Quinn P.O.V

O bar estava cheio, como era comum em uma noite de sexta feira. Minhas colegas da faculdade já haviam sumido, deixando-me sozinha ali e me fazendo sentir cada vez mais falta de Santana e Rachel.

Eu já havia recebido vários drinks de rapazes desconhecidos, e recusado a todos, até que por fim um sentou ao meu lado, parecendo nada a fim de papo. E foi ai mesmo que eu puxei conversa.

_ Noite difícil? – perguntei por cima do barulho e ele apenas me olhou de canto de olho, mal humorado – Tá com cara de coração partido.

_ Você é muito curiosa. – resmungou ele.

_ Perdão, sou estudante de jornalismo, é parte das exigências do curso. – brinquei e ele riu – Elise. – me apresentei pelo segundo nome, como era costume fazer nos bares.

_ Wayne. – senti que ele fez a mesma coisa ao apertar minha mão – Aceita um Martini?

Alguns drinks depois, já estávamos em uma mesa mais reservada, rindo e conversando descontraidamente. A mão dele começou a passar pela minha perna, erguendo meu vestido, mas eu não tinha a intenção de pará-lo.

_ Heather. – admitiu ele, com um suspiro – Esse era o nome dela. Me trocou por uma garota, uma tal de Vanessa. Você sabe o quão frustrante é sua namorada te trocar por uma mulher?

_ Não, nunca tive uma namorada. – brinquei e ele riu – Qual é Wayne, vocês estavam juntos desde os 16 anos. Ela precisava experimentar outras coisas.

_ Você experimenta muito? – provocou ele e eu gargalhei.

_ Não, estou bem segura do que sou. – admiti – Já dormi com dois rapazes e não posso imaginar algo melhor na vida.

_ Que tal fazer de mim o terceiro? – provocou ele, no pé do meu ouvido. E o resto é sempre história.

Rachel P.O.V

Minha cabeça dói, meu corpo dói, meu estomago dói. Onde eu estou? A última coisa que me lembro é de uma discussão feia com Teo e depois virar algumas doses de tequila. E o que mais?

Me virei na cama, encontrando um homem nu ao meu lado. Era alto, pelo menos uns 30 cm a mais que eu, e era bonito, muito bonito. Cabelos castanhos curtos, o rosto angelical ressonando no travesseiro.

Tomando cuidado para não acordá-lo, me levantei devagar da cama, começando a caçar minhas roupas, até que vi...

_ QUE MERDA É ESSA? – gritei, encarando a aliança de ouro no meu dedo. O homem na cama começou a despertar, me encarando grogue – Não me olhe, eu estou nua.

_ Lamento estrelinha, mas levando em conta o estado do quarto, eu diria que já fiz bem mais do que apenas te ver nua. – ironizou ele, apoiando a cabeça nos braços.

_ É, realmente. – retruquei nervosa – Levou minha virgindade.

_ Hei, sou inocente. – exclamou, sentando e erguendo as mãos – Além do que, um marido tem certos direitos.

_ Que diabos me levou a casar com você? – perguntei chorosa e ele deu de ombros.

_ A última coisa que me lembro foi de estar num bar com você e nós estávamos bebendo bastante. Você chorava por um tal de Teo e eu pela morte dos meus pais. E depois é tudo confuso.

Parei em choque, sentindo-me culpada e ao mesmo tempo triste. Ele havia perdido os pais e eu havia sido seu consolo, tal como ele havia sido o meu. E agora, estávamos casados.

_ Isso nunca aconteceu. – sentenciei colocando as roupas – Casamentos em Vegas não são legais mesmo, que diferença faz. Você, trate de me esquecer, assim como eu te esquecerei e...

_ Finn. – disse ele, abruptamente.

_ Quem? – perguntei.

_ Meu nome é Finn. – explicou ele – Pode parar de dizer você.

_Escute bem Finn, isso nunca aconteceu e nossas vidas nunca mais se cruzarão, entendido? – rosnei e ele deu de ombros – Pagarei a conta e...

_ Não precisa, eu pago ao sair. – disse ele, voltando a se deitar – E, por favor, apague as luzes. Obrigado Rachel, adeus.

E voltou a fechar os olhos. Eu parei indignada por um instante, antes de sair de lá nervosa, jurando a mim mesma que aquilo nunca havia acontecido.

Santana P.O.V

Como em todos os Natais, eu estava em Los Angeles para as festas, tal como Rachel e Quinn. Aquela seria a primeira vez em meses que nos encontraríamos, já que eu estava fora desde pouco antes do fim do colegial, viajando com um DJ.

Marcamos de nos encontrar no mesmo café de sempre e algo me dizia que elas tinham coisas a me contar. Qual não foi a surpresa minha e de Rachel quando Quinn entrou com uma saliência bem visível na barriga.

_ Mas que merda é essa? – eu perguntei em choque, tocando a barriga e sentindo o quão real era – Pretendia nos avisar antes do primeiro ano?

_ Por Deus Santana, isso tudo já está sendo difícil demais. – pediu minha amiga, com os olhos molhados e nos contou sobre a noite que havia passado com Wayne – Na manhã seguinte, ele não estava lá, mas havia um telefone. Quando liguei e perguntei por ele, disseram que não havia ninguém com aquele nome.

_ E porque não avisou antes? – perguntou Rachel, a abraçando.

_ Não era algo fácil de falar pelo telefone. – explicou Quinn, segurando minha mão – E eu também estava correndo, tentando eliminar a maior parte dos créditos da faculdade, para facilitar minha carga horária quando ela nascer.

_ Então é garota? – perguntei com os olhos brilhando e ela confirmou com um sorriso.

_ Charlotte, que nem minha avó. – contou ela – Charlotte Elizabeth Fabray.

_ Prefiro Charlie. – dissemos eu e Rachel, fazendo Quinn revirar os olhos – E você anã, algo a contar? – perguntei a Rachel, que desviou os olhos.

_ Nada demais além do que vocês já sabem. Terminei com o Teo e agora estou de rolo com o Brody. Ele é talentoso, mas muito sem sal e... – e desatinou a falar sobre o bofe. Ai, vai ser um longo dia...