Reações Surpreendentes escrita por Jojo


Capítulo 1
Filme de terror!




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            Era uma sexta-feira, e eu e os países do mercosul estávamos em uma nem tão importante assim reunião, na Argentina, meu país. Eu estava em um importante discurso, defendendo minha opinião sobre manter as taxas alfandegárias normais para o café, sem nenhuma mudança especial, quando fui interrompido:

- EI! Que tal a gente parar de falar dessas coisas chatas? Vamos na praia, no shopping, no parque de diversões... Algum lugar assim! – disse Brasil todo animado, interrompendo o meu discurso importantíssimo, que não deveria ser interrompido. Principalmente por aquele brasileiro pelotudo exibido.

            Quando abri a boca enfurecido para responder-lhe, vi Uruguai levantar a mão e dizer “concordo com a proposta do Brasil” com uma cara séria. Olhei incrédulo o  traidor, mas logo vi que os outros concordavam.

- Sim, sim! Que tal ir vermos um filme? – disse Paraguai animado.

- Ótimo, então está marcado. Todos nós vamos ir assistir um filme lá na casa do Argentina. – ia falar que nem tinham perguntado a minha incrível opinião sobre ir ver um filme quando escutei... casa do... Argentina?

- Isso isso! – e eles iam falando, e eu gritei por cima de todos eles

- NA CASA DO ARGENTINA?! Você nem me perguntou se eu iria estar com a casa disponível, nem se eu ia concordar com isso!!

- Mas a sua casa vai estar ocupada hoje à noite? – perguntou-me Luciano num tom risonho, cruzando os braços. Pode ter sido apenas minha imaginação, mas eu acho que vi uma breve mágoa em seus olhos dourados. Mas só acho.

- Vai!! – eu gritei e depois me arrependi pela cara que o Luciano fez. Ele me pareceu um pouquinho mais triste, e com o meu grito, se encolheu levemente.

- Então ta... – a cara desolada que o Brasil fez naquele momento deveria ser um crime. Como o máximo da sensualidade e o máximo da fofura podem se alojar numa mesma pessoa? O Luciano consegue, a carinha dele me fez querer abraçá-lo e confortá-lo, parecia que ele iria começar a chorar à qualquer momento! Minha resposta saiu quase que automaticamente

- Tudo bem eu deixo. – disse em um só fôlego. A resposta saiu tão naturalmente que até eu me assustei. Vi de relance Sebastian segurar o riso e Paraguai sorrir de lado.

- Sério?! Obrigado Argieeeee!!! – e então ele pulou em cima de mim, me abraçando. Eu corei fortemente e o empurrei tentando parecer irritado.

- Ele é tão manipulável... – murmurou Venezuela risonha – É só o Brasil fazer aquela cara fofinha que-

- Agora vamos continuar a reunião, e dessa vez não quero ninguém interrompendo o meu discurso! – interrompi energicamente Vene, que murmurava com Uruguai, nós retornamos aos nossos lugares, e a reunião seguiu normalmente.

            Quando a reunião terminou, nós fomos andando até a minha casa, que não era longe do prédio em que nós estávamos utilizando para fazer a reunião internacional, que, por acaso, acontecia em Buenos Aires. Também.

            Ainda estava anoitecendo, e o movimento nas ruas estava calmo. Durante todo o percurso eu fiquei discutindo com Luciano sobre o gênero do filme. Ele queria uma comédia romântica, e eu queria um drama romântico. A discussão teria durado horas se Venezuela não tivesse interrompido e anunciado que seria um filme de terror. Nós até iríamos discordar, mas pela cara dela... melhor não.

            Ao chegarmos, Uruguai foi ligar o dvd, Venezuela foi com Paraguai preparar a pipoca, eu fui na estante procurar um filme de terror e Brasil foi... se jogar no sofá?!

- Tire os sapatos, não suje meu sofá! – ele desprendeu os sapatos com os calcanhares e os jogou em um canto qualquer da sala. – E sente-se direito!

- Você é tão chato! – ele disse ignorando a última ordem e se aconchegando mais, fechando os olhos e apoiando os braços atrás da cabeça. Ia repreendê-lo, mas comecei a observá-lo melhor e... Ele estava tão bonito... Ahn? Não, ele não estava bonito, não mesmo! Esse boludo maldito! O que ele pensa que está fazendo? Ele acha que eu não noto o quanto ele é exibido?

            Eu sempre fico muito irritado quando nós nos reunimos em algo mundial, e os olhares que ele recebe de todos aqueles europeus pervertidos... Parece que eles vão cair em cima dele à qualquer momento e... Arrrrrh! O pior de tudo é que ele finge que não nota os efeitos que causa com aquela pele morena, aqueles olhos caramelizados, aquela boca carnuda... Ele deve fazer tudo isso de propósito, como agora, deitado no meu sofá, com a gravata frouxa, a camisa um pouco aberta e subindo, mostrando uma pequena parte da cintura fina.

            Nunca admitiria isso em voz alta, mas o Luciano é... irresistível. Uma tentação.

- ARGENTINA!! – gritou Venezuela me acordando.

- Ahn?! O que foi?

- Estou te chamando à um tempão e você só aí fica secando o Brasil. – ela cruzou os braços – eu só vim avisar que eu não vou poder ficar com vocês, pois já está tarde e minha casa é longe. Quanto mais cedo eu voltar, melhor.

- Ah, tudo bem, eu-

- E eu vou levar o Paraguai comigo, porque ele está morrendo de sono e o meu vôo faz escala na casa dele. – comecei a estranhar. Então só ficariam Brasil, Uruguay e eu aqui?

- Eu também não vou poder ficar. – disse Sebastian, saindo de perto do dvd, que já estava ligado e pronto para receber o cd. – Acabei de receber um sms do meu chefe, me dizendo pra voltar pra casa agora. Me desculpe, não vou poder ficar para o filme também, che.

            Espera aí... Então só vai ficar eu e o boludo? Assistindo um filme de terror, no mesmo sofá, na mesma sala?... Sozinhos? Sent meu rosto esquentar com o pensamento.

- Não, espera! Isso foi uma bela de uma trama de vocês três! – eu disse exaltado, percebendo a armadilha em que eu caíra. O brasileiro no meu sofá abriu os olhos percebendo a confusão ao seu redor, e perguntou:

- O que foi? – ele se sentou no sofá. O cabelo dele estava um pouco bagunçado, as bochechas coradas, e a camisa meio aberta com a gravata frouxa. Aaaaaaaah por que ele não para de fazer isso?! É irritante.

- Nada que te interesse, boludo. – eu disse emburrado.

- Onde estão os outros? – ah não acredito.

            Olhei ao meu redor desesperado. Eles já foram embora!! Traidores! Para confirmar a minha situação, escutamos o barulho de uma porta sendo fechada.

            É, eles foram embora.

            Devagar, eu virei meu rosto em direção ao boludo irritante, e lá estava ele. Sentado no sofá, com os braços apoiados ao lado dos joelhos, inclinado pra frente, com uma expressão confusa. Do mesmo jeito tentad- irritante.

            E agora? O que eu faço? Mando ele ir pra casa também? Ou ele vai querer ficar aqui? Pensar nisso me fez corar fortemente. Será que eu conseguiria assistir a um filme que seja, no mesmo sofá que... aquilo?

- Que foi, Martín? Está corado e me encarando!! – ele riu um pouco – Eu sei que sou lindo, mas me olhar assim me deixa um pouco encabulado, sabe~

- Seu exibido! Não estava te encarando! – eu exclamei virando a cara pro outro lado, tentando esconder o vermelho do meu rosto. Eu estava no meio da sala, entre a tv e o sofá, então acho que consegui.

- Mas enfim, onde estão os outros?

- O-os out-outros? Ah... eles... ahn

- Eles foram embora?! – olhei de esguela, e pude acompanhar as expressões do brasileiro: primeiro confusão, depois entendimento, seguido de uma leve malícia para com a situação, mas logo depois um constrangimento, acompanhado de umas bochechas coradas. Que predominaram.

- E-então eles nos deixaram aqui? S-so-sso-sozinhos? – ele perguntou

- É o que parece. – e então um silêncio constrangedor predominou na sala. O que fazer agora?

=== 1 hora depois ===

            Eu e Brasil tínhamos decidido ver o filme de terror, pois não queríamos arranjar outra discussão. E também, o clima estava um pouco... estranho. Era até normal eu estar ligeiramente nervoso, eu estava sozinho na minha casa, no meu sofá, SOZINHO, com o Brasil. Ah, estamos falando de Luciano da Silva, o ser mais tentador do universo e- EAH?!

            Ao notar o rumo que meus pensamentos estavam tomando (pela milésima vez naquela noite) eu corei fortemente. Para minha sorte ou azar, o brasileiro não viu porque estava com a cabeça escondida no meu peito. Sério, ele realmente acredita que esses fantasmas são reais? Ele é idiota ou o quê?

            Eu poderia muito bem falar essas palavras, o chamando de idiota por ter medo de um filme de terror, mas... Por algum motivo, a idéia de ele se desgarrar da minha cintura e se afastar não me agradava muito. Eu tinha paralisado no momento em que ele gritou, logo no começo do filme, e abraçou a minha cintura escondendo seu rosto no meu peito. Eu tinha arregalado os olhos e corado como nunca, quem ele pensa que é pra brincar comigo assim? É claro que fez isso só pra me constranger, esse brasileiro boludo sem a mínima noção de pudor!

            Estávamos com um edredom cobrindo nossas pernas, à pedido do pelotudo que nesse momento me agarrava, não sem antes ter alegado que a minha casa era demasiadamente fria e que ele estava a virar um picolé. Fui buscar o maldito edredom, e ouvi ele murmurar um “obrigado, argie~~ “, deixando ainda mais evidente sua parte italiana.  Aquilo encheu meu estômago de borboletas, e eu tenho que parar com isso! É errado, e ele é um galinha! Uma piranha que dá pra todo mundo, literalmente falando!

            E isso me deixa ainda mais com raiva. Por quê ele tem que ser assim, tão simpático? Não vê que todos só querem se aproveitar dele?! Se fosse qualquer outro país, na situação que eu estou, já teria o agarrado e... feito coisas com ele nesse sofá! E aposto que ele aceitaria numa boa, correspondendo e tudo! Mas nããããão, eu só consigo ficar aqui parado, olhando para o filme mas não o vendo realmente, enquanto sou usado de “escudo” entre o boludo e o filme.

            Ele foi aos poucos soltando a minha blusa, e eu pensei que ele ia me soltar, se desculpar pelo incômodo, fazer alguma piadinha, voltar a ver o filme, desistir de ver o filme, qualquer coisa. Menos cair no sono. No meu colo.

- Ei, Brasil. – eu chamei um pouco baixo, para o caso de ele estar mesmo dormindo, ele não respondeu. – Luciano?

            É, ele dormiu mesmo no meu colo. O ajeitei e fiquei encarando. Tão bonito que às vezes me dá vontade de esganá-lo, só pra ver se ele fica um pouquinho mais feio. Fiquei o encarando por mais um tempo, até que meus olhos se direcionaram para os lábios dele. Olhando desse ângulo, eu até entendia o porquê de tantos países virem para o Carnaval dele. E como não? Moreno irritante e exibido...

            Acabei me  deixando levar pela cena, e quando vi, eu já estava com os lábios colados aos dele. Fiz um pouco mais de pressão na boca dele, e ele a abriu. Percebendo a burrada que tinha cometido, e que agora ele acordaria e pensaria que eu era como aqueles outros europeus pervertidos que se aproveitavam do corpo dele! Mas ele só passou os braços pelos meus ombros, emaranhou os dedos nos fios da minha nuca e me puxou mais pra perto, abrindo mais a boca.

            Eu não resisti e continuei beijando. Aquela definitivamente não era a primeira vez que nos beijávamos na nossa existência, mas nos últimos séculos, era. Continuamos até que o ar entre nós acabou, e eu me afastei aos poucos, esperando um sermão, uma tentativa de “continuação”, qualquer reação. Mas diferente de todas as falas do brasileiro que eu estava esperando, ele fez o inimaginável. Exasperado e sem conseguir falar de tão nervoso, noticiei:

            Ele continuou dormindo.


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Notas finais do capítulo

WAAAAA CABOOO CONSEGUI TERMINAR +.+
Ignorando o delírio acima, eu gostaria da opinião sincera de vocês, pessoas que leram: merece continuação? Se sim, eu gostaria de dizer que eu só faria uma continuação, pois eu não conseguiria tirar uma história grande e produtiva desse universo que criei... Mas uma ou duas one-shots, daria pra fazer! E então?
Essa não é a minha preferida não, eu acho que já fiz melhores... mas dá pro gasto, né? Ficou muito sem sentido/foco? Eu achei... Não sou do tipo que fica dizendo "aaaaah isso aqui tá uma merda", até porque se eu achasse muto ruim eu não teria postado. Mas tudo bem.
Bom, é isso! Obrigada por ler, e um review seria legal, né? Críticas construtivas são bem aceitas também, porque eu ainda quero melhorar muito e... ah, eu escrevi demais nisso! Shit.



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