Cap. 18 – Juntos
Tsunade e Shizune saíram para deixar os dois a sós. Sakura permanecia sentada de costas para Naruto e olhando a paisagem.
- A idéia de não me jogar aos leões foi sua?
- Não. Quando fui pedir para ela dar um jeito ela já havia dado.
Naruto estava sentado na maca com os cotovelos sobre os joelhos e ponta dos dedos juntas. Sempre olhando para ela.
- Eu errei, não acha que se eu resolver ficar, deveria pagar por meus erros?
- dá um pulo – Como assim? Você não pode ir embora!
- Naruto, não seja criança, vamos falar sério, a Sakura que você conheceu, morreu. Não há motivos para eu ficar por aqui.
- Você não vai embora!
Naruto caminhou até a Haruno e lhe abraçou, para o susto desta.
- O que você está fazendo? – Sakura estava começando a se exaltar –
- Calma, sou só eu. Não fique nervosa, você não pode ficar nervosa!
- Me larga!
- Gomenasai! Por favor... Não jogue na solidão de novo!
Naruto apertou mais a mulher que ainda tremia.
- algumas lágrimas começam a escorrer silenciosas – Como se você ficasse sozinho! Você é o futuro Hogake!
- A pior solidão é aquela em que você se sente sozinho mesmo rodeado de pessoas. Não teve um único dia em que eu não pensei em você...
- Não dificulte as coisas...
- Aishiterumo!
- Não! Você ama a Hinata!
- É completamente diferente! A Hinata vai ser minha grande amiga para sempre, mas é com você que eu vou passar o resto dos meus dias.
- Não confunda as coisas! Dez anos e você não aprendeu a se conhecer!
Sakura tentava fazer Naruto largá-la.
- Eu. Amo. Você. E. Só. Você.
Naruto sussurrava no ouvido dela.
- Pára!! – Sakura se debatia, mas Naruto, só fazia apertar os braços em volta dela –
- Calma! – Naruto sabia que ela não podia se exaltar –
- Para de me machucar! Eu não posso agüentar mais...
- Eu não vou sair daqui! E você não vai embora! Nem que eu tenha que te amarar ao pé da mesa com uma corrente bem resistente de chakra!
Seria cômico se não fosse tão dramático.
- Eu não sou a mulher que você amou... Olhe para mim.
Naruto não fala nada, apenas levanta-se segurando-a e a leva para o banheiro.
- estavam na frente do espelho – Desfaça o jutso!
- Não!
Naruto ignora a Haruno e começa a lançar lufadas de chakra nos cabelos da rosada. E rapidamente o tom ruivo vai tomando uma coloração rosada. E isso fora suficiente para que o rosto dela tomasse a aparência que sempre deveria ter tido. Talvez alguns anos mais jovem, mas isso ela não parecia abrir mão.
- Viu! Rosa! Minha flor de cereja... Minha menina... Minha boneca de porcelana...
- NÃO!
Sakura tentou correr, mas deu de cara com o peito do loiro que a segurou.
- Minha! – Naruto capturou os lábios da rosada –
Sakura tentou escapar, mas não conseguiu. O beijo dele era inigualável, o cheiro dele inconfundível, o abraço dele inescapável.
Não adiantava correr, sua mente dizia uma coisa, mas seu corpo não concordava. Naruto era único que a deixava sem chão, o calor do corpo dele parecia chamá-la.
- Você é minha!
- Kami-sama...
- Diz que não vai me deixar!
Sakura permanecia apenas com os olhos arregalados.
- DIZ SAKURA!
Naruto jogou a rosada contra a porta e lhe pressionou seu corpo contra o dela.
- Eu não vou...
Naruto deu um chupão no pescoço da rosada.
- Eu não vou te deixar!
- Naruto dá um sorriso maroto – Boa menina!
O loiro ergue Sakura passando as pernas dela em volta de sua cintura.
- Estamos em um hospital!
- Até parece que você não me conhece, é só falar que não pode que eu faço questão de fazer!
-
-
Hinata treinava em um campo de treinamento mais afastado, já se passava das quatro da tarde e a morena estava no seu limite.
- se senta no chão – Nossa! Hoje, eu peguei pesado.
O dia estava límpido, não havia uma única nuvem no céu, os únicos barulhos ouvidos eram os da floresta que cercava o campo.
- Hinata!
A morena quase dá um pulo. Não havia sentido nenhuma presença.
- Kintaro... – a morena estava com a mão sobre o peito – Não te ouvi chegar.
- Eu estava andando, vi você treinar e vim dar um “oi”.
- Eu não senti sua presença.
- Estranho. – Hinata se levanta –
- E ai, novidades?
Hinata não estava gostando do clima. Kintaro parecia estranho.
- Não, sabe, depois que saímos eu só fiz missões.
- Hum...
Aquilo não era bom, aquele tom insinuava que ele não havia esquecido a saída e que queria mais.
- Mas e você? Fiquei sabendo da história com a Chole...
- Nada demais, o Kiba chegou e cuidou de tudo!
Aquele fora um apelo involuntário, citar o nome do ex, sempre muito presente. Fora que Kiba não tinha um temperamento muito bom, quem sabe isso não assustava o loiro.
- O Kiba...
- É. Meu ex-marido.
- Sabe, Hinata... – a morena caminhava de costas e acabou batendo em uma árvore – Eu queria terminar...
- Er... – tenta escapulir, mas não consegue – Não, Kintaro. Acho que o nosso caso não passa de uma AMIZADE.
- Que isso! Como você pode ter certeza se não provou do romance...
Se não estivesse tão cansada e sem forças devido ao treinamento daria um jeito naquilo em segundos. Mas não estava em condições e não havia uma única alma viva por perto.
- Não...
Mas o loiro não a ouviu e quando estava prestes a dar um beijo em Hinata, para de súbito.
- Eu acho que ela disse não.
Kiba segurava a nuca do shinobi e sua expressão não era muito convidativa.
- Kiba... – o homem não escondeu a raiva na voz –
- Eu acho melhor você dar meia volta e não se aproximar mais dela.
Kiba apertou mais o pescoço do shinobi, se colocasse mais um pouco de força, quebraria o pescoço dele.
- Claro...
- Que bom que você entendeu! – Kiba solta o homem que desaparece –
- Obrigada... Eu treinei demais...
- Não devia treinar tão longe do clã.
- Eu não esperava encontrar ninguém.
- Mas encontrou.
- Mas você estava aqui para me ajudar.
- Eu não vou estar aqui sempre. – Kiba assovia – Vamos.
Kiba sobe em Akamaru e estende a mão para Hinata.
- Estamos muito longe do clã, vai ficar com essa cara de tacho e subir ou quer ir andando?
- Vamos. – Hinata sobe em Akamaru e abraça a cintura de Kiba para se segurar –
- Para o distrito Hyuuga, Akamaru.
- Auw!
-
-
Tsunade, Shizune e Ino entram no quarto, mas não encontram ninguém.
- Eu não acredito que ela fugiu... – Ino olhava para todos os lados –
- Narutooooooo... – o som abafado vinha do banheiro –
- Eu acho que ela está é se acertando com o Naruto. – um meio sorriso formou-se no rosto de Tsunade –
- Bem, Tsunade-sama, acho melhor começarmos a preparar os laudos que indicam amnésia...
- Eu não estou entendo nada...
Ino estava mais por fora que frango em feijoada. Para todos os efeitos somente ela era somente uma possível prisioneira.
- Você ainda estava fora do ar quando ela fugiu há dois meses, não estava?
- É... Eu não sei...
- Bem, Ino, acho que vou precisar te rebaixar a sub-diretora do hospital...
- O quê??
- Bem, esse cargo era da Sakura e como ela está de volta...
- Shizune... – Ino sussurra – Você não andou dando sake para ela não, andou?
- as duas riem – Ino, Kimi Hyuukay é na verdade Sakura Haruno, ou melhor, Uzumaki pelo que escuto...
- Como?!
Ino não acreditava no que ouvia. Sua amiga, irmã, estava viva?? Tudo bem que Kimi lembrava-a, mas ser ela?
- Vamos para minha sala, eu te conto tudo... E com uma dose de sake, né Shizune?
- Só uma dose!
Tsunade aproveitaria para testar aquela versão dos fatos que havia criado junto com Jiraya. Para todos os efeitos, Sakura perdeu a memória num combate e acabou na aldeia do dragão.
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Sakura e Naruto saíram do banheiro abraçados.
- Nossa! Só você, mesmo convalescendo, quase acaba com a minha raça!
- Eu preciso dormir... Você quase quebrou uma costela minha quando me jogou contra a porta.
- Desculpe, esqueci que quando se lida com porcelana deve-se tomar muito cuidado, é quebrável.
- Sakura se deita na maca – Naruto, você sabe que as coisas não vão ser como antes...
- Dez anos se passaram, mesmo que nada disso tivesse acontecido, as coisas não estariam como há dez anos.
- Eu não sou mais aquela mulher...
- Olha, eu preferia que você largasse esse jutso, você é muito gata, não precisa disso... Mas com o resto a gente, junto, conserta.
- Obrigada...
- Eu é que te agradeço por existir...
Naruto dá um beijo na testa da rosada e se deita no sofá perto da janela. Precisava de um cochilo, estava acabado.
Continua...