Lilith A Sacerdotisa Das Trevas. escrita por D S MIRANDA


Capítulo 11
Tocada por um anjo.


Notas iniciais do capítulo

Amores mil perdões pela demora, prometo que vou tentar postar o mais rápido possível



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Lilith

Eu ainda não tinha engolido toda aquela ladainha que Ravenna havia me contado.

Como eu podia acreditar que eu não era filha dos meus pais, que a minha melhor amiga não passava de alguém que havia se aproximado de mim apenas por causa do suposto potencial magico que Ravenna dizia que eu tinha, ainda ela vinha com a loucura de que as alucinações que eu vinha tendo eram frutos da mente doentia de Liris, que segundo ela era minha irmã e que havíamos nos fundido durante a gestação, e que por algum motivo o espirito dela ficou preso dentro de uma espécie de casulo, ou selo como ela teima em falar? Como ?

Eu juro que tentei de todas as maneiras entender o por que de tudo aquilo estar acontecendo comigo, mas quando ela me disse que minha “mãe” havia morrido de parto, e meu “pai” havia morrido para que ela pudesse fugir, e nos manter viva, eu comecei a sentir uma aflição tomar de conta de mim, ai eu já não comandava mais minhas emoções, meu peito queimava de desespero, mal podia respirar, sentia meu corpo pesado e frio, meu rosto começou a queimar enquanto as lagrimas caiam desordenadas por minha face, eu me encolhi no chão clamando aos céus para que a minha vida voltasse a ser o que era, não importava o quão ruim ela me parecesse, eu tinha que tê-la de volta.

A dor lancinaste me queimava o corpo, era uma dor tão grande que não parecia pertencer a esse mundo,eu estava congelando de dentro para fora, enquanto uma tempestade terrível nascia do chão.

Agora mais um sentimento lutava para me dominar: o medo, medo desse poder que brotava das minhas vísceras, medo de descobrir algo a mais no meu passado, medos diversos me tomavam, e eu não tinha mais força para lutar contra tudo isso.

olhando para o horizonte, pude ver a silhueta do pessoal que vinha em minha direção, só que eu agora não tinha mais controle do meu corpo, e muito menos dessa energia, eu temia cada vez mais o que essa a gama de energia que escapava pelos poros do meu corpo podia fazer , comecei a sentir o meu corpo perder peso, e sair do chão, mais uma vez desesperada com o efeito devastador que esse poder podia ter,eu desejava acabar com toda essa confusão que a minha vida havia se tornado, eu me entreguei ao vento que queria me carregar, e no amago do meu ser, eu também queria experimentar o poder, queria saber ate onde eu podia chegar, queria poder voar, nem cheguei a pensar que para isso eu poderia pagar um preço alto de mais.

–Já que a única forma de se vencer a tentação e cedendo. Ai vou eu! - pensei quando eu me senti ser puxada com violência para o meio daquela profusão de gelo, treva e vento.

Já no olho daquele tornado, eu sentia o poder entrar e sair de mim na mesma quantidade, de uma maneira única.

Fechei os olhos e me entreguei a mim mesma, ao meu poder, ao meu destino.

Rarwey

Quando eu me aproximei da redoma de gelo e treva que Lilith havia feito, eu senti algo queimar dentro de mim, acho que era medo de perdê–la mas o poder que emanava dela era grande demais, a ponto de ser sufocante, quando Lilith se deixou ser levada pelas rajadas de vento, eu achei que tudo ia acabar e seu poder ia ser libertado assim como Ravenna disse que ia ser, mas eu percebi que a tempestade lá dentro estava ficando forte de mais a ponto de começar a rachar apropria redoma e me atingir sem a menor piedade com fragmentos de gelo e com açoites cada vez mais violentos de vento, mesmo assim algo me impedia de sair de lá, era como se Lilith precisasse mais de mim do que eu do ar para respirar.

–Rarwey sai dai pelo amor de Deus! -berrava Ravenna contra a parede de neve que se formava entre nós.

– NÃO POSSO... ELA PRECISA DE MIM RAVENNA.- berrei de volta.

Mergulhei naquele mar de gelo, trevas e vento enquanto Ravenna tentava me impedir; mas a força do tufão me puxou de uma vez por todas para o seu interior, senti o meu corpo ser arremessado rumo ao olho daquele tufão, mesmo rodando fora de controle eu pude ver que Lilith estava parada no meio de tudo aquilo, seu rosto estava sereno, enquanto seus olhos azuis agora quase brancos fitavam o nada, seus cabelos negros esvoaçavam fora de controle, enquanto seu corpo flutuava inerte com os braços pendendo ao lado do corpo.

Eu berrava em sua direção, só que a parede de ar entre nós dissipava os meus berros, o tornado estava ficando mais frio e mais forte que antes, as trevas estavam me dominando enquanto meu corpo era atingido por minúsculas laminas de gelo, a dor estava mais do que insuportável, e manter os olhos abertos havia se tornado uma tarefa árdua de mais para mim, então as trevas me arrastaram para seu domínio.

[...]

Assim que eu fui tomado pela escuridão, tinha certeza de que eu nunca mais ia ter meus pais ao meu lado, não ia mais ter a minha vida de volta, não ia mais ver os olhos cor de noite de Lilith, não ia ser mais eu, eu ia ser duas partes de mim mesmo, e me deixar ser levado por essa escuridão, era algo que eu não podia permitir, se eu fosse morrer que fosse por não ter mais outra opção, e não por que eu não ia ter lutado com todas as minhas forças.

Quando eu menos esperava, uma magia enorme tomou conta de mim, o ar ao meu redor começou a zunir,senti duas fisgadas nas minhas omoplatas, fazendo com que eu trincasse os dentes, num primeiro momento, eu pensei que havia sido algumas das pequenas laminas da tempestade de gelo que haviam me atingido, mas logo eu senti que o meu corpo deixava escapar uma matéria macia e quente que fluía cada vez mais rápido para fora e a dor começava a ficar mais amena, mas mesmo assim ainda doía muito, foi quando eu me senti envolvido num manto de plumas alvas e brilhantes, então eu percebi que se tratava de asas “Minhas asas” então algo dentro de mim se libertou,uma parte que tinhaconexão com as asas, de repente meus olhos encontraram o bolsão de ar que dava vida a tempestade, então sem o menor aviso, minhas asas me empurraram rumo ao olho do furacão, meu corpo reagiu sem a menor dificuldade a essa ação, eu sentia o vento contra minha pele, mas isso não me afetava mais, agora eu podia salvar Lilith, agora eu podia lutar, agora eu não era mais apenas um garotinho, agora eu tinha pelo que lutar, e meios de vencer, mas antes de tudo, eu precisava salvar Lilith, e foi o que eu fiz, meu corpo entrou numa espécie de corrente de ar, enquanto meu corpo girava numa velocidade imensa, as asas se uniram formando uma espécie de casulo assim que o meu recém-adquirido instinto me avisou eu já estava fora da corrente de ar, as asas se desfraldaram com um brilho intenso que me mostrou Lilith no meio de toda aquela escuridão , me impulsionei em sua direcao , enlacei meus braços em torno de sua cintura, assim que a toquei, seu olhos começaram a assumir o tom de azul noite, olhos esses que me fizeram me apaixonar por ela, olhos esses que me libertava e me mantinha cativo de sua presença, encostei sua cabeça no vão entre o meu pescoço e meu ombro.

Fechei as asas ao nosso redor, para que pudesse nos guardar daquele vento intenso que ainda soprava lá fora, cada vez mais forte, mesmo assim eu não ia abrir mão dela, da única garota que fez meu coração bater fora do ritmo, a única garota que me fez ser eu mesmo sem o menor medo ou pudor, Lilith era a minha tabua de salvação, e o meu primeiro amor, sendo assim eu ia a proteger de tudo e de todos até depois do meu ultimo suspiro.

A tempestade lá fora cessou de repente... os olhos de Lilith se fecharam .. sua pele esfriou mais ainda .. o ar se tornou pesado demais para respirar... o desespero me tomou … as lagrimas queimaram em meus olhos e num picar de olhos o meu mundo desabou.( o coração dela havia parado, a morte agora a levaria para sempre)

– não, eu Não vou deixar isso acontecer- sussurrei mais para mim do que para qualquer um.

Mergulhei rumo ao chão, com minhas asas, eu limpei um pedaço de terra da neve que caia, a deitei no chão e fiz tudo o que podia para salvá-la, enquanto minhas asas nos mantinham protegidos das laminas de gelo que caiam lá fora.

***massagem cardíaca***

*nada*

***respiração boca a boca***

*nada*

**** mais massagem cardíaca *****

–Lisy volta! Eu preciso de você. VOOOOOLTA pelo amor de Deus, volta – as lagrimas lavavam meu rosto e o desespero esmagava o meu peito, enquanto eu inutilmente lutava para trazer Lilith de volta para mim …

***ULTIMO BEIJO***

beijo esse selado com lagrimas, dores e um amor que tão cedo chegou e mais cedo ainda foi embora.

Lilith

– volta Lilith eu te amo -berrava Rarwey deixando transparecer na sua voz que seu coração estava se partindo em mais de mil pedaços. - volta pra mim, por favor – agora ele sussurrou como que numa suplica, fazendo o meu peito se apertar de remorso, e o desejo de voltar aumentar.


–não tem mais nada que podemos fazer para salvá-la- falou Ravenna com a voz realmente emocionada, enquanto tentava esconder a dor atrás de sua postura firme.

Eu estava perdida em mim ... meu mundo havia se tornado gelo e trevas, mas de repente uma fagulha divina teve piedade e me tirou de mim, e me fez feliz, a vida voltou a correr por minhas veias, a voz de um anjo me tocou e me guiou por entre os muros de dor e aflição que eu havia erguido, o toque do anjo fez meu coração gelado bater, e bombear a fonte de vida e de meu poder por todo o meu corpo.

O beijo do anjo me fez sentir o valor do verdadeiro amor.


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Notas finais do capítulo

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