Fim De Jogo escrita por Bru_na


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fic escrita para os "Desafios do Príncipe" na comunidade "Minhas fanfics Severus Snape", resposta ao tema: deve acontecer algum jogo.



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Ron espionava o corredor sombrio das masmorras quando ouviu as três batidas combinadas. Ele se afastou da porta da sala de poções que se abriu e fechou rapidamente, aparentemente sozinha. O ruivo fitou o vazio:
         – E ai, conseguiu?
           Harry ajeitou melhor a capa para que ficasse completamente coberto e ergueu para Ron se cobrir.
           – Fique quieto. - Disse, balançando um pequeno frasco de vidro.
           Eles andaram apressadamente para longe do território Sonserino, cuidadosos para não serem vistos. Só reataram a conversa quando começaram a subir as escadarias, os corredores já estavam vazios, o frio tornava as lareiras das salas comunais lugares mais aconchegantes.
         – Ainda acho uma grande besteira.
         – Ah, qual é, Harry?! Não ia cumprir um desafio de Cómarco?
         – Não é isso, Ron. Snape pode dar falta.
         – Ele faz outras, não é o Mestre de Poções?- Ron viu que ainda não convencera o amigo- Você já acabou com as tarefas dele ao derrotar você-sabe-quem e até parece que nunca fizemos isso antes.
         – É diferente agora, não estamos mais salvando o mundo bruxo. - A verdade é que depois de revelada toda a história, Harry respeitava a vida de Snape, mesmo que nunca fosse assumir isso em voz alta.

– É só uma brincadeira.
          – Eu espero que sim.- O moreno se deu por vencido.

Os dois chegaram ao corredor do segundo andar, despiram a capa e Harry guardou-a cuidadosamente no bolso das calças. Entraram numa sala de aula ao lado do banheiro feminino inativo, a sala tinha um carpete vermelho no chão, uma escrivaninha simples ao fundo e balcões nas laterais, provavelmente para guardar algum material, fazia tempo que não era utilizada. Quando Harry descobriu essa sala há alguns meses pensou que se fosse a sala precisa, conseguiria arranjar umas almofadas e o ambiente seria perfeito. A lareira estava acesa aquecendo um pouco o ambiente. Harry e Ron foram recebidos pelos olhares de expectativa de Cólin, Cómarco, Lilá, as gêmeas Patil, Justino, Simas e Dino que estavam sentados em círculo no chão.
          – Conseguiram?- Simas perguntou.
           Harry mostrou o frasco da poção recebendo aplausos admirados dos presentes, com exceção de Cómarco que se fez de indiferente.
          – Agora as verdade começarão a ficar realmente interessantes- Cómarco completou.
          Os meninos derramaram um pouco da veritasserum, recém conquistadas em duas canecas de cerveja amanteigada e uma garrafa de hidromel que passaram sob as vistas de Filch na última revista da volta de Hogsmead. A outra garrafa já estava vazia e servia como ponteiro para continuar o jogo.
         – Sua vez, Harry, gire a garrafa.- Lilá disse esperançosa no seu dia de sorte.
–-------x--------

Hermione estava saindo do banheiro do segundo andar que usava como laboratório para aprimorar suas pesquisas, quando ouviu um forte som de aplausos entusiasmados vindos da sala ao lado. Estava cansada, os cabelos bagunçadas pelos vapores do caldeirão e os braços doloridos da sutil arte de cozinhar uma poção, mas era seu papel como monitora chefe colocar fim em qualquer desordem, ainda mais naquele horário, além disso Minerva confiava nela. Seria tão mais fácil se Snape aceitasse supervisioná-la e emprestasse um laboratório, agora que tinha tempo para seus projetos sem precisar correr o tempo todo de bruxos das trevas ela tinha mais certeza que amava poções e sempre se perguntava onde ia parar a coragem grifinória quando encontrava com ele.
           Um novo som de risadas altas fizeram com que ela caminhasse até sala para cumprir suas obrigações.
–------x---------
           Snape subira as escadas como um verdadeiro morcego, se alguém o tivesse visto contribuiria e muito para sua fama. Seu humor fora altamente prejudicado por uma nova imprudência grifinória. Ele realmente acreditou que o fim da guerra daria uma trégua aos assaltos a seu estoque particular, mas não, enquanto Potter estivesse lá não haveria sossego, não bastava eles voltarem? E ele desejava corrigir esse pequeno detalhe aquela noite.
          Com a capa esvoaçando atrás de si e o ar majestoso ele chegou rapidamente ao segundo andar, mas se escondeu nas sombras quando viu a Srta. Granger sair do banheiro e seu pensamento se iluminou com a possibilidade de se livrar do trio de uma vez só. Um sorriso sarcástico cruzou por seus finos lábios, mas foi substituído rapidamente, ele não era um homem injusto, era? Andava observando-a desde que ela voltara para terminar os estudos, por algum motivo estava distante do Weasley, mais empenhada e madura, perguntava menos, pensava mais e parecia sempre querer pedir-lhe algo, só que as palavras morriam em sua boca. Ele a olhou, parada, indecisa, ouviu os mesmo aplausos, porém não se mexeu.

Snape tivera um péssimo encontro com a Murta-que-Geme e dava total razão à interdição daquele banheiro. Mas a vontade de punir um grifinório o orientava como um caçador. Ele só não esperou a cena que vira. O banheiro estava impecável, com exceção de um caldeirão em estase e uma pequena prateleira com algumas poções simples rotuladas, tudo protegido por um feitiço de ocultação. Ela poderia facilmente ministrá-las, estavam perfeitas. O professor deixou aquilo de lado, Potter e Weasley eram peixes maiores, ela era apenas uma insolente, mesmo que talentosa.
–------x-------
          A garrafa apontou exatamente entre Parvati e Simas, na direção que Hermione estava sentada ao fundo, aguardando o fim do jogo.
        – A garrafa escolheu Hermione. - Lilá disse com a voz enojada.
        – Não estou brincando. - Completou secamente.
        – Vamos lá, uma pergunta e vamos para o salão comunal- Ron disse.
       – Não, Ronald. -Ela respirou fundo, como Harry queria que mantivessem a amizade quando os focos eram agora tão diferentes?!
       – Então ficaremos até terminar.
       – Ou eu posso chamar algum professor.
       – Você não faria isso.
       – Você sabe que eu faria.
      – Mas a Grifinória é sua casa também.
      – Obrigada pela lembrança, quase me esqueci.
      – Ahh vai, Hermione. Um Sonserino que a faria feliz?- Lilá perguntou, enquanto os outros torciam o nariz, como era possível ser feliz com um sonserino?
        Homens e mais homens, Hermione se perguntava se Lilá e as gêmeas tinham algo mais no vocabulário ou na cabeça e antes que soubesse que havia falado sentiu o movimento de sua boca e ouviu sua voz respondendo contra a vontade:
– Severo Snape.
          Ela ficou chocada com a confissão e chamá-lo de Severo, como só chamava em seus pensamentos. Todos na sala ficaram boquiabertos, inclusive um professor de poções muito irritado encostado no batente da porta. Ele se endireitou, na sua reconhecida postura superior e o olhar dos dois se cruzou, um breve instante, ela estava com medo. Snape rompeu o silêncio:

– Srta. Patil, leve a Srta. Granger imediatamente para ver Madame Pomfrey.
          Uma das Gêmeas pegou o braço direito da Grifinória rubra que resmungou:
         – Eu posso andar sozinha.
         E diante da situação tudo que ela podia fazer é fingir que realmente não estava bem. As duas saíram da sala, Hermione procurando outra vez o olhar de Snape, mas ele não lhe respondeu, estava frio, impassível.
         – O que tinha na bebida?- Snape disse apontando para garrafa.
         Os poucos que ainda estavam sentados levantaram do chão ainda pasmos.
         – Eu preciso repetir?
        – Veritasserum, senhor.- Harry falou envergonhado por colocar a amiga naquela situação.
        – Potter e Weasley para o meu escritório, agora. Violaram meu estoque e portavam bebidas. - Completou sibilante.
         Ron ia rebater mas Harry segurou-o e cabisbaixo ajudou Ron a caminhar de volta às masmorras.
       – Aos demais, retornem imediatamente aos seus dormitórios. Detenção, amanhã às 20 horas com o Filch no Saguão.- Eles soltaram a respiração - e 50 pontos a menos para Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória, de cada um. - Falou sublinhando as últimas palavras.
         Ele virou as costas tão rápido que mesmo que alguém tivesse coragem de reclamar não o alcançaria. Seu dia estava feito, grifinórios fora da cama. Minerva teria um filho quando visse a ampulheta sem rubis, pela manhã. Com sorte ele ficaria sem ver Potter e Weasley por um bom tempo.
–------x--------

Snape abriu a porta para que os dois entrassem, em pouco tempo Minerva estaria lá. Caminhou até sua escrivaninha e sentou-se enquanto pegava um pergaminho e uma pena, os dois jovens nervosos parados diante dele, o Sr. Weasley ainda sob efeito da bebida.
        – Não esperava tanto dos senhores. Mas vejo que não me enganei, sempre Potter exibicionista e seu fiel escudeiro trapalhão.
        Harry abaixou a cabeça, Ron estava alheio à situação.
        – Não irão se defender? Que fique claro que dei a chance.
        – Desculpe, senhor. Não quis decepcioná-lo.
        – Decepcionar-me, Potter?- Snape ergueu a sobrancelha.
        – Sim senhor, queria que me visse como um aluno normal. Mas receio que dessa vez o Sr. está certo.
         Snape se assustou com o gesto de humildade vindo do menino e fitou seus olhos verdes, profundamente.
        – Isso não muda os fatos. Privilégios são para merecedores, Potter, e seus finais de semana e do Sr. Weasley em Hogsmead estão temporariamente suspensos.
         Harry sentiu o gosto amargo da injustiça na boca. Não fora ele quem trouxera as bebidas. Engoliu em seco, agradecendo-se por ter aprendido a se controlar.
       – Espero que isso sirva de lição.
       – Sim senhor. Posso pedir algo?
        Snape olhou para o garoto admirado com seu autocontrole, ele realmente mudara. Não respondeu, aguardando o pedido.
       – Hermione não tem nada a ver com isso, ela acabara de chegar quando o senhor, uhm.. entrou na sala. Por favor, não seja injusto com ela. Não imagina o quanto ela está se esforçando.
      – Para que?
      – Para impressioná-lo.
       O mestre de poções curvou os lábios achando graça e ainda intrigado com a resposta da garota, a sabe tudo estava apaixonada por ele?

– O que ela bebeu?
          – Apenas veritasserum.
         – Certo, Potter, espero que não esteja mentido ou nossa queria sabe tudo pode estar envenenada.
          Ele pegou o pedaço de pergaminho e fez uma rápida nota, ouviu as batidas na porta, enfim Minerva viera buscá-los.
         – Estão dispensados.- Harry se mexeu, mas Ron não.- Leve o Sr. Weasley com você e entregue isso à Srta. Granger.
        – Boa noite, professor.
        Rony apoiado em Hary caminhou até a porta encontrando a diretora, que cumprimentou-o.
         – Boa noite, Severo. Obrigada.Vocês dois, vamos.
        Harry já estava no corredor quando a curiosidade falou mais alto e ele abriu o pergaminho.


“Cara Srta. Granger,
Queira comparecer ao meu escritório amanhã antes do início das aulas da tarde. Assunto de seu interesse, traga suas pesquisas.
Professor Severo Snape.”

         Harry sorriu. Os jogos acabaram.

Fim


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem-me saber o que acharam.
Até a próxima!