Liz's POV

Assim que ouvi o tintilar das chaves da minha mãe, enxuguei minhas lágrimas rapidamente. Não a deixaria preocupada por alguma brincadeira de muito mal gosto, no mínimo.

Subi rapidamente dando apenas a chance dela ouvir meus passos escada acima.

–Tudo bem Eliza? - perguntou com tom de voz preocupado.

–Tudo sim - respondi tentando atingir o cúmulo da simpatia. - Só estou meio cansada.

–Hm - desconfiou - Ok.

Entrei no meu quarto e coloquei o tal disco em cima de minha cama e o encarei. Se eu tivesse ao menos aproveitado um pouco mais aquela dança. Aquele momento. Idiota. Apostei em um e perdi os cinco. Ninguém nunca mais tentou ao menos me ligar. Seriam eles ingratos ou apenas pessoas querendo me ajudar?

Suspirei e decidi ver o conteúdo, não era um babaca que iriaditar o tipo de música que eu ouviria. Lembrei do toca discos do meu avô (homens bons se vão mais cedo do que a gente pensa) e desci até minha garagem.

Abri a porta já meio enferrujada e lá estava ele, a versão em objeto do meu avô. Sempre funcionando a surtos de paciência.

Sorri e o peguei, batendo a porta com o pé e subindo apressadamente para meu quarto. Minha mãe não reclamou, adorava quando eu usava aquele toca discos. Sempre falava que era um tipo de conexão entre mim e meu avô.

Pluguei ele na tomada e coloquei o disco. Sentei em frente a porta da sacada (não pensem que é chique, isso aqui é muito comum) e encarei a neve enquanto a voz de Elviz soava por todo meu quarto.

– SE QUISER OUVIR JUNTO TÁ AQUI O LINK -

Love me tender,

(me ame com ternura)

Love me sweet,

(Me ame com doçura)

Never let me go.

(Nunca me deixe ir)

You have made my life complete,

(Você fez minha vida completa)

And i love you so.

(E eu te amo tanto)

Só prestei atenção no primeiro verso e logo comecei a pensar. Nele é claro.

O que ele estaria fazendo? Espero que seja algo útil, porque eu fiz esforço pra esquecer ele.

Me levantar e ir para o meu quarto ou fingir que iria no banheiro toda vez que as palavras "One" e "Direction" eram mencionadas na TV.

Ter que pedir para minha mãe, ou pra qualquer que seja o táxista, desligar o rádio toda vez que Live While We're Young tocasse. 2

Engolir o choro toda vez que via alguém com a camiseta "Cool Kids don't Dance".

Suspirei e prestei atenção nos dois últimos versos da música que me fizeram desejar apenas uma coisa:

For my darlin' i love you,

(Minha querida, eu te amo)

And i always will.

(E eu sempre irei)

Que Elvis não tivesse sido tão mentiroso quanto Zayn.