Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 18
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Havia passado uma semana desde o da do teste. Era meu primeiro dia de aula com Ethan. Marcamos para que as aulas acontecessem a tarde, com a duração de uma hora e meia. Como marcado, nos encontramos no pátio externo. Ethan estava com seu violino e dois cadernos. Ed não estava comigo, disse que resolveria algo no grupo de música.

“Quanto cobrará pelas aulas?” – Perguntei.

“O seu futuro sucesso!” – Ele disse abrindo o estojo do violino.

Como da última vez, fiquei com vergonha e nada respondi. Nos sentamos sobre uma toalha que Ethan havia trazido. Ele começou a tocar uma música, a qual ele considerava mais fácil. Não foi o que parecia. Eu ficava olhando ele tocando seu violino e só me vinha Ed e seu violão na minha cabeça, porque ambos tocavam com amor a música. Enquanto Ethan tocava, minha mente ia para longe, era uma sensação boa. Ele parou de tocar e eu aplaudi, pude notar que ele ficou sem graça.

Ele me entregou uma folha falando sobre as cordas do violino e leu comigo o que havia nela, e na próxima aula ele me daria o violino para saber o som de cada uma. Enquanto a gente conversava, pude notar que Ed saíra do prédio e vinha em nossa direção.

“Aprendeu tudo?” – Ele disse se sentando ao meu lado.

“Claro! Sou muito inteligente!” – Eu disse rindo.

“Mas é inteligente mesmo!” – Disse Ethan.

Na mesma hora, Ed parou de rir e eu pude notar isso. Sabia que eles eram amigos e eu não queria estragar tudo de alguma forma. Coloquei minha mão direita no braço esquerdo de Ed e ele me olhou. Sorri como se quisesse passar que estava tudo bem.

“Como foi lá?” – Perguntei.

“Ta tudo bem!” – Disse Ed.

“Hoje a aula pode acabar mais cedo, leia essa folha, estude ou grave, pois dependeremos da mesma para a próxima aula!” – Disse Ethan guardando o violino.

Ethan se levantou e levantei em seguida. Ed permaneceu sentado. Ehtan apertou a mão de Ed e se virou para mim. O abracei e ele logo retribuiu. Continuei em pé o observando ir embora. Olhei para Ed.

“Não precisava ter se levantado!” – Disse Ed.

“Quis ser gentil, afinal, ele está me ensinando violino de graça!” – Eu disse me sentando.

“Eu poderia ter te ensinado violão.” – Ele disse.

“Aposto que Sam iria adorar uma aula de violão!” – Eu disse.

“Obrigado por recusar minha aula.” – Ed disse.

O olhei espantada com tal rispidez na voz.

“Mas foi o Ethan quem se ofereceu, não pedi nada a ele!” – Eu disse.

“Não quero suas explicações.” – Ele disse.

“Okay então...” – Eu disse guardando o papel entregue pelo Ethan.

Ficou um silêncio muito desagradável e desconfortável. Eu não entendia porque Ed agora odiava Ethan, pareciam tão amigos da primeira vez que os vi juntos. Eu queria quebrar o silêncio, mas o meu mal era arrumar assunto. Mesmo que com Ed a conversa fluísse sempre, quando esses silêncios aconteciam, eu nunca sabia o que fazer, e quando abria a boca, era para falar besteira ou um assunto que só fizesse que o silêncio aumentasse. Fiquei encarando Ed, que estava arrancando as gramas.

“Eu já te contei que minha vontade sempre foi aprender a tocar violino...” – Eu disse com um tom de voz baixo.

Ele finalmente me olhou e demorou alguns minutos para dizer algo, talvez estivesse pensando no que responder, ou estava pensando em como me dar um fora delicadamente.

“Desculpa é que...”- Ele disse. –“Desculpa.”

Suas palavras pareciam sinceras. Me arrastei para mais próximo dele e deitei minha cabeça em seu ombro esquerdo. Senti ele encostar sua cabeça na minha. Passei meu braço direito por dentro do braço esquerdo dele e abracei seu braço. Ficamos assim, talvez por dez minutos. Dessa vez, eu queria que o assunto permanecesse, porque estávamos tão bem.

“Quando você terminar de aprender violino, posso te ensinar violão?” – Ed disse.

Levantei minha cabeça e o olhei. Ele sorriu sem graça e eu dei um largo sorriso.

“Se você quiser esperar até lá...” – Eu disse.

“O tempo que for.” – Ele disse.

Sorri novamente e dei um beijo na bochecha dele. E esse momento só me faziam lembrar das duas músicas que ele compusera no lago, falando sobre beijos na bochecha. Como era bom ouvir essas palavras delicadas vindo de Ed. Brigar com ele fazia meu coração doer, apesar de eu não encarar como briga, mas doía.

Não queríamos ir pra casa. Meu teste de hóquei seria no dia seguinte e eu estava preparada para o que Lori supostamente iría fazer comigo. Como a minha vontade era de não passar, estava pouco me preocupando com o que Lori faria para que eu não entrasse para o time. Depois de ficarmos meia hora sem fazer nada. Ed e eu decidimos ir embora, caminhando sem pressa. Eu sempre reparava todas as casas, e pude notar que a minha e do Ed eram as únicas com varanda, porque ficavam mais distantes do centro da cidade. As casas são todas perfeitamente iguais, dando um lindo charme a cidade. As ruas vivam limpas e um ar puro e um pouco gelado.  Quando chegamos em casa, ficamos parados na varanda por um tempo. A varanda não era grande, só cabia a gente, aliás, ela só pegava a porta e tinha uma pequena coberta e dois degraus que davam na porta. Quando finalmente entramos em casa, Mary estava na sala com uma mulher. Ambas se levantaram ao me ver e entrei na sala desconfiada.

“Yolanda... eu vou assinar os papéis para a sua adoção!” – Ela disse.

Eu fiquei estática olhando a Mary, pude sentir a mão de Ed passar pelas minhas costas. Mary veio em minha direção e me abraçou, demorei para reagir ao abraço e finalmente a envolvi com meus braços. Eu não sabia o que sentir, o que dizer, eu me sentia confusa. Mary só era lágrimas e me soltou. Me virei para Ed e deixei que ele me abraçasse, deitei minha cabeça em seu ombro e comecei a chorar. Pude notar que Mary enxugava suas lágrimas e voltara a falar com a tal mulher. Levantei a cabeça, mas permaneci abraçando o Ed.

“E quando será isso?” – Perguntei.

“Daqui a uma semana.” – Disse a outra mulher.

Parei de abraçar o Ed e fiquei olhando para ele. Suas duas mãos foram de encontro ao meu rosto, para secar minhas lágrimas. Seu toque era delicado e suas mãos como sempre, geladas. Mary nos levou para a cozinha para comermos a janta e voltou a conversar em particular com a outra mulher.

“Eu não acredito nisso!” – Eu disse abrindo a geladeira.

“Fico muito feliz por você!” – Disse Ed pegando os copos no armário.

“Agora posso chamar alguém de mãe!” – Eu disse colocando uma garrafa de suco na mesa.

Ed colocou os copos ao lado do jarro de suco e pediu para que eu me sentasse e serviu o suco para nós. Começamos a jantar e evitamos conversar durante a comida. Ao terminar, Mary entrou na cozinha, a mulher já havia ido embora.

Esse tempo todo que estive com Mary, serviu de observação, para ver se nos dávamos bem e depois poderia efetivar uma adoção. Já que meus parentes já estávamos mortos e meus pais presos por me tratarem mal, perderam minha guarda. Não sei porque, mas eu só pensava em Amy, que teria mesma idade que eu agora e não queria que, de alguma forma, ela esteja me usando para substituir a Amy, quero que ela me adote por gostar de mim e não me comparar com sua filha. Meu coração se sentia feliz, porque terá um espaço sempre vazio, agora ocupado, e também, por fazer Mary feliz, acho que não existe dor maior que perder um filho, e um filho tão bom quanto Amy parecia ser. As coisas positivas finalmente estavam acontecendo pra mim...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *-* espero que sim.
OBRIGADA POR LEREM ♥
comentem o que acharam, pfvr.



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