Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 14
A carta




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Eu tinha que ir embora de lá. Sai imediatamente de sala e liguei para Mary me buscar a autorizar minha saída. Eu apenas chorava ao telefone. Lori foi para a aula e Ed permaneceu no pátio externo. Aproveitei e fui até ele.

“Muito, muito obrigada por me fazer chorar de tristeza novamente...” – Eu disse.

“Pode não parecer, mas estou fazendo o melhor pra você!” – Ele disse.

“HA HA jura? Nossa e que bem seria esse? Você está fazendo meu coração doer novamente! Nunca, nunca mais olhe na minha cara. NUNCA!” – Eu disse me virando para ir embora.

Esperei Mary por vinte minutos e assim que a vi, a abracei apertado. Porque naquele momento, ela era a única pessoa que eu tinha e confiava.

Quando chegamos em casa, eu fui direto para o meu quarto e me tranquei nele. Depois de duas horas, a campainha tocou uma única vez, e nem me importei. Minutos depois, Mary bate na porta do meu quarto e entra.

“Desculpa, Yolanda, mas deixaram essa carta na porta, e tem seu nome!” – Ela disse me entregando.

“Obrigada!” – Peguei a carta.

Mary saiu e eu rasguei o envelope na lateral direita e tirei o papel que havia dentro.

Olá, Landy. Não diga que nunca mais quer me ver, porque meus olhos já se acostumaram a encontrar os seus. E se eu estou fazendo isso é porque tem um motivo muito importante para mim, que é a sua paz naquele colégio. Sei que você nunca conseguiu se firmar em escola alguma e que nunca se sentiu bem estudando como se sente agora. Lori sabe da sua vida no Brasil, ela achou na Internet um jornal brasileiro o qual tem uma matéria sobre a prisão de seus pais e tudo o que fizeram contigo, ela me chantageou falando para eu não falar mais contigo e ficar com ela, caso contrário, contaria tudo para toda a escola. Eu não agüento mais viver assim, mas não agüentaria mais vendo você ter que sair da escola porque ninguém te deixa em paz. E mais uma coisa, fiquei feliz por você ter ido ao estúdio, pelo menos se importa comigo. A Lori só foi para ficar de olho em mim, para eu não manter contato contigo fora da escola. Essa carta mando através da minha mãe, que se ofereceu em me ajudar. Ela quem deixou a carta em sua porta, para não corrermos algum risco...

Sinto muito por ter estragado o seu dia, acabei estragando o meu também, e o fim de semana não sai da minha cabeça, se eu soubesse que logo depois as coisas ficariam assim, não teria te trazido de volta.

Espero que me entenda, estou sofrendo tanto quanto você...

Se cuida. Ed x”

Fiquei olhando para a carta por uns dez minutos, demorei para chorar, porque eu apenas queria sorrir, porque as coisas não eram como eu imaginava e Ed se preocupava de verdade comigo. Eu não poderia deixá-lo sofrer com uma história que não é dele, assim como ele me faz bem, eu tinha que mantê-lo sempre sorrindo. Essa carta fez com que meu dia melhorasse um pouco.


Dia seguinte

No ônibus para a escola, evitei contatos com o Ed e foi assim até a hora do intervalo. Uma voz na rádio da escola, disse para todos que estivessem no intervalo, se reunirem no refeitório, pois seria dada uma informação. Dito e feito, todos estavam lá, uns sentados e outros em pé, falavam alto e não dava para entender a conversa de ninguém.

Até que eu subi em uma mesa bem no centro do refeitório e todos me olharam, fiquei observando eles por uns cinco minutos. Observei que Ed passava entre todos, para chegar mais perto.

“Eu... sempre escondi o meu passado, porque de certa forma, eu queria algo novo e esconder isso está fazendo mal a alguém, que não sou eu...” – Fui interrompida.

Era Ed, que sussurrava o meu nome, ele batia na mesa.

“Desce daí, desce!” – Ele sussurrava.

Me abaixei e bati na mão dele.

“Para com isso, Ed... eu vou contar tudo e vamos ficar bem!” – Eu sussurrava.

“Não, você não vai ficar bem...” - Ele disse.

Me levantei e olhei ao redor. Lori estava na porta do refeitório, não esboçava nenhuma reação. Decidi continuar.

“Se procurarem na internet, Família Ferragni Brasil e saibam, da minha história... Sei que eu vou ser excluída, julgada. Uns terão pena, outros terão nojo, outros continuaram sem saber que eu sou mas... me sinto mais leve agora, porque aquela menina.” – Apontei para Lori. –“Estava fazendo uma covardia sem tamanho com meu amigo... que, ao invés de me machucar, como ela queria, estava estragando a vida dele. Aliás, Lori, você faz isso com a vida de todo mundo!” – Eu disse olhando para ela.

Todos se viraram para ela e ela saiu do refeitório. Voltaram a me olhar.

“Agradeço por me ouvirem... é isso.” – Eu disse e desci da mesa.

Ed ficou me olhando, sem acreditar no que eu havia dito e simplesmente me abraçou. Ficamos longos minutos abraçados.

“Eu não acredito que você fez isso...só para falar comigo!” – Ele disse passando as mãos pelos meus cabelos.

“Nem eu acredito!” – Eu disse rindo.

“E se começarem a te tratar mal?” – Ele perguntou.

“Essa sou eu e os verdadeiros estarão comigo...” – Eu disse olhando para ele.

Nos abraçamos novamente e o sinal tocou para a próxima aula.


Na hora da saída, eu e Ed esperávamos o ônibus, quando uma menina vem correndo até a gente.

“Yolanda! Eu procurei na internet e eu... sinto muito, e admiro você por estar aqui atrás de uma nova vida!” – Disse a garota.

“Sério? E seu nome é...?” – Eu perguntei.

“Crystal... meu nome é Crystal!” – Ela disse apertando a minha mão.

“Muito obrigada... de verdade, já está valendo muito ter contado tudo!” – Eu disse ainda segurando a mão dela.

Ed e eu decidimos recusar o ônibus e fomos andando, ele disse que era para compensar o dia de ontem. Ele é o tipo de pessoa que você nunca vai conhece-la totalmente, porque ele a cada dia te surpreende, positivamente. Ed é o que podemos chamar de transparente, os olhos dele transmitem muito o que ele quer e sente, e depois que você o conhece melhor, identificar seus olhares fica mais fácil. A última coisa que eu era, era transparente. Queria ser que nem ele, mas meu olhar era vazio.

Finalmente chegamos em casa. Ed e eu ficamos sentados na escada da varanda, conversamos sobre nada e ao mesmo tempo sobre tudo. Ficamos uma hora falando e falando. Fiquei 14 anos da minha vida sem falar com Ed, e quando comecei a ouvir sua voz, não poderia parar nunca mais, e ontem, foi o pior dia da minha real vida e fico feliz que estejamos bem novamente.



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Notas finais do capítulo

Gente, estou com MEDO de o fanfiction EXCLUIR
minha fanfic em dezembro.
Acham que ir para o TUMBLR seja uma solução legal?
COMENTEM, POR FAVOR *_*
obrigada por lerem. ♥



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