Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 110
Mãe




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Preciso de duas mãos para poder contar quantas vezes acordei na madrugada de sábado. A tarde passaria o programa e eu estava com medo da reação de todos que me conheciam. Na quinta, Teddy me mandou uma mensagem dizendo ter visto a matéria que enviaram para ele. Disse que nada cortaram e tudo o que dissemos, foi ao ar. Principalmente a parte sobre eu ser a ex dele. Eu estava cansada, morrendo de sono, mas eu não conseguia dormir. Nem mesmo cochilar no sofá. Era quase dez da manhã, quando Pedro resolveu acordar. Camilla tinha ido comprar o pão e eles tomaram o café da manhã.

Camilla estava experimentando uma blusa que havia ganhado de Sara, quando o interfone tocou. O porteiro disse que uma mulher alta e morena dizia conhecer Pedro e Camilla. Era a mãe de Camilla. Não permiti sua subida e desci. Ela estava sentada no sofá ao lado da recepção.

“Você que diz ser a mãe da Camilla?” –Perguntei, parando em frente a ela.

A mulher afirmou e se levantou, com sua bolsa vermelha pendurada no ombro esquerdo. Disse estar sem dinheiro, tinha parado de beber, não tinha onde dormir. Fiquei olhando para ela sem saber o que fazer. Liguei para o nosso interfone e pedi que Pedro descesse. Ele pareceu chocado quando saiu do elevador e olhou para a mulher. Ela se apresentou como Joana. Pedro pediu para que ela fosse embora, mas a mulher começou a chorar. Fomos para o apartamento, para poder conversar em particular. Camilla se trancou no quarto quando viu que a mulher que entrava pela porta, era sua mãe.

“Você não pode ficar.” –Disse Pedro, entre os dentes.

“Mas eu não tenho para onde ir!” –Rebateu a mulher.

“Você nunca se importou com Camilla e agora lembra de nós por que não tem onde morar? Você já é uma mulher adulta! Tem trinta e poucos anos. Sabe se virar!” –Disse ela.

Joana teve Camilla com dezesseis anos, a mesma idade a qual Camilla terá seu primeiro filho. Ela tem trinta anos. Magra demais. Parecia doente. Seus cabelos não tinham mais vida, brilho. Ela fedia a cigarro, mas não parecia que fumava. Joana disse que nos encontrou porque seguiu Camilla após a aula. Sempre nos procurou, mas a pousada já não existia mais. Camilla saiu do quarto e ficou encarando sua mãe. Pedro e eu fomos para a cozinha e as deixamos sozinhas. Camilla começou a gritar com ela. Eu percebia que um choro era abafado pelos seus gritos. Decidi interromper a briga, poderia fazer mal para a criança. Camilla suava, apesar de o apartamento está fresco. Levei um copo com água gelada para ela, que tomou de maneira desesperada. A levei para o quarto.

“Ela não pode ficar.” –Disse Camilla.

Ela tremia muito, enquanto amarrava seu cabelo em um alto rabo de cavalo. Seu rosto estava uma mistura de suor com lágrimas, que logo foram secas pela blusa que Camilla estava usando. Apenas de sutiã, ela voltou para a sala. Sua mãe não parava de olhar para sua barriga. Ela esticou sua mão para tocar na barriga de Camilla, mas foi interrompida por um tapa. Camilla bateu em sua mão e logo se afastou.

“Você nunca, nunca vai ver o rosto dela!” –Disse Camilla, voltando para o quarto.

Joana começou a chorar e retirou um vidro, cheio de comprimido, da sua bolsa. Derramou dois em sua mão direita e os engoliu sem água.

“Posso ficar aqui até o fim da tarde?” –Ela perguntou.

Pedro me olhou e eu não sabia o que dizer. Ele deixou. Joana se sentou no sofá e fechou os olhos. Parecia que ela não se sentia assim há bastante tempo. Me sentei em outro sofá e as vezes me pegava olhando para ela. Joana aparentava ter quase quarenta anos. Suas roupas estavam sujas. A deixei tomar um banho e ela ficou embaixo do chuveiro por vinte minutos. Pedro não estava gostando da minha hospitalidade. Dei uma roupa que eu não usava mais, para ela vestir após o banho. Ela me abraçou. Parecia realmente grata. Seu agradecimento fora interrompido por Pedro, perguntando quando ela iria embora. Eu não a conhecia, mas por mim, ela poderia ficar.

Almoçamos e Pedro nada serviu a Joana. Me proibiu de ser generosa também. O programa do Luciano começou enquanto almoçávamos e ele anunciou a entrevista com o Teddy. Minha fome passou. Dei o resto da minha comida para Joana e fui para a cozinha.

“Por que tem que ser assim?” –Pedro perguntou.

“Assim como?”

“Eu falei para não dar nada a ela. Você não conhece esta mulher. Nem Camilla conhece.” –Ele disse.

“Mas ela devia estar passando fome. Pedro, não sei o problema que vocês tem com ela, mas não se recusa comida.”

“Você pode ter problemas com seus pais e Camilla não pode ter com os dela? Camilla está mal por essa mulher estar aqui. Daqui a pouco, você oferece sua cama para ela dormir.”

“Chega, Pedro! Eu só estou querendo ser...”

“Irritante demais!”

Ele encerrou a conversa. Ele parecia mesmo nervoso. Ouvi a porta do quarto bater com força. Na sala, apenas Joana e eu víamos a TV.

“Aquela mulher parece com você.” –Disse Joana, ao ver o anuncio da entrevista.

“Sou eu.”

“És famosa?”

“Não. Esse ruivo que é. Ele é meu amigo.”

Várias matérias se passaram. A entrevista com Teddy era a última coisa a ser transmitida pelo programa. Passou trecho do show e eu apareci três vezes, na grade. Também mostrou no meet and greet, e eu estava lá, abraçando ele.

“Você aparece bastante.” –Joana comentou.

Na minha televisão, Teddy afirmou já ter namorado comigo. Joana ficou me olhando, depois que a entrevista acabou. Pedro saiu do quarto e não olhou para nós duas, apenas seguiu seu caminho para o banheiro.

“Por que terminaram? Parecem tão bem juntos.” –Disse Joana.

Me recusei a responder. Parecia que ela não sabia o que havia acontecido com sua filha. Pedro voltou em silêncio para o quarto. Joana continuou a falar sobre Teddy, o quanto havia achado sua voz bonita. Disse que ele tinha mais o que me oferecer do que o Pedro.

“huh, me desculpa, mas a senhora não tem o direito de falar uma coisa dessas. Não na minha casa.”

“Desculpa, por ser sincera.”

“Vejo que Camilla te puxou.”

“Sim. Por isso nunca nos demos muito bem.”

“É melhor a senhora ir embora.”

“Pode me chamar de ‘você’”.

“Já está na hora da senhora se retirar.”

Joana tirou seu sorriso do rosto e uma feição triste foi tomando conta do seu rosto. Depois do que ela disse, eu não me comovia mais. A pena que eu sentia dela, era ruim. Não que há níveis de pena, mas era diferente. Pena é um sentimento ruim, mas acho que nem sempre. Ela saiu, sem se despedir.

“O que você acha sobre o que ela disse?”

Me virei. Pedro estava saindo do corredor. Ele ficou parado, me olhando.

“Me diz. Ele tem mais a te oferecer do que eu tenho?”


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem minha fanfic. *-* tá, sempre falo isso e bla blá, mas tenho que agradecer. u_u Ansiosos para o carnaval, huh? eu estou u_u haha
Curta a página FANFIC FOLHAS DE OUTONO, me mande por mensagem, fotos de atores ou anonimos os quais vocês acham parecidos com os personagens como vocês imaginam! Porque assim, nao consigo achar foto de como imagino Pedro e outros kkkkk
Jenny, eddictedhoran



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