Dont Let Me Fall escrita por alwaysbemyBela


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oii meninas, mesmo a história sendo pequena, vou postar outro hoje para vocês entrarem no ritmo *-*



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Os dias pareciam se arrastar, e eu estava cada vez mais em um profundo coma mental. Eu conseguia entender tudo o que acontecia ao meu redor, mas não reagia a nada. Não conseguia comer, dormir direito e muito menos conversar.

As coisas ficaram piores depois do enterro de Lissa. Estavam todos presentes, desde Morois que a apoiavam como Rainha a todos os nossos amigos, todas as pessoas com que estudamos ou tivemos algum contato em nossas vidas.

Eu apenas encarava o caixão mogno em que Lissa estava. Seus cabelos estavam escovados e bem arrumados, uma maquiagem leve tinha sido passada em seu rosto para dar um pouco de cor em sua pele ainda mais pálida. Vestiram ela em um lindo vestido verde jade, a cor dos seus olhos que eu nunca mais veria abertos e um pequeno buque com cinco tulipas vermelhas estava preso entre suas mãos. Ela estava linda, como sempre, nem mesmo a morte conseguiria sugar a sua beleza.

Então finalmente o Padre começou a cerimônia. Ele lia a bíblia e falava coisas sobre a vida e a morte e como Lissa agora estava em um lugar melhor e outras coisas que eram sempre ditas entre as missas.

— Alguém tem alguma coisa para falar sobre a Princesa Dragomir? – Ele perguntou quando terminou a oração.

Senti milhares de olhos em cima de mim, mas eu não desviava meus olhos dela. Eu não encontraria minha voz naquele momento e nada do que eu dissesse seria capaz de transmitir tudo o que Lissa era para mim.

— Lissa era a pessoa mais bondosa que eu já conheci. Acho que a mais bondosa que existe. Ela tinha o dom de perdoar e de querer todos ao redor felizes. Além da paciência, afinal ela era amiga da Rose, não é? E ela também se apaixonou por mim. – Christian começou vendo que eu não diria nada, sua voz estava embalada pelas lágrimas e eu consegui olhar para ele por um momento e receber um sorriso triste. – Isso eu nunca vou entender. Eu todo ironia e sarcasmo, e o meu potencial de ser um Strigoi e mesmo assim ela conseguiu ver além, ela conseguiu que eu me abrisse para ela e se abriu pra mim. Permitindo que eu a amasse e descobrisse que o mundo não é um lugar tão ruim assim.

Ele secou as lágrimas que caiam e deu um passo para trás, mostrando que não falaria mais nada.

Alguns discursos vieram depois do dele, Kirova disse algumas coisas sobre as notas e educação exemplar de Lissa. Daniela Ivashkov mostrou toda a sua admiração por ela e Mia soluçou ao pedir desculpas por todas as provocações do passado e agradecendo pela amizade delas.

Então o caixão foi fechado e começou a descer lentamente no tumulo dos Dragomirs. Cada centímetro mais baixo fazia com que eu me sentisse caindo também e quando começaram a jogar a terra para poder enterrar o caixão, o ar começou a se tornar escasso em meus pulmões, eu me senti engasgar entre as lágrimas que caiam e ficar cada vez mais sufocada.

Me arrastaram dali antes que terminassem de enterrar Lissa, Dimitri me segurava em seu colo e corria em direção a enfermaria. Abe e Janine o acompanhavam de perto, seguidos por Christian e Adrian. Logo me senti apagando depois que a enfermeira injetou algo em minha veia.

Dias depois ao enterro foi o julgamento de Tasha, mas após uma restrição médica eu fui impedida de depor, mas nada me impediria de ir assistir, então depois que Dimitri saiu do quarto se despedindo com um beijo em minha testa, eu coloquei uma jaqueta preta e corri para o tribunal, me sentando na última fileira.

Dimitri foi o primeiro a depor, contando o que sabia e como descobrimos que Tasha era a verdadeira assassina da Rainha Tatiana. Ele falava sério e sem nenhuma expressão, totalmente profissional, me lembrando de pouco tempo atrás quando tivemos que depor contra Victor Dashkov correndo risco de ele expor nosso pequeno e confuso romance.

Em seguida Christian, Srt. Karp, que agora tinha sido aceita de volta, depois de passar por procedimentos muito parecidos com o que fizeram Dimitri passar para provar que não era mais um Strigoi, Mia e alguns guardiões que a prenderam.

Então chegou a vez de Tasha. Vê-la entrando no salão acendeu uma chama em mim. Seu rosto estava inchado e todo arranhado graças a Christian, um sorriso diabólico escapou por meus lábios ao perceber que ela estava tão machucada. Mas não era suficiente, queria eu mesma machuca-la, queria que ela sentisse tudo o que eu estava sentindo agora, eu queria matá-la, ali e agora.

Me levantei e fui saindo do banco lentamente, meus olhos focados nos dela, a fúria se apoderando de mim e eu nem tentava impedir.

Mas antes que chegasse ao corredor que me levaria até ela, uma mão forte segurou meu ombro e me virou, me fazendo encarar o peito musculoso de Dimitri.

— Você não deveria estar aqui. – Ele disse cauteloso somente para eu ouvir, sem querer chamar atenção para nós.

— Mas eu estou, e agora eu mesma vou cuidar daquela vadia. – Disse friamente e me virando novamente, mas mais uma vez fui impedida.

— Roza, não deixe a escuridão te dominar. – Dimitri implorou em meu ouvido ao me abraçar.

Eu o afastei.

— Não é só a escuridão Dimitri, eu quero mais que tudo. – Minha voz saiu vingativa, e era exatamente como eu me sentia.

Mas eu poderia imaginar que Dimitri não facilitaria as coisas. Ele me prendeu entre seus braços e me arrastou até o lado de fora, me prensou contra a parede e manteve seus lábios bem próximos dos meus.

— Não faça algo que irá se arrepender. Ela irá ser executada até o fim do dia. Não deixe que ela estrague ainda mais sua vida Roza. – Ele falava cada palavra claramente, sem tirar os olhos dos meus.

Aquilo me acalmou um pouco, apenas pelo fato de que ela realmente morreria, e como Dimitri disse, eu apenas estragaria ainda mais as coisas se fizesse por conta própria. Então permiti que ele me levasse de volta para o quarto.

Nós chegamos e me sentei na cama, Dimitri tirou minha roupa e me levou até o banheiro, entrei no boxe e ajustei o chuveiro até estar quente o bastante. Ele ficou lá me olhando enquanto tomava meu banho, era assim todos os dias. Dimitri tinha medo que eu me machucasse como Lissa fazia quando a escuridão era demais, então estava o tempo todo me supervisionando com aqueles olhos atordoados.

Terminei o banho e ele secou meus cabelos depois que coloquei minha camiseta de dormir, nos deitamos juntos e assim que consegui pegar no sono, imagens de Lissa morrendo em meus braços me atormentavam e acordavam e isso acontecia repetidas vezes durante a noite.

Quando o sol finalmente se pôs desisti de dormir e me sentei na cadeira ao lado da cama para Dimitri pudesse dormir sem minhas interrupções. Nesses dias não tínhamos nos falado, a conversa de ontem foi a primeira que passou dos pedidos dele para que eu comesse, dormisse e coisas desse tipo. Ele não saia do meu lado, mas parecia tão perdido quanto eu.

Dimitri começou a se mexer na cama, a expressão antes serena, agora em dor e pânico, mostrando que eu não era a única a ter pesadelos. Então ele se sentou na cama com rapidez, seu rosto pálido e suado, sua expressão ainda a mesma.

— Está tudo bem? – Ele me perguntou passando a mão no cabelo, tentando se acalmar.

Acenei com a cabeça e ele se levantou indo em direção ao banheiro, fechou a porta atrás de si e logo ouvi o barulho do chuveiro. Assim que ele saiu enrolado na toalha, batidas leves soaram da porta.

Eu me levantei para ir abrir, e Dimitri pegou suas roupas e voltou para o banheiro.

— Bom dia Rose. – Sonya Karp me cumprimentou com um pequeno sorriso. – Está se sentindo bem?

Acenei novamente e dei espaço para que ela entrasse, atrás dela vinha Adrian fumando um cigarro e cheirando puro álcool, seu cabelo estava mais despenteado que o normal e fundas olheiras me diziam que ele ainda não tinha dormido.

— Podemos começar? – Srt. Karp perguntou depois que Dimitri saiu do banheiro e os cumprimentou.

Desde o assassinato de Lissa, Sonya e Adrian estavam usando sua magia para curarem minha mente. Adrian encantava objetos de prata, já que sua cura não era lá aquelas coisas, enquanto Sonya cuidava diretamente de minha alma a cada semana, para que não excedesse o uso do espírito e acabasse como eu.

Estava funcionando, eu me sentia melhor a cada dia depois que eles iam embora, até conseguia comer e dormir sem pesadelos. Ao longo das semanas eu fui me recuperando, até estar boa o suficiente para voltar a sair do quarto e tentar continuar a minha vida, mas então uma carta fez meu mundo desabar novamente.

“Roza,

Eu nunca serei capaz de me perdoar. Não consigo conviver sabendo que tirei a vida de tantos inocentes e todo o mal que lhe causei. Você irá dizer que eu não tive culpa, que era minha natureza.

Mas depois de saber que Natasha te incriminou só para que pudesse ter o caminho livre para tentar ficar comigo tornou tudo pior. Ela quase tirou sua vida e conseguiu tirar a de Lissa. Eu me sinto responsável por isso, pela morte de uma pessoa tão especial quanto Lissa e por lhe causar mais essa dor.

E como você disse, nós não podemos ficar juntos se eu não me perdoar. Então me desculpe, mas eu não consigo.

Eu peço desculpas também por estar te deixando em um momento como esse, mas sei que você tem pessoas que te amam e que irão cuidar de você melhor do que eu seria capaz.

Eu te amo Roza, e sempre amarei.

Espero que um dia você possa me perdoar por tudo isso, mesmo eu não podendo.

Dimitri Belikov. “

E aquela foi a última notícia que tive dele.


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Notas finais do capítulo

Agora acaba tooooodo esse drama :x