Quinn P.O.V

Eu me pergunto se eu cuspi em Cristo em outra vida para merecer tamanhas cagadas. Wayne na verdade é Noah. Como Rachel disse que era o nome dele? Noah W. Puckerman?

Ele a encarava estupefato, sem reação, tal como ela. Todos os encaravam, preocupados e Charlie começava a ficar irritada.

_ Mamãe, você está bem? – perguntou ela, me fazendo encará-la.

_ Estou querida, estou sim. – menti, piscando algumas vezes.

_ Vocês já se conheciam? – perguntou Rachel, curiosa e Noah começou a gaguejar, mas fui mais rápida.

_ Há alguns anos fiz uma matéria sobre a Corporação Puckerman e conheci Noah. – menti rapidamente – Mas meu editor não quis publicar e arranjou encrenca com o pai dele. Eu e Noah penamos para acalmar os ânimos de ambos.

_ Verdade. – Noah entrou na mentira, com uma tranquilidade surpreendente – Mas bom, vamos?

Todos concordaram e logo Rachel saltitava nos ombros de Santana, puxando Charlie. Sam empurrava nossa bagagem e Noah estava próximo a mim.

_ Jamais mencione o que aconteceu aquela noite, Wayne. – rosnei e ele me olhou de canto.

_ Digo o mesmo, Elise. – retrucou ele.

Rachel P.O.V

Quinn, Santana e Sam foram em um carro, enquanto eu e Noah íamos no outro com Charlie, que não saia de perto de mim.

_ Então você e o Sam ainda estão em pé de guerra? – perguntei a minha afilhada, que fez bico.

_ Ele continua a tentar agir como se fosse meu pai. – reclamou a pequena, deitando a cabeça em meu ombro – Eu não quero que ele seja meu pai, eu quero meu pai de verdade.

_ Princesa, sua mãe já explicou isso para você... Não sabemos onde seu pai está. – expliquei e vi que Noah pareceu se interessar pela conversa.

_ Eu sei. A mamãe o conheceu, mas ele teve que viajar e ela nunca mais o viu. – recitou ela, revirando os olhinhos – Mas eu gostaria de saber o nome dele.

_ Wayne. – contei, após alguns segundos pensando se deveria ou não – Só não conte para a mamãe que eu te disse, está bem?

Ela concordou com um sorris, voltando a encarar os prédios de Nova York. Sorri diante da alegria dela e me virei para Noah, vendo-o de olhos esbugalhados e murmurando números.

_ Querido, está tudo bem? – perguntei, tocando o braço dele. Ele pareceu sair de um transe, me encarando e chacoalhando a cabeça.

_ Está. – assegurou ele, encarando Charlie – Está tudo muito bem.

Sam P.O.V

A casa de Rachel era tão grande quanto Quinn havia me dito e tão chique quanto eu havia previsto. Os jardins eram perfeitamente podados, o mármore perfeitamente encerrado e tudo perfeitamente perfeito.

Frank, pai de Rachel era um homem perfeitamente vestido como um empresário de sucesso. Ele nos recebeu educadamente, antes de sair em seu carro importado com motorista. Sua esposa, Susan, se vestia como uma perfeita dama.

_ Bem vindos. – cumprimentou ela, beijando todos afetuosamente. Vi Rachel revirar os olhos e Quinn e Santana prenderem o riso e deduzi que ela deveria estar exagerando.

_ Menos mamãe. – pediu Rachel – Charlie, quer ver o quarto onde você vai ficar?

_ Sim. – gritou a pequena, subindo correndo com a madrinha.

_ Quinn, posso falar com você? – pediu Noah sério – Sobre aquela matéria?

Minha namorada olhou-o com a sobrancelha erguida, mas concordou. Eu lhe lancei um olhar, mas ela apenas fez sinal com a mão, enquanto iam para o jardim. Logo, Susan sumiu em direção a cozinha, me deixando sozinho na sala. Ou não.

_ Cara, isso é ridículo demais. – gargalhou Santana, com um copo de uísque na mão.

_ O que é ridículo? – questionei, me aproximando – E não é educado uma mulher beber uísque.

_ Xiii, é engomadinho que nem o tio Frank? – riu ela, virando um grande gole – Relaxa ai garotão, estamos entre amigos. Quer uma dose?

Noah P.O.V

_ Algum problema com a Rachel? – perguntou Quinn, encarnado as roseiras.

_ A Charlie é minha filha? – perguntei e ela gelou.

_ O-o-o que? – gaguejou – C-c-claro que não, de onde você tirou isso?

_ Rachel disse que o nome do pai dela é Wayne e que vocês só passaram uma noite juntos, assim como nós dois. – rosnei.

_ Você não tem o direito de vir falar alguma coisa Noah. – disse ela – Você me deixou um nome e número falsos, provando que estava claramente desinteressado, ainda pensando na sua ex que te trocou por uma garota.

_ Eu não deixei nada errado Quinn. – assegurei – E se a Charlie é minha filha...

_ Noah, por favor. – implorou, com os olhos cheios de dor – Você não imagina o quão difícil foi ter uma filha aos 19 anos, estudando fora de casa. Criar uma carreira e uma criança, ainda mais uma como a Charlie e...

_ Como assim como a Charlie? – perguntei preocupado.

_ Charlie nasceu prematura e, portanto com os pulmões não totalmente formados. Ela teve bronquite aos três anos e até hoje tem um pouco de asma. – explicou ela calmamente – As coisas já são bem complicadas sem eu ter que explicar que o pai dela é um homem com quem dormi uma noite e que agora está a duas semanas de se casar com a madrinha dela.

Eu parei estático, chocado por ter uma filha, e mais chocado ainda pela garota do bar, minha Elise, ter estado perto tanto tempo. Eu não sabia o que fazer, tudo que eu queria era abraçar Quinn e subir correndo, gritando a Charlie que eu era seu pai. Mas eu não podia fazer isso, nem com Quinn, nem com Charlie nem com Rachel.

_ Quinn eu... – comecei a dizer, mas fui interrompido.

_ Noah, querido. – chamou Susan com o semblante preocupado – Um dos advogados da empresa está aqui. Disse que é importante.