Lily acordou muito devagar, os raios de sol entrando pela janela, quentes e confortantes. Hoje, pela primeira vez em vários dias, ela teve a chance de acordar calmamente, sem ouvir o choro que Harry havia aprendido a fazer para conseguir a atenção dos pais. Estava tão bem encaixada, tão confortável na cama que fechou os olhos novamente, só para curtir aquele momento de paz. Deve ter ficado mais uns quinze minutos ali, deitada, até que percebeu que sua barriga roncava. Tomou coragem para levantar da cama e, só então, perceber que nem James, nem Harry estavam no quarto.
​Assim que foi para o banheiro, notou que havia um bilhete colado no espelho, escrito com a caligrafia de James. Abriu o bilhete.

Bom dia, meu Lírio, feliz dia dos namorados!

"Ah, dia dos namorados, é mesmo!", pensou. Desceu até a cozinha esperando encontrar seus meninos, mas só encontrou mais um bilhete colado na porta da cozinha.

Não sei se ficou bom, mas o que vale é a intenção, não é?

Quando entrou na cozinha, encontrou a mesa do café da manhã cheia de comida. Estava tudo meio desajeitado, mas, como James constou, o que vale é a intenção. Ela sorriu e comeu tudo o que pôde, até não aguentar mais.

Quando terminou de comer, levou os pratos até a pia e notou mais um bilhete na janela.

Seu presente está no jardim

Ela já estava muito curiosa para saber o que o marido estava tramando, e foi saltitando como uma criança até o jardim. A única coisa que ela achou foi um lírio maravilhoso flutuando no meio do canteiro de flores. Ela franziu o cenho e caminhou até ele, sem entender o que aquilo significava. Assim que pegou o lírio, James saiu de baixo da sua capa da invisibilidade com um Harry sorrindo, sua pequena mãozinha na boca. Lily, que ainda estava muito confusa, começou a rir com o garoto e olhar para James com uma expressão confusa.
– Não entendeu? – Perguntou ele, sorrindo.
– Não, mas gostei de tudo mesmo assim. – Disse a ruiva, indo abraçar os seus meninos.
​

Um lírio. Apenas um lírio. Por quê? Pelo que esperava de James, sendo ele um tanto exagerado em relação a presentes, foi um pouco... simples demais. No melhor dos sentidos.
– Um lírio. Só um. Porque só existe um lírio na minha vida. O único que realmente importa.
– Ah, é? – Perguntou ela, se fingindo de desentendida – E quem seria esse tal lírio?
– Lily Potter, aceita ser meu lírio, só meu, de mais ninguém, para todo o sempre?
– Não seria “até que a morte nos separe”?
– Não.
– Não?
– Não.
– Por que não?
– Porque eu sei que uma coisa tão irrelevante quanto a morte não vai nos separar.

Dito e feito.