A Deusa Esquecida escrita por Emily Zhang


Capítulo 6
Capítulo 5 - Amy


Notas iniciais do capítulo

Então, eu nao tenho desculpa pra demorar D: sei disso, mas sou esquecida. Ah, o proximo capitulo sai semana que vem, porque tenho que criar ainda D:
Aproveitem



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Amy deixou a enfermaria, certa de que fugiria para seu chalé correndo de vergonha.

Porem, não o fez, tinha um compromisso muito "sério". Avançou a passos largos para o chalé de número 11. Cheio como sempre, pensou.

A construção não era nem de longe tão majestosa quanto o chalé numero 1, ou original como o chalé numero 3. Era simples, com janelas antigas maltratadas e colunas gregas singelas que ladeavam a porta de entrada. Ouvia-se um barulho infernal lá dentro, como se vários semideuses estivessem batendo em tampas de panelas com elmos de guerra (o que não era muito improvável que estivesse acontecendo de verdade), mas a maioria dos filhos de Hermes estava acomodada na escada de entrada. Mesmo depois do pacto feito por Percy, seu irmão, com Zeus – ela ainda nem acreditava que possuía um parente famoso que havia salvado o mundo. Quer dizer, uau. – o numero de campistas de Hermes não ficou tão baixo como pensava Quiron. Hermes possuía a fama de ser ligeiro. Eles já deveriam imaginar o numero de filhos que ele enviaria para a colina, se é que me entende.

Amy apenas caminhou em direção a Travis e Connor. A maioria dos semideuses preferia ficar afastada deles dois como “medida de segurança”, mas não Amy. Ela era considerada uma espécie de associada no clube dos Stoll.

– Ei, Connor! Veja quem resolveu aparecer!

– Está atrasada, Amy! Como pretende escutar todo o nosso plano genial se chegou tão tarde?

– Ora, vamos! Foram apenas alguns minutinhos! – ela retrucou com os irmãos, mas então abriu um de seus sorrisos grandes e maníacos – Então... quais os planos pra hoje?

Eles se entreolharam como crianças que acabavam de receber um pote de jujubas, e retiraram um recipiente de uma bolsa de couro.

Amy espantou-se:

– Isso é...

– Eu acho que é! – Connor riu.

– Então, o plano genial... É realmente genial! – ela gargalhou, divertida.

Os três encararam-se, e sussurraram:

– Agora? - disse Connor

– AGORA! – Amy tomou o frasco e correu


-

O chalé tinha o cheiro de uma loja de perfumes franceses. As cortinas cor-de-rosa podiam ser vistas do lado de fora, e tudo estava na perfeita ordem.

A menos por três delinquentes meio-sangues escondidos atrás de um arbusto, e uma infinidade de frascos de tinta de cores diferentes que carregavam numa bolsa antiga de couro surrupiada do sótão da casa grande.

Amy foi a primeira a sair. Ela piscou, cúmplice, para os garotos atrás das plantas e caminhou saltitante até a porta do Chalé de Afrodite. Fazendo esforço para desamarrotar suas roupas e alinhar o cabelo para ficar o mais apresentável possível, ela bateu à porta e esperou.

Um garoto carregava uma bolsa Tommy com uma das mãos, e um estojo de maquiagem com a outra. Espero que não sejam dele. Ela pensou. Seria um grande desperdício.

Ele tinha olhos castanhos tão claros que pareciam transparentes. O cabelo, preto e ondulado, estava aparado na altura das sombrancelhas. Ele era alto e musculoso, e encarou Amy com surpresa, como se nem sempre encontrasse-a a menos de 100 metros do chalé número 10.

– Olá, Zacky. – ela fez sua melhor voz meiga. – Drew está aí?

Ele tremeu com o nome de Drew, mas sorriu para Amy.

– Não, ela não está. Na verdade não há mais ninguém no chalé, eu já estava de saída.

– Vai fazer compras?

Ele curvou a cabeça, em duvida. Entao, olhou para as mãos, encarando a bolsa e o kit Victoria’s Secrets.

– O que? Ah.... não. Essas... essas coisas não são minhas. – Zacky corou – São de Drew.

– Ah. – ela se compadeceu pelo garoto, mas até riu da cara de bobo que ele fez. Resolveu que iria deixá-lo fora do plano genial dos Stoll. – te vejo por aí então.

– Claro. Com certeza nos veremos por ai. – ele abriu um sorriso de flerte. Deuses, Zacky era mais maluco do que Amy imaginara. Ou filhos de Afrodite realmente flertavam com todo mundo. Achou a primeira opção mais válida. Claro que para um filho da deusa da beleza e do amor, cantar uma garota desarrumada e grossa não era muito comum.

Ela o cumprimentou com uma espécie de continência, que fazia para todos e esperou.

Então deu sinal para Travis, e os irmãos correram para uma das janelas. Calmamente, e certificando-se de que ninguém a visse, Amy entrou. A parte de dentro do chalé era tão assustadora que a garota quase saiu correndo.

Haviam beliches milimetricamente organizados. Algumas das paredes estavam recheadas de fotos de cantores adolescentes, e atores considerados “gatos” – como as garotas costumavam gritar por ai, alem de fotos de modelos e atrizes. As cômodas eram brancas e tão arrumadas que Amy ficou com tonturas. À frente de cada beliche, encontrava-se um baú, contendo – o que ela imaginou – os pertences de cada semideus. As cortinas combinavam perfeitamente com o carpete, e com tudo mais naquele local.

Ela poderia ficar o dia inteiro ali parada lembrando do quanto seu chalé era uma perfeita desordem, se não houvesse ouvido um barulho vindo de trás de uma porta.

Automaticamente, sacou sua palheta e andou cautelosamente até a fonte do barulho. Enquanto se aproximava, o som se tornava mais forte e estranho. Num impulso, abriu a porta e apontou sua – transformada – espada para o que quer que estivesse ali.

E os Stoll começaram a rir.

Estavam caídos na banheira. De alguma forma, conseguiram abrir a janela dos fundos e ao entrar, acabaram caídos ali.

Depois de ajudá-los a levantar – não sem antes gozar muito da cara deles – os três puseram seu plano em ação.

Como imaginavam, os shampoos, assim como as camas e tudo naquele lugar, estavam devidamente organizados, tendo cada um, amarrado em sua ponta, uma espécie de crachá com o nome do dono do produto.

– Genial. Realmente genial, meninos.

– Nós SOMOS geniais. É isso ai! – eles disseram ao mesmo tempo e riram.

Cada um escolheu um frasco de shampoo e começou a trabalhar. Amy deixou que o de Zacky fosse um pouco alterado por Connor.

Quem ele achava que era para cantá-la?

Um filho de Afrodite, dããh. Ela pensou. E olha que não é sempre que alguem se interessa por... Ah, cale a boca, eu.

Quando encontraram o frasco de Drew, debateram-se e arranharam-se como gatos para sabotá-lo. Amy acabou vencendo, é claro. Quando se tratava de força, nem Percy conseguia superá-la.

Eles organizaram tudo e tentaram deixar o chão – agora marcado por pegadas sujas – o mais limpo possível. Depois de alguns segundos, estavam começando a abrir a janela, quando ouviram uma voz.

– Muito bonito, clube Stoll. Acho que Quiron vai adorar saber que trocaram o material das garotas de Afrodite.

Os três olharam na direção da voz, pálidos de medo. Mas não havia ninguém. Ou melhor, ninguém visível.

– Annabeth? O que Hades você está fazendo aqui? Aliás... COMO entrou?

A garota tirou o boné da invisibilidade e mostrou-se, em frente aos irmãos e a Amy.

– O que eu estava fazendo não vem ao caso. Acho que o que vocês estão fazendo é o que está em pauta aqui.

Os três se encararam constrangidos. Connor foi o primeiro a abandonar o navio.

– Foi tudo ideia do Travis, eu juro!

– Mas o que... Não, a Amy quem teve a ideia dessa vez! Olhe só! - ele apontou o ultimo frasco pela metade nas mãos da garota.

Amy olhou incrédula para os irmãos, e deu seu melhor olhar de vocês sofrerão as consequências. Depois, percebeu que Annabeth estava parada, batendo o pé, mas esforçando-se para não rir da cena estúpida deles.

– Vocês tem sorte de ter sido quem encontrou vocês. Eu imagino que castigos terríveis Drew faria-os passar.

Amy gemeu com a ideia. A simples menção de “castigos da Drew” já a faziam querer vomitar. No caso das outras pessoas, a filha de Afrodite faria maquiagens ridículas e permanentes para se vingar, ou talvez obrigasse as pessoas a usar calças boca-de-sino e coisas fora de moda apertadas ou algo do tipo, mas para Amy, o castigo sempre fora muito pior. Drew a fazia ser feminina como Afrodite. Sempre a amaldiçoava com vestidos e roupas da moda, o que era a pior tortura que alguém poderia fazer com ela. Qualquer coisa que Amy vestisse acabava ficando cheia de rendas, laços cor-de-rosa, ou – na pior das hipóteses – acabava tornando-se totalmente fresco. Ela preferia mil vezes limpar os estábulos de Gerion a ter que sofrer uma maldição pelas maos de Drew.

Então, uma ideia passou pela sua cabeça. Ela sorriu maleficamente para Annabeth.

– Ei, caras. Calma. Annabeth aqui não faria nada com a gente. Não quando ela também está aqui. A menos que ela decida nos denunciar e acabe entregando que estava invisível fuçando o chalé de Afrodite, não será um problema.

Annabeth engasgou, provavelmente não havia pensado nisso. Ela era boa com táticas e estratégias, mas quando se tratava de sair de problemas, Amy era a melhor usando de tudo a seu dispor para se safar.

– Eu não... não é como...

– Que tal um acordo? - Amy sorriu para Annabeth, divertindo-se com a situação. Era a primeira vez que usava seus argumentos contra a garota e ela ficava sem palavras.

– Eu não conto nada sobre vocês aqui, e você não conta nada sobre minha visitinha?

– Exato, negocio fechado.

Travis e Connor ainda olhavam embasbacados para Amy, enquanto Annabeth colocava seu boné dos Yankees e desaparecia.

– Cara, nós deveríamos ter admitido uma garota há muito tempo!

– Isso foi demais!

– Claro, claro, não se empolguem demais- Amy sorriu, enquanto despejava o ultimo frasco de tinta no shampoo de Drew e corria para a janela, seguida de Travis e Connor.


O chalé de Poseidon estava bem mais acolhedor naquele momento.

Amy jogou-se em seu beliche, observando as fotos coladas em sua parede. Ela não lembrava de muito do seu passado, mas ainda conseguia ver a explosão do carro de sua mãe, e sua irmã trazendo Cash e ela para o acampamento. Ela não conseguira chegar, o manticore foi mais rápido.

Mesmo que doesse olhar para aquela foto – a única que possuía de sua mãe e irmã – ela não podia evitar. Lhe traziam uma paz imensa, como se elas ainda estivessem ali.

As roupas de Percy estavam espalhadas por ai. Amy revirou os olhos, mas então percebeu que as suas também ocupavam metade do chão do chalé e xingou baixinho. Cash não iria gostar nada daquilo quando chegasse.

Enquanto encarava o teto, Amy pensava em Bianca, em Cash, em Travis, Connor, e em... Nico. Ele parecia uma velha lembrança, como se já houvesse habitado os pesadelos e sonhos mais esquecidos de Amy. E, de acordo com seus recentes pesadelos, algo ruim estava para acontecer com ele. Amy não sabia o porque, mas sentia que deveria protegê-lo, como se de alguma forma eles dois estivessem ligados.

Afastou as ideias e adormeceu, esperando que não tivesse mais nenhum pesadelo.




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Notas finais do capítulo

Enfim, esse cap. foi pra conhecer um pouco a Amy, nada de mais, eu nao gostei muito, mas precisamos conhecer a personalidade dela pro seguir da historia :D



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