- Pois é, Jack. E agora, eu estou aqui, sozinha, sem melhor amiga e com inimigos. – terminei de contar a minha história para Jack, acreditando soar batante lógica para o estado mental em que eu me encontrava.. Jack era meu amigo. Ele me escutava, e não me passava a perna na última oportunidade.

Sem contar que ele era gostoso. Do tipo nhummi. Delicioso. E meio redondinho. Tudo bem, eu não sou uma idiota da Capital que liga pra aparência. Não! Capital, pensamento proibido, nada de ficar s...Só... Como é mesmo a palavra? Sóbria! Isso! Não! Nada de ficar sóbria!

E tomei outro gole direto da garrafa.

- Concordo, sem a parte do sozinha, - disse uma voz.

Jack? Jack falara isso?

- Jack, você fala? – perguntei. Mas o Jack é uma garrafa! Garrafas não falam! Há, eu sabia que não estava tão bêbada assim!

- Não. – disse a voz. Agora eu sabia que ela vinha de trás de mim. – Quem é esse Jack?­­

Me virei pra ver quem era e vi um Cole distante e meio desfocado na entrada do refeitório. É, e tinha invadido a sala e estava lá conversando com o Jack. Por fala nisso, olha o Cole!

- Cole! – falei, acho que um pouco alto – Você sempre chega na melhor parte! Eu estava falando com o meu amigo Jack- ergui a garrafa em minhas mãos, já com o conteúdo abaixo da metade.

- Jack Deniels. Entendi – ele riu. Eu acho.

- O que você quer? Não tá vendo que eu to ocupada, desabafando com o Jack?

- Eu vi, Carolynn.

- Então me deixa! Eu vou ter que explicar pra ele que você é só um amigo, e que ele é muito mais sexy que você- eu me levantei e cambaleei até ele, sussurrando – So não conte a ele que e mentira!

E saí gargalhando.-

- Muito bem, Carolynn.Você está bêbada.. Vem comigo, tá na hora de ir embora. – ele falou calmo, como sempre. ARGH, aquilo me irritava profundamente. Muito mais agora que ele falava comigo com se eu fosse um bebê.

- NÃO! Eu to bem, nem to bêbada! – exclamei. Bêbada, palavra engraçada. – Olha.

Eu comecei a andar até ele de novo, traçando uma linha reta e tentando segui-la. Mas, porra, quem foi o filho da puta que esqueceu o mundo no modo vibratório?

- Tô vendo.

- Para de se preocupar comigo como se eu fosse um bebê! – choraminguei me apoiando em alguma parede e escorregando de costats ate o chão. - Eu já to fudida, me deixa acabar logo com tudo.

- Não, Carolynn, já chega. Me dá a garrafa e...

- NÃO! – abracei a garrafa como um bebê. - Eu estou bem! E eu vou provar!

Me levante e subi numa das mesas. Assim que cheguei no topo, percebi que Cole estava curioso com o que eu faria. Dei-lhe um sorriso e três voltas em cima da mesa, me sentindo uma bailarina enquanto olhava pra cima. Péssima ideia. Tentei descer da mesa, mas acabei tropeçando e cai. Ou quase caí. Porque um par de braços me segurou. Braços fortes. Uh, Carolynn gosta.

- Te peguei. – disse Cole.

Eu olhei pra cima e ri da situação.

- Do que tá rindo?

- Essa é a parte em que você me beija, bobão! – disse, jurando que soava mais que óbvio. AH, qual é, todo mundo conhece essa parte. Pff, e depois eu que sou a bêbada...

- Acho que não. Hoje não. – ele me ajudou a levantar.

- Você é muito chato! – reclamei. Acho que soei como uma menininha agora.

- Carolynn, vem aqui! – ele me chamou.

- Não! Vai ter que me pegar, seu chato!- comecei a correr dele pelas mesas do refeitório, derrubando cadeiras por onde passava.

- Volta aqui! – ele me chamou de novo, mas eu só ri mais alto e comecei a subir nas mesas. Quando me virei pra ver onde ele estava, vi que estava tentando passar pelo mar de cadeiras que eu deixei e eu estava no topo.

- Você não manda em mim! – gritei, virando a garrafa na minha mão e bebendo todo o seu conteúdo. – Tchau Jack, você foi muito legal!

- Carolynn, você não pode virar uma garrafa assim!

- Porque não?

- Porque você vai desmai... – mas ele não terminou a frase, porque meus ouvidos resolveram se tapar e minha visão ficou bem escura. E eu acho que cai.

Não acredito que o Jack também me passou a perna!

Quando acordei de novo, percebi que não estava mais no refeitório. Estava no corredor que dava pro refeitório. E tinha alguém e carregando.O Cole estava me carregando! Mas, porque? Ah, é, porque eu desmaiei. Ah, eu é que não quero fazer ele parar! Vou continuar fingindo que estou dormindo, talvez ele me dê um banho e me ponha na cama. Hm, isto me agrada muito...

E então, ele parou derrepente, me sacudindo nos seus braços.

- Oh... Eu... Hmm... – disse uma voz na minha frente. Eu conhecia essa voz. Era de alguém que começava com J... Joy? Não, essa é de menino! Eu levantei minha cabeça pra checar quem é, me arrependendo um segundo depois. O meu plano era extamente fingir estar dormindo! Carolynn, você é uma anta mesmo... E agora, alem de estragar tudo, o Jay esta te olhando confuso e triste.

Pera, triste? Não enquanto Carolynn estiver aqui! Tantanana, Snow vai levantar seu astral como o superman levanta um caminhão!

- Jay? Jay! Oi Jay! – eu exclamei, rindo, pendurada nos braços de Cole, mas acenando alegremente para Jay.

- Você não tava dormindo, pequena?

- Pequena? – perguntou Jay com uma voz tristonha. Oh droga, você não esta fazendo isso direito, Carolynn. E isso ai! Eu gosto do Jay, ele precisa saber que eu gosto dele, e que não quero ver ele triste!

- Jay, eu só queria te dizer que eu gosto muito de voce. Você é um ótimo amigo!- eu disse, sorrindo abertamente pra ele.

- Você tá bêbada, Carrie? – ele disse lentamente pra mim, como se eu fosse criança. Porque tá todo mundo falando comigo como se eu fosse criança? É uma brincadeira? Eu quero brincar também!

Então eu fiz algo inteligente como acenar freneticamente com a cabeça. Freneticamente! Uma palavra difícil! Há, eu sabia, não estou tão bêbada assim! Ih, olha só, eu não falei em voz alta. Eu disse tá tudo sobre controle.

- O que houve? – perguntou Jay.

- Ela ficou meio mal depois da briga e eu fui buscar ela. Ela tinha desmaiado, mas acho que está melhor agora- ele começou a me por no chão.

- Não! – eu me agarrei ao seu pescoço. Nem pensar que eu vou sair dos braços do Cole! Eu sempre quis estar aqui! – E-eu não consigo andar direito ainda.

Cole se virou para mim e sorriu maliciosamente. Oh merda, você fica lindo sorrindo assim! Espera, eu não devia pensar assim, devia? Não. Mais por quê? Porque não posso pensar no quanto Cole fica bonito sorrindo pra mim? Ele é gostoso, não é?

- Tá, er... – gaguejou Jay, ainda triste, o que me deixou triste. – Acho melhor levar ela logo.

-Tambem acho. Então, hum, boa noite. – disse Cole rápido, saindo dali.

Eu me estiquei para ver por cima de seus ombros e acenei pro Jay.

- Tchau Jay, te adoro! A gente se vê amanhã!

Mas isso não animou ele. Ele só deu um aceno eleve e se virou ainda triste. Eu voltei pra minha posição nos braços de Cole.

Ele me levou no colo até o elevador e eu voltei a aninhar a minha cabeça no seu peito, fechando os olhos e inspirando o cheiro dele. Ele cheirava a café e perfume masculino. Meu Deus, eu amo perfume masculino. Usaria eu mesma se não fosse... Voce sabe... Feminina. Meu Deus, eu não estou bem. Meu Deus, eu preciso parar de falar meu Deus.

- Eu sou muito pesada? – perguntei, puxando papo.

- Não tanto. – ele respondeu, sorrindo para mim.

- Você promete que não vai me deixar que nem a Joy? Eu acho que não vou aguentar se mais alguém resolver ficar bravo comigo.

Cole me olhou profundamente por alguns segundos e respondeu:

- Eu prometo.

Eu sorri, respirando fundo o seu cheiro.

- Você cheira bem.

- Obrigado.

- Você vai me por pra dormir?

- Só depois que você tomar um banho.

- Por que, eu to cheirando mal?

- Não, é por causa da bebida. Vai te ajudar a dormir melhor.

- Você não vai tirar as minhas roupas, né, seu pervertido? Ah, pera, do que eu estou falando, e obvio que eu não me importaria se você tirasse. – rolei meus olhos, como se estivesse zombando de mim mesma. E eu estava. Meu Deus, eu preciso parar de beber. Mas não hoje.

Cole riu gostosamente da piada.

- Ah, eu realmente espero que você se lembre disso, amanha.