  –é uma ótima ideia. Continuamos conversando sobre isso por mais 10 minutos, depois começamos a jogar conversa fora quando ele me surpreendeu com uma pergunta:

-Você é muito linda, seu namorado tem muita sorte. –olhei para minhas mãos e senti meu rosto corar.

-Na verdade, não tenho um namorado. –falei ainda olhando para as mãos.

-Nós podíamos nos encontrar outro dia. –eu olhei para ele sem responder nada. –Para discutir sobre isso.

-Voluntários, vocês estão liberados. –Rodrick disse.

-Você precisa anotar meu número.  –ele pegou o celular e disse a ele meu telefone.

-Amanhã eu te ligo. –ele levantou-se e logo em seguida me ajudou a levantar.

-Combinado. –ele

-Até logo Julie. –Apenas acenei.

Ainda eram 15:13 então resolvi passar em uma cafeteria que tem aqui perto. Chegando lá pedi um cappuccino gelado, o meu preferido, me sentei para esperar e vi Victória entrando com mais duas amigas, logo quando me viu veio em minha direção.

-Oi. –ela fez uma pausa olhando para mim. –Qual é mesmo seu nome, queridinha?

-É Julie, Oi pra você também. –admito, não fui muito simpática.

-Julie, eu sou vou te dar um recadinho. –que voz enjoativa. –Fique longe do meu Mark. –SEU MARK? –Ou a coisa irá ficar feia para o seu lado.

-Não tenho medo de você. –respondi confiante.

-Se você for inteligente, vai ter. –ui, estou morrendo de medo.

-Aqui esta seu cappuccino moça, algo mais? –a garçonete disse enquanto o colocava na mesa.

-Não, obrigada. –sorri para ela.

-Com licença. –ela se retirou. Olhei para Victoria.

-Voltando ao assunto queridinha, se você se aproximar do Mark eu irei transformar sua vida em um inferno.

-Tudo bem, agora se você me der licença eu quero tomar minha bebida em paz. –ela olhou para as outras garotas e foi desfilando até a mesa.

Paguei a minha conta e sai, em 20 minutos já estava em casa fazendo meus deveres escolares, ouvi barulho na porta e fui até lá ver quem era.

-Oi filha. –era a minha mãe.

-Oi, por que você voltou mais cedo hoje? –estranho, ela sempre chega as 17:30.

-Vou sair com o seu pai, voltei mais cedo para arrumar o cabelo, fazer maquiagem. –ela falou animada.

-Nossa, que chique.

-Iremos passar a noite toda fora, você pode chamar uma amiga ou um amigo para passar a noite com você. –esse negocio de “passar a noite toda fora” significa mais q uma simples noite.

-Mãe, eu não tenho amigos e você sabe disso.

-Ok.

Voltei ao meu quarto para terminar minha lição, peguei o caderno de matemática e dele caiu um bilhete.

Julie, vou fazer uma sessão de filmes aqui em casa hoje a noite, se você quiser vir aqui esta meu endereço. 

Não tinha nenhuma assinatura, mas o único que teve acesso ao meu caderno foi o Mark.

-Mãeee. –gritei ela do meu quarto.

-Diga. –ela disse calmamente.

-Posso ir na casa do Mark? –acho que ela vai deixar.

-Achei que você não tinha amigos.

-Não tenho. –Me arrependi de ter falado isso.

-Já que ele não é seu amigo, então não pode. –droga.

-Tudo bem, mãe. –achei melhor não discutir.

Assim que terminei minha lição, peguei meu notbook e fui para a sala assistir televisão. Estava assistindo Dance Academy, ainda de luto afinal o meu personagem favorito morreu.

-Filha, eu já vou indo. –Minha mãe disse e me deu um beijo no rosto. –Tente se divertir.

-Ok, mãe. Divirta-se você também. –sim, ela vai se divertir muito.

Eram 22:00 e minha barriga estava roncando, peguei o telefone e pedi uma pizza, em 30 minutos estaria me deliciando com ela. Ouvi o toque do meu celular.

“Oi, Julie. O que você esta fazendo?” –O número era desconhecido.

“Quem é?”

“Esqueci que você ainda não tem meu número, é o James” –claro, o James.

“Oi, James. Estou procurando um filme legal para assistir, meus pais saíram e eu vou ficar sozinha durante a noite toda.”

“Por que você não chama uma amiga sua para dormir ai?”

“Bom... eu não tenho muitas amigas. Quer vir aqui passar a noite comigo?” –é errado convidar uma pessoa que você mal conhece para dormir com você?

“O que você quer que eu leve?”

“Um refrigerante e uma lata de leite condensado”

“O refrigerante eu garanto, só não sei se tem leite condensado em casa” –Pelo visto, minha ideia do brigadeiro não vai dar certo.

“Ok, esse é o endereço...” –passei o endereço e segundo ele, em 15 minutos ele estaria em casa, enquanto isso fui procurar dois colchonetes, posicionei eles um ao lado do outro.

-Tock, Tock, Tock o James esta aqui fora. –esse garoto tem problema?

-A porta esta aberta. –eu disse ainda sentada no sofá.

-Oi, Julie. Onde fica a cozinha?

-É bem ali. –Apontei. –Conseguiu meu leite condensado?

-Sim, vou colocar aqui em cima da mesa.

-Pode colocar, depois vem aqui para escolhermos um filme legal.

-Você tem Toy Story 3? –achei que ele estava brincando, mas depois vi que falava sério.

-Tenho. –prevejo lágrimas no final do filme. Alguém bateu na porta.

-Você chamou mais alguém?

-Deve ser o cara que entrega as pizzas. –Fui até lá, peguei a pizza e paguei o moço.

-Oba, do que é a pizza? –fui levando ela até a cozinha.

-É de frango com catupiry. –peguei dois copos, a coca e coloquei na mesa.

-É o meu sabor preferido. –Cada um pegou um pedaço de pizza e um copo de coca. Fomos para a sala assistir o filme.

O filme já estava no fim e eu estava chorando.

-Você esta chorando ou é impressão minha? –James me perguntou.

-É impressão sua. –mentira.

-Eu sempre choro nesse filme. –que fofo.

-Não, eu também. –eu coloquei minha cabeça no peito dele, ele começou a fazer carinho no meu cabelo.

-Você gosta que mexam no seu cabelo? –apesar de muita garotas não gostarem muito disso, eu realmente amo.

-Gosto.