Lilith A garota mantinha a faca erguida de um jeito determinado, era como se a qualquer momento ela fosse me matar com aquela, seu olhar tinha um brilho assassino, meus instintos estavam todos a mil, de repente a garota falou: - está na hora do acerto de contas. - falou correndo para me ferir com aquela faca, de repente, uma luz muito forte refletiu na faca fazendo a estilhaçar-se diante dos meus olhos. -Serpente, eu vejo que nem mesmo todo esse tempo sem praticar a Antiga Arte, fez com que enfraquecesse seu poder. - falou num tom levemente doce, mas carregado de ironia. - o que pirralha?- falei a agarrando pelo pulso, e a jogando contra o chão, mas assim que ela bateu contra o chão, ela começou a correr se jogando do penhasco. -Lilith, ela se jogou mesmo? - sim, mas ela vai voltar, eu sei!- falei agarrando o braço de Rarwey e saindo desfilando pela floresta, como se nada tivesse acontecido. Vernie Eu estava unicamente apaixonada por Brandon, eu o seguia com olhares discretos, seus olhos verdes, sempre me faziam ruborizar, eles possuíam um desejo oculto, e meu corpo queria decifrar cada célula de seu corpo. Agora eu o observava, de longe, enquanto ele nadava na piscina que ficava no fundo da casa, seus músculos deslizavam por sob a água, eu estava quase babando, foi quando eu senti que ele ia olhar pra mim, dei um pulo de costas, saindo do seu campo de visão, respirei fundo, e corri para o sótão, eu estava com medo de receber o dom que era de família, minha mãe disse que eu era meio sensitiva, assim como a minha avó. Abri um fundo falso do armário que tinha no sótão, e de lá tirei uma caixa de minha avó, ela era uma espécie de feiticeira ou algo do tipo. Dentro dela tinha um espelho, uma vela branca, um incenso, um cálice, uma garrafinha de água e uma caixa de fósforos. -é agora- falei respirando fundo. Acendi a vela, e a pus de um jeito que ela iluminasse o espelho, mas não se refletisse nele, acendi o incenso, peguei o cálice e despejei o liquido que possuía dentro da pequena garrafa, retirei do meu pescoço um colar de prata, com um cristal na ponta, o pus no chão e olhei para o fundo do espelho, e deixei minha mente vagar, eu fui até o mais sórdidos dos sentimentos, e voltei de lá pura, eu senti o medo e a insegurança abandonar o meu corpo, meus olhos não eram mais olhos humanos, eu via além da matéria, eu via os desejos das pessoas, eu sentia seus sentimentos, joguei minha cabeça pra trás, e sentindo o poder dos quatro elementos me invadirem, de repente uma lufada de ar abriu a janela, eu me levantei espantada. - o que foi feito, foi feito, agora eu tranco esse portal- falei berrando, de repente uma luz iluminou o quarto, e eu tive certeza de que estava acabado, eu fazia parte tanto do mundo humano quanto do mundo mágico, eu tinha a magia correndo por minhas veias e vazando por meus poros. Desci as escadas e fui para o meu quarto, pouco tempo que havia entrado, ouvi alguém bater na porta. - Quem é? – berrei quando saia do banheiro. -Sou eu, Brandon! - Ah já vai!- falei enquanto colocava um vestido. Abri a porta, assim que eu olhei pra Brandon meus olhos penetraram os dele me levando aos cantos mais sórdidos de sua mente, onde moravam os desejos, sonhos, onde ardia o fogo de toda paixão, e ele também vasculhava cada sentimento meu, cada medo cada vontade, agora éramos um só a conexão se desfez de uma vez, fazendo com que uma camada de energia nos separasse. -Vernie, o que foi isso? - vamos pra lugar onde ninguém possa nos ouvir. - ok, vamos lá pra o bosque. - vamos – falei já saindo. [...] Havíamos chegado a uma campina linda. -Então Brandon, aquilo que aconteceu, não foi só uma ilusão, realmente aconteceu, há muito tempo, eu descobri que eu tenho um dom de família, que veio da vovó, mas só que eu precisava aceitar, e hoje, só hoje eu me senti com coragem de aceitar esse dom- falei já com medo, pois ele sabia de tudo, ele podia me abominar. - e logo depois você apareceu, e aconteceu aquilo. - falei envergonhada de ter entrado na mente dele e descoberto cada minúsculo segredo seu. - oh meu Deus, então quer dizer que... Que... Você viu mesmo tuuudo o que eu já pensei na vida? - bem... Não tuuudo, só o que ficou marcado em algum, lugar, tipo amores, sofrimentos essas coisas sentimentais. - então você viu... - falou já com um ar diferente, algo selvagem, e apaixonante, e se aproximando de mim. -se eu vi o que?- falei o imitando e já entrando em seu jogo- todos aqueles sonhos pervertidos que você teve comigo? - sim- falou começando a ruborizar, e mordendo o lábio inferior de forma sexy, e se aproximando cada vez mais, de repente, ele uniu os nossos lábios, em um beijo calmo que foi se intensificando, sua língua percorria cada centímetro da minha boca, eu sentia uma onda de eletricidade me tomar, suas mãos se moviam do meu quadril até a base da minha nuca, eu afundei minha mão em seus cabelos, eu os puxava, e controlava a intensidade do beijo, logo o ar se fez necessário, Brandon desceu seu beijo para o meu pescoço, me fazendo jogar a cabeça pra trás, sentir os seus lábios percorrem a minha pele, seguidos por leves arrepios, fazendo a minha pele arder de desejo por ele. Brandon A experiência de viajar pela mente de Vernie, tinha sido algo tão fantástico, algo que ia além de qualquer sensação. Vernie e eu estávamos andando a base de uma hora pelo bosque, até que eu me lembrei da cachoeira que tinha na nossa cidade, ela tinha uma camada fina de névoa, que meio que encobria a superfície da água, dando lhe um aspecto bizarro a ela, mas mesmo assim era um lugar lindo. -Brandon, já chegamos ? - Falou Vernie se encostando em uma árvore . - calma Vérnie, falta bem pouco! -Brandon, vamos voltar - falou Vérnie com os olhos arregalados, ela estava visivelmente nervosa. - mas por quê? – falei só por curiosidade - estou com péssimo sentido. – falou se levantando de uma só vez- vamos logo- falou agora firme e decidida olhando para o nada como se visse algo além da matéria, algo do mundo espiritual... (Continua...)