Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 121
Primeiro pedaço




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A música parou. Vi uma luz forte vir da porta da cozinha. As pessoas estavam cantando uma música que tinha dificuldade em chegar aos meus ouvidos. Poucos minutos depois, Teddy identificou o ritmo da música e começou a bater palmas. Ele sorria. Finalmente identifiquei o que cantavam e levei minhas mãos ao meu rosto. Eu estava surpresa. Camilla carregava em mãos um pequeno bolo com cinco velas. Três brilhavam como fogos de artifício. Outras duas formavam a minha idade. Antes de eu assoprar as velas, Teddy pediu para que eu fizesse um pedido. Neguei com a cabeça e assoprei. Apagadas, as velas voltaram a pegar fogo. Teddy as apagou. Todos gritaram e Camilla colocou o bolo sobre o balcão do bar.

“Tem mais lá dentro.” –Ela disse. –“Esse é nosso!”

Camilla pegou uma faca com o barman e partiu um pedaço. Colocou em um pequeno prato laranja e me deu.

“Pra quem você dará o primeiro pedaço?” –Ela perguntou.

Eu estava cercada por Teddy, Camilla e Joana. Eu olhei para cada um. Eles sorriam. Eu queria poder dividir aquele pedaço para os três, não queria cometer uma injustiça. Camilla estava do meu lado direito e se escorava no balcão, por cima do seu ombro direito, pude ver Pedro, que secava um copo de vidro e olhava para a gente. Camilla se virou, para ver para onde eu olhava.

“Você não está pensando em... está?” –Ela perguntou.

Não respondi e fui até ele. Ofereci o bolo a ele e disse que era o primeiro pedaço. Pedro encarava o bolo e depois seus olhos ficaram perdidos. Não sabiam se olhavam os meus olhos ou o bolo. Pedro saiu e deu a volta no balcão. Ele não pegou o bolo e me abraçou. O abraço não durou muito e ele me soltou. Pegou o bolo e agradeceu. O deixei comer em paz e voltei para Camilla e cia.

“Você está maluca?” –Camilla perguntou.

“Por que? Eu já estou bem resolvida com a minha vida e já perdoei o Pedro, todos sabem disso.”

“Mas ele trouxe a Martina.”

“Não me importa. Que ele seja feliz com ela. Agora, sou madura o suficiente para saber o quão importante ele foi na minha vida, só isso.”

Eles ficaram em silêncio e meus ouvidos buscaram compreender a música que tocava. Era The Wanted. Camilla partiu outro pedaço e saiu. Joana fez a mesma coisa. Elas foram para o canto reservado, onde tem os pequenos sofás. O bolo já estava quase pela metade. Por dentro, ele era todo de chocolate, inclusive o recheio. Por fora, os confetes coloridos se prendiam ao chantily.

“Fiz errado em dar o primeiro pedaço para o Pedro?” –Perguntei para Teddy, enquanto eu partia o bolo.

Ele sorriu e negou com a cabeça. Comemos mais um pedaço do bolo e o deixamos sobre o balcão, para quem quisesse se servir. Dançamos mais um poucos. Bexigas de ar começaram a ser jogada sobre nós. Não caiam do teto. Sara e alguns amigos retiravam as bolas de um saco preto e jogavam. Eram brancas e douradas. Várias começaram a estourar. Uns levavam susto. Outros riam. Outros estouravam de propósito. Teddy me puxou, estava se irritando com todo o barulho confuso. Quando vi, estávamos fora da boate. Mais ninguém aguardava lá fora para entrar. Ventava muito, mais pelo fato de estarmos em frente a praia. O vapor quente se chocava com nossas peles congeladas pelo ar condicionado. Nos sentamos em um banco no calçadão e ficamos olhando o mar. Parecia tão preto quanto petróleo. A lua foi coberta por uma pequena nuvem. Era muito tarde. Ou cedo demais. Olhei para o relógio e já passavam das três da manhã. Teddy não parecia estar com sono. Ele olhava fixo para as ondas se quebrando. Poucos carros passavam atrás de nós. Teddy parecia estar pensando em algum assunto, mas seus lábios não mexiam. Ele estava realmente paralisado. Passei meu braço direito entre seu corpo e o braço esquerdo, foi quando pareceu que Teddy havia retornado ao mundo. Ele me olhou assustado e logo sorriu. Nossas peles agora estavam geladas por causa da brisa fria do mar que se misturava com um vento quente.

“Por que não diz nada?” –Perguntei.

Teddy deu de ombros e continuou olhando para o mar.

“Você está muito bêbado.”

Ele prendeu o riso, não por muito tempo e logo o deixou escapar. Teddy afirmou com a cabeça e continuou rindo. Sinceramente, não sei do que. Deitei minha cabeça em seu ombro e tentei me prender ao mar também. Minutos depois, olhei para ele e seus olhos se fechavam aos poucos. O balancei e Teddy abriu os olhos.

“Você está dormindo!” –Eu disse.

“Estou acordado... acordado...” –Ele disse, fechando seus olhos novamente.

“Vamos embora.” –Eu disse.

Nos levantamos e esperamos aparecer uma táxi, enquanto isso, liguei para Camilla dizendo que ia embora. Ela gritou muito no telefone e desliguei sem avisar. Teddy foi no banco de trás comigo. Lembrei de quando nos reencontramos. Minhas mente se deliciava com as lembranças. Do meu lado esquerdo, Teddy dormia. Roncava. Ele parecia exausto. Diferente do Teddy que encontrei em agosto. O taxista parecia apressado. Não parou em um sinal vermelho e quase bateu em um cruzamento. Antes de virar na rua do apartamento, acordei Teddy, para avisá-lo de que eu ia descer. O taxista parou o carro bem na porta e desci. Teddy também desceu e pagou o táxi.

“Não vai pro hotel?” –Perguntei.

“Não, minhas coisas estão com a Sara.” –Ele disse.

“Então...”

“É. É isso mesmo. Vou dormir ai. Agora vamos que eu estou com fome.” –Ele disse, entrando no prédio.

Teddy perguntou onde era a cozinha. Apontei e ele caminhou até lá. Abriu a geladeira e ficou olhando tudo o que tinha. Me ofereci para preparar um sanduíche. Ele imediatamente fechou a geladeira e foi para a sala, aguardar seu lanche. Fiz um misto quente carioca para ele. Servi com um suco de laranja. Ele me perguntou quatro vezes se tinha refrigerante. Mesmo eu dizendo que não tinha, ele insistia em perguntar. Em questão de poucos segundos, Teddy havia terminado seu lanche.

“Seria estranho se fossemos para o quarto agora?”

“Por que seria estra...oh, espera um minuto...”

Teddy começou a rir e tirou seu casaco. Já comecei entrar em pânico ali. Eu comecei a ficar nervosa e ficar com calor. Não sei ao certo dizer como me senti, mas parecia que meu corpo estava dentro de um microondas e esquentava de dentro para fora. Teddy foi para o quarto. Errou a porta e encontrou no da Camilla.

“Vamos fazer nesse berço!” –Ele gritou do quarto.

“Cala a boca!” –Gritei. –“Porta da frente.”

Ele saiu do quarto de Camilla e errou a maçaneta da porta por três vezes e enfim, abriu a porta. Ele se jogou na cama. Me levantei do sofá e fui até ele. Quando entrei, Teddy já estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

MUITO Obrigada por acompanharem e bla bla. Chateada porque a galera do Rio não foi ao encontro Sheerio no último sábado (16). Vamos ver se no próximo a galera aprende o que é ter "palavra." Enfim, desculpem a demora por postar, tenho meus problemas pessoais e não é toda hora que tenho cabeça para me esforça a fazer um capítulo que gostem. Espero que gostem. Beijos.
jenny, eddictedhoran



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