Opostos escrita por Marina Andrade


Capítulo 15
Capítulo 15 - Beijos




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James e Anya andavam até a saída do castelo de mãos dadas. Pelas janelas do castelo era possível ver o céu começando a escurecer. Era sábado, dia dos testes prévios para Guardião Noturno. Anya estava com as mãos mais geladas do que de costume. Usava uma calça jeans escura, uma blusa preta colada de mangas compridas e botas. Em sua mão direita carregava firmemente sua vassoura. James a observava sorridente. Uma das coisas que mais gostava nela era sua altura. Anya podia ser a melhor aluna de DCAT, podia ser a pessoa mais talentosa em Feitiços que James já conhecera, e podia ter habilidades de legilimência que fariam qualquer um tremer, mas ela era cerca de vinte e cinco centímetros mais baixa que ele, e isso o fazia se sentir poderoso perto dela, como se todo o perigo que Anya representava pudesse ser contido quando ele a abraçava e a levantava do chão.

Ao saírem pelos portões, James pode avistar Snape, McGonagall e outro aluno que ele reconheceu como um grifinório que também era do sétimo ano, Jonathan Bell.

— Smith. – Snape cumprimentou Anya com um gesto de cabeça, ao qual ela retribuiu. – Woodson. – Snape cumprimentou James em seguida, dessa vez com a voz arrastada e um claro olhar de desgosto. James sabia que Anya estava na lista de alunos favoritos de Snape, e ele imaginava que o fato de ela e James estarem juntos deveria incomodá-lo profundamente.

— Vocês estão prontos? – MCGonagall perguntou olhando sorridente para Anya e Bell. James então entendeu o que o grifinório fazia ali. Ele também faria os testes para Guardião Noturno. Como McGonagall e Snape eram os diretores da Grifinória e Sonserina, deveriam estar ali para apoiá-los antes da prova.

— Sim. – Anya e o rapaz responderam.

— Creio que já podemos aparatar então! – McGonagall disse animada.

Anya se virou para James e lhe deu um beijo na bochecha.

— Te vejo mais tarde. – A garota disse num tom que só James a ouviu. Ele acenou com a cabeça e caminhou lentamente na direção do castelo. Antes de entrar, se virou a tempo de ver Anya dar o braço para Snape e Bell dar o braço para McGonagall e, segundos depois, as quatro figuras sumissem dos jardins de Hogwarts, aparatando.

James se virou para entrar no castelo, caminhando contente e esperançoso por Anya, sem ao menos suspeitar que um par de olhos azuis o observava por detrás de um salgueiro.

Mary Fay estava entre as garotas mais bonitas de Hogwarts. Seus cabelos loiros levemente ondulados, seu corpo magro e cheio de curvas e seus olhos que mais pareciam duas piscinas profundas tinham sido capazes de seduzir todos os garotos de Hogwarts que ela já havia desejado. Incluindo James Woodson.

Após ter pego James e Anya na sala de Astronomia aonde estavam, de acordo com James, “praticando Feitiços”, ela tinha decidido dar um gelo no grifinório. O que a surpreendeu é ele não ter corrido atrás dela logo em seguida. Mais surpresa ainda Mary ficou ao ver que os dois continuaram se encontrando na antiga sala de Astronomia, e nos jardins de Hogwarts. Sim, ela tinha os espionado alguns dias após o flagra.

Mas o que realmente enfureceu Mary foi a cena que presenciou após as férias de Natal. James e Anya, juntos. E além deles, Peter e a sonserina com a qual Mary o tinha visto se agarrar, quando ele deveria, supostamente, estar com seu namorado o ajudando a estudar para os N.I.E.Ms. Além disso, por algum motivo misterioso, todos os sonserinos e grifinórios do ciclo de amigos de James e Anya pareciam estar se dando muito bem, conversando amigavelmente nos corredores e se encontrando nos jardins após as aulas. Para Mary, tudo isso era muito, muito errado. Isso não vai ficar assim. Mary pensou enquanto observava James entrar no castelo.

...

Anya estava em meio a segunda rodada de avaliações em Feitiços. Tinha sido aprovada em sua prova de voo com louvor, e ela fez uma nota mental para agradecer a seu irmão por ter a ensinado a voar tão bem. Todas as provas prévias para Guardião Noturno ocorriam à noite. Nada mais apropriado. Anya pensava.

As avaliações ocorriam na Floresta Dankar, localizada na Rússia. O exame para Guardião Noturno ocorria no mesmo lugar e avaliava todos os bruxos interessados no cargo, e o resultado do exame poderia ser utilizado em qualquer faculdade bruxa que oferecesse o curso.

A avaliação de voo tinha se constituído de sobrevoar cerca de trinta quilômetros de floresta em meio à névoa, lidando com eventuais criaturas mágicas que surgissem em meio ao trajeto.

Em seguida, havia sido feita uma avalição de feitiços de primeiros socorros, de feitiços para específicos para o Trato das Criaturas Mágicas das Florestas, e agora estava ocorrendo a avaliação de Feitiços de Combate.

Anya estava duelando a cerca de meia hora com um Guardião Noturno que, pelos cabelos grisalhos e cicatrizes no antebraço, devia ter anos de experiência. Estavam em uma clareira na floresta, iluminados apenas pelos flashes de luz que suas varinhas emitiam. Anya estava tranquila, apesar da velocidade com que seu avaliador lhe lançava feitiços de ataque não-verbais. Pelo movimento de mão que fazia, Anya tinha uma ideia de qual tipo de feitiço se tratava, e os bloqueava ou rebatia com agilidade.

Quando começou a suar e ficar ofegante, a avaliação terminou. Seu avaliador a cumprimentou com um aperto de mão e um sorriso aberto no rosto. Tinha sido aprovada.

...

Era domingo, a manhã seguinte após a avaliação de Anya. James estava tomando café da manhã ansioso para vê-la. Olhou no relógio de pulso de Peter, que estava lendo o Profeta Diário na mesa ao seu lado. Nove e quarenta. James sabia que após a avaliação, Anya, Bell, McGonaggal e Snape dormiriam em um hotel bruxo na Rússia, pois não era permitido aparatar para Hogwarts após as nove da noite. Ela aparataria nos jardins do castelo em torno das dez.

— Ela já deve estar quase chegando. – James comentou, mexendo em suas mãos ansioso.

— Você ainda tem dúvida se ela passou? – Peter perguntou, tirando os olhos do jornal para olhar para James por cima dos óculos. – Eu teria medo é dela ter matado o avaliador sem querer. – Ele completou enquanto tomava um gole do seu suco de abóbora.

— É cara, tenho certeza de que deu tudo certo. – Collin disse do outro lado da mesa, olhando para James com um olhar simpático. – Eu se fosse você aproveitaria os últimos momentos do Snape fora do castelo para quebrar o máximo de regras que você conseguir. – Ele completou com um sorriso malicioso. – Você sabe que aquele cara não te dá uma folga.

— É, não sei como não pensei nisso antes. – James disse rindo e passando a mão pelos cabelos despenteados. Ao percorrer os olhos pela mesa da grifinória, não pode deixar de notar o olhar sorridente que Mary estava lhe dirigindo. Ele se virou para Collin, e indicou Mary com os olhos. – Gente, é impressão minha ou a Mary está me observando com uma expressão excessivamente feliz? – Ele sussurrou enquanto se servia de um copo de suco de abóbora para disfarçar.

Collin olhou discretamente para a loira, e Peter abaixou lentamente seu jornal, ajeitando seus óculos para enxergar a outra ponta da mesa da grifinória.

— Realmente. – Peter sussurrou por detrás do jornal. – O que será que deu nela? Achei que ela estava com ódio de você.

— Vai ver ela superou o fato de você e a Anya estarem juntos. – Collin também sussurrou.

— Tomara. – James disse suspirando esperançoso. – Vou indo esperar a Anya. – Ele se despediu e se levantou da mesa da Grifinória. – Até mais tarde. – Disse acenando para os amigos, enquanto caminhava para fora do Salão.

...

Anya aparatou nos jardins com Snape, e Jonathan Bell aparatou com McGonagall. Os dois haviam sido aprovados nos testes prévios para Guardiões Noturnos. Os dois alunos estavam explodindo de alegria, e se despediram com um aperto de mão e elogios ao desempenho um do outro. McGonagall e Snape se despediram dos alunos se mostrando muito orgulhosos dos mesmos, e caminharam até o castelo. Anya ficou onde tinham aparatado, esperando por James. Os jardins estavam vazios, tendo em vista que poucos estudantes haviam ficado em Hogwarts nesse final de semana.

Percorrendo os olhos pelos jardins, Anya viu Draco, que se aproximou dela e a cumprimentou com um abraço. Tinha combinado de a encontrar nos jardins quando aparatasse. Anya e Draco conversavam animadamente sobre os testes quando observaram Logan se aproximando dela rapidamente e com um enorme sorriso no rosto. Que atencioso da parte dele. Anya pensou, imaginando que o amigo tivesse vindo lhe receber e perguntar sobre os testes.

 - Anya! – Logan disse animado, se aproximando da garota. Ele parecia nem sequer notar a presença de Draco ao lado da garota.

— Oi Log- Anya começou a cumprimenta-lo, mas foi interrompida pelos lábios de Logan, que apertaram firmemente contra os seus. Ele a tinha envolvido com seus braços fortes de rebatedor de quabribol e a beijado, sem a m-e-n-o-r explicação. Anya deixou a vassoura cair ao seu lado e o empurrou assim que se deu conta do que tinha acontecido. Antes que pudesse perguntar que diabos estava acontecendo, ela viu por cima do ombro de Logan o rosto enfurecido de James.

—James! – Ela exclamou, empurrando Logan, que a olhava com um olhar distante e sorridente, e correndo até o grifinório – Espere! – Ela gritou enquanto James andava a passos firmes para dentro do castelo.

— Qual é o seu problema?! – Anya ouvir Malfoy empurrando Logan e discutindo com ele atrás de si.

 – Não foi minha culpa! – Anya disse se aproximando de James e o segurando pelo braço. – Não fui eu que o beijei! – Ela disse, puxando o grifinório para que ele olhasse para ela. Ele tinha que acreditar nela. Ela jamais faria isso com ele.

— Eu sei bem o que eu vi, Anya! – James gritou arrancando o braço do aperto de Anya. Dentro de si James sentia uma raiva ardente e uma angústia acumulando em sua garganta. Nunca havia sentido ciúme das garotas com que tinha ficado antes. Mas Anya era sua namorada, e aquilo lhe atingiu como se uma estaca tivesse sido cravada em seu peito.

— Não é o que você está pensando! – Anya disse, tentando se explicar e dando um passo na direção do grifinório, que deu outro passo para trás.

— Eu nunca devia ter confiado em você! – James gritava, e Anya avistou Peter e Collin chegando atrás dele, atordoados. – Vocês sonserinos são todos iguais! Cobras traiçoeiras desprezíveis! – James esbravejou, se virando e seguindo caminho para dentro do castelo, sendo seguido pelos amigos e deixando Anya para trás, atordoada e com os olhos cheios de lágrimas.

Anya olhou para trás a tempo de ver Malfoy dar um soco em Logan, que caiu nos jardins, sem revidar. Anya sentiu sua mão tremer de vontade de pegar sua varinha e atacar Logan com um dos infinitos feitiços que conhecia, mas sabia que precisava ir atrás de James.

Ao virar o primeiro corredor dentro do castelo, Anya avistou Owen Jordan, aluno do sétimo ano da Lufa-Lufa.

— Anya, meu amor! Que bom que te encontrei! – Owen disse se aproximando da garota e segurando seu rosto com as duas mãos, a beijando.

Pelo amor de Salazar!— Anya pensava, empurrando o garoto e pegando sua varinha no bolso – Fique longe de mim! – Ela disse apontando a varinha ameaçadoramente para ele enquanto andava apressadamente pelos corredores, procurando por James. – Mas que diabos estava acontecendo?!— Anya pensava, sentindo um aperto no peito, temendo que tivesse perdido James para sempre.


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