A Filha De Afrodite Feia escrita por GiihBruno


Capítulo 25
Prontos para morrerem?


Notas iniciais do capítulo

Estamos entrando na reta final da fic. Cedo, eu sei. Mas tive uma ideia para outra fic que ficará bem mais legal. Fiquem ligados.



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Jake’s POV

Um misto de raiva e dor estava dentro de mim. Nunca me odiei tanto quando agora, deixei meus amigos serem pegos pelo filho de Nemesis e aqui estou eu, com uma adaga encima de meu coração, esperando pela morte.

Deu tudo errado, eu devia ter salvados os meus amigos. Mas porque eu não consegui? Porque eu travei na hora?

Isso já não interessa mais, eu fitava os belos olhos de Annie, desviei o olhar por um segundo e ele foi parar em seu braço, onde estava a pulseira. Senti meus olhos arderem e não consegui conter uma lágrima teimosa que insistiu em rolar pelo meu rosto.

Continuei fitando Annie, eu queria que antes do morrer, eu pudesse ver todos os detalhes que eu nunca tinha percebido, como a pintinha que ela tinha no pescoço ou como  seus olhos pareciam chocolate derretido.

Os olhos de Annie demonstravam dó, mas então faiscaram como se ela tivesse uma ideia, ela puxou o braço um pouco mais para si mesma e eu fechei os olhos, esperando pela facada que me tiraria a vida.

Senti o ar tremulando acima de mim e logo em seguida escutei um grito. Um grito feminino. Abri os olhos, eu ainda estava inteiro. Olhei para Annie, que agora pulava encima de Tay, ela parecia estar normal, não, pera...

Focalizei em sua perna e um arrepio percorreu minha espinha. A faca que era para ter me tirado a vida agora estava fincada em sua coxa, não era possível ver a lâmina, só o cabo.

Annie usou suas últimas forças e empurrou Tay longe, ela mancou até mim o mais rápido possível e com muito cuidado arrancou a adaga da perna, a lâmina saiu cheia de sangue e ela parecia querer desmaiar, ela cortou as cortas que me amarravam, suspirou e seus olhos reviraram, caindo no chão.

Eu estava a mil e uma força sobrenatural veio em mim. Corri até Tay e pulei sobre ele, estávamos no mano a mano, soquei sua cara com toda a minha força. Deuses não morriam, mas podiam ser machucados certo?

- Onde está o vento? – perguntei entre os golpes.

- Não está comigo! – ele gritou e me chutou, colocando-se por cima de mim.

Ele começou a me socar incansavelmente, mas errou ao olhar em direção a Annie. O joguei para o lado e voltei onde estava antes, encima dele.

- Você sabe onde está. FALE AGORA TAY – gritei.

- Eu não... – vendo que ele não ia falar fiz uma coisa que me surpreendeu, arranquei a máscara de seu rosto e ele rugiu de dor.

- Vai falar? – perguntei jogando a máscara longe.

Seu rosto era coberto por marcas vermelhas, pareciam queimaduras de sol. Que eu havia provocado algum tempo atrás. Tay sorriu frio pra mim.

- Ah Jake, você sabe onde está, foi lá que nos conhecemos lembra?

Um flashback tomou conta da minha cabeça. É claro que eu me lembrava, havia perdido muitos amigos ali. Eu me perdi em meus pensamentos e de repente Tay tinha evaporado.

Me levantei e limpei a sujeira em minha calça, corri e libertei Piper e Leo. Escutei um gemido baixinho, um sussurrar de nomes e me virei para onde vinha o som. Vinha de Annie.

Corri até ela e a tomei em meus braços, ela estava inconsciente e de sua perna jorrava muito sangue, arranquei minha camisa e a amarrei bem forte em sua coxa para ver se estancava o sangramento.

Aos poucos a cor foi voltando ao seu rosto e ela abriu os olhos devagar. A essa altura eu já tinha explicado a Leo e Piper aonde deveríamos ir e estávamos achando a saída da caverna.

- Jake – ela sussurrou baixinho para mim.

Eu a abracei com mais força e senti meus olhos marejarem.

- Oh Annie, nunca mais faça isso de novo entendeu? – falei.

Ela assentiu com a cabeça e olhou para a perna, que estava envolta com minha camisa.

Caminhamos por mais 15 minutos até acharmos um riozinho, estávamos completamente perdidos e no meio do nada.

- Ei Jake – Leo me chamou depois que eu coloquei Annie sentada em uma pedra.

- Oi –respondi.

- Não dá pra agente continuar, não com a Annie assim – ele disse olhando ao redor, havíamos parado em uma floresta – pode ter monstros aqui cara.

- Eu sei, mas de acordo com os meus cálculos temos mais uma semana até que o mundo vire um forno. Precisamos chegar lá. Não devemos estar muito longe – respondi olhando para Piper e Annie que conversavam.

- Tem certeza que é no Golden Gate Park mesmo? E se ele estiver te enganando? – ele perguntou – e afinal, Annie não tem condições para continuar, se não cuidarmos do ferimento ela vai morrer logo.

Meu coração se apertou ao ouvir aquilo. Chamei Leo até onde as garotas estavam e sussurrei para Annie.

- É hora de contar.

Ela assentiu triste e se virou para os dois que nos olhavam curioso.

- É bem simples, eu vou morrer em menos de uma semana – ela suspirou.

- Do que você está falando Annie? – Piper perguntou e vi que ela estava em pânico.

Com dificuldade ela levantou um pouco a blusa e mostrou a maldição de rodeava o umbigo. Leo desviou o olhar e seus olhos se encheram de lágrimas. Piper cobriu a boca, com os olhos arregalados.

- Desde...? – Piper não precisou terminar a frase.

- Duas semanas atrás, quase três – ela respondeu.

Não ousei falar nada, era um momento de revelação e não deveria comentar.

- Porque não nos contou? Só Jake sabia? – Leo perguntou e olhou pra mim.

- Eu não queria deixar vocês preocupados – ela se encolheu um pouco.

- Sim, só eu sabia – falei finalmente.

Um silencio desconfortável tomou conta do lugar, eu podia escutar ninfas passeando pela floresta e o rio correndo a nossa frente.

Leo levantou de supetão e agarrou sua mochila.

- Temos que ir andando, vamos aproveitar que ainda é dia.

Annie não estava em condições de andar e eu ainda estava sem blusa. Eu a coloquei nas costas como fazíamos no barco, mas não era a mesma coisa, nunca seria.

Ela ficou brincando com os meus cabelos até chegarmos a uma estrada vazia. Piper foi pedir informação a um velinho com um charuto e ele disse que a pé chegaríamos em 15 minutos, estávamos perto.

Andamos em silencio, Piper tentava segurar o choro e Leo não esbanjava nenhuma reação. Era uma da tarde quando chegamos ao parque.

Por incrível que pareça ele estava vazio. Andamos mais um pouco dentro dele e não vimos ninguém.

Foram quase 10 minutos andando para encontrarmos alguém. Annie o avistou primeiro, ele vestia uma camisa xadrez a calça jeans. Estava sentado num banco e sorria frio para nós. Meu coração quase deu um pulo ao ver que era João.

Ele se levantou e abriu os braços, parecia mais cansado e assustador. Como ele estava vivo? Eu mesmo o vi morrer. Annie segurou a respiração.

- Olá meus amigos, prontos para morrerem?


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Notas finais do capítulo

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