O dia seguinte amanheceu nublado e com ameaça de chuva. Acordei 10:00 com meu despertador, fiz minha higiene matinal e coloquei uma roupa confortável.

Roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57278627

   Era um desses domingos sem graça, que a gente não tem vontade nenhuma de sair e fica inventando coisas pra fazer o tempo passar. Liguei e desliguei a televisão umas dez vezes. Ouvi música,  tomei banho, fiz uns deveres de casa atrasados. Até pensei em dar um jeito na bagunça do meu guarda-roupa, mas a preguiça foi maior. Preferi ficar deitada e terminar de ler um livro de mistério, até que ouço minha mãe chamar:

      - Elena? – Me virei e vi minha mãe toda arrumada, deve estar de saída.

      - Sim, mãe?

      - Iremos sair, Jeremy irá jogar basebol com os amigos e dormirá na casa do Tyler, Seu pai foi dar uns ajustes no carro, não irá voltar cedo e eu vou ao salão de beleza da Jenna.  Quer ir?

Jenna era uma amiga da faculdade da minha mãe, elas eram muito próximas, mas isso era divertido só para elas, mamãe sempre voltava de noite, pois elas sempre tinham muita coisa pra conversar.

- Mãe, não estou afim de ir, estou meio cansada, mas mande um beijo pra ela...

- Ah, tudo bem então, tem comida pronta, só esquentar! Tem um bolo de chocolate que eu fiz agorinha, se tiver fome, só ir lá. Ok?

- Ok mãe, tchau.

- Tchau, querida.

Depois que mamãe se foi, liguei a tv novamente, e acabei pegando no sono. Quando acordei, olhei o relógio eram 16:00, levantei, lavei meu rosto e desci as escadas, porém paro quando ouço a campainha tocar.

- Bonnie, Caroline? O que estão fazendo aqui meninas?

- Ah – disse Caroline – Estamos sem nada pra fazer, então viemos te visitar..

- Hm.. também estou entediada, então entrem..

Se sentamos a mesa, tomamos refrigerante, comemos pipoca, comemos bolo de chocolate e ficamos conversando sobre roupas, músicas, livros, filmes e claro, garotos. Depois o tédio voltou a reinar. Até que Caroline quebra o silêncio [...]

- Tive uma idéia.

- Ih, isso nunca acaba bem.. – disse Bonnie, não deixava de ser verdade.

- Qual a idéia? – perguntei.

- Que tal brincarmos de jogo do copo, eu nunca joguei, mas já ouvi falar que é muito legal. – disse Caroline, empolgada.

- Ah, eu não acredito nessas coisas, cara. – eu disse, pra mim isso era tudo mito.

- Eu não gosto dessas brincadeiras, Caroline.. – disse Bonnie, ela sempre foi um pouco medrosa.

- Ah, não custa tentar, se for mito, pelo menos experimentamos.

- Ah, tudo bem então..

     Arranjei papel para escrever os letras e os números de zero a nove. Enquanto escrevia, Bonnie ia recortando e arrumando-as sobre a mesa e Caroline pegava o copo, as velas e desenhava a cruz. Estava quase tudo pronto, Caroline pediu pra dissermos algumas palavras antes. Ela disse que leu sobre isso na Internet. Pusemos o copo de boca para baixo e começamos a jogar. Com o dedo indicador da mão direita sobre o copo, fizemos a primeira pergunta:

- Tem alguém aí? – dissemos juntas.

Nada aconteceu.

- Eu disse que era mito. – disse, vitoriosa.

- Ei, não vou desistir assim, vamos repetir a pergunta. – disse Caroline.

- Gente, não estou com um bom pressentimento sobre isso. – Bonnie disse, meio assustada.

Ignoramos o medo da Bonnie, e repetimos a pergunta novamente, mas nada aconteceu.

Repetimos a pergunta umas três vezes, Bonnie já estava até falando com sarcasmo, mas de repente, sentimos um tremor sob nossos dedos e o copo começou a andar. Retiramos no mesmo estante e nos entreolhamos.

- O que foi isso!? – Bonnie gritou.

- Ai meu Deus! – Caroline disse.

- Ah.. gente, eu... ah – gaguejei. - acho que foi nossa imaginação. – eu disse.

Logo depois disso, ouvimos um barulho na cozinha, corremos para lá. Vimos alguns copos quebrados no chão.

- O que aconteceu aqui ? – disse Caroline.

Bonnie estava pálida, até pensei que desmaiaria.

- Bonnie, você está bem?

Não houve resposta.

Chegamos perto dos copos quebrados e vimos um papel entre os cacos. Peguei-o e em voz alta, estava escrito o seguinte recado:

’’O jogo ainda não acabou.’’

Olhei para Caroline. Que olhou para Bonnie. Que olhou para mim. E olhamos para o papel em minhas mãos.

- Caroline, não estou brincando, isso não teve graça! – disse Bonnie

- É verdade Caroline, não achei graça.

- Mas.. o que eu fiz?

- Não foi você? – eu disse.

- Claro que não, porque eu quebraria os copos da sua mãe por causa disso?

Não importa quem foi ou quem deixou de ser, Apenas o que senti foi as luzes se apagando, nós três sendo arrastadas por algo e o grito de Bonnie ecoando em meus ouvidos. Por sorte chutei a coisa que nos arrastava e nos soltemos, corremos para acender as luzes, mas não havia eletricidade ali. Corri para a porta, abrindo-a e pedindo ajuda para o nada, a rua deserta apenas me deixou mais desesperada, corremos para a casa da Jenna, chamando mamãe aos berros, levamos uma bronca, mas isso era o que menos importava agora.

Arrastamos mamãe para dentro de casa e não acreditamos no que vimos. Estava tudo no seu devido lugar : Janelas intactas, copos em seu perfeito estado e o sangue? Nada! Como se tudo aquilo fosse nossa imaginação.

- MAS COMO? .. EU.. NÓS...AI MEU DEUS.. COMO?.. EU NÃO ESTOU LOUCA MÃE! – gaguejávamos.

- Não acredito que me fizeram vir até aqui! E esse sangue Bonnie? Me deu um susto enorme! Não acham que já estão grandes demais pra isso?

Sentei-me no chão da sala e chorei. Chorei tudo o que tinha que chorar, junto com minhas amigas. Estávamos ali, desesperadas e ‘‘raladas’’. Não importa o que foi aquilo, quem foi ou como foi, só sei de uma coisa: Aquilo não era uma coisa boa, muito menos normal...