O amor às vezes dói

Dói bem lá no fundo

No fundo surge esperança

A esperança logo se vai

Vai junto com a saudade

A saudade me corrói

Corrói como o que tu fizeste

Fizeste o meu sofrimento

Sofrimento esse que para ti eu desejo

Desejo também que seja infeliz

Mas a infelicidade está comigo

Comigo você também estava, e partiu

Partiu deixando rastros de amargura

Amargura e lembranças

Lembranças de pura maldade

Maldade que você tem em abundância

Abundância que eu tenho de má sorte

Sorte que eu ainda preciso

Como preciso de você

Você que está longe

Longe agora e sempre

Sempre me enganou

Enganou dizendo que me amava

Amava e respeitava

Respeito que eu perdi

Como perdi a vontade

Vontade de viver e prosperar

Prospero agora com uma pá na mão

Mão que cansou de cavar buracos

Buracos onde me enterro

Enterro, enterro e sempre levanto

Levanto como se fosse vivo

Vivo? Morto-vivo