Soph POV’s

– Ok, como estou? – Mel perguntou.

– Linda, agora podemos ir? Eles estão aqui em baixo. – Perguntei, pela milésima vez.

– Tá, nossa. – Revirou os olhos, e eu bufei.

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Vamos pular a parte dos elogios, e vamos para a parte em que chegamos no salão de lá.

Eu não reconheci ninguém, aquelas malditas máscaras me impediam de ver o rosto, e identificar se eu devia desprezar ou sorrir pra pessoa, então fiquei na minha.

Mel POV’s

Senti alguém me puxar pelo braço, até a pista. Era Liam.

– Mal começou a festa e você já quer dançar? Parece até eu – Rimos.

– Pois é, muita convivência – deu de ombros -, enfim, oque vai fazer amanhã?

– Hm, acho que nada. Soph combinou de passar o dia fora e me deixou sozinha – Fiz biquinho – então sem planos.

– Não por muito tempo – piscou pra mim, e eu ri.

– E o que o Sr-vim-te-seduzir, pretende?

– Sei lá, a gente pensa – sorriu encantadoramente, e depois mudou para um sorriso dessa vez mais sexy – Então quer dizer que eu te seduzo?

– Nossa, parece até o Harry – Revirei os olhos por um momento, tentando não estragar o clima e não parecer o oferecida.

– Não respondeu minha pergunta.

– Talvez – Falei, tendo atitude e pegando em sua nuca, trazendo-o pra mais perto, e o beijando. Senti surpresa em seu beijo, foi um beijo atacado. Um beijo tão sexy quanto ele. Liam me encostou na parede, e parou o beijo pra respirar. Voltando a me beijar novamente.

(...)

Após algum tempo, resolvemos catar os meninos e vi Soph sair com alguém, desconfortável.

– Quem é aquele cara? – Perguntamos á Niall que estava na mesa do lado de Harry, Louis havia ido caçar uma presa e Zayn estava voltando com as bebidas.

– Eu não sei, mas, ele estava conversando com Soph faz um tempo – Niall comentou, e fez Harry murchar.

Nos sentamos ali com eles, e Zayn logo chegou.

– Vocês viram? – Zayn apontou a cabeça pra fora – Aquele cara parecia estranho. Mais velho. Sei lá.

– Hm – Comentei meio desconfiada, e Harry deu um pulo da cadeira, mas tratamos de acalmar ele, mesmo que eu esteja achando isso meio/completamente estranho.

Ficamos alguns minutos ali falando sobre o nada, quando a falta de Soph começou a me incomodar.

Aonde raios essa garota se meteu?

Soph POV’s

Quando entrei na festa e vi cada um indo pra um canto, fui até o barman, e alguém sentou do meu lado. Ele usava o mesmo perfume que Harry, o mesmo terno, o mesmo sapato... É, deduzi ser Harry.

– O que quer, Harry?

– Hm, posso falar com você? – Perguntou. Sua voz estava estranha.

– O que houve com sua voz? Tá mais rouca que o normal – Arqueei a sobrancelha. Eu não via seu rosto, graças a mascara, e isso começou a me dar calafrios, mas ignorei, afinal, é Harry, não um maníaco.

– Não sei – riu – Deve ser o efeito da bebida, ou coisa do gênero. Enfim, posso? Hoje é sexta, a saída é liberada e quero te levar á um lugar especial.

Me ajeitei na cadeira desconfortável e assenti, levantando da mesma. Harry me guiou até lá fora, e fomos caminhando em silêncio, até chegar numa parte obscura de Londres.

– Ahn, o quê você quer aqui? – Perguntei, parando.

– Anda – Me puxou pelo braço, e eu tentei me debater.

– Me larga, garoto! – Falei, alterando a voz, e senti um empurrão me levar mais adiante. Olhei pra trás, e agora havia mais um cara. – Quem diabos é você?

– Fica na sua, pirralha – Disse arrogante, e me faltou pouco pra não dar um soco na cara dele. Também faltou coragem, porque ele devia ser uns dois de mim.

– Viado – resmunguei de modo que só eu pudesse ouvir.

Então raciocinei. Quer dizer, quando sinto o toque de Harry em minha pele, é diferente. Não é frio desse jeito.

– Você não é Harry, né?! – Perguntei, me sentindo uma idiota, quando cheguei á um beco sem saída, e que aparentemente tinha um quarto construído de tijolos no final.

– Mas é lerda, mesmo.

– Olha como fala comigo, aberração – Falei grossa, foda-se, eu já to fodida mesmo. Só tenho que pensar em um jeito de fugir.

O pânico começou a tomar conta de mim, por mais que eu tentasse evitar. Senti minhas mãos suarem frio, e meus olhos arderem de medo, e terror.

– Eu vou sair, o trabalho tá feito, vou ficar na outra rua caso a policia apareça. Faça o que tem que fazer e deixe ela aí, até o resgate – o cara que apareceu falou.

– Resgate? – Perguntei, sendo ignorada.

– Tá bem. – Então o cara se foi, e o “Harry” se virou pra mim. – Me dê seu celular.

– Eu não, você como ladrão devia ser mais esperto em saber que eu não saio dando meu celular pra qualquer um e... – olhei pra seu rosto, e senti uma corrente de pavor percorrer por mim – A senha é 2002.

– Boa garota.

– Não sou cachorra – bufei – O que você quer?

– Olha, não fala assim comigo! – Seu tom aumentou, e me fez abaixar a crista. Até então, achei que não fosse nada demais, mas algo fazia meu coração martelar. – Queremos o dinheiro do seu pai. Ele esteve envolvido em um de nossos lances, e saiu com nosso dinheiro. E queremos que o devolva. Sua preciosa filha está em perigo, e ele vai devolver.

Me encolhi quando percebi que era algo sério, e minha mente travou. Eu estava incapaz de pensar naquele momento, tudo que eu fiz foi assentir.

(...)

Senti meu corpo latejar, e olhei em volta. Eu estava em um quarto escuro, ouvindo barulho de ratos e dormindo em cima de teias de aranhas, e o pior, só lembro do cara ligando pro meu pai e fim.

Senti meus olhos marejarem. Porra Soph, você vai sair dessa. Só tem que pensar – falei comigo mesma – Anda, pensa...

Olhei pela fechadura da porta, e ela estava destrancada, e o mesmo cara estava ali fora. O beco era enorme, e só tínhamos nós dois. Eu seria incapaz de correr mais que ele, e se ele me pegasse após uma tentativa de fuga, talvez fosse pior.

Eu teria de usar uma tática.

A minha tática.

Respirei fundo, e sai, e tentei abaixar um pouco o decote de meu vestido. Me senti uma vadia, mas era melhor do que ficar ali e ser torturada.

– Fica, ahn, é – coçou a nuca, e tentou manter a atenção longe de meu decote – ah, lá dentro.

– Porque? – Dei um passo em sua direção, o fazendo quase cair pra trás. – Eu sei que você quer, e, acho que nada nos impede, né?!

Olhei em volta, e voltei meu olhar pra ele, que mordia o lábio inferior. Trouxe sua nuca pra mais perto e o beijei, senti suas mãos apertarem minha cintura e minha maior vontade foi dar um chute no meio das bolas dele, mas me controlei. Apanhei a chave do quarto disfarçadamente, e o virei, fazendo-o cair dentro do mesmo. Tranquei o quarto e gritei:

– Boa sorte com os ratos – ri.

– Você me paga – Gritou de volta.

Ajeitei meu vestido, e caminhei até a escola de novo. Eram por volta das 3h15 da manhã, o baile já deve ter tido seu fim. Entrei na escola, e encontrei um Harry sentado na calçada do meu apartamento.

– Porque seu batom tá borrado? E porque não avisou que ia sair? – Era óbvio que ele tava alterado.

– Nada, Harry, você não tem nada com isso – Falei, tentando passar.

– Seu pai tinha razão quando disse que você sai dando pra todos? – Quando ia entrar, o ouvi dizer e me virei imediatamente.

– Céus, Harry, olha oque você falou – me virei completamente – Graças a esse imundo que eu chamo de pai, eu tive que ficar presa num quarto com teias de aranhas, e essa foi a única forma que achei de sair de lá. Guarde sua opinião medíocre pra você.

– O QUE? FOI AQUELE CARA NÃO FOI?! EU SABIA, EU SABIA! EU FALEI QUE ERA ESTRANHO, MAS... – Ele berrava, e logo iria atrair a atenção do campus inteiro.

Então achei uma forma de calar sua boca.