There Are Always Five escrita por Mary Black


Capítulo 5
Acceptance


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, depois de uma demora quase interminável, o último capítulo de TAAF. Obrigada a everyone que leu, deixou review, enfim. Like always, hope y'all like it (:



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Apesar de tudo, o tempo passou.

Cersei não poderia dizer que esse passar trouxe alívio, ou que facilitou as coisas, ou que trouxe qualquer tipo de melhora sensível.

Era apenas um passar, que servia somente para fazê-la se acostumar com o fato de que Jaime não estava ali.

Internamente, ela sabia que continuar mandando cavaleiros ou emissários à procura dele era inútil, que ficar acordando ao menor sinal de qualquer barulho que pudessem ser os passos dele à noite não fazia mais sentido, ou que continuar negando qualquer um que ousasse inferir que algo pudesse ter acontecido era ridículo, mas ela continuava fazendo tudo isso mesmo assim.

As motivações, porém, ficavam mais fracas a cada dia, como se, lá dentro, alguma coisa estivesse finalmente começando a aceitar o fato de que, talvez, ele não fosse mais voltar.

É claro que ela ainda pensava no que aconteceria se ele aparecesse, do nada, no castelo, ou de como seria um possível reencontro dos dois: as palavras que seriam ditas, os olhares que seriam trocados, os gestos que ambos fariam. Mas mesmo isso começou a afracar, começou a ficar menos frequente, começou a não ser mais uma das obrigações do dia. Cersei começou a não se sentir mais culpada quando não associava cada minúsculo detalhe ao seu irmão gêmeo, ou quando não mais fazia referências corriqueiras a ele.

Em resumo, ela deixou de se sentir culpada por não mais sentir falta dele por todos os segundos do dia.

Algumas vezes, porém, ela ainda tinha uma ou outra crise de choro, no escuro do quarto, onde ninguém podia vê-la e dizer o quão sem sentido era chorar por alguém que já era considerado morto – e que pelos mais pessimistas, já o estava há muito tempo -, mas mesmo isso ela começou a conseguir controlar outra vez. Ela não mais aparecia com grandes bolsões escuros debaixo dos olhos porque passara uma noite inteira sem fechá-los.

Afinal de contas, a vida segue em frente.

Não sempre do jeito que se quer, mas sempre segue. E, já que não podia fazer nada para mudar esse fato, ela teria de se resignar e, também, seguir em frente.

Se Jaime estivesse ali, ele teria ficado surpreso por ela conseguir fazer isso sozinha. Por não agir como a garotinha mimada que todos pensavam que ainda existia na rainha.

Ela sabia, lá no fundo, que eles nunca ficariam separados. Jaime sempre estaria presente nela, em cada minúscula partícula do seu ser, em cada respirar, a cada vez que ela olhava para um de seus filhos, nas suas memórias.

E ela faria questão de preservar todas elas, por mais impossível que parecesse ou por mais idiotas que fossem as lembranças. Ela sempre se lembraria dele, de cada mínimo detalhe do que ele era, de cada parte que construíra Jaime.

Doeria, em alguns momentos, e ela sabia disso. Mas simplesmente não podia perder a coisa mais preciosa que já tivera.

Ou, pelo menos, já que uma fatalidade do destino a fizera perder essa coisa, preservaria as memórias.

Como um último presente de Jaime para ela.


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Notas finais do capítulo

That's all, folks. Feel free to drop me a last review, if you'd like *-*