Trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=RGLh138m7sA

N/a: Gente, pelo amor de credeus pai, não me matem por o capitulo ser tão... Dramático. E LEIAM AS NOTAS INICIAIS

Soph POV’s

Passei por aquele amontoado de pessoas, esbarrando em algumas e levando xingamentos de outras, mas consegui parar lá na frente, assim como Harry pediu na mensagem. Encarei seus olhos verdes que estavam um pouco confusos, um pouco com medo. Ele havia dito que seria especial e verdadeiro, o que seria afinal?

Ele pigarreou.

- Então, tenho que falar uma coisa muito importante pra mim – Ele disse, e senti que ele choraria ali á qualquer hora. Seria algo bom? – É sobre uma garota.

E então, todas as meninas que ali estavam quase surtaram.

- Diz logo – Um dos capitães do time de futebol disse, impaciente por estar perdendo suas vadias pra Harry.

- É a Soph – um aperto tomou conta de mim – Ela é... horrível, concordam? Estranha. Feia. Estilo mendiga. Quem gostaria dela? – Ele metralhava aquilo pra cima de mim, senti meus olhos marejarem, e minha cabeça negar como se eu me sentisse em um filme ali. Senti minhas pernas amolecerem; dessa vez de mágoa. – Eu nunca ficaria com ela. E se um dia fiz isso, foi pelo dinheiro que seu pai tem. Meu deus! Como pude fazer isso? Não vale a pena, não mesmo. – Meu coração havia se rasgado em pedaços – Já disse o quanto ela é feia? Ainda por cima beija mal, vocês não sabem o quanto – Ele olhou meio inofensivo pro lado, e voltou seu olhar á nossa direção, ele tentava não me olhar – É o último dia de aula, espero nunca mais ver essa desgraça na minha vida.

Senti olhares risonhos em minha direção, alguns de penas, muito poucos eram esses. Riam e apontavam, em meio aquelas risadas eu cheguei ao ponto de achar que iria enlouquecer. Fui me distanciando, um passo pra trás. Até que esbarrei em alguém, era Heloísa, que se deliciava com a situação. Me virei e corri pra longe dali. Um pouco atrás do campus, achei o telhado aonde eu e Harry havíamos conversado pela primeira vez.

Senti as lágrimas deslizarem por minhas bochechas, e solucei sem ligar. Eu, justo eu? A garota que nunca havia chorado por um garoto, chorando pelo galinha da escola? Apertei minha mão em meu casaco de moletom, e apoiei minha cabeça nos joelhos, agarrando os mesmos com uma força em que não pude regular.

Os pedaços de meu coração doíam.

- Sua... idiota! – Gritei comigo mesma, sem temer que alguém ouça. Ali era afastado demais para que pudessem perceber uma garotinha mendiga chorando alto.

Funguei, e voltei a chorar. Era inevitável. Eu não acreditaria que estivesse mesmo gostando de Harry, se não fosse a noite em que Mel me falou aquilo. Afinal, porque? Pra ferrar comigo? Porque se sim, conseguiu. Deixei meus cabelos caírem sob minha perna, e continuei com a cabeça enterrada ali, chorando, como uma criança de 5 anos.

Ouvi passos corridos, e uma respiração ofegante. Era Zayn. Ele subiu a escada, e eu voltei a enterrar meu rosto entre meus joelhos pra ele não me ver naquele estado.

- Vai embora – minha voz soou um pouco embriagada.

- Nunca. – Disse e me abraçou, larguei meus joelhos e abracei sua cintura, enterrando minha cabeça em seu peitoral, chorando cada vez mais. Zayn afagou meus cabelos – Eu sempre vou estar com você, pequena.

- Eu te amo – Falei, em meio de soluços.

Era uma dor enorme. Era como se... eu me sentisse queimando aos poucos, e não pudesse fazer nada que não fosse querer voltar atrás e não ter me apaixonado por ele. Sentia como se não tivesse mais vida, não tivesse mais razão pra ter uma.

- Eu te amo também, Soph – Disse, apoiando seu queixo em minha cabeça.

- Eu... – levantei – Vou arrumar minhas coisas, ok? Agora são férias... vou tentar esquecer um pouco essa realidade.

- Mas, a gente vai se ver né?

Sorri torto.

- Quem sabe – depositei um beijo em sua testa, e desci as escadas, indo em direção ao meu quarto.

Botei meu capuz e fui até o dormitório, encontrei Harry rodeado de algumas putinhas. Apertei meus olhos e segui. Não chorar. Não chorar. Ele nem sequer olhou em meu rosto, e se olhou, não fez questão de dizer nada. Respirei fundo. Em tudo que ele disse, é tudo verdade, mas... Precisava disso? Me humilhar?

Afinal, ele era um galinha popular.

Eu devia saber disso.

Mas...

E Zayn? Seria mentira?

Acho que não.

Sacudi minha cabeça, e arrumei minhas malas. Mel entrou no quarto, e me olhou apreensiva. Me deu um longo abraço.

- Casa da sua tia? – Perguntou, e eu neguei. – Aonde então?

- Pretendo vender o apartamento que tenho aqui e comprar um em outro lugar do mundo, eu não sei. Vou ver. Mas em quanto isso, vou ficar com ela sim – Assentiu, ainda me abraçando.

- Não vai fugir de mim, certo? Aonde você for eu vou junto.

- Pode deixar – Sorri torto e terminei de arrumar minhas malas – Bem, até qualquer dia.

- Não vai ficar pro ultimo dia de aula? – A olhei incrédula – Ok, esquece. Eu te amo. Se cuida, Soph.

- Sei me virar. Eu também te amo. – A abracei, e ela me levou até a porta.

Chovia, era uma chuva grossa.

Uma de minha malas caiu, e quando me virei pra pega-la. Lá estava ele. Com suas mãos no bolso, me encarando de longe. Senti minha garganta queimar, e meu peito estufar. Algumas lágrimas caiam, e eu não ligava; afinal, seria a última vez que eu o veria e a chuva confundia elas. Ele me olhava meio cabisbaixo, eu não consegui notar outra expressão porque ele estava distanciado. Peguei a mala, e ainda com o gosto de choro na garganta, segui em frente.

Esquecendo, ou tentando esquecer, tudo que eu havia vivido.

Tudo que eu havia conquistado.

E pior... Tudo que eu havia amado.

Seria uma nova vida.

E talvez, quem sabe, Mel, Zayn, Niall, Louis e Liam fizessem parte dela.

Mas eu não duvido nem aposto em nada.

Porque daqui pra frente.

Serei eu, e eu, sem confiar ou se apaixonar em ninguém.

Dessa vez, sem me machucar.