Segundo meu pai a casa tinha acabado de ficar pronta e nós como moradores tínhamos a missão de arrumar e ajeitar o nosso doce lar.

- Cara nem parece aquela mansão do horror!

Petúnia disse colocando as caixas na cozinha, que agora era pintada de um azul claro bem bonito.

- É os caras da construtoras fizeram um ótimo trabalho.

- Essa é a última!

Disse meu pai colocando a última caixa em cima do balcão. Eu suspirei e me sentei ali.

- Estou morta!

- Eu também.

- Hum... Acho que é hora de vocês darem uma olhada em seus quartos!

Eu e Petúnia nos olhamos e ambas corremos para nossos quartos. Eu ouvi um grito de excitação dela quando olhou seu quarto totalmente rosa.

Assim que abri a porta branca do meu quarto o meu queixo caiu, as paredes antes escuras agora eram pintadas de lilás e branca, minha cama ficava no meio da parede branca e ao seu lado tinha a minha mesinha de cabeceira totalmente vazia, meu quarto era lindo. Eu me encaminhei até a outra porta que tinha ao lado do banheiro, não tinha reparado nela antes. Levei um susto quando vi que era um closet. Eu nunca havia tido um closet tão grande. Petúnia ficaria morrendo de inveja, com certeza ficaria.

E então aconteceu. Eu senti aquela sensação de alguém atrás de mim, eu olhei lentamente para trás, mais não tinha ninguém lá. Eu suspirei aliviada e fechei a porta do closet e me joguei na cama. Seria um longo ano, muito longo. Eu suspirei e me sentei olhei a janela, uma luz alaranjada começava a entrar, observei as caixas ali tinha muitas, era bom eu arrumar aquilo logo.

(...)

Eu já tinha arrumado mais da metade da minha bagunça, os livros já estavam na estantes e as roupas no closet, e as outras coisas em seu devido lugar. Eu estava com o meu notebook em meu colo quando meu pai bateu na porta.

- Oi.

- Oi.

- Você fez um ótimo trabalho.

- Valeu.

- Eu pedi uma pizza, deve chegar a qualquer momento.

- Ok.

- As aulas começam em uma semana.

- Nossa já?

- Sim.

Eu suspirei e fiz um biquinho, meu pai se sentou na beirada da cama e eu deitei minha cabeça em seu colo.

- Eu sinto falta dela.

- Eu também sinto filha.

- Queria que ela estivesse aqui.

- Todos nós queríamos.

Ele mecheu no meu cabelo e me encarou. Eu sorri.

- O que?

- Você é toda ela, só tem meus olhos.

- É?

- Sim.

Eu ri e ele me acompanhou, era verdade eu era parecida demais com a minha mãe.

- O quarto é lindo.

- É?

- Sim. Obrigada.

- De nada. Vou descer. Terminar de arrumar a cozinha!

- Tudo bem.

- Quando a Pizza chegar eu te chamo.

- Tá bom.

Ele beijou minha testa e saiu. Eu olhei para a mesinha ao meu lado, minha mãe era tão linda, foi injusto ela morrer do jeito que morreu. Eu suspirei e peguei meu notebook novamente, tinha que terminar uma resenha para a minha última escola, afinal eu tinha prometido.

Estava tão difícil se concentrar com aquele barulho no closet. Aqueles malditos ratos. Me levantei bufando e abri o closet, meus olhos se arregalaram na hora que eu o vi. Um garoto lindo com seus cabelos bagunçados e olhos castanho esverdeados segurando uma das minhas... Hãm... Calcinhas.

- Quem é você?

- Belas calcinhas.

Ele disse sorrindo. Eu agarrei a calcinha de suas mãos e puxei com raiva ele riu da minha cara, Palhaço!

- Quem é você?

- Quem é você?

- Eu perguntei primeiro!

- Certo sou o James Potter e você?

- Lily Evans. Como você entrou aqui?

- Pela porta dãã!

- Eu não vi você entrar!

Ele se levantou e passou por mim entrando no meu quarto. Ele pegou as minhas fotos e observava com as sobrancelhas erguidas.

- O que você fez com o meu quarto?

- Como é?

- O meu quarto o que você fez?

- Desculpa mais esse é o MEU quarto!

- Não é não!

- É sim!

- Não é!

- É sim!

- Affê! Tudo bem eu não sei quem te mandou aqui, mais você tem que ir embora!

- Não posso ir embora, essa é a minha casa.

- Não agora é minha casa, meu pai comprou.

- Não essa casa é da minha família a gerações.

Eu olhei para ele direito, ele vestia uma calça jeans preta, tênis e uma blusa branca com uma jaqueta de couro. Eu não tinha visto ele entrar e ele tinha aquele olhar vazio e olha que ele era meio pálido...Como...Como um... Fantasma.

- Ah Droga! Droga, droga, droga!

- O quê?

- Quantos anos você tem?

- 17... Por quê?

- Quando... Quando você nasceu?

- 27 de Março de 1961 por que você tá com essa cara?

Eu não acredito... Aquele carinha bonitinho era um... Fantasma?Ah Deus ele era muito bonito para ter morrido. Quer dizer ele sabe que ele estava morto?

- James...

- O quê?

- Há quanto tempo você está aqui?

- Não sei. Por quê?

- Por que eu acho que você está morto.

- Você acha?

- Acho.

- Já eu tenho certeza!

- Espera... Você sabe que você é um... Fantasma?

- É claro que eu sei, ou você acha que eu não sei que ninguém pode me ver... Quer dizer você pode me ver... Por quê?

Eu olhei para ele espantada, tudo bem. Não pira Lily, mais você está interagindo com um fantasma. Um fantasma morto há 34 anos... Oh Deus eu to ferrada.

- Não sei. Eu nunca falei com fantasmas antes.

- LILY A PIZZA CHEGO!

Eu olhei para ele e suspirei, tudo bem eu tinha que resolver isso.

- Tudo bem James, eu vou descer e você vai ficar aqui e não vai mexer em nada.

- Por que você acha que eu vou ficar aqui?Eu tenho mais coisas para fazer.

- Tem?

- Não, só to zuando!

- Há ha que graça. Fica aqui tá?

- Ok.

Eu olhei para ele e suspirei. Talvez isso só fosse um pesadelo, quando eu voltasse ele teria ido embora, é só um pesadelo.