Cap. 14 – A mascara despedaçada
As duas enfermeiras olhavam fixamente para a médica.
- Onde está a Ino-chan?
- Sem querer acertei a porta no rosto dela. Ela não tem condições de fazer mais nada, eu vou cuidar desse caso.
- Mas...
- Vão cuidar dos outros pacientes, eu vou fazer isso.
- Desculpe, mas a hime não conseguirá fazer muito, ainda mais sozinha
- Façam o que mandei! Ela não tem muito tempo, ou vocês preferem deixá-la morrer assim!
- Não... Vamos deixar a hime trabalhar.
As duas enfermeiras saem da sala.
Sakura ainda não sabia o que ia fazer. Valia a pena se expor tanto por aquela mulher?
A Haruno aproximou-se da Hyuuga, estava pálida, os batimentos estavam lentos, a vida dela estava por um fio. Lembranças amargas invadiram sua mente, e quando estava prestes a sentar-se para assistir a morte dela, a imagem da pequena Chole veio a sua mente.
Aquela criança não tinha culpa dos erros da mãe, não seria justo tirar a mãe dela por simples vingança. Não conseguiria dormir sabendo que tirou a mãe de uma pequena inocente.
Apesar de tudo, no fundo, ainda tinha coração. Apesar de ninguém nunca ter valorizado sua boa índole e coração, não faria a escolha errada.
Quando tornou-se médica jurou cuidar de todos que precisassem sem distinção. Mesmo que isso lhe custasse ter que mudar de identidade de novo.
- Não faço isso por você...
A mulher retira os óculos e prende os cabelos para trás. Naquele momento, quem visse aquele rosto o reconheceria na hora.
Preparou-se e começou... Sabia que aquilo era o começo de sua perdição, mas não tinha forças para destruir a vida de alguém como a sua havia sido destruída.
Se isso tivesse acontecido assim que chegou, não pensaria duas vezes em deixá-la perecer, mas depois de tanto tempo, havia apegando-se de novo aquelas pessoas...
-
-
Ino caminhava pelos corredores com a mão na testa. Ainda estava muito zonza e desnorteada. Queria saber o que estava acontecendo.
- Ino-san!
Quando percebeu, estava na sala de espera, essa que estava lotada.
- Como a minha filha está?
- Eu não sei... Na pressa de socorrê-la acabei me machucando, quem está cuidando dela é Kimi.
- Como assim? – Hiashi estava desesperado –
- Não se preocupe, se tem alguém pode salvar a Hinata, é ela.
- Será que você poderia pelo menos entrar na sala de cirurgia...
- Acho que não, lá é um ambiente altamente esterilizado, fora que eu poderia tirar a atenção da médica.
- Calma, tio. A Hinata é forte.
- Eu passei anos da minha vida maltratando-a e agora sei o que é medo de perdê-la. – Hiashi escondia o rosto atrás das mãos –
- Ela não vai morrer, garanto Hiashi-sama.
Ino dizia isso mesmo sabendo que as chances eram quase nulas.
- Ino? O que você está fazendo aqui?
Tsunade, Naruto e Jiraya entram na sala de espera.
- Acabei sem condições de fazer alguma coisa, a Kimi está lá.
- Mas você não ia fazer o jutso?
- Vamos para o meu consultório.
- Por que vocês não podem discutir aqui?
- Não queremos estressá-lo com procedimentos, Hiashi.
Tsunade, Shizune e Ino saem da sala.
- Qual é o estado dela, Ino?
- Ruim, hime. Muito ruim... – a loira baixa o olhar –
- Você não acredita que ela vá sobreviver?
- Não, somente aquele jutso poderia salvá-la... E eu nunca conseguiria executá-lo perfeitamente.
Antes que qualquer outra palavra pudesse ser proferida, uma batida na porta interrompeu a conversa.
- Com licença.
- O que foi, Corine? – as três temiam a resposta –
- Hinata-sama está sendo transferidas para o quarto.
- dá um pulo – O que?
- Ela conseguiu, Ino-san!
As três se dirigem para o quarto da Hyuuga.
- pega o prontuário – Ela está estável.
- Não é possível... Ela estava muito mal.
- Quando se é médica, vê-se coisas que até kami duvida.
- Com licença, preciso fazer ver algumas coisas...
- entrega o prontuário para a Hyuukay – Como você fez isso? Ela não tinha chance...
- Acho que você se exaltou demais por ela ser sua amiga, o estado era ruim, mas nada que muita calma e técnica não resolvessem. – toma o pulso dela e faz algumas anotações – Daqui algumas horas a família poderá visitá-la.
Ao passar perto de Tsunade, a loira mais velha percebe alguns pontos roxos no braço da Hyuukay.
- O que são essas marcas? – desço o olhar –
- Nada. – a médica desce a manga do jaleco – Melhor deixarmos ela descansar –
As quatro mulheres saem do quarto e dão de cara com o pessoal.
- A Hinata está bem, logo poderá receber visitas.
Dito isso a jovem médica começa a sair, só que não consegue terminar o percurso. Sua visão embaça e se torna turva, seu corpo se torna pesado e ela perde os sentidos sendo segurada por Naruto.
- Ela deve ter se cansado demais. Leve-a para a enfermaria, Naruto.
- Obaa-chan, ela está emanando muito chakra.
- O que?
- Parece que os limitadores de chakra dela não estão limitando nada.
- Shizune!
- Vamos, hime.
A estrangeira é levada para dentro de um dos quartos e colocada sobre a maca.
- Pode ir, Naruto.
- Mas...
- Se eu precisar de ajuda, te chamo.
Assim que Naruto dá as costas as duas começam a trabalhar.
- Realmente os limitadores não estão fazendo o que deveriam fazer...
- E eu não sei o que fazer.
- Tsunade-sama, a senhora lembra-se do combate entre ela e Naruto?
- Sim... – dirige o olhar para a morena –
- Aquela quantidade de chakra não era normal...
- Onde você está querendo chegar?
- Parece que o chakra dela havia sido dilatado... E esses sinais são daquela técnica que achamos no covil do Orochimaru.
- Entendi. Vou selar para que ela possa assumir o controle quando acordar.
Após alguns minutos de trabalho o chakra da mulher já estava sob controle.
- Como ela fez isso?
- Shizune... Eu não sei.
- Hime, ela tem vinte e cinco anos. Nós destruímos essas pesquisas a dezessete anos...
- Ela não pode ter desenvolvido sozinha, o próprio Orochimaru levou décadas. A única explicação é ela ser mais velha.
- Hime, só eu, você, o Naruto, o Jiraya-sama e a Sakura-san tivemos acesso a essas pesquisas.
- Chame o Jiraya e o Kakashi, vamos ver o que fazemos.
-
-
No consultório da Hyuukay...
- Essa mulher é perigosa para aldeia, ela sabe coisas que só shinobis daqui deveriam saber. – Jiraya estava sentado na ponta da mesa –
- Não podemos afirmar que é perigosa, ela esteve muito tempo dentro do hospital, se quisesse, poderia ter feito um grande estrago...
- kakashi tem razão, não podemos condená-la sem provas, mas também não podemos ficar de braços cruzados.
- Acho que devemos colocá-la sob vigilância.
- Ela perceberia.
- Isso não importa. Nós temos que saber com o que estamos lidando!
Um grito ecoa por todo hospital...
- O que foi isso?
Todos correm em direção ao grito.
- O que foi, Ino?
- A Corine entrou no quarto da Kimi...
A jovem mulher de cabelos negros e pele clara como neve, estava estática. Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi, Corine?
- A... A... A... Saku...
- Fala de uma vez, Corine?
- Que... Quem esta... estava no quarto... não era a Kimi...
- Fale coisa com coisa, mulher!
- Quem estava no quarto era uma cópia perfeita da Sakura-sama.
Todos se entreolharam.
- Corine, acho que você precisa de repouso.
- Não estou louca hime, eu vi aquele rosto. Não era o que era a minutos, estava um pouco mais velho e era dela.
- Vá para casa, Corine. Eu cuido disso!
- Tsunade-sama... – Ino chama de dentro do quarto –
- O que foi?
Todos entram no quarto e ficam sem palavras com o que vêem...
O quarto estava vazio.
Continua...