Apocalíptica - A Lenda Do Demônio escrita por SSChan


Capítulo 1
Você é a lenda


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic aqui, sejam gentis u-U



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267461/chapter/1

Minha repulsa pela minha mãe aumentava a cada minuto. Eu nunca pude ser uma garota normal, com uma vida normal...Minha mãe é uma maníaca religiosa, não posso usar as roupas que quero, não posso ir aos lugares que eu quero, não posso escutar a música que quero e nem ao menos namorar quem eu quero.

Pois é, aos 17 anos, em 2011, que tipo de pessoa tem um casamento arranjado? A resposta, sou eu. Irei me casar hoje, com um filho de um pastor. Só fala merda o dia inteiro, mas acho que ele sabe que eu odeio e jamais vou encostar perto dele. Ainda acho um milagre minha mãe não ter me mandado para uma escola de freiras ou algo do tipo.Sim, eu já tentei fugir, mas ela me leva e me busca na escola...É vocês devem imaginar o mico que eu devo passar, e ela nem ao menos desfarça, para logo na frente do portão e dá um grito, e se eu não responder em 2 minutos ela sai do carro e arma o maior barraco.Agora eu me pergunto, oque será que aconteceu para ela querer me prender tanto? Até aonde eu saiba, pelas fotos dela quando mais jovem, ela até que parecia ser uma pessoa normal, uma garota normal, coisa que eu nunca pude ser.

05/05/11

Demy, estava sentada de costas, sozinha em algum quarto de um grande casarão. O vestido simples de casamento e um véu branco tão grande que se estendia amontoado até a porta do quarto. Estava sentada de frente para um espelho, sua maquiagem muito clara, apenas pó e um blush cor de pele e um brilho para não deixar a boca seca. Não usava nenhuma jóia, nenhuma luva, colar ou coroa, apenas o vestido e o véu. Suas lágrimas agora já não faziam mais sentido, chorar não impediria o casamento que sua maldita mãe lhe tinha arranjado com aquele maldito noivo. Sua vontade era de explodir aquela casa com todos dentro, se possível, com ela também.

– Demy? - Disse alguém abrindo a porta -

– Oque é? - Perguntou a garota com azedume -

A princípio Mary ficou um pouco brava com a atitude da filha no dia do casamento, mas sabia que discutir não iria mudar nada então a puxou pelo pulso a fazendo se levantar.

– Não pise em cima do véu - Falou a mulher batendo a porta -

– Eu...Preciso ir tomar um pouco de ar - Pediu a garota colocando a mão sobre a barriga -

Mary olhou meio desconfiada, mas resolveu dar uma trégua para a garota.

– Pode ir, mas esteja lá em 10 minutos - Advertiu a mulher descendo as escadas -

Demy sorriu, mesmo que fosse um sorriso sinistro, que se descortinava negro por trás de suas lágrimas. A garota não planejava voltar, jamais.

Iria se jogar da ponte que ligava o casarão aos jardins, nunca mais, precisaria ser zuada na escola, ou casar com um garoto chato. Segurou a barra rala do vestido e foi correndo em direção a ponte, sem se importar se rasgava ou sujava o véu durante o caminho. Enfim, Demy chegou a ponte, colocou o pé direito em cima da ponte de madeira que emitiu um leve ruído.

Fechou os olhos e sentiu a brisa bater no rosto e nos cabelos, andou mais alguns passos e abriu os olhos.

– Q-quem é você? - Gaguejou a garota -

Ali, onde não havia ninguém a poucos segundos agora estava um homem, de terno negro e cabelos brancos.

– Eu sou chamado de muitos nomes, mas pode me chamar de Ref - Falou o homem dando um sorriso -

– Ref? Que nome mais estranho, você é um convidado ou veio de penetra? - Perguntou Demy já ficando com raiva -

– Não sou convidado, mas também não sou nenhum penetra, eu não teria motivos para estar aqui hoje, se não fosse por você.

– Por mim? Ora, eu nem te conheço, oque tenho a ver com você? - Perguntou Demy, desafiadora -

– Muito mais do que você imagina...Eu sei que você estava vindo para cá se matar, não é mesmo? - Perguntou ele, como se lesse a resposta nos olhos da garota -

A boca de Demy ficou seca, a garganta não conseguia emitir som algum, os olhos se arregalaram, como ele sabia? Ninguém mais sabia disso, ela nunca contou isso para ninguém.

– C-como...- Começou Demy -

– Eu tenho meus métodos pequena Demy...- Falou o homem se aproximando lentamente -

A garota deu um passo para trás.

– Não fuja, não quero te fazer nenhum mal...

O homem foi aproximando mais e mais, Demy então começou a correr, olhando para trás para ver se ele se aproximava, mas então bateu em algo duro e desmaiou.

– Oh, vejão, ela está bem...Foi só um susto - Disse Mary aliviada -

Demy suspirou, seus olhos estavam pesados, mas com certo esforço os conseguiu abrir. Estava rodeada de rostos, todos muito preocupados aparentemente.

– Você está bem Demy? - Perguntou Lewis, o noivo - Mas a garota não conseguia pensar, em nada, não conseguia falar, só ficou respirando e olhando para todos, como uma espectadora, que nada muda na história. Algo muito ardente, latejava e queimava em suas costas, a garota tentou localizar ali alguma ferida mas nada achou, nada de anormal em seu corpo, tudo estava aparentemente bem, ou pelo menos parecia estar.

– É melhor levarem ela ao hospital - Disse alguma convidada -

– Ok certo, vamos - Disse Mary ajudando a garota a se levantar -

_____ Era um lugar frio, escuro e sujo.Demy supôs que fosse ao ar livre por causa das nuvens negras que encobriam todo o céu.

Ao longe, dois seres vinham em sua direção, flutuavam pelo chão, ambos conversando animadamente, sem dar muita importância para sua presença.

– Hey...Hey ! Podem me dizer que lugar é esse? - Perguntou a garota confusa -

Finalmente, o ser que trajava vestes claras se voltou para Demy, e surpreendentemente, era alguém conhecido.

– Quanto tempo Demy - Disse o ser sorrindo -

– S-saita? - Gaguejou Demy -

– Eu mesma - Sorriu o ser, balançando os cabelos brancos e sorrindo - Um leve lapso de memória se passou pela cabeça de Demy. Saita-Kun e Kaita-Kun, eram seus amigos imaginários. Saita, era algum tipo de anjo. Tinha cabelos muito claros e era muito meiga e certinha. Já Kaita era a mais divertida, era mais malvada também e sempre instruia Demy a fazer oque era errado, e ela também estava ali, sorrindo para Demy.

– O-oque vocês fazem aqui? - Perguntou Demy, surpresa -

– A pergunta é, oque você faz aqui...- Disse Kaita, sem olhar para a garota -

– Vocês não existem, isso só pode ser um sonho...

– Mas você viu a gente por tanto tempo - Disse Kaita rondando Demy - Brincamos tanto, conversamos tanto, e agora você diz que não existimos? Hum...Que menina má.

Demy não entendeu muito oque ela quis dizer.

– Aonde estou? - Tornou a perguntar -

– No Inferno - Falou Kaita abrindo os braços e rodando, mostrando o ambiente -

Demy, riu, deboche misturado ao medo, não era algo muito divertido de se sentir.

– Inferno? Por favor, isso não passa de um sonho.

– A questão Demy, é que da qui pra frente, nós não vamos poder mais ficar com você - Disse Saita, triste -

– Vocês nunca estiveram comigo, eram personagens idiotas que eu criei pra me livrar do horrivel mundo que existe lá fora, vocês não passam disso, de imagens projetadas na minha mente - Disse Demy decidida -

– Não fale isso, sempre estivemos com você - Disse Kaita, um pouco brava -

– E por que não podem mais '' estar '' comigo? - Perguntou Demy -

– Porque você não precisa mais de ajuda, você não é uma...- Calada Kaita ! Calada ! - Gritou Saita, algumas lágrimas saiam de seus olhos -

– Mas oque...

___Demy abriu os olhos.Estava em uma cama de hospital, suas costas latejavam e queimavam como fogo. O quarto estava escuro, muito escuro, mas a luz fosca dos poucos raios de lua que entravam pelas frestas da janela faziam-na reconhecer alguns vultos na escuridão.

– Mamãe? - Perguntou a garota assustada -

Não havia mamãe, ela não estava ali.

Os vultos continuavam parados, sem dar sinal de vida, apenas de pé, a fitando vidrados. Suas mãos começaram a soar. Em que tipo de confusão se metera? Uma pontinha aguda de dor cutucou o seu estômago, e aquela cruel sensação de peso no ar a acusava, era como se algo estivesse errado por sua causa, mas oque?

Uma voz severa cortou o assustador silêncio como uma faca, não era uma voz muito comum, aliás, não parecia ser muito...Humana.

– Então você é Demétria?

Demy engoliu a seco. Apenas sua mãe lhe chamava por Demétria, quem era essa pessoa?

– Oque você quer? - Perguntou Demy, tentando parecer segura, mas em dado momento, sua voz falhou -

– É ela mesma...- Disse outra voz que parecia estar um pouco mais próxima -

– Oque está acontecendo? Alguem pode me dizer? - Disse Demy indignada -

– Saudações a você Apocalíptica, sempre estivemos a sua espera - Falou uma voz rouca -

Demy não respondeu, argumentar com aqueles estranhos não ia dar em nada, mas o medo começou a invadir sua mente.

Oque tantas pessoas estariam fazendo reunidas em seu quarto aquelas horas da noite? Algum sequestro? Por qual motivo? Suas posses eram mais miseráveis que um barril de vinho vazio, não deveria possuir mais de 20 dólares em alguma bolsinha por ali no criado mudo.

Então, os vultos começaram a se ajoelhar.

– Oque vocês querem? - Disse Demy, mais segura -

– Que venha conosco, precisa vir, é sua missão - Disse uma voz de alguém parado na porta -

Demy estranhou, era o único que não se ajoelhou, sua voz era familiar.

– Lembra-se de mim? Pequena Demy.

A repulsa tomou conta de si, era o homem que havia lhe perseguido no dia do casamento. Oque ele estaria fazendo ali? Que ligação tinham essas pessoas estranhas com ele? Afinal, oque eles queriam? Quem era Apocalíptica?- Vou ser breve, temos muito a fazer Apocalíptica - Disse o homem andando dentre as pessoas ajoelhadas - Você era um anjo, que por um motivo fútil caiu do céu, por algum motivo sua alma se perdeu, e você infelizmente não pode compartilhar de nossas alegrias no sub-mundo, ou como seus aliados podres humanos chamam de Inferno - O homem deu uma pausa e prosseguiu - Você, era um arcanjo, um arcanjo traidor, já imaginou a surpresa que os anjinhos tiveram? Quando você se rebelou, uma guerra se instalou no paraíso, e os que não concordavam com sua expulsão, cairam junto com você e junto de mim, ou seja, você agora, é Apocalíptica, ou como devo dizer, a demônia do Apocalipse, você, é uma lenda Demétria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apocalíptica - A Lenda Do Demônio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.