Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 116
Quando vai se sentir feliz novamente?




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Pedro foi para o quarto dela, onde ele devia estar acostumado a ficar todas as noites. Martina estava sentada no sofá vermelho, me sentei também, para poder conversar olhando em seus olhos verdes, assim como os do Pedro, mas os dela eram mais escuros.

“Sabia que Pedro era noivo?”

“Sim.”

“E por que aceitou fazer isso?”

“Ele quem aceitou. Eu fiquei atrás dele por meses, mas sempre recusou.”

“Mas por que ele? Sabia que ele era comprometido.”

Martina contou que traiu muito Sérgio, mas não eram amantes fixos, ela mal os via na semana seguinte. Com Pedro foi diferente, pois ela o via sempre na boate e começou a gostar dele de verdade. Nada explica o que os dois fizeram comigo.

“Eu olho para você e eu só consigo sentir pena. Se casou por dinheiro, nunca amou, traiu o marido, fez um cara incrível, como Pedro, trair a noiva. Qual a sua função na vida? Ocupar espaço?”

Martina ficou espantada com minhas palavras e ameaçou me bater. Segurei suas mãos a tempo.

“Quando eu acho que você não pode mais ser um ser humano desprezível, você vai lá e tenta bater em mim, com essas mãos sujas.”

Martina pediu para que eu saísse de seu apartamento. Falei que ela poderia ficar com Pedro. Ele ouviu e saiu do quarto. Perguntou se eu estava falando sério e não o respondi. Sai sem ele. Enquanto eu esperava o elevador, Pedro veio atrás de mim.

“Você vai me deixar mesmo?”

“Pedro, eu não agüento mais nada na minha vida. Sabe o que é acordar todos os dias se perguntando quando vai se sentir feliz novamente? Você devia se sentir bem todas as noites, enquanto eu preparava a janta para quatro e apenas três estavam a mesa.”

Pedro ficou parado me olhando. Eu fui atraída pelo barulho da porta do elevador se abrindo. Entrei e Pedro ainda estava lá, enquanto a porta se fechava. Contei tudo para Pablo e Sara.

“Eu teria espancado ela. Junto com o Pedro.” –Comentou Sara, enquanto dirigia.

Pablo não deu sua opinião, mas aposto que ele defenderia Pedro, afinal, ele é homem também e são amigos há muitos anos. Quando chegamos em casa. As coisas de Pedro já estavam todas sobre a cama.

“Já arrumei tudo pra você.” –Disse Camilla.

Nunca vou entender Camilla. Cada dia mais eu tinha certeza de que ela não me queria com ele. Nunca quis. Ela colocou as roupas de Pedro em uma mala. Deixei que ela fizesse o que bem quisesse, menos que jogasse tudo fora. Me deitei no sofá.

Abri os olhos e o sol não iluminava mais a sala. Estava tudo apagado, exceto a luz do poste lá fora. Me levantei e um feixe de luz iluminava o chão do corredor. Era a luz do quarto de Camilla. Bati na porta e ela gritou pra eu entrar. A luz invadiu minha pupila e eu pouco conseguia enxergar. Quando me acostumei com a luz, perguntei sobre o que ela fez com as roupas de Pedro. Ela disse que colocou tudo no apartamento de Pedro, onde Pedro estava passando os dias. Eu me sentia mal por estar fazendo isso com ele, mas era melhor esperar a tempestade passar um pouco para poder conversar melhor sobre o nosso futuro. Ele não pensou duas vezes enquanto me traia por quase dois anos. A sua relação com Martina estava se tornando cada vez mais concreta. O que confirma isso era o fato dele ter a trazido para nos visitar. Camilla se livrou dos dois vestidos que Penny havia ganhado dela.

Me sentei na cama vazia. O quarto parecia a parte mais gelada de todo o apartamento. A janela estava fechada e ainda assim, o som dos carros era alto. Lembranças, antes esquecidas, retornavam a minha mente. Eu estava em guerra comigo mesmo. Me levantei e fui até a gaveta do guarda-roupa. Lá estava meu caderno. O peguei e li a última coisa escrita. A letra não era minha. Duas páginas escritas, com frente e verso. Tinha uma passagem de avião colada na terceira folha.   

“O dia que nos vimos pela segunda primeira vez.”

Quando eu ia começar a ler, o interfone tocou. Camilla gritou dizendo que atendia. Minutos depois, ela aparece desesperada na porta do quarto, dizendo que Nathan e sua mãe estavam subindo.

“Eles vão querer levar meu filho.” –Ela repetia.

Fomos para sala, aguardar ele tocarem a campainha. Camilla estava roendo as unhas da mão direita. Ela parou quando fui abrir a porta. Elisa carregava uma sacola de uma loja de bebês e Nathan estava logo atrás. Ele havia cortado o cabelo, parecia que tinha tomado banho, usava uma toca vermelha e não vestia camisa de banda. Ele estava diferente. Eu gostava de sua nova aparência.

“Viemos nos desculpar pela ausência esses meses. Trouxemos presente.” –Disse Elisa.

Nathan parecia tímido e desviava o olhando quando Camilla olhava para ele. Ela o segurou pela mão e o levou para o quarto, para apresentar sua mãe e mostrar a arrumação do quarto.

“Meu filho quer voltar com Camilla.” –Disse Elisa. –“Se quiser, ele pode passar alguns dias aqui.” –Ela completou.

Dei de ombros e me sentei no sofá. Elisa foi até o quarto e voltou admirada com a simples decoração. Disse também que o bebê precisava de um quarto só dele. Precisava de um quintal enorme para poder correr, jogar bola.

“Você é professora da Camilla, mas não precisa nos ensinar a cuidar de um bebê.” –Eu disse.

Elisa levou a sacola com as roupas e brinquedos para o quarto e guardaram no pequeno armário colado ao berço. Tudo Elisa olhava com desprezo. Só não pediria para ela fazer melhor porque sei que ela ia pedir para levar Camilla para morar com ela em sua casa no Jardim Botânico. Nathan começou a se soltar mais e disse ter gostado da escolha do nome. Eles jantaram conosco, pedimos comida chinesa por telefone. Lembrei da ótima época que passei no apartamento do Pablo.

“Alô?” –Atendi meu celular, que vibrava no bolso.

“hey, como vão as coisas?” –Perguntou Teddy.

Ficamos por uma hora conversando no quarto, não vi Elisa e Nathan ir embora, mas vi Camilla sorrindo. Ela estava feliz por estar tudo bem entre ela e Nathan novamente, mas eu não confiava em Elisa. Aliás, eu não confiava em mais ninguém. Quando me permiti confiar, levaram a confiança de mim. Um dos sentimentos que mais me consumiam, era o arrependimento. Ou me arrependia por ter feito, ou então, me arrependia de não ter feito. Era um conflito constante. Após o telefonema do Teddy, decidi ir dormir, mas antes, peguei meu caderno para ler.


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Notas finais do capítulo

Ainda hoje posto o 117.
Curtam a fanpage FANFIC FOLHAS DE OUTONO!
Muito obrigada por indicarem e a cada dia encontro um novo leitor. ♥
Vamos torcer para a meta "livro" dê certo. O apoio de vocês conta muito para isso! ♥
Jenny, mylifeasjenny (tt pessoal)



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