Damon estava andando pela propriedade, talvez processando tudo. Depois de uns quarenta minutos o chamei.

-Hey, vamos Damon? Faz tempo que saímos e você deve estar com fome ou com vontade de ir ao banheiro... – ri. Era estranho tudo isso. -Claro ,Elena. Vamos comer algo. – ele sorriu fraco. Eu não queria isso, eu queria vê-lo sorrir de verdade. Ficar feliz. -Vem, vamos tomar sorvete. – sorri para ele e lhe puxei pela mão até o carro. -Sorvete? Ok... – ele entrou no carro e comecei a dirigir. Estava tudo silencioso, até que na metade do caminho eu resolvi puxar conversa. -Tudo bem, com você? -Sim... Err... Mais ou menos. Quer dizer... Oh! Isso é tão frustrante e... Estranho! -O que? – perguntei realmente perdida. -Estar num carro com a garota que eu amo e nem me lembrar dela. Argh! Isso me deixa com muita raiva! Merda! Eu quero lembrar de tudo o que você me contou... Tudo o que vivemos, tudo pelo que passamos e superamos...– e ele parou de falar. Até que me lembrei de uma pergunta que eu queria lhe fazer. -Por que acreditou em mim tão facilmente? Eu poderia estar mentindo para você sobre sua própria vida. -Mas não estava. Eu sei que não. Eu... Nossa com isso soa idiota, mas eu sinto que posso confiar em você. -Obrigado. – eu não sabia bem porque eu estava agradecendo. -Não, obrigado á você. -Porque me agradeceria? -Por não me deixar. Por querer que eu me lembre e viva tudo o que eu esqueci. -É um prazer. – parei em frente à sorveteria local. – Chegamos.

Pegamos os sorvetes, ambos de chocolate e fomos até a praça. E ficamos ali... Caminhando, rindo. Era tão bom ver o Damon assim, parecia estar se soltando comigo, realmente confiando. Vendo que eu o conheço bem e que comigo ele pode apenas... Ser. Depois de tomar o sorvete, nos sentamos no banco e ficamos em silencio, até Damon quebra-lo.

-Hmmm, Elena? -O que? -Posso te fazer uma pergunta? -Uma pergunta você já fez, mas sim. Pode me fazer outra pergunta. – ele sorriu de canto abaixou um pouco a cabeça. Depois se sentou diferente, ficando de frente para mim. -Eu sei que uma pergunta meio indiscreta... – ele pareceu repensar em fazê-la. Pigarreou e me olhou por um momento. -Fala logo Damon! – falei rindo. -A gente... Hmmm, nós dois... Bom você falou que éramos, somos, - se corrigiu. - namorados. -Sim, eu falei. – respondi cautelosa e reprimindo o riso. -Então, eu estava pensando e bom... Eu estou curioso pra saber... Mas se você não quiser responder, tudo bem, não precisa. Eu não quero te ofender... – meu Deus que enrolação! Levei as mãos ao rosto e ri. -Damon! – ele calou-se e me olhou. – Apenas fale. -Ok. Nós dois... Eu e você, assim... Já... Err, dormimos... Juntos? – toda enrolação pra perguntar isso! Meu Deus! Mas eu iria pior ainda mais. -Sim. Já dormimos na mesma cama, juntos. Mas em que sentido você está falando? -Se já... Fizemos... -Se já fizemos o que? – tentei manter a expressão inocente, como se não soubesse do assunto. -Sexo. – soltou e vi suas bochechas ficarem levemente coradas. Sorri pra ele, ainda reprimindo o riso, ou melhor, gargalhada. -Sim, já fizemos muitas vezes. -Ah. – falou simplesmente. E vi que ele sorriu um pouco. -Vem, vamos. Tenho que falar com uns amigos nossos, hoje à noite vamos fazer algo diferente! – falei o puxando novamente pela mão, em direção ao Grill. -Vamos fazer o que? – ele veio ao meu lado e entrelaçou nossos dedos. Parei de andar e o olhei surpresa. Ele apenas sorriu, sem malicia, apenas um sorriso afetuoso, e eu retribuo com o mesmo sorriso. -Vamos acampar!