Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 55
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Estávamos perdendo por 3x2 e o jogo estava perto de terminar. Olhei novamente para o banco de reservas e Anne estava, aparentemente, entediada. Quando a zagueira do outro time se aproximou, simulei uma falta e o juiz acreditou. Fingi ter torcido o pé e fiz um sinal para a técnica, para que me substitui-se. Ela chamou Anne, que não acreditou muito e toda atrapalhada, tirou o casaco e a calça. Sai do campo de maca e Anne veio até a mim.

“Obrigada.” –Ela disse apertando a minha mão.

Assim que Anne entrou, sai da maca, como se nada tivesse acontecido. Olhei para Teddy e Mary na arquibancada e eles pareciam assustados. Sorri para eles e Mary ficou aliviada. Do banco, pude observar Anne marcar o gol de empate. Me levantei e a aplaudi. Na comemoração, ela correu até o banco e me abraçou. Ela olhou pra mim e seus olhos brilhavam. Era uma grande recompensa para mim.

O jogo terminou empatado e decidiríamos na prorrogação. Lori virou o jogo e durante sua comemoração, apontou para Teddy. Olhei para ele e ele fez um sinal de “ela é louca” e comecei a rir. Olhei para onde Ethan estava sentado e ele piscou pra mim, sorri sem graça e voltei a prestar atenção no jogo. Fim da prorrogação, ganhamos por 3x4. As pessoas desceram das arquibancadas e invadiram o campo, para cumprimentar as jogadoras. Quando vi que Teddy já havia descido, corri até ele e o abracei.

“Você machucou o pé?” –Ele perguntou me soltando.

“Não. Foi tudo uma farsa. Fiz isso para Anne entrar.” –Eu disse rindo.

Olhei para Anne e seus pais a abraçavam muito. Era incrível poder vê-la sorrindo. Avistei Ethan um pouco distante, com receio de se aproximar.

“Só um minuto.” –Eu disse para Teddy e Mary.

Fui até Ethan e parei na sua frente.

“Parabéns, pequena.” –Ele disse.

Ethan estava encostado na grade e com suas mãos nos bolsos da frente da calça.

“Obrigada por ter vindo.” –Eu disse.

“Não perderia seu primeiro jogo.” –Disse Ethan.

“Veio sozinho?” –Perguntei.

“Sim. O jogo poderia ter sido em um lugar mais perto.” –Ele disse.

“Não quer voltar com Mary?” –Perguntei.

Ethan me olhava e depois da pergunta, olhou em direção a Teddy.

“Acho que ele não iria gostar.” –Ele respondeu.

“Eu posso ver se o Teddy pode voltar de ônibus com o time.” –Eu disse. –“Daí você volta com a Mary.” –Completei.

Deixei Ethan onde ele estava e corri até Lori. Ela estava andando rumo ao vestiário e estava sozinha. Nenhum de seus parentes foi assistir ao jogo, supostamente, devido a distância.

“Lori!” –Gritei.

Ela parou de andar e se virou.

“Tem vaga no ônibus para o Teddy?” –Perguntei.

Ela demorou a responder, como se quisesse dizer “não”.

“Tem sim. Estejam lá em quarenta minutos.” –Ela disse.

“Obrigada!” –Eu disse rindo.

Por um momento, quis abraçar a Lori, mas seria meio estranho fazer isso em público. Fui em direção a Mary e Teddy.

“Olha, Teddy, você vem comigo no ônibus e Ethan volta com a Mary.” –Eu disse.

“Por mim tudo bem.” –Disse Mary. –“Ele veio sozinho?” –Ela completou.

“Sim, veio.”- Respondi.

“Coitado...” –Ela disse.

Tudo acertado, Teddy e eu fomos nos dois últimos bancos do ônibus e Anne foi na nossa frente. Apesar de ter ficado no banco metade do jogo, eu estava cansada e acabei dormindo no ombro de Teddy. Acho que babei.

  Chegamos na escola e Mary demorou quinze minutos para aparecer, já sem o Ethan. Entramos no carro e Mary deixou Teddy na casa dele e enfim, fomos para a nossa. Tomei um banho gelado por vinte minutos, eu poderia passar o dia todo naquele Box. Me enrolei na toalha e fui para o quarto. Com preguiça de me arrumar, deitei de toalha na cama. Viajei em pensamentos, em duas semanas eu estaria no Rio de Janeiro, pela primeira vez depois de tudo o que me aconteceu. Meu maior medo era meus pais terem saído da prisão e ao mesmo tempo eu queria vê-los, para cuspir na cara deles tudo o que eu tenho pra dizer, mostrar como estou hoje, e mostrar que estou muito melhor sem eles. O campeonato de hóquei ia ter uma pausa para as férias e só voltaria dia 08 de janeiro. Todo dia eu penso o que estaria fazendo se eu nunca tivesse vindo para Framlingham, acho que já estaria grávida e meu pais iriam querer abortar meu filho e eu não iria deixar, mas eles iam conseguir, eles sempre conseguiam acabar com a minha vida mesmo. Meus pensamentos se misturavam, agora Ethan vinha a minha mente. As vezes, acho que deveria terminar com Teddy e viver sozinha. Ethan me deixava bastante confusa e não acho que isso é muito legal enquanto se está namorando outra pessoa. Teddy pode negar por toda sua vida, mas April ainda mexe com ele de alguma forma.

Já era domingo, hora do almoço. A campainha tocou duas vezes e corri para atender. Era Teddy, ele foi convidado para almoçar conosco. O abracei e o puxei para dentro. O almoço ainda não estava totalmente pronto e fomos para a sala.

“Nossa, meu corpo todo dói.” –Eu disse.

“E você treina três vezes por semana, não deveria estar assim.” –Ele disse.

“É a idade.” –Comentei.

Teddy sorriu e se levantou.

“Vou ao banheiro.” –Ele disse.

Teddy foi em direção ao banheiro do primeiro andar. Olhei para o sofá e seu celular havia caído de seu bolso. Olhei para a porta da sala, para ver se Teddy não estava vindo e peguei seu celular. Fui em mensagens. Haviam quinze mensagens da April, uma não lida, enviada de manhã. Pensei em não ler, invasão de privacidade, mas quando se tem April, regras não existem. Cliquei.

“Amorzinho, quando nos veremos de novo? Meu pai vai preparar o jantar de hoje, jante conosco. Me responda. Te amo. Ax” –Dizia a mensagem não lida.

Fiquei com medo de ler as outras quatorze. Cliquei na anterior a essa, enviada ontem, na hora do jogo.

Você está no jogo da sua namoradinha? Que tal passar aqui em casa depois disso? Ax” –Dizia a mensagem.

Decidi ler a resposta.

Passo ai sim, é melhor escolher um filme bom para vermos. Ex” –Teddy respondeu.

Larguei o celular no sofá e segurei o choro. Pude sentir meu coração explodir dentro de mim e minha vida sair em lágrimas. Teddy voltou do banheiro e se sentou do meu lado.

“Por que choras?” –Ele perguntou.

“Pergunte a April!” –Eu disse.

Me levantei, ainda chorando.

“Sai da minha casa!” –Eu disse.

“Mas...” –Ele nada entendia.

“Vá ver um filminho na casa da sua amante.” –Eu disse.

“Do que você está falando?” –Ele perguntou se levantando.

Dei um tapa em seu rosto e depois me arrependi, mas não me desculpei.

“Sai da minha casa!!” –Gritei.

Mary apareceu na porta da sala.

“O que está acontecendo aqui?” –Ela perguntou.

“Ele está me traindo com a April!” –Eu disse.

“Não estou te traindo, Yolanda!” –Disse Teddy.

Eu comecei a empurrá-lo em direção a porta e Teddy fazia força para não se deixar levar. Paramos em frente a porta e a abri.

“Não está me traindo? Mas se encontra escondido com ela. Suma da minha frente!” –Eu disse.

Teddy nada respondeu, resumindo, eu estava certa. Teddy saiu e assim que ele pisou fora de casa, bati a porta em sua cara. Fui até Mary e a abracei.

“Eu li as mensagens da April pra ele, Mary, e ele respondia com o mesmo carinho.” –Eu disse chorando.

Mary apenas passava sua mão esquerda no meu cabelo. A soltei e fui em direção ao telefone, disquei o número de Ethan.

“Alô?” –Ele atendeu.

“Vem aqui, por favor!” –Eu disse chorando.

“Tá, eu já chego ai, se acalma.” –Disse Ethan.

Me deitei no sofá e eu não tinha mais forças para chorar. Ethan demorou menos do que eu esperava, mas ainda assim, parecia uma eternidade. Ele tocou a campainha uma única vez e corri até a porta. Mal a abri, pulei em seus braços. Eu sentia como se minha queda não tivesse fim.

“O que houve?” –Ethan perguntou, ainda me abraçando.

“Teddy está me traindo com a April.” –Eu disse chorando.

“Ele não faria isso.” –Disse Ethan.

Incrível, esse era o momento certo para Ethan acabar com as chances de Teddy, mas preferiu defendê-lo. Parei de abraçar o Ethan e o olhei.

“Li as mensagens da April para ele, eles estavam se encontrando escondido. Podem não ter feito nada, mas ele traiu minha confiança!” –Eu disse.

“E o que você pretende fazer?” –Ethan perguntou.

“Nunca mais olhar na cara dele.” –Respondi.

“Você está nervosa, não deveria tomar decisões assim.” –Ele disse.

Ethan estava sendo mais compreensivo do que eu esperava.

“Vocês vem almoçar?” –Mary perguntou.

“Eu já almocei, senhorita Lane.” –Disse Ethan.

“Perdi a fome.” –Eu disse.

“Coma alguma coisa.” –Ethan disse.

Neguei com a cabeça. Nós ainda estávamos do lado de fora da casa, eu estava tão perturbada que nem convidei Ethan para entrar.

“Vamos andar por ai, daí te levo em algum lugar pra comer alguma coisa.” –Disse Ethan olhando pra mim.

“Ótima ideia, Ethan.” –Disse Mary.

Sei que Teddy não faria isso comigo, me trair, mas eu já estava cansada de ter April escondida em nossa história. Desconfio que April ainda esteja triste com a morte de sua mãe e Teddy se ofereceu para ajudá-la em sua recuperação mas, custava contar pra mim? Era sempre assim as coisas quando se tinha April, segredos e mais segredos. Simplesmente não aguentava mais viver assim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, me deu uma dor no coração escrever esse capítulo, mas to seguindo meu roteiro KKKKK
espero que tenham gostado.
OBRIGADA POR LER. ♥



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