Naquele dia o frio não fora lembrado. A fama fora deixada de lado, a timidez desapareceu aos poucos, até mesmo a fome de certos loirinhos deixará de incomodá-lo por alguns instantes. Eles não eram de mundos iguais, mas possivelmente eram parecidos em algum aspecto. Eles eram dez jovens prontos para terem sua melhor noite.
— A comida daqui é a melhor. — Niall disse sorridente. — Que horas vamos pedir a sobremesa?
— Mas a gente acabou de comê-la. — Louis ergueu uma de suas sobrancelhas.
— Isso foi à sobremesa? — ele arregalou os olhos. — Pensei que era só a entrada.
Talvez fosse impossível não rir com as coisas que Niall dizia. Ele era engraçado até mesmo quando queria ser sério. Zayn estava ao lado de Juliet, — Liam fez questão de trocar de lugar com ele para deixá-los mais próximos — e conversava muito calmo. Ninguém ouvia suas vozes, era como se estivessem surrando. Como a minha avó costuma dizer “eles estavam conectados”.
— Vocês estão em Londres há quanto tempo? — Louis possuía aquele seu sorriso engraçado nos lábios. A maior parte do tempo ele estava fazendo piadinhas, as meninas gostavam de rir e ele adorava fazê-las rir. Até chorou quando Charlotte imitou como a mãe de Juliet a repreendia sobre os meninos. Poderia ser algo feio a se fazer, mas a mãe da garota era muito engraçada quando o assunto eram garotos.
— A mais ou menos... — Sophie contou nos dedos. — Sabe que eu não me recordo? — deu de ombros. — Não importa.
— Como não importa? — os lábios de Liam estavam tensos. Dava para ver que ele havia ficado chocado com aquela frase. — É claro que importa. Por acaso a mãe de vocês sabem como estão?

— Você é o que? — ela cruzou os braços. — Meu pai ou algo parecido?
— Eu... Eu só... — suspirou.
— Não de ouvidos a Sophie, — Ella a encarou. Ela odiava o modo como Sophie costumava trata as pessoas, mas ela sabia que tudo aquilo só fazia parte do seu modo de tentar não se deixar apegar as pessoas. — ela não é acostumada a sair com pessoas.
— Geralmente somente a cachorra dela á agüenta. — Juliet se intrometeu na conversa. Zayn estava um pouco triste com isso. — Peça desculpa ao garoto, Sophie.
— Não precisa... — Liam sorriu de lado. — Harry você pode... — naquele momento Liam notou o quanto Harry estava interessado em ficar encarando Amy. Suspirou delicadamente. O garoto deixou a mesa com um pedido de desculpas, andou até a porta da frente, enfiou as mãos nos bolos e sentiu a brisa fresca colide-se contra seu rosto. Ele nunca havia sido tão maltratado. O que ela estava pensando quando falou daquele jeito com ele? Liam só estava preocupado, ele se preocupava com todos ao seu redor. Paul costumava dizer para que ele ficasse esperto, não que ele não fosse, para que ele não acabasse se machucando com o que as pessoas podiam dizer.
— Eu não quis ser grossa. — a garota sussurrou. “Quando ela havia chegado ali?” ele pensou.
— Tudo bem. — sorriu de lado. Ele podia estar sorrindo, mas a verdade era que Liam morria de medo de acabar conhecendo Sophie melhor e ela ser como àquelas garotas que o fizeram chorar antes de ser famoso. — Só que ás vezes é difícil suportar o que as pessoas dizem, entende?
— Eu tento entender, mas ás vezes é complicado. — ela riu baixinho. — Você quer voltar lá pra dentro?

— Vai me tratar mal novamente? — ele tirou as mãos dos bolsos. No fundo Liam sentia que Sophie era uma pessoa legal, mas não queria ser alvo de mais grosserias.
— Palavra de Sophie Rodriguez.
Enquanto Liam sorria ao vê-la sorrir daquele jeito tão carinhoso, os oito naquela mesa estavam a rir d mais uma das palhaçadas de Louis. Zayn já havia trocado o número do celular com Juliet. Niall comia como uma lontra, Harry estava jogando todo seu charme para Amy, Ella não conseguia entender qual era a graça das piadas de Louis. Todos estavam entretidos demais para conseguirem notar que Charlotte não estava na mesa. Sophie sentou-se em seu lugar, escreveu seu número em um guardanapo e entregou-o para Liam — deixando uma marca impecável de seus lábios no papel.
— Zayn você pode me passar essa caneta? — Ella sussurrou, mas ele não lhe deu ouvidos, estava concentrado demais em conversar com Juliet. — Zayn? Meu deus, alguém me passa essa caneta, por favor.
— Eu pego pra você. — Louis sorriu de lado. Entregou a caneta tocando as pontas dos dedos da garota. Ela era muito bonita. Piscou lentamente. Olhou em volta. — Desde quando estamos em nove? — coçou a nuca.
— Não estamos em nove. — Niall disse após comer uns doces. — Estamos em dez. Deixa de ser burrinho, Tommo.
— Ele está certo... — Liam contou os integrantes. — Charlotte não está...
— CHARLOTTE? — a voz de Juliet parecia assustada. Ela levantou-se indo em direção ao garçom, perguntou algo e em seguida andou até o toalete.
— O que acontece?— Zayn fez beicinho.
— É complicado. — Amy suspirou. Ela era tão fofa que fazia Harry perder a linha do raciocínio.
— O que Amy quer dizer é que Charlotte sofre por comida. — Sophie disse. Ela havia prometido guardar segredo, ainda pior, ela havia prometido não ser grossa para Liam há alguns segundos. Suspirou quando notou a cara feia que Ella e Amy possuíam.
— Você quer dizer o que? — Niall ergueu uma de suas sobrancelhas grossas.
— Que... — pensou. Esfregou os polegares no queixo. — ela não se dá bem com certas comidas.
Pelo menos ela não havia sido tão arrogante como de costume, mentir era a melhor das opções — pelo menos por enquanto. Juliet havia se disponibilizado a levar Charlotte de volta ao hotel. Amy, Ella e Sophie ficaram fazendo companhia aos garotos, afinal a noite ainda não havia acabado. Zayn estava preocupado com Juliet e com Charlotte, mas ele teve de ficar com os garotos enquanto queria estar ajudando a menina.
Você já se imaginou vivendo um sonho de milhares de garotas? Elas desejam ter um dia com seus ídolos, poder abraçá-los, poder dizer lhes o quanto os amava e poder ter lembranças eternas daqueles momentos. Elas haviam ganhado essa oferta do destino. Estavam vivendo um sonho ao lado dos ídolos de centenas de garotas, mas não pareciam saber aproveitar muito bem. Pode parecer que as coisas estão indo de mal a pior, mas como diz a minha avó “tudo fica melhor quando chega à metade”.