Love to him was a joke

'til he looked into her eyes

Ai meu Deus. É sério que ele disse isso? Não tive nem tempo pra pensar, ou melhor ainda, pra colocar as intenções dele em ação, porque Sam já estava na porta:

– Vamos, daqui a três dias é aniversário do Bobby. Precisamos ir logo se quisermos chegar lá a tempo.

Fiquei entusiasmada:

– Caramba! Tinha me esquecido! Antes de irmos, preciso comprar alguma coisa pra ele.

– O velho é todo isolado. Só de ter alguém lá já vai ser bom pra ele.

– Graças a informações do Bobby, eu salvei a minha vida algumas vezes. Imagino que vocês também, não? Então, acho que ele merece pelo menos um presentinho.

Dean levantou a mão no sofá (ele estava todo de preto hoje. Tinha que usar toda a minha força de vontade pra não agarrar ele ali mesmo), pedindo a palavra e disse:

– Então Sammy, você vai na frente, nos encontramos em Potterville, hoje à noite. Se hospede no hotel de sempre. Eu vou com a Drew comprar alguma coisa pro Bobby.

Ele finalizou com o mesmo olhar enigmático de antes, e completou:- Senão vão ser três dias com ela enchendo nosso saco a cada loja que passarmos.

Me desanimei um pouco. John havia me dito que Dean era... como podemos dizer? Ah, sim: um pegador inveterado. Não podia ver um par de saias que já se animava. Então não poderia esperar nada além de (provável) pura luxúria. Apesar de que isso poderia me animar (e como!), seria um lance de uma noite só. Esse é um grande defeito meu. Passei 4 anos da minha vida rodeada de monstros, e justamente os quatro anos em que meus hormônios estiveram em fúria. E nunca tive nada que pudesse chamar de "namorado" (uma vez ou outra encontrava algum caçador bonito e solitário, mas como eu disse, era apenas uma noite). E sabia que não poderia esperar isso de Dean. Mas eu sabia coisas demais sobre ele, e gostava. Juntando o que John me contou (Dean era muito engraçado) com o que eu vi (não falo da aparência; essa não é minha prioridade num cara) devo dizer: fiquei abalada. Mais algum tempo de convivência e, se meus sentimentos continuassem evoluindo desse jeito, eu certamente ficaria apaixonada por ele.

Oh, Deus. Nada pior do que se apaixonar por um pegador inveterado. Ou talvez eu estivesse exagerando. Talvez fossem só meus hormônios carentes em ação.

Sam ia pegar o Impala, mas Dean virou pra mim e falou:

– Stardust, você se importa de ele dirigir seu carro? Porque ninguém leva meu benzinho pra longe de mim.

– Ok. Mas Sam, qualquer arranhão na minha pintura roxa linda, e você perde um membro.

Sam riu e disse:

– Legal. Será que eu sou o único aqui que não é fanático por carros?

– Eu não sou fanática.

– Eu não sou fanático. - Dean e eu dissemos ao mesmo tempo.

Sam olhou pra mim e Dean, e falou:

– Ahan, sei. Vocês estão há menos de 24 horas juntos e já estão muito parecidos. Ou eu vou perder o posto de irmão mais novo, ou vocês vão acabar ficando juntos.

Eu olhei pra Dean com uma cara de "olha-só-ele-usou-dorgas". Dean olhou pra mim com uma cara de "topa?-só-depende-de-você". Meu estômago deu voltas. De repente eu não estava alucinando.

Achei melhor voltar pra realidade.

– Ele pode levar meu Mustang, mas com uma condição.

– Fala. - disse Sam.

– Não, Sam. A condição é pra você, Dean. EU dirijo.

– Ha. Ei, Sammy, essa garota é muito engraçada.

Levantei uma sobrancelha e disse:- Isso não é uma piada, querido.

Pensei que ele fosse negar até o fim dos tempos, mas ele me surpreendeu falando:

– Ok. Mas só porque um: meu pai falava que você dirigia melhor que ele. E dois: você tem sorte de eu gostar de você.

Você que está lendo deve estar pensando "Oh, meu Deus, ele tá dando em cima de você!!". Tenho que confessar que pensei a mesma coisa, mais por causa de todos os outros sinais que ele deu. Porém, consegui manter o sangue frio e falei:

– Pois é, eu causo esse efeito nos homens. - E dei uma piscadinha.

Flertando desesperadamente, eu sei. Mas fala sério, você nunca viu esse cara todo de preto!

Dean se levantou e disse: - Então, Stardust, vamos logo antes que eu me arrependa de te deixar dirigir.