Trilha Sonora: Paradise- Coldplay

http://www.youtube.com/watch?v=1G4isv_Fylg

[Fernanda]

Olhei para o céu estrelado. Bom era dia 31 de dezembro, eram exatamente 11:00 da noite, o que significava que daqui uma hora estaríamos em outro ano. A noite prometia, afinal era nosso primeiro ano novo juntas, em Copacabana. E como tínhamos jurado a meia noite era hora do beijo.

Tá, eu sei o que estão pensando: Que piriguetes, e tal. Não somos nem um pouco piriguetes a julgar o nosso ano letivo, e nossas decepções amorosas, que tivemos nos últimos meses.

Corri com meus saltos na mão, até o lugar em que as meninas se reuniam. Eu estava realmente produzida, porque eu realmente estava a fim de pegar alguém neste réveillon. Todo ano eu passava o ano, com a família, mas este ano ia ser diferente, iam ser eu e minhas amigas, curtindo um show na praia, pulando ondinhas, bebendo, e fazendo coisas realmente legais.

-Fala aí galera!- gritei para as garotas  que me olharam com grandes sorrisos.

-Olha só quem chegou...A atrasada!- Maria Fernanda falou, rindo.

Bufei. Eu O-D-I-A-V-A estar atrasada, mas hoje não teve jeito, com os meus pais dando sermão, de como eu não deveria beber muito, deveria tomar cuidado com drogas, e coisas assim.

-Desculpa gente, vocês sabem...Pais- falei enquanto abraçava todas elas.

Elas riram.

-Melhor a gente ir, afinal o show vai começar- Ana falou olhando para o celular- Tipo agora.

E então saímos caminhando pela a areia, com a água do mar batendo em nossos pés, fazendo com que eles ficassem cheios de uma espécie de lama.

Estávamos super empolgadas para o show do Coldplay que ia rolar na praia, e a ansiosidade era grande. Você já pensou em ver Chris Martin ao vivo com aquelas musica perfeitas que ele tem, e melhor ainda: Na praia. No ano novo.

Chegamos ao final da praia, onde os portões já estavam abertos, e o local estava lotado. Bom o pai de Cecília era amigo do agente do Coldplay, e tinha nos arranjado os ingressos mais cobiçados do show numa área mega vip, onde só tinha milionário.

Fomos direcionadas ao nosso camarote, igualmente lotado, por gente podre de rica. O show iria começar em poucos minutos então decidimos nos posicionar no melhor local possível, e pegar algumas bebidas.

Giulia era a mais pinguça de todas então já foi logo pegando uma cerveja litrão, enquanto todas nós nos conformávamos com um copinho simples.

O show começou  de uma maneira realmente tocante, a banda subia para a superfície. Já tocando a música Viva La Vida que particularmente era umas das minhas músicas favoritas.

Começamos a gritar como 5 cinco malucas, e cantar o mais alto possível, numa tentativa desesperada de que eles nos ouvissem gritar, como se isso fosse possível no meio daquele publico desesperado.

Com o passar do show, Giulia foi bebendo mais e mais. Ela tinha acabado de terminar um namoro de dois anos sabíamos o quão ela estava chateada, mas não é motivo para ela enfiar a cara na bebida. E desse jeito ela nem ia aproveitar o show.

-Giulia para de beber. Você já ta ruim, não bebe mais- Ana Clara alertou com tom de repressão.

É sempre dávamos lição de moral uma nas outras.

-NÃO ENCHE! Serio ta falando igualzinha a minha mãe.- Giulia respondeu meio irritada.- Eu bebo mesmo, você NÃO TEM NADA A VER COM ISSO.

-Se você cair no chão de tão bêbada, não diga que a gente avisou- Cecilia falou naquele tom calmo de sempre.

-E a gente não vai te acudir se passar vexame- Mafe completou seria.

Giulia revirou os olhos, de maneira agressiva.

-Olha gente, pela a milésima vez:NÃO PEDI PRA VOCÊS CUIDAREM DE MIM, OK?!- Giulia falou meio que gritando, mas quase não ouvimos direito por causa da gritaria.- Eu vou beber e vocês não vão impedir.

E então ela saiu marchando de volta para o bar. As meninas viraram de volta para o palco, com caras serias.

-Vocês vão deixar ela fazer essa besteira?- perguntei indignada.

Elas me encaram.

-A gente não pode amarrar ela aqui. Pode?- Ana Clara falou levantando as sobrancelhas.

É ela tinha completa razão a gente não podia impedir Giulia de fazer nada, mas sei lá, me deu uma pontada de dó dela. Eu sabia exatamente como essa noite ia acabar se eu deixasse ela beber mais; Na gente na casa dela, assistindo ela vomitar, e dando banho.

Me infiltrei no meio do povo indo em direção ao bar, triblando um monte de gente que olhou com cara feia. Quando cheguei ao bar, Giulia estava com uma garrafa de Vodka na mão, balbuciando uma língua nova, que aparentemente era ela tentando cantar a música do Coldplay só que bêbada.

-Giulia larga isso - gritei pra ela, que me ignorou.

Eu odiava isso.

-GIULIA. LARGA ISSO!- repeti brava, agarrando seu braço com força.

-Me solta- ela disse entre os dentes, enquanto fazia seu braço espaçar das minhas mãos.

Ela saiu cambaleando para a direção contraria de onde estavam as meninas, e então saí andando atrás dela, afinal se ela se perdesse ali, e se machucasse eu ia me sentir culpada.

E então Giulia simplesmente tropeçou no próprio salto, de uma maneira prá La de estranha, lançando seu copo a centímetros de distancia, fazendo sua bebida ser acidentalmente jorrada em alguém.

PORRA GIULIAAA! Agora a minha cara que ia rachar.

-Giulia!- gritei enquanto ajudava minha amiga a levantar.

Vi uma figura parada na minha frente. Tomara que não seja uma menina, pensei. E por um milagre de Deus, não era.

Era um menino lindo de pele morena, seus olhos cor ônix, eram penetrantes, me fuzilavam como duas estacas. Seu cabelo era bagunçado de maneira extremamente linda, e ele parecia ter um corpo, que não era de se jogar fora. Ele era lindo, o menino mais lindo que eu já vi na minha vida, por incrível que pareça. E Giulia tinha literalmente arruinado sua camisa.

-Nossa, moço- falei sorrindo sem graça- Me desculpa, de verdade.

Ele me olhou confuso.

-Eu não falo português- ele disse em inglês.

Hora de exercitar meus 6 anos de curso de inglês. É nessas horas que você agradece sua mãe por ter te obrigado, a fazer aquele curso de inglês pé no saco.

-M-Me desculpa, minha amiga está meio bêbada- falei entre gaguejos- Eu nem sei o que dizer. Me desculpa.

Falei enquanto me aproximava dele, para rever o estrago feito em sua camisa, agora toda molhada, fazendo com ela grudasse em seu abdômen que parecia ser malhado.

Olhei meio apavorada, de vergonha, e de sei lá o que me deu, só sei que estava apavorada, enquanto gaguejava sobre maneiras de concertar a camisa dele, que agora estava machada, e molhada, no meio do show.

-Serio- ele falou segurando o meu braço, com suas mãos firmes e quentes– Não tem problema.

Sorri de modo desajeitado, enquanto Giulia ainda nos encarava com cara de riso.

-Hm...Quer o corpo dele nu, né sua piriguete!- Giulia gritou em um português embolado.

O garoto riu de Giulia.

-O que ela disse?- ele perguntou curioso.

-Nada, apenas umas coisas sem sentido- menti enquanto não parava de olhar pra ele.

Ele era lindo demais, e simplesmente tinha uma coisa nele que me deixava louca.

-Amiga o que aconteceu aqui?- ouvi a voz de Ana Clara se aproximar.

Me virei e lá estava ela, com Cecilia e Maria Fernanda.

-Giulia caiu, e derramou a bebida nele- anunciei com uma cara meio derrotada.

As três correram pra ver se Giulia estava bem, e enquanto isso o menino não parou de olhar pra mim, o que me deixava sem graça, e empolgada por pensar que talvez eu tivesse uma chance com ele.

-Zayn, você ta perdendo a melhor música- um garoto moreno e olhos amendoados, falou enquanto se aproximava.

Então o nome  do tal gatinho era Zayn. Que nome mais... Lindo.

Olhei para o garoto que acabara de chegar, e atrás dele vinham outros três meninos lindos de morrer. Olhei meio chocada para eles, e percebi que as outras meninas faziam o mesmo. E então eles ficaram nos encarando de maneira tão chocada como nós.

O que será que garotos tão lindos queriam com a gente?

Continuei encarando Zayn. Não sei porque ele também me encarava, de maneira sedutora, como se pudesse ler meus pensamentos impuros, sobre ele.

-Pessoal essa música eu gostaria que vocês dançassem em par- A voz de Chris Martin ecoou pelo local- Em homenagem a esse ano novo, para que os romances sejam intensos. Que vocês se apaixonem muito.

Então os casais se formaram, e ficamos apenas parados lá olhando um para a cara do outro sem saber que atitude tomar.

[Fernanda]

Olhei para o resto das pessoas, todos já estavam de casais. Só sobraram nós  cinco meninas, e depois os cinco garotos. Encaramos um ao outro esperando o outro tomar a iniciativa primeiro.

O primeiro corajoso, foi um garoto loirinho de olhos claros, que chamou Cecília para dançar, ela aceitou de um jeito recatado, e depois sumiram de vista. Depois o garoto de olhos amendoados chamou Ana Clara para dançar, e eles também sumiram.

Olhei para o chão, e quando levantei a cabeça Zayn estava a apenas alguns centímetros de mim. Pude sentir seu hálito fresco, e seu olhar penetrante em mim.

-Aceita dançar comigo?- ele perguntou em tom galante.

Olhei dentro de seus olhos brilhantes.

-Claro- falei com uma voz totalmente esganiçada.

Ele pegou a minha mão, e saiu me puxando pela a multidão. Começamos a andar para fora da multidão, e isso me fez perguntar para onde Zayn estava me levando.

Passamos pelos os seguranças, e descemos um lance de escadas, até chegar a praia. Estávamos atrás do palco, num lugar da praia que estava completamente deserto.

A música Paradise, começou a ecoar nos meus ouvidos. Eu não sabia porque eu e Zayn estávamos ali e não no meio da multidão. Por que ele tinha me levado, para aquele lugar deserto, e lindo?

Ele pegou a minha mão e a beijou, então me puxou ao encontro de seu corpo. Passei minhas mãos em sua nuca, enquanto ele puxava pela a cintura, até nossos corpos ficarem colados. E então começamos a balançar, numa dança lenta.

Olhei nos olhos de Zayn, seus olhos brilhosos, e depois para sua boca convidativa.

-Você não me disse seu nome.- ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo ficar arrepiada.

[Zayn]

Aquela garota era simplesmente umas das mulheres mais lindas que eu já havia visto. Eu sabia que brasileiras eram lindas, mas não como esta.

Ela possuía cabelos grandes e negros até o final das costas. Seus cabelos eram escorridos até o meio, e então faziam ondulações graciosas até o final. Seus olhos eram de um preto indecifrável, misteriosos. Possuía uma pele branca, e um corpo de dar inveja a muitas garotas. Possuía pernas torneadas, era magra, tinha glúteos enormes, e seios fartos. Mas não era essa beleza que havia me encantado, mas sim a sua graciosidade, sua delicadeza, sua preocupação com a amiga bêbada. Tudo isso me deixava fascinado.

-Fernanda, meu nome é Fernanda- ela respondeu com um grande sorriso no rosto. Aquele sorriso de tirar o fôlego, um sorriso perfeitamente branco, e simétrico.

Fernanda. Eu nunca tinha ouvido aquele nome.

-Meu nome é Zayn.- falei enquanto a rodopiava.

Ela riu olhando pro chão.

A puxei de uma vez ao encontro do meu corpo.

-Você é muito linda- falei dando um sorriso sedutor pra ela.

Ela riu sem graça, enquanto me encarava.

-Você também- ela falou meio insegura.

Sorri para ela, enquanto voltava a dançar. Olhei dentro de seus olhos e depois para sua boca. Sua boca vermelha, e convidativa.

Percorri meus olhos pelo o seu corpo até encontrar uma coisa que me chamou a atenção.

-O que é isso?- perguntei puxando seu braço, para olhar.

Havia uma tatuagem escrito, Let me Love you pouco abaixo do pulso.

Ela olhou para a tatuagem e riu.

-Uma tatuagem que eu fiz, de uma música que eu adoro, chamada Let Me Love You do Mario. Eu fiz ela num momento de revolta, quando terminar com um namorado- ela falou enquanto analisava a tatuagem- Mas eu não fiz por causa dele, mas porque eu gosto muito desta música.

Fiquei chocado. Aquela era a música que eu tinha cantado na minha audição do X-Factor, e também a minha música preferida... Era como se o destino tivesse nos feito encontrar. Eu ainda estava chocado com sua tatuagem, mas ela voltou a falar.

-Tenho outras três.- ela disse tirando o cabelo e mostrando uma outra tatuagem atrás da orelha. Era uma clave de sol- Tenho esta da clave, tenho uma escrito Forever and Always no pé, e l'amour et la charité aqui, embaixo- ela finalizou apontando para um local perto do bumbum, onde a fenda do vestido deixava meio a mostra.

Ela era bem parecida comigo, gostava de marcar corpo o que já estava na alma.

-Tem algum significado?- perguntei curioso, me sentando na areia com ela.

-Eu sou apaixonada, por música. Eventualmente eu canto, e um dos meus maiores prazeres, então por isso a clave de sol. Forever and Always é por causa que eu vou ter sempre meus familiares e minha família, dentro de mim. E L'amour et lacharité significa Amor e Caridade, é porque eu acho que isso ta faltando no mundo- ela falou seria apontando casa uma das tatuagens para mim- As pessoas amarem as outras como elas são, e ajudar as pessoas. Dando amparo, sorrisos. Por isso eu acho que ajudar o próximo é importante, porque ninguém faz e o mundo precisa.

Olhei dentro de seus olhos, iluminados pela a lua.

Aquilo realmente tinha mexido comigo saber que tínhamos tanta coisa em comum, e que uma garota de 17 anos fosse pensar nisso. Pensar no próximo, pensar no mundo, nas pessoas em geral, e não apenas no namorado que não ligou pra ela, ou no quão dramática é sua vida.

Ela parecia uma pessoa madura, por trás daquela carinha de adolescente danada, ela parecia uma mulher de verdade, no corpo de garota.

-Uau- foi tudo que conseguir mediante aquilo.

Ela riu.

-Uau o que? Me achou uma louca, né? É isso que todo mundo diz.

Balancei a cabeça em negação.

-De jeito nenhum. Eu achei você diferente- confessei olhando para o mar que batia gelado em meus pés- Você é completamente o contrario das outras garotas que eu conheço. Eu acho que nunca conheci alguém TÃO parecida comigo em três minutos.

Ela sorriu, o que me fez ficar meio nervoso.

-E isso é bom?- ela perguntou com um sorriso malicioso.

Sorri de maneira maliciosa para ela, enquanto me levantava da areia, e a ajudava a levantar.

“20 segundos para o ano novo!” A voz de Chris Martin ecoou “ 19, 18, 17...”

Como eu estava adorando passar o ano novo com Fernanda. Ela não sabe que eu sou famoso, e não está comigo pela a fama, então isso me leva a pensar que ela me escolheu entre vários caras com quem ela poderia estar.

Olhei para ela.

-10, 9, 8- seus lábios diziam em maneira sedutora. Como eu desejava beija-los.

-7, 6, 5, 4- eu falei me aproximando dela.

Ela mordeu os lábios.

-3, 2..- ela falou olhando para a minha boca de volta.

E antes que o 1, viesse, eu agarrei sua cintura, e a beijei, de maneira inesperada.

[Harry]

Dei um sorriso sedutor, para uma garota linda que estava lá. Eu não ia chamar a bêbada pra dançar, então peguei a outra opção, que por sinal era uma ótima ideia.

Tinha os cabelos castanhos até a cintura, os olhos cor esmeralda. Seu corpo era escultural, possuía pernas grossas, seios e bunda fartos, e era magra.

-Oi- falei me aproximando dela, que olhava para outra direção, como se não se importasse nem um pouco se alguém ia chamá-la pra dançar ou não.

Ela virou seu olhar pra mim. Seu olhar de gato, bastante sedutor, se fixou em mim. Como se me analisasse.

-Oi- ela falou seca, olhando de volta para o palco.

Ela estava me ignorando, mas eu não ia deixar isso barato, ela ia ser minha neste ano novo.

-Quer dançar?- perguntei segurando seu braço.

Ela retirou minha mão do seu braço, com delicadeza, e balançou a cabeça em negação.

É Harry ela não está afim de você uma voz disse na minha cabeça. Não é possível, uma mulher não estar afim de mim, rebateu a voz, enquanto dava meu melhor sorriso.

-Quer saber, vamos sair daqui. Vamos comer alguma coisa que tal?-perguntei a ela.

Ela me olhou com um olhar iluminado. Comida. Era isso que ela queria.

-Pode até ser- ela falou com um sorriso sapeca- Mas como vou saber, se você não vai me seqüestrar, ou algo assim.

Dei um sorriso malandro.

-Você não vai.

Ela mordeu os lábios, e olhou para outra direção como se fingisse pensar, sobre a proposta. E então ela segurou a minha mão, e saiu me arrastando para fora dali.

Passamos pelos “portões” do show, e saímos para a praia, onde haviam algumas pessoas que queriam ver os fogos.

-Pra onde a gente vai?-perguntei, ainda de mãos dadas com ela. Suas mãos quentes e delicadas

-Tem um restaurante muito bom, aqui perto- ela anunciou, me puxando.

Caminhamos pelo o calçadão, até um certo ponto, atravessamos a rua, e me deparei com um restaurante.

Ele era todo feito de vidro, aparentemente era caro, e estava completamente vazio. Já que estava todo mundo curtindo os fogos na praia, ou em outro lugar, o que nos dava total privacidade.

Me comportei como um perfeito cavalheiro, puxei a cadeira para que ela sentasse, e pedi champanhe, e rosbife, por minha conta.

-E então...Até agora você não disse nada que realmente fosse sobre você ou sei lá.- anunciei, quando terminei o pedido.

-Meu nome é Maria Fernanda- ela começou me encarando de modo sedutor.-Sou carioca, tenho 17 anos, e acabo de terminar o ensino médio.

Sorri pra ela.

-Sou Harry Styles, tenho 18 anos, e sou de Londres- falei dando um piscada pra ela.- Mas gosto de mulheres mais velhas.

Elas ergueu as sobrancelhas.

-Sem problemas. Minha mãe ta interona e faz um macarrão do deuses- ela disse rindo.

Ri de volta. Seu sorriso era lindo, e muito grande.

-Quem sabe, né?- brinquei enquanto pegava de leve na sua mão.

Ela olhou para a minha mão por cima da dela, e não fez nada, alem de dar um sorriso. O que significava que ela estava um pouco afim de mim.

-Mas me conta: Todas as cariocas são lindas assim como você?- perguntei rindo.

Ela revirou os olhos enquanto mantinha o sorriso.

-Primeiro, para ser educada. “Muito obrigada”- ela disse dando um ênfase aí- E segundo com quantas meninas você usou isso. Tente mais tarde.

-É que você é muito linda, e eu nem sei o que dizer pra você. - falei com um sorriso malicioso de lado. –Desculpa, vou melhorar.

Ela riu, enquanto tomava um gole de seu champanhe.

O garçom disse alguma coisa em português para Maria Fernanda, e depois ela traduziu pra mim.

-Ele disse pra gente ir lá pra fora, os fogos de ano novo vão começar- ela falou já em pé- Vem.

Levantei-me e fomos lá para fora.

“30, 29, 28, 27...” A multidão na praia gritava.

-Eu tenho a superstição de fazer 5 desejos, no ano novo- ela falou enquanto me olhava.

Sorri para ela de modo sedutor.

-E quais são os seus desejos, este ano?- perguntei curioso.

-1- Que dê muita saúde para mim e minha família. 2- Que dê prosperidade. 3- Que eu passe no vestibular. 4- Que eu arranje um emprego, e por último que eu arranje uma pessoa que goste de mim. E você?

Senti que aquilo foi uma indireta, o que me dava aberturas para fazer brincadeiras.

-Eu desejaria saúde, paz, prosperidade, felicidade e você  pra ficar comigo neste ano novo.

Ela riu sem graça.

“10, 9, 8, 7, 6..”

Olhei para ela, que fechou os olhos, para fazer o pedido, e depois os abriu.

-Eu só tenho mais um pedido para este ano novo.- ela informou abrindo os olhos de repente.

-E qual seria?- perguntei em tom galante.

“1” Ecoou no meu ouvido, mas antes que eu fosse ver os fogos, Maria Fernanda me beijou.

Me beijou de maneira inesperada, e louca de desejo. E então de repente, nenhum daqueles pedidos importavam,  apenas o último deles, que se referia a nos dois.

[Niall]

Eu não conseguia parar de pensar no quanto ela era linda enquanto íamos para a praia - agora totalmente lotada, por pessoas querendo ver os fogos de ano novo.

A verdade é que fui totalmente esperto, no momento que bati os olhos naquela garota, eu vi que era ela, a menina que ia roubar meu coração esta noite. Então já fui convidando-a para dançar, e decidi meu entrosar rápido, afinal eu ia beijar alguém a meia noite, e queria muito que fosse ela.

-E então Cecília, o que que uma menina tão linda faz desacompanhada, numa noite  dessas?- perguntei enquanto caminhávamos, com o mar batendo em nossos pés.

-Pra você ver né?- ela disse em tom irônico-  Na verdade essa menina aqui sempre esteve desacompanhada, meu filho.

Levantei as sobrancelhas.

-Você nunca namorou?- perguntei incrédulo.

Ela balançou a cabeça.

-Namorei uma vez, durante 2 meses. Se isso é considerado um namoro, sim já namorei. E foi H-O-R-R-I-V-E-L!

Ri. Uma das poucas garotas que eu conhecia que não era afim de compromisso nenhum, e que ainda sim não tinha cara nenhuma de piriguete da esquina.

-Mas e você Niall?- ela perguntou olhando nos meus olhos com seu olhar profundamente penetrante.- Já namorou, né?

-Já, mas nenhuma era tão linda como você- falei rindo, enquanto ela revirava os olhos.

-Você é patético!- ela falou me empurrando.

-Acabamos de nos conhecer e você já me chamou de patético! Estamos bem..- falei em tom irônico- Mas e aí o que você faz da vida Cecília?

Ela olhou pro chão.

-Bom, eu terminei o ensino médio esse ano, e estou esperando pelos resultados do vestibular. Quero muito fazer ou moda ou culinária, prestei pros dois.- ela disse com um sorriso.- Mas e você Niall o que faz da vida?

Não era todo dia que eu encontrava alguém que não me conhece, que não sabe quem eu sou, e que eu faço, então eu decidi mentir, dizer que eu era outra pessoa, só pra variar.

-Eu sou Ator, faço filmes de curta metragem.- falei meio sem jeito.

-Uau, Ator, em?- ela me cutucou- Muito legal.

Sorri, enquanto olhava pro mar negro, e pra toda aquela gente, e então a contagem regressiva começou.

-20,19,18,17- a multidão gritava o mais alto possível.- 15, 14, 13...

Olhei para Cecília.

-Serio, você é linda- falei de repente puxando ela pra perto de mim.

Ela riu.

-Não, você vai me beijar- ela disse balançando a cabeça- Nem precisa tentar jogar seu charme pra cima de mim.

-Vamos ver, se não, você não vai resistir.- falei rindo.

-Ahan. Eu vou manter meus lábios bem cerrados, pra você não poder tentar nada com essa língua. Poxa, a gente se conheceu há menos de 15 minutos.

É ele tinha razão, mas e daí? Era o calor do momento. Tinha gente ali que ia beijar gente que nunca nem viu na vida, tipo naqueles shows, que o povo só saí beijando, sabe? Não que eu já tivesse feito isso.

5,4,3,2.. E no um antes que ela gritasse, eu a beijei, e não, ela não cerrou os lábios.

[Ana Clara]

Aquele menino era o que tinha chamado a minha atenção, o de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, corpo atlético, charmoso, um sorriso tímido.

E justamente ele me chamou pra dançar.

-Quer dançar?-ele disse estendendo a mão.

O encarei por alguns segundos e agarrei sua mão.

Ele me guiou até o meio da pista, começamos a dançar uma musica agitada, não lembro qual era talvez fosse Viva La Vida. Balançava meu corpo rapidamente, em gestos  atraentes e profissionais a muito tempo não dançava tentando seduzir alguém.

Passei minhas mãos sobre seu pescoço e dançava bem grudada nele. Seus olhos seguiam meus movimentos, ele me encarava por algum tempo e depois dava um sorriso. Como se estivesse gostando.

Quando notei ele já me puxava pra outro local, andamos um pouco. E paramos em frente a um segurança enorme, o menino disse algo em seus ouvidos, e ele liberou nossa passagem.

Entramos em uma área VIP.

-Então até agora você não me disse o seu nome.- ele disse pousando os braços em minha cintura e me aproximando de seu corpo.

Quando me dei conta já estávamos no embalo de Paradise.

-Eu me chamo Ana Clara Cardoso.- respondi sorridente.- E o seu?- perguntei olhando em seus olhos extremamente brilhantes.

-Me chamo Liam Payne.- ele respondeu me rodopiando.

-Lindo nome. Você é de onde?-perguntei tentado ouvir seu sotaque.

Ele era britânico. Além de lindo era inglês.

-Nasci em Wolyerhampton, mas agora vivo em Londres com meus amigos.- ele disse dando de ombros.

-Suspeitava que você era britânico, esse sotaque não engana ninguém. Mas mudando de assunto deve ser muito legal morar em Londres e com seus amigos.- disse fazendo uma cara sapeca.

-Com certeza! Mas as vezes você sente falta da família ,das brigas com as irmãs, essas coisas que só família te oferece.- ele disse desviando os olhos dos meus, como se pensasse.

-É se eu estivesse no seu lugar eu sentiria o mesmo.- sorri.

Depois de algum tempo vi que ele observava muito a minha mão.

-É uma cruz.- disse virando minha mão pra ele.

Ele riu sem graça.

-Eu reparei, bem bonitinha.- ele completou.

-Obrigada, tem mais um monte.- disse rindo pelo nariz.

-Nossa você ta parecendo um amigo meu.- ele disse rindo.

-Resumindo: Ele deve ser bem legal.- disse rindo da sua careta.

-Pode se dizer que sim. -ele respondeu me fazendo sentar em um banquinho que havia lá.

-Olha tem uma no pé que não dá pra mostrar por causa do sapato,mas esta escrito ‘’Amor eterno’’ em português. Uma no pulso símbolo do infinito. “Don’t worry about the things” no ombro e “Faith” no pescoço.- disse jogando os cabelos para os lados.

Ele não pode dizer nada já que ele foi interrompido pelos gritos de Chris.

- 10...9...8-ele contava em meio aos gritos.

- Já ta chegando a hora e não acredito que você vai ficar aqui. Você precisa ver os fogos são absolutamente lindos.- disse me levantando e fazendo o gesto pra que ele viesse também.

Atravessei a porta e pude sentir  o entalasse de nossos dedos.

Descemos aquelas escadas em meio aos tropeços.

Quando vi já estava de salto e tudo na areia. E da praia puder ouvir, Chris gritar:

-4..3..2.-ele berrou mais  uma vez.

Quando chegou no um, Liam me puxou a seu encontro e me beijou. Foi o melhor beijo de todos, não sei se foi pela sensação dos fogos estarem estourando em cima de nós, ou se ele fez que o beijo se tornasse especial.

Seu beijo era suave, refrescante, me deixava calma. Nossas línguas dançavam em perfeita sincronia. Eu queria ficar ali o tempo todo ao lado dele ,o beijando. Pois ele é diferente de qualquer que já tivesse conhecido.

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