Opostos escrita por Marina Andrade


Capítulo 13
Capítulo 13 - Quarto


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me por ter abandonado a história. Voltei a escrever com o intuito de terminar esta história que tanto amo. Espero que gostem!



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James parou em frente a porta de madeira escura com maçaneta dourada, em dúvida se deveria ou não bater antes de entrar. Não sabia se Anya estava dormindo, menos ainda se ela estava ciente sobre a nova organização dos quartos. Hesitante, se inclinou para colocar um ouvido na porta, tentando ouvir algum movimento dentro do quarto. Antes que seu ouvido pudesse encostar na madeira, a porta se abriu, revelando uma Anya diferente da qual James estava acostumado.

A garota estava usando uma camisola preta de seda, curta o suficiente para atiçar a imaginação de James. Seus cabelos castanhos quase pretos estavam bagunçados, e seus olhos verde-escuros estavam arregalados, James não soube dizer se pelo fato de ela o ter visto ou se pelo susto de ser acordada no meio da noite para trocar de quartos.

—J-James. – Ela disse, ao vê-lo. Nenhum dos dois disse mais nada depois disso, Anya em dúvida sobre o que dizer, e James tentando não percorrer os olhos pelo corpo de Anya, apesar de não estar tendo muito sucesso nessa tarefa.

—Ouvi dizer que você precisa de um novo companheiro de quarto. – Ele disse, em tom brincalhão. – Talvez alguém mais sexy, e charmoso. – Ele continuou passando as mãos pelo cabelo. Anya riu e deu passagem para James entrar no quarto.

Uma cama de casal.— James pensou, sentindo uma vontade interna de pular e dar um soco no ar ao som de “We are the champions”, uma música de uma banda trouxa chamada Queens, que Collin tinha mostrado a ele.

—Acredito que vamos ter que dividir a cama. – Anya começou, fechando a porta atrás de si e caminhando até ficar ao lado de James, ambos observando a cama de casal não muito grande que ela e Linda estavam dividindo.

Além da cama, James observou que o quarto possuía um guarda roupa de quatro portas, uma janela grande atrás da cabeceira da cama, duas mesas de cabeceira, uma lareira e duas poltronas de tecido vermelho de veludo. Mas nada disso importava muito para ele. Seu coração estava em festa, ele não sabia definir bem porquê.

—Mas se preferir um de nós pode dormir nos sofás lá embaixo... – Anya começou a dizer com um tom de incerteza. Talvez James tivesse demorado demais contemplando o quarto e ela tivesse tido a impressão que ele não queria dividir a cama com ela.

—NÃO! Não! – James disse, segurando Anya pelo braço, com medo de que ela talvez fugisse dele. – É claro que não me importo! – Ele disse, soltando seu braço e se aproximando da cama. – De qual lado você estava dormindo? – Ele perguntou observando que a cama era realmente das menores e mais estreitas camas de casal que ele já tinha visto.

—Do lado esquerdo. – Ela disse, sentando no seu lado da cama enquanto James se sentava do outro lado. Sobre a cama estava um lençol branco e sobre este outro lençol de cetim vermelho. Os dois entraram debaixo dos lençóis e se ajeitaram para dormir.

James sentia tamanha agitação dentro de si que duvidava se jamais seria capaz de dormir novamente. Anya podia sentir o calor que emanava de James como uma onda. Ela podia jurar que a temperatura corporal de James girava em torno dos 39° C.

—Você sabia sobre esse plano da Linda e do Peter? – James perguntou, se virando de lado na cama e apoiando sua cabeça sobre seu braço direito.

—Não fazia ideia. – Disse Anya, que também girou seu corpo na cama para ficar de frente para James. Os trinta centímetros de distância entre eles, James podia jurar, eram pura eletricidade. – Mas eles estão juntos já faz tempo, eu devia ter imaginado. – Anya completou.

James piscou algumas vezes, tentando associar os fatos. Ele sabia que Peter fazia alguma coisa nas duas horas por dia que ele passava treinando com Anya.

—Bem que eu e o Collin desconfiávamos. – James comentou sorridente. – Fico feliz de saber que Peter está tendo um relacionamento com alguém além da biblioteca. – Ele disse, fazendo Anya rir.

Era fácil conversar com Anya. A atmosfera entre os dois era leve e confortável. Os dois conversaram por um tempo que nenhum deles saberia calcular, e que nenhum deles se importava. Eventualmente, eles concordaram que deveriam apagar as luzes com um feitiço, mas continuaram conversando no escuro. James não sabia dizer ao certo quem pegou no sono primeiro, mas soube que teve uma das melhores noites de sono da sua vida.

...

—Booom diaaaa! – Collin disse, abrindo a porta do quarto de James e Anya num rompante. - Vamos levantar, que hoje é dia de quadribol! – Ele disse, enquanto entrava no quarto e abria as cortinas, fazendo com que os raios de luz invadissem o quarto.

James abriu os olhos e se sentou na cama, espreguiçando. Anya rolou na cama tentando se esconder da claridade. O salão comunal da Sonserina era nas masmorras por um motivo.

—Que horas são? – Ela perguntou, com a cabeça enterrada no travesseiro.

—Sete da manhã! – Collin disse, agitando os braços animado. – Uhul, gente! Qua-dri-bol! Qua-dri-bol! – Ele disse, enquanto pulava em direção a saída.

—Ele é sempre assim de manhã? – Anya perguntou a James, se sentando na cama ao seu lado.

—Só quando é dia de jogo. – James disse rindo. Apesar de não ter nenhum espelho por perto, ele sabia que seu cabelo devia estar pairando dentro de um raio de cinco centímetros ao redor da sua cabeça, cada fio apontando para uma direção diferente.

Anya, pelo contrário, não estava desorganizada nem com os olhos inchados. Apenas uns poucos fios de cabelo fora do lugar, o que causava uma estranha vontade em James de bagunçar o cabelo da garota só para ter certeza de que ela era um ser humano.

—Melhor vocês se apressarem. – Dave disse apontando no beiral da porta. – O jogo é as 13 horas, e queremos pegar os melhores lugares. – Ele completou, olhando para a dupla com um certo olhar de desdém.

—Melhor a gente ir logo. – Anya disse, se levantando e espreguiçando. – Antes que o restante do time de quadribol da Grifinória entre no quarto. – Ela completou, fazendo James rir.

...

Precisamente as dez da manhã o estranho grupo de grifinórios e sonserinos estava entrando no estádio onde o Holyhead Harpies estaria jogando. O estádio ainda estava vazio, tendo em vista que faltavam três horas para o início do jogo. Apesar disso, Collin e Dave entraram no estádio agitados como duas tietes de boybands, pulando e gritando histericamente.

O grupo escolheu um lugar na arquibancada, Collin, Dave, Malfoy, Pansy sentando numa fileira mais alta, e James, Anya, Logan, Linda e Peter na fileira logo abaixo. Linda e Peter estavam de mãos dadas e sorridentes. O relacionamento dos dois agora era oficialmente público, o que talvez fosse o motivo de seus sorrisos.

As horas passaram enquanto o grupo lanchava e conversava animadamente. Cerca de meia hora depois que chegaram, o irmão de Anya, artilheiro do Holyhead Harpies, se aproximou do grupo, cumprimentando a todos, fornecendo alguns autógrafos e conversando sobre táticas de quadribol com James, Malfoy, Collin e Dave.

Aos poucos as arquibancadas foram se enchendo, e a partida começou. O jogo foi acirrado, e James não pode deixar de observar o quanto o irmão de Anya jogava bem. Ele parecia compenetrado e sério durante toda a partida, a mesma frieza e calma que Anya possuía quando estavam treinando feitiços.

O Holyhead venceu o Falmouth Falcons por pouco, e bem no final da partida. A arquibancada vibrou em comemoração, e James observou um pouco surpreso Collin e Malfoy se abraçando e pulando em comemoração. Peter e Linda se beijaram. Anya acenava para o irmão, que sobrevoava o campo vitorioso. Logan trocou um olhar com James antes de abraçar Anya de surpresa, a levantando do chão.

James entendeu bem o que Logan quis dizer com o gesto. Ele sentiu uma pontada no peito que não lhe era de costume, acompanhada de uma onda de adrenalina que provavelmente deixou seu rosto vermelho.

Depois da partida o grupo retornou para o chalé, e todos se reuniram na sala de estar perto da lareira, conversando e tomando cerveja amanteigada. Quem diria que um grupo de sonserinos e grifinórios pudesse se dar tão bem, conversando amigavelmente numa viagem de férias.

Em algum momento da madrugada Malfoy e Pansy se despediram e foram dormir, seguidos por Peter e Linda. Os olhos de Anya e James se encontraram acidentalmente, como se conversassem por gestos. Anya sorriu e se levantou, despedindo dos amigos e caminhando em direção ao quarto. James foi até a cozinha dizendo que estava com sede. Tomou um copo grande de água e em seguida foi discretamente até as escadas, tentando subir para o quarto sem chamar a atenção de Collin, Dave ou Logan.

—Boa noite, meu chuchu! – Collin disse acenando meigamente para James do sofá. – Ia sem se despedir de mim? – Perguntou, fingindo estar magoado. James desconfiava que Collin tivesse exagerado na cerveja amanteigada.

—Boa noite pessoal. – James disse, rindo de Collin. Dave olhava para ele com um misto de desconfiança e desgosto. Dave ainda era um dos poucos que mostrava resistência aos sonserinos, mas James se importava cada vez menos com isso. Ao entrar no quarto, James percebeu que Anya estava com outra camisola de seda, dessa vez verde esmeralda. Ela estava se ajeitando na cama, e sorriu quando ele entrou. Ele se virou para fechar a porta atrás de si, inconsciente de um enorme sorriso estava estampado em seu rosto.

Os dois dias seguintes passaram entre partidas de quadribol, noites ouvindo música, conversando e bebendo cerveja amanteigada, e horas de conversa na escuridão do quarto que James e Anya dividiam.

Até que chegou a manhã de irem embora. James tinha tomado banho e estava organizando sua mala sobre a cama. Uma série de pensamentos percorria sua mente. Os últimos três dias foram os melhores de suas férias. Sentia uma ponta de tristeza por estar indo embora, apesar de saber que todos se reencontrariam dali a poucos dias, com o retorno das aulas. Ele tinha se acostumado a dormir ao lado de Anya. Se acostumado com suas conversas, com a proximidade, com seu cheiro. Enquanto pensava sobre sua partida, Anya entrou no quarto, terminando de secar os cabelos molhados do banho. Estava com uma calça jeans e uma camiseta preta de alças, com um leve decote que lhe caia muito bem, James pensou.

James olhava para a garota em silêncio, enquanto processava o que seu coração tentava dizer. Sem dizer uma palavra, caminhou até Anya determinado. Nesse momento, ele não pensou em porque estava fazendo o que estava fazendo. Não se importou com a diferença entre as casas de Hogwarts, nem com o que Dave ou seus pais ou todo o resto do mundo iria pensar. A influência de Anya sobre ele era como magnetismo. Uma atração inevitável, que o fazia querer estar sempre perto dela, apesar de tudo e de todos.

Como posso evitar?— James pensou, enquanto Anya o observava com um olhar confuso. Num gesto rápido e ardente, James empurrou a porta do quarto com uma mão enquanto passava um braço ao redor da cintura de Anya, a puxando para um beijo.


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