Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 108
Despedida




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Teddy estava dando uma entrevista gravada para um programa local, era reprise e todos nós estávamos assistindo. Em poucas horas, ele viajaria para os Estados Unidos e voltaria a ter a vida ocupada que ele estava se acostumando a ter.

“Você se zangaria se hoje fosse o dia só meu e do Teddy?” –Perguntei a Pedro.

Ele sorriu. Um sorriso doce e gentil. Ele afirmou com a cabeça e arrumei minhas coisas. Me despedi com um beijo em sua testa e um rápido abraço. Ainda era cedo, o sol tinha acabado de sair. Bati na porta de Teddy e ele me recebeu com seu abraço apertado. Suas malas já estavam arrumadas ao lado da cama e uma roupa estava separada sobre ela, a qual ele usaria na viagem.

“Quais os planos pra hoje?” –Perguntei, me sentando na cama.

“Stuart quem sabe das coisas. Ele foi comer, pra variar, e depois está ai.”

Teddy se sentou no sofá e começou a tirar um som de seu violão. A música não era nenhuma a qual ele havia cantado no show. Ele estava trabalhando em uma nova

música, mas não permitiu que eu soubesse qual era. Ele sussurrava algumas palavras e as anotava em um caderno. Stuart entrou no quarto, sem bater e ficou surpreso com a minha presença.

“Vai desgrudar da gente mais não, meu Deus?”

“Vejo que minha presença é muito querida aqui.”

Stuart deu de ombros e em seguida, sorriu. Passou a mão esquerda sobre a minha cabeça e deu uma leve bagunçada em meu cabelo. Stuart deixou que uma fã subisse ao quarto. Ela aguardava do lado de fora e ele queria que eu saísse ou me escondesse. Fui para o banheiro. Me sentei na tampa do vazo e ouvi os gritos da fã. Achei legal da parte do Stuart, mas alguma coisa me fazia pensar que tal fã era o tipo de garota “gostosa”, mas guardei minha curiosidade, me distraindo com os cosméticos sobre a pia. Teddy entrou no banheiro e precisava usá-lo.

“Eu não posso sair daqui.” –Sussurrei.

“Estou apertado!” –Ele exclamou.

Entrei no Box e fechei a porta. Ele pediu para que eu me virasse para a parede, pois a porta era um pouco transparente. Fiz o que ele pediu e parecia que ele não ia ao banheiro há uma semana. Ouvi Teddy abrir a torneira e perguntei se podia sair. Teddy estava fechando o zíper da calça e voltou para o quarto. Longos minutos foram se passando, acho que fiquei trancada ali por vinte minutos e eu estava ficando angustiada. Estava com um certo trauma de ficar presa em algum lugar. Meu celular começou a tocar alto e eu não conseguia achá-lo na bolsa. Quando eu finalmente o encontrei, ele parou de tocar e alguém tocou na maçaneta da porta e me levantei rapidamente. Tranquei a porta e pude ouvir a garota.

“Por que está trancado? O som do celular vinha daqui! Tem mais alguém aqui?” –Ela perguntou.

“Não, eu devo ter deixado meu celular ai na hora do banho.” –Teddy rebateu.

Ela insistiu em tentar abrir a porta e pude ouvir Stuart a tirando de lá.

“Seu tempo acabou” – Ele repetia.

“Mas nem tirei uma foto com ele.” –Ela disse.

Eles demoraram um pouco e o flash da câmera invadiu o banheiro. Pronto, agora ela tinha sua foto. Ouvi a porta bater e Teddy falando que eu já podia sair. Só ele estava lá. Com as mãos nos bolsos da calça. Em cima da mesa, tinha uma lista de horários com o que fazer durante o dia. Um entrevistador de um programa que passa aos sábados na maior emissora do país iria visitá-lo em meia hora. Ele disse que eu não precisava sair.

Me sentei na cadeira da varanda, enquanto a entrevista acontecia no sofá, eu conseguia vê-los e toda hora pararem a gravação porque riam demais. Enquanto dava entrevista, Teddy as vezes olhava pra mim.

“Vem cá.” –Disse o entrevistador para mim. –“Sente-se conosco.”

Neguei com a cabeça e o entrevistador, chamado Luciano, começou a falar com a câmera. Um produtor foi me chamar, mas me recusei a ir. A câmera se voltou para mim e entrei em pânico. Fui obrigada a me levantar e me sentei entre ele e Teddy. Eu disse que me nome era Emília. Teddy colocou seu braço direito por cima do encosto do sofá e encostava na minha nuca, as vezes. Luciano perguntou se éramos namorados e neguei. Ele nos olhou desconfiado e Teddy disse que já havíamos sido. Pronto. O entrevistador gravou algo sobre comerciais e nos deu cinco minutos de intervalo. Assim que desligaram a câmera, ele se levantou e permaneci sentado ao lado de Teddy.

“Não era pra ter dito isso.” –Sussurrei a ele.

“Calma.” –Teddy disse, colocando meu cabelo atrás da orelha direita.

“Vejo que ainda rola alguma coisa.” –Disse Luciano, se sentando ao meu lado novamente.

Me levantei e voltei para meu lugar na varanda. Eles conversaram sobre algo, o qual não ouvi, mas eles olhavam pra mim. A entrevista terminou e ele disse que passaria no próximo sábado e enviariam a matéria para Teddy.

“Temos o resto do dia livres agora.” –Disse Teddy, assim que todos saíram.

O abracei. Acho que todos mereciam ter um momento como este. Teddy pegou suas coisas e saímos. Pegamos um táxi até o Cristo Redentor. Ele disse que todos falaram para ele ir no Cristo quando viesse, porque se não fosse, seria como se nunca tivesse pisado aqui. O tempo estava nublado, mas o sol aparecia as vezes. Teddy estava com um casaco escrito ST. Pauli e um óculos escuros. Enquanto aguardávamos o nosso horário do trenzinho do corcovado, uma fã reconheceu Teddy e eu tirei uma foto deles. Entramos no trenzinho e nos sentamos de costas para a subida. Do lado direto do trem. Ele ficou admirado com a paisagem que víamos do trem e tirava foto de tudo.

O vento estava forte e gelado, algumas nuvem tapavam a cabeça do Cristo Redentor, mas logo saiam. Mais fãs reconheceram Teddy e ficamos lá por uma hora.

“Um ótimo lugar para pedir alguém em namoro ou casamento.” –Ele disse, encostado no muro de proteção.

Olhei para ele e de repente, a vista não era mais importante. Ele também me olhava, enquanto sorria.

“Seria errado se eu te beijasse?” –Ele perguntou.

“Claro!” –Exclamei. –“Eu namoro. Você disse talvez.”

“Mas quando teremos essa chance de novo?”

“Talvez se, nos beijarmos agora, você nunca mais queira voltar, porque já conseguiu o que queria.”

Teddy pegou a minha direita, a qual tinha o anel de noivado, olhou para o anel e completou.

“Acho que não consegui tudo.”

“Acho também que Edward não me perguntaria o que é certo e errado.”

Ele ficou me olhando, pensando no que deveria fazer, talvez. Ele demorou e fomos embora, sem nada acontecer. Fomos almoçar em um restaurante ali perto. Não era nada luxuoso, parecia que almoçávamos na casa de alguém, na verdade.

“Qual seu lugar favorito aqui?”

Respondi que era a praia do Arpoador, mas ainda não era o momento certo para ir lá. Eu tinha medo que, na hora perfeita, ele fosse embora. Teddy ficou apaixonado por feijão. Eu, particularmente, ódio feijão, mas ele adorou, até foi falar com a cozinheira, que era uma senhora que ia repor as comidas.

Fomos para a praia, Teddy insistiu. Ele era o único de casaco sentado na areia.

“Acho que não era o errado a se fazer.”

“Ainda pensando nisso?”

Ele aproximou seu rosto do meu e me afastei um pouco.

“Qual o problema?” –Ele perguntou.

“Não me entenda mal, não vou negar o quanto esperei por isso, mas...” –Mostrei o anel para ele.

“Mas é só um dia...”

“Não vamos tornar nosso último dia desagradável, Teddy. Esquece isso.”

Ele afirmou com a cabeça e sorriu. Faltava muito para o pôr do sol ainda. Stuart ligou para Teddy dez vezes, mas ele recusou todas, mesmo eu pedindo para ele atender. A praia não estava tão cheia, aliás, era dia de semana e não tinha quase sol. Além de estar um vento frio. Teddy tinha o olhar fixo no mar, enquanto eu não sabia para onde olhar. Pouco conversávamos, mas eu estava muito feliz por estar ali. Tiramos duas

fotos, uma com meu celular e outra com o dele. Ele disse que não divulgaria a foto e eu não precisava me preocupar. Contanto que ele não dissesse que meu nome é Yolanda, estava tudo bem.

“Temos que ir embora.” –Disse Stuart no viva voz, Teddy atendeu a ligação.

Cap 108.

Ele estava pronto para partir. Stuart nos aguardava lá embaixo, junto com o táxi. Faltavam quatro horas para o voo deixar o país e minutos para o sol se por. Enquanto eu trancava a porta da varanda, pude ver que o sol se aproximava do horizonte. Notei que Teddy agora estava atrás de mim.

“Esse era o melhor horário para a praia?” –Ele perguntou.

Afirmei com a cabeça. Pegamos as malas. O ajudei a carregar sua mochila. Teddy tirou foto com algumas fãs que estavam na porta. Umas eu reconheci do Meet and Greet, mas como sempre, passei despercebida para elas e ninguém me reconheceu. Esperei dentro do Táxi, com o Stuart, enquanto Teddy tirava foto com as dez fãs.

“Qual o nome da praia mesmo?” –Teddy perguntou, entrando no táxi.

Eu disse, mas não dei muita importância. Quando notei, já seguíamos o caminho até ela. Stuart só sabia reclamar, o taxista nada entendia. Stu toda hora olhava para o relógio. Chegamos a praia e Teddy pediu para o taxista levar o Stuart para o aeroporto. Pessoas já se amontoavam sobre a pedra do Arpoador. Teddy subiu e estendeu sua mão para me ajudar. Nos sentamos atrás de uma mãe com sua filha.

Flashback

“O sol no Rio é quente?” –Teddy perguntou.

“Acho que para o mundo todo ele é, não?”

Estávamos deitados no macio gramado verde e gelado, olhando para o céu azul. Ficamos observando o lento caminho das nuvens completamente brancas. Algumas pareciam bichos, outras apenas nuvens. Seu braço esquerda estava colado no meu. O casaco preto impedia que nossas peles se tocassem. Teddy parecia hipnotizado pelas “ovelhas” brancas no céu. Nossos dedos estavam entrelaçados, o que mantinha nossas mãos aquecidas. Com a outra mão, ele apontava as loucuras que via. Bruxas. Pássaros. Anjos. Tudo ele conseguia enxergar no meio daquelas nuvens. O sol incomodava um pouco nossos olhos, mas nada que impedisse nossa “diversão”. Era nossa segunda semana de namoro. A sensação de borboletas em meu estômago nunca passava ao lado dele.

“Você me deixa romântico demais. As vezes, eu não gosto disse.” –Disse Teddy, virando seu rosto pra mim.

“A culpa não é minha. Você sempre foi e só descobriu isso agora.”

“Por culpa sua. Sempre a culpa é sua.” –Ele disse, rindo.

Seus lábios tocaram os meus da maneira mais gentil possível. Eles estavam gelados, mas deixava meu corpo quente.

“Olha, está se pondo!” –Disse Teddy.

As pessoas pararam de falar. Várias câmeras tentavam registrar o momento. Já não era mais possível ver o sol. As pessoas começaram a aplaudir. Meus olhos se fecharam, pois eu estava em um outro momento agora. A realidade se chocava com a lembrança do beijo ao olhar as nuvens. Os lábios de Teddy tocavam os meus novamente. Parecia mais forte que eu, mas a imagem de Pedro começou a martelar em minha mente e parei. Fiquei olhando para Teddy e seus lábios diziam “desculpa”, mas eu não ouvia. As pessoas se levantaram para ir embora e nós permanecemos lá. O beijei novamente. 


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem minha fanfic. ♥ CURTAM a página.: FANFIC FOLHAS DE OUTONO, para eu saber mais ou menos o número de leitores *-* hoje estou com 102, registrados!
Obrigada aos que indicam!
Jenny, mylifeasjenny (tt pessoal)



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