Mi Manchi escrita por lassdamsel INATIVO


Capítulo 1
Mi Manchi


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... a ideia surgiu das minhas lembranças das aulas de história sobre a Guerra Civil Espanhola em que fiquei pensando no Antonio todo machucadinho... Tadinho lol
Espero que gostem ^^... Saiu pequenininha maas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267614/chapter/1

Mi Manchi


Fazia três anos que Espanha não voltava para casa, desde que aquela maldita guerra havia começado. Ele não mandava cartas ou qualquer tipo de notícia para Lovino, deixando o italiano se sentindo esquecido no mundo.


Romano já tinha tamanho o suficiente para cuidar de si mesmo, principalmente se o comparasse agora com o pequeno Romano de décadas antes. Lovino agora era um homem crescido, e como homem tinha suas próprias preocupações. Mas parece que o bastardo não entendia aquilo. Parece que na cabeça do espanhol não entrava mais nada a não ser vento.


Romano passou os dedos pelo cabelo pela milésima vez enquanto permanecia sentado na cama, arrumada, do espanhol. Quando Espanha saiu de casa nem havia passado pela cabeça de Romano que ele iria para uma guerra. Muito menos uma guerra civil. Lovino foi informado por Bélgica de que o espanhol havia se metido naquela enrascada, e isso três meses depois que a guerra havia começado.


Sempre que ele se lembrava da forma como Espanha havia saído de casa o coração apertava, mesmo que ele não gostasse de dizer isso. Antonio arrumara suas coisas com uma expressão séria na face, o que era raro no rosto do homem, levantara-se e sem nem virar para trás ou cutucar Romano como sempre fazia, ele dissera:


Regresaré Roma.

E Lovino, até agora, esperava ansiosamente por esse regresso.


Só de imaginar o quanto Espanha deveria estar sofrendo graças aos nazistas e fascistas fazia com que ele se arrependesse de ter adotado aquela maldita crença. Era aquele maldito fascismo que estava machucando Espanha agora. Romano sentia o peso da culpa.


A cada dia que passava as coisas pioravam. Milhares de pessoas eram fuziladas em todo o país, e a guerra era considerada pelos nazistas como um ensaio. Ferir Espanha para eles era como arrancar o rabo de um ratinho de laboratório e ver se o animal sangraria ou não.


Romano sentira seu coração pular pela boca em agonia ao receber a notícia de que Guernica fora destruída. Onde estava Antonio? O que havia acontecido com ele? O quanto de sangue ele já tinha perdido e ainda perderia? Quantas lágrimas e gritos de dor ainda seriam arrancados dele? O quanto Espanha ainda sofreria?


A cidade de Guernica havia sido bombardeada ferozmente pelos aviões inimigos, e os sobreviventes foram destroçados pelas metralhadoras... Aquilo o fazia pensar se Antonio ainda estava conseguindo andar, quantas vezes ele já havia quebrado o braço ou quanto de fome ainda passaria.


Lovino afundou o rosto nas mãos e deixou um suspiro sofrido sair de seus lábios, seguidos das palavras que ele tanto repetira nos últimos anos...


– Dove sei, Spagna?

– Aquí, Roma. Vine.

Romano sentiu o coração falhar uma batida e levantou o rosto chocado em direção à porta do quarto.


Espanha estava ali. Seu rosto possuía escoriações horríveis e um corte profundo no supercílio estava presente. Seus lábios estavam ressecados e ele suspirava pesadamente. As roupas do espanhol estavam encharcadas de sangue, e Romano notou ser a mesma roupa de três anos atrás... Ele nem ao menos tivera chance de se trocar durante esse tempo.


Espanha mancou em direção à cama onde Lovino sentava, o pé que estava descalço estava torcido e ferido, deixando pegadas de sangue no chão. Romano percebeu que esse sangue não era dele.


Lovino sentiu os olhos encherem de lágrimas e levantou-se agilmente, postando-se de pé, bem em frente à Antonio.


Idiota, chi ti credi di essere? Facendo quello che ha fatto per tutti questi anni!? – berrou com Espanha.


Antonio apenas sorriu. Os olhos verdes brilhantes e sofridos exalaram os primeiros raios de felicidade depois daquela guerra. Espanha sentiu seu corpo tombando para frente e foi rapidamente amparado pelo italiano.


– Spagna? Spagna!


– Acalme-se Lovi... – Espanha sorriu – Estou bem... Em todos esses anos, não estive melhor do que agora... – fechou os olhos e continuou respirando pesadamente.


Romano o levou direto para o banheiro, onde se livrou das roupas ensangüentadas do espanhol e preparou um banho quente para ele. Antonio abriu os olhos novamente e olhou para o italiano parado ao seu lado, fora da banheira.


– Lovi... Eres hermoso.


Romano corou.


– Não diga esse tipo de coisa, bastardo.


– Fico fora todo esse tempo e é assim que me trata? Isso é bom... Significa que você continua o mesmo Lovi que eu deixei aqui...


Romano pegou sabonete e começou a limpar as feridas de Antonio, que reclamava falando que ardia, mas não o impedia. Depois de certo momento de silêncio, o italiano sussurrou de forma quase inaudível.


Grazie.

– Pelo que? – o espanhol indagou, voltando os olhos verdes para o italiano corado.

Penso che tu sia troppo bello

Espanha o olhou de forma curiosa, e logo depois relaxou a expressão, fazendo com que mais um de seus famosos sorrisos cheios de dente aparecesse.


– Lovi...


– O quê, bastardo? – Ele encarou Espanha nos olhos, quase mandando-o calar a boca se não queria engolir sabão.

– Te quiero... mucho.


Romano sentiu o rosto ferver e o coração falhou uma batida. Certo, certo, Espanha era sim o país da paixão, mas isso era lá diabo a forma de se revelar que se amava alguém? Lovino sentiu os pensamentos correrem por sua cabeça como se apostassem corrida, e seus olhos se arregalaram perante a expressão deveras idiota-apaixonado na cara de Antonio.


– I-idiota! Isso n-não é hora de falar essas coisas!


Sí, sí.

Espanha fechou os olhos novamente, sentindo Romano terminar de tirar o sangue que havia incrustado em seu cabelo.


España...

Antonio se surpreendeu ao ouvir seu nome sendo chamado em espanhol, e olhou curioso para Lovino.


– Sim, Lovinito?


Romano desviou o olhar.


– Te quiero también, tomate bastardo...

A última coisa que Lovino sentiu foi um puxão e logo seu corpo havia afundado em muita, muita água com sabão. Naquela hora, a única coisa que foi ouvida na casa foram as reclamações de Lovino, que agora ele estava ensopado.


Lovi, lo siento! Pero la pasión me empuja a usted!

– Tomato bastardo!


Aquele fim de dia, para Lovino, foi um dos melhores. Ele nem havia ligado muito ao levar um banho entupido de sabão. Ele agora, ao menos, poderia ir dormir tranquilo, sabendo que ao acordar de manhã teria seu Espanha ao seu lado.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem a fic até o fim ^^
Sobre o negócio do fascismo, acho que talvez todos já saibam que nessa época a Espanha estava com um grupo nazifascista 'trabalhando' não é?
'Um Ensaio' - A Guerra Civil Espanhola foi vista por Hitler como 'um ensaio para a Segunda Guerra Mundial', pois eles mandaram diversos tipos de armamentos inovados para o país que mais tarde seria utilizado na Segunda Guerra.
'Guernica' - Bombardeada sem mais nem menos, e os sobreviventes realmente foram mortos por tiros de metralhadora...
Triste não?
Acho que a grande maioria das falas pode ser compreendida, sim? Traduzirei apenas as que você olha e diz: Mas que diabos?
- Idiota, chi ti credi di essere? Facendo quello che ha fatto per tutti questi anni!? Idiota, quem você pensa que é? Fazendo o que fez por todos esses anos!?
- Penso che tu sia troppo bello Também te acho bonito
Créditos da tradução para espanhol para minha amiga Carolzinha, senão meu portunhol seria ainda pior, obrigada! Tradução de italiano = Google... sorry pelo que estiver errado!
Reviews?