Pai escrita por Chiisana Hana


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fic escrita para a "Semana do Shiryu de Dragão", na comu Saint Seiya Super Fics. Ficou fofinha, não?



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PAI

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani


"Eu tive nove meses para me preparar para isso, mas quando você saiu de dentro da sua mãe e o médico olhou pra mim e disse "é um menino, papai" eu me senti desarmado. Simplesmente não consegui me segurar e chorei junto com o seu primeiro choro, meu filho. Eu olhei para você e agradeci por continuar vivo para experimentar esse momento. Eu que sempre achei que não passaria dos dezoito anos, que notadamente tenho uma tendência suicida, agora sinto uma necessidade de me apegar à vida mais que nunca. Porque agora eu tenho você. Agora eu vejo um sentido muito maior em proteger o mundo porque você está nele, pequenino.

Fiquei ali por perto, observando seu primeiro banho, a primeira mamada. Eu não costumo julgar as pessoas, mas realmente não entendo como alguém pode ser capaz de abandonar um filho do jeito que eu e sua mãe fomos abandonados. Porque eu senti um amor imenso e incondicional no mesmo instante em que soube que ia ser pai e esse amor só vem crescendo.

Agora estamos no quarto e trouxeram-no em um bercinho de acrílico, vestido com a roupinha branca que sua mãe escolheu para ser sua primeira. Você já mamou outra vez e já perdi a conta de quantas fotos suas tirei.

Tentei dormir um pouco quando você e sua mãe adormeceram, mas não consegui. Resolvi escrever isso sob a luz fraca do abajur e me flagrei pensando no que você vai achar de mim... Eu vou ser um bom pai? Você vai se orgulhar de mim? Eu vou conseguir ensiná-lo a ser um homem correto, justo, gentil? Não sei, mas prometo dar o meu melhor."

– O que você está lendo, pai? – Ryuhou perguntou, aproximando-se de Shiryu e gentilmente tocando-lhe o ombro.

– É um texto que escrevi quando você nasceu – o pai respondeu, mostrando ao filho uma folha de papel amarelada envolta em plástico. – Ainda estávamos na maternidade quando eu escrevi. Foi durante sua primeira noite no mundo e eu me lembro como se tivesse sido ontem, apesar de já fazer mais de vinte e cinco anos.

– E o senhor guardou durante todo esse tempo...

– É. Agora o nascimento da sua filha me trouxe de volta essas lembranças.

– Ela é linda, não é? – Ryuhou perguntou, abrindo um sorriso.

– É a menininha mais linda que eu já vi.

– Posso ler o texto?

– Claro, meu querido. Foi escrito para você.

Ryuhou pegou a folha e, quando terminou de ler, abraçou o pai carinhosamente.

– Quer saber as respostas das perguntas que fez?

Shiryu assentiu.

– O senhor é o melhor pai do mundo. Eu tenho muito, muito orgulho de ser seu filho e acho que o senhor conseguiu me ensinar a ser correto, justo e gentil. E eu realmente espero ser tão bom pai para a Ayumi quanto você foi pra mim.

A essa altura ambos choravam e mesmo com a voz embargada, Ryuhou prosseguiu:

– Sabe, se me dissessem que eu poderia escolher entre ser seu filho ou de outro homem, eu responderia que queria ser seu filho sem pestanejar, porque você foi um pai perfeito mesmo estando nas condições em que estava.

– Você não imagina como isso me alegra, meu filho. Eu sempre tive a sensação de ter falhado com você naqueles anos. Não pude brincar com você, não pude levá-lo à escola como eu sonhei, não pudemos dividir as melhores coisas da sua infância.

– Nada disso me fez falta porque eu podia sentia seu amor por mim a cada instante.

Os dois se abraçaram novamente e um enxugou as lágrimas do outro.

– Agora vamos lá, pai, que eu preciso ir registrar minha pequena e o senhor prometeu me acompanhar até o cartório.

Shiryu assentiu sorrindo, e os dois saíram caminhando lado a lado, pensando exatamente a mesma coisa: será que é possível sentir mais felicidade que isso?

FIM


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