Lilith A Sacerdotisa Das Trevas. escrita por D S MIRANDA


Capítulo 12
A maldição começou


Notas iniciais do capítulo

Amores ai vai mais um capitulo...
espero que vocês gostem!

Boa leitura:3



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Lilith

eu observava o mundo por entre os cílios, pois não tinha forças para sequer abrir os olhos, eu tentava me levantar, mas era inútil, parece que aquele surto havia me drenado até a ultima gota de energia.

Ao cruzar o meu olhar com o de Rarwey percebi que seus olhos negros estavam marejados e pela primeira vez desde que eu os vi me deixavam ver tudo o que se passava em sua alma, era um misto de dor tristeza, angustia, paixão, perda, frustração, esperança, eu podia ver um garotinho triste preso atrás daquele aparentemente distanciamento, havia algo em sua essência havia mudado, eu podia ver em sua alma, uma dureza que não era dele, era como se a sua parte dócil houvesse adormecido, ou sido enclausurada por algum motivo, de repente eu me dei conta de que ele estava desse jeito, por que para ele eu estava morta, eu sofria tanto em vê-lo assim que mesmo sem ter forças, eu precisava dar um alento ás suas magoas, então eu juntei o máximo das minhas forcas e sussurrei:

–Rarwey... eu nunca vou te abandon...- minhas forças acabaram, e eu acabei sendo engolida novamente pela escuridão.

{…}

O mundo a minha volta começou a criar vida novamente, eu ouvia o barulho das águas que corriam calmas no rio, as quedas d’água ao longe, os sons da natureza e o mais importante, eu ouvia um coração, o coração de Rarwey, o coração do meu amado, o coração de quem me roubou das garras da morte e me aninhou em seu peito para nunca mais me perder, eu inalava o seu cheiro, e com isso, o meu coração se enchia cada momento mais de alegria.

–bom dia dorminhoca- falou beijando o alto da minha cabeça com um sorriso estampado na voz, e no rosto, seus olhos brilhavam de um jeito um tanto quanto infantil. - como está se sentindo?-perguntou me olhando no fundo dos meus olhos, agora eu podia ver o Rarwey por quem eu me apaixonei ali naqueles olhos negros eu via o brilho de um amor que nem mesmo a morte era capaz de separar.

–bem... mas eu estou mesmo é morrendo de fome- respondi me levantando em um pulo, eu sentia tanta alegria em estar viva que estava quase saindo aos pulos pela mata.– vamos tomar um café da manhã reforçado- falei me virando para o ver se levantar- opa, opa, opa desde quando você tem asas?- falei apontando espantada em direção ao par de asas que saiam das costas dele, e suas asas eram as coisas mais lindas que eu já tinha visto, elas eram como um manto de plumas alvas e brilhantes, eu podia passar uma vida analisando suas nuances e nunca ia me cansar

–hummm... desde ontem- falou rindo sem graça- durante o seu surto- na hora que essas palavras me atingiram senti o meu rosto corar, não que eu tivesse vergonha de ter tido aquele surto, eu fiquei com medo de que meus amigos fossem pensar de mim, eu era uma bomba relógio prestes a explodir, mas pelo que eu estava vendo ali eles não haviam se importado muito com esse meu surto.

Rarwey

Ver toda essa alegria estampada no rosto de Lilith era tão gratificante, que eu nem conseguia acreditar, seus olhos cor de noite brilhavam mais intensamente que de costume, era como se esses novos poderes a deixasse cada segundo mais linda, sua pele estava bem mais sedosa, agora ela exalava um cheiro diferente, que me deixava louco de desejo, meus instintos também afloraram, eu agora podia sentir a presença dela a quilômetros, como se ela estivesse ao meu lado, eu meio que podia ouvir seus pensamentos.

Lilith estava se tornando uma droga feita exclusivamente para mim, ela invadia os meus sentidos e me deixava cada vez mais louco por ela, seus lábios vermelhos clamavam pelos meus, sua pele macia clamava pela minha, seu calor selvagem clamava pelo meu, eu implorava pelo poder de tocá-la, de senti-la por inteiro, eu a queria de todas as maneiras possíveis e impossíveis, a agarrei pela cintura e a puxei para um beijo, um beijo avassalador, que derrubou todas as minhas defesas, uni seu corpo ao meu e nos ergui aos céus, queria mostrar ao mundo o quanto eu estava feliz em tê-la ao meu lado, ter Lilith comigo era a minha maior alegria.

Lilith

Quando Rarwey agarrou a minha cintura, eu senti algo a mais entre nós, era como se estivesse se formando uma nova conexão o meu desejo por ele aumentou em níveis quase alarmantes, eu queria Rarwey de todas as maneiras que eu pudesse, mas quando ele nos elevou a metros acima do chão, eu fiquei deslumbrada.

Ver o mundo por cima era algo com o que eu nunca tinha sequer sonhado,nem mesmo ontem quando o meu poder se revelou, eu me senti tão eu como agora, era como se o céu fosse a minha morada, como se o céu fosse onde eu tinha que firmar o meu reino, meu refugio, minha vida

Rarwey batia suas asas vigorosamente enquanto me mantinha firme em seu abraço, uma mão me segurava logo abaixo do meu busto, e a outra minha cintura fazendo com que eu me apoiasse em seu peito, voamos por horas a fio até que a fome fez com que voltássemos para o acampamento, não me pergunte como ele sabia a direção correta , só sei que chegamos em quatro batidas vigorosas de asas ao nosso destino.

Assim que pousamos, eu me senti envolta numa grande massa de energia, que se desprendeu de uma única vez fazendo com que eu fosse parar em um pavilhão de espelhos, e por todos os lados, eu podia ver o meu próprio reflexo nos mais variados ângulos, eu estava com muito medo do que aquilo podia significar, então eu senti um jato de energia sair de mim em direção a um dos espelhos, e através desse espelho, eu pude me ver em um passado muito distante, não o meu corpo, mas sim a minha essencia, tudo era muito conturbado.a força daquela visão era demais a ponto de me arrancar daquele devaneio.

Assim que os meus olhos viram o mundo real, eu senti que os meus poderes iam sair de controle mais uma vez.

–Rarweeeey sai de perto... saiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... - falei enquanto corria para longe dele, enquanto o poder rasgava o meu corpo em busca da saída, o meu corpo ardia como se eu estivesse queimando de dentro para fora... eu passei a ver o mundo fora de foco, foi quando uma luz forte saiu do meu corpo dando inicio a uma luta de luz e trevas, gelo e chamas acima da minha cabeça, eu estava morrendo de medo, mas algo dentro de mim se regozijava com esse novo surto de poder, eu comecei a descobrir que aquele poder era parte de mim, e como um parte minha eu podia fazer dele o que eu bem quisesse, decidi então que todo aquele poder se dissipasse de uma vez, ele se uniram, e como num passe de magica, não havia mais um resquício de toda aquela loucura.

Cai ajoelhada no chão respirando fundo para não cair em inconsciência, senti algo quente escorrer pelo meu nariz, passei as costas da mão e percebi que eu estava com o nariz sangrando, pois aparentemente esses surtos de magia custavam uma boa parte do meu estoque de energia, e pelo que eu estava vendo se eles continuassem eu ia acabar morta a qualquer momento, comecei a ouvir um aplauso solitário, aquilo me chamou muito a atenção, ergui calmamente o olhar, na minha frente, eu vi uma mulher de meia idade, ela usava um vestido longo negro muito bem cinturado coberto por uma capa de viagem, seus olhos eram de um cinza chumbo, ela tinha uma aura fria e perversa, ao sentir isso, eu percebi que a partir daquele momento, eu ia ter que lutar, contra ela se quisesse voltar para o lado daqueles que eu amava, eu não podia mais ser uma garotinha de cidade grande estava na hora de eu ser outra vez a velha e determinada Elisabeth Lanton a garota que nunca fugiu de um desafio, a garota que eu sei lá por que mandei para longe de mim, eu havia matado a melhor parte de mim com medo do que eu era capaz, mas hoje eu ia ser outra vez Elisabeth.

– Que impressionante demonstração de poder... principalmente para alguém que foi criada por humanos e sem o menor contato com a magia, vejo que a sua mamãe não fez um bom trabalho em te manter longe de nosso mundo - falou vindo com passos decididos em minha direção e um sorriso vitorioso nos lábios, ela me agarrou com uma força sobre-humana pelo pescoço, e olhou fundo nos meus olhos aquilo me causou um arrepio na espinha, eu tentava escapar de seu aperto, mas era inútil.

–a maldição já começou – falou começando a rir – e não tem nada que ninguém possa fazer para impedir de a maldição se concretizar , agora vamos garota, tenho muito a te ensinar antes que o prazo acabe..- falou agarrando o meu braço e começando a me arrastar pela mata.

– eu não vou a lugar algum ! Se você acha que eu vou te seguir para onde quer que seja só pode estar louca! - falei soltando o meu braço com um safanão.

– Garota pare de ser estupida, não adianta lutar contra mim, eu sou muito mais poderosa que você, então cala a boca e vem logo - falou agarrando o meu pulso e cravando suas unhas na minha carne.

– Eu não vou com você- berrava enquanto me debatia tentando me livrar daquele aperto bruto. -ME SOLTAAAAAAAAAA!- nesse momento, eu me senti ser jogada para um canto qualquer da minha mente, enquanto uma outra personalidade me tomava... era Liris que tomava o controle do meu corpo.

Liris

Aquela velha achava que podia falar assim comigo? - pensei enquanto tomava posse do corpo ao qual tanto tempo me foi negada a presença.

Eu ia mostrar para ela quem é que manda, ela podia fazer o que quisesse com a serpente, por que ela não sabia o poder que existe nesse corpo, mas eu não, eu vivi presa junto com a magia por esses longos e infindáveis 19 anos, eu não só sabia o potencial preso nesse corpo, eu era parte desse corpo.

–ora ora ora... se não é a prisioneira que vem para defender o carrasco. -falou aquela velha com um ar de desprezo e surpresa disfarçada.

– cala a boca e sai logo daqui, ou eu juro que faço você pagar mais do que caro, por ter se posto no meu caminho. - falei entredentes.

– Não vem com essa de que eu vou fazer você pagar caro... eu vou te matar... eu vou fazer e acontec...-

–dá pra calar a merda dessa boca, ou tá difícil?- falei lançando uma rajada de magia contra ela.

– Aiaiai garotinha, eu fui e sou a maior sacerdotisa das trevas de TODOS os tempos, eu sou o ser mais forte de todo esse reino, e você acha que iria me parar com esses truques de primeiro dia de aula - falou enquanto me atingia com uma sequencia de dardos de energia- É assim que se ataca garotinha– ela berrava enquanto dobrava as investidas fazendo com que eu cambaleasse para trás , seus golpes eram mais do que certeiros, o escudo que eu havia criado ao meu redor já havia sido estilhaçado há muito tempo, ela partiu para cima de mim e começou a me bater, eu já não tinha mais forças, parecia que tinha algum tipo de trava que não me deixava usar o máximo do meu poder, eu senti o meu corpo ser lançado contra uma rocha por repetidas vezes, eu já sentia o gosto de sangue na boca e a visão turva.

– largue-a Desdemona– falou Ravenna se aproximando, seus passos eram decididos, mesmo no meio de toda aquela profusão de raízes.

–Ravenna querida, essa sua pupila é uma gracinha, ela pensou que podia me derrotarfalou Desdemona com uma risadinha irônica que estava me tirando do serio .

–Desdemona, me entregue a garota, e tudo vai ficar bem, eu juro que não quero ter que lutar com você, mas se for o caso, você sabe muito bem que eu não vou hesitar em te aniquilar.

–mas eu quero lutar com você e ver o quanto você melhorou nesses últimos anos.– falou Desdemona partindo para cima de Ravenna.

Ravenna desviava, das investidas de Desdemona , com uma facilidade imensa, quando Ravenna ergueu um globo de trevas e chamas brancas, que por pouco não me cegou.... o globo começou a lançar pequenos fragmentos de magia que atingia Desdemona e causavam um estrago sem tamanho.

–AGORA!- berrou Desdemona, foi ai que eu eu vi Ravenna ser atacada por vários vultos, seu corpo era lançado de um lado para o outro Ravenna não tinha tempo sequer para pensar antes de ser alvejada novamente por aquele manto de sombras, seu corpo estava todo ferido, seus cabelos ruivos estavam sujos de sangue, seu corpo esguio estava caído quase sem vida, eu queria me libertar, mas parecia que Desdemona havia me atado com magia àquela pedra, eu tentava a todo custo enviar um recado para o pessoal, mas nada que eu fizesse rompia o raio da barreira que havia nesse corpo...

( Continua...)


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Notas finais do capítulo

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