Estranho Encontro escrita por Isabella Cullen


Capítulo 8
Capítulo 8 Encontros


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas sei que não estou em dia, mas estou com muito trabalho e ficou complicado. Por isso preparei um cap bem grande para vcs aproveitarem até segunda!



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Olhei e vi Charlotte dormindo na cadeira, Edward ainda dirigia com muito cuidado e aproveitei para olhar meu celular. O mesmo numero, com muitas mensagens e lembranças. Apagava as mais recentes e deixava as que me tocavam guardadas. Alisei a tela, foto de Brian.

- Posso ver? – ele falou.

- Sin. – entreguei o celular e ele olhou.

- Parece com você. – ele me devolveu olhando a estrada vazia. Ele deu uma acelerada.

- Um pouco. Sempre achei ele parecido mais com Michael.

-Bom, as mães tem uma opinião muito torta. – ele falou brincando. Sorri e continuei olhando.

- Bella a família dele precisa saber que você está administrando a sua parte da herança melhor.

- Eu sei.

- Posso tomar algumas providencias, mas não pode gastar dinheiro com Charlotte.

- Edward o dinheiro é meu.

- Mas se eles perceberem que está gastando comigo ou Charlotte isso pode dar vantagens em algum processo futuro e Jasper não quer que isso chegue nesse ponto.

E eu entendi, sabia que a mãe e Leah fariam de tudo e precisava ser mais esperta. A única coisa que eu queria eram as minhas lembranças.

- Obrigada Edward.

- Que isso. E outra coisa, os cartões estão no seu nome de casada, vai precisar ir ao banco.

- Não estou pronta para tirar o sobrenome dele. – falei triste e ele me olhou e sondou. – É como vê-lo partir de novo.

- Bom, mas precisa ir ao banco. Tem contas bloqueadas.

- Contas? – como assim.

- Ele deixou contas para caso acontecesse algo com ele... tem uma para você e outra para..., mas elas estão bloqueadas porque ainda não foram retituladas.

-Como assim... me explica isso.

- Bella, a única coisa que precisa fazer é juntar tudo numa única conta entendeu? Se fizer isso já vai ser algo e não terão mais como bloquear num processo.

Processo... elas iriam tão longe? Meu Deus...

- Bella a sua casa tem as chaves? Acho que pela manhã chegamos.

- Não vamos precisar de chaves.

Ele ficou intrigado, mas deixei, olhei para o vidro e dormi com as lembranças de Brian, meu menino lindo. No meio do sonho Brian sumiu e me vi triste, mas então ouvi uma risada lindo e encantadora e olhei para trás, num jardim imenso e vi Charlotte com seu vestido amarelo e uma fita linda no final de sua trança. Ele ria e sua voz era coisa mais linda que já tinha ouvido. Acordei com a claridade incomum.

- Bella, vamos descansar nesse hotel sim?

- Edward... estava...

- Sonhando lindamente. – ele disse como se pudesse ver com o que eu sonhava. – Venha, temos uma reserva e estou precisando dormir.

- Claro.

E logo estávamos num quarto confortável. Duplo. Eu tinha um quarto com duas cama em que ele colocou Charlotte e um banheiro só meu.

- Vou descansar. Pela manhã vamos a sua casa sim?

Ele tinha uma aparência cansada mesmo.

- Tudo bem.

Tomei um banho longo e quente. Respirei fundo olhando para o espelho que tinha a minha imagem, uma mulher sofrida. Mas lembrei da musica Wonderwall e por leves sorri. Será? E o sonho? Meu subconsciente mandando mensagens que eu ainda não entendia direito. Dormi com vontade de ouvir a musica de novo e deixei meu sono me levar para o jardim, mas dessa vez só via as flores e muito sol. Tinha sol em abundancia e eu parecia esperando algo ou alguém. Percorri com os olhos todo jardim, mas nada. Estranho, mas resolvi não me preocupar... estava chegando.

- Bella. – Edward estava com Charlotte no colo. Levantei ainda sonolenta. Que horas eram?

- Dormi demais... por que não em acordou?

- Resolvemos deixar você descansar, mas já são onze horas.

- Meu Deus a muito tempo não durmo assim!

Ele sorriu e Charlotte o acompanhou.

- Já tomou banho menina?

Ela sorriu para mim.

- Venha, tome café vamos sim?

O frio na barriga, estava chegando perto. Muito perto.

- Se acalme. Respira. – ele falava pausadamente. – Tem roupas nessa sacola. – ele falou olhando para uma cadeira.

- Minhas coisas...

- Mandei comprarem essas... esqueci...

- Sem problemas.

Ele sai com Charlotte e eu fui tomar banho, não demorei e vi que lá tinha tudo. Corei porque tudo mesmo. Não só um lindo vestido amarelo, mas também sapatilhas da marca que eu costumava usar e também calcinha e sutiã, eu só esperava que ele tivesse mandado alguém da recepção providenciar. Mas ele já foi casado e deve ter tido outros relacionamentos... ele deve saber que... tentei não pensar. Me arrumei e tomei café sobre os olhos curiosos de Charlotte.

- Sim, hoje nós vamos ver minha casa. – respondi tomando o último gole  de café. – Edward tinha ido providenciar algo que não consegui entender direito. Mas voltou assim que terminei a frase.

- Vamos? – falou ainda da porta.

- Seja uma boa menina e por favor faça o que te pedi. – ele falou e eu não entendi nada direito.

Mas não perguntei, peguei minha bolsa e fomos para o carro. O caminho conhecido já fez meus olhos quererem chorar, a estrada asfaltada e com casas ao redor era o cenário perfeito da nossa família. “Última casa... privacidade total...” Michael falava animado quando nos mudamos e ele fez questão de só me mostrar quando tudo estava pronto, eu estava grávida de cinco meses. Fui tirada de minhas lembranças quando paramos no portão grande de madeira.

- Bella as chaves...

- Vamos.

Sai do carro e sem motivo muito específico agarrei Charlotte, sua presença me acalmava. Edward me olhou e eu só sorri.

- Isabella. – disse para o portão. E ouvi.

-BEM VINDA QUERIDA! – Era a voz resposta de Michael e chorei.  Lágrimas finas caiam do meu rosto e Charlotte enxugou algumas e a abracei. Meu coração apertado demais para expressar alguma coisa, mas deixei.Os portões estavam abertos quando voltei a mim. Entrei devagar pelo jardim e Edward foi com o carro para a entrada da casa e nos esperou enquanto eu ia devagar olhando meu lindo jardim.

- Corria ali com Brian, apontei um área gramada. – Charlotte apontou para uma pequena casa numa árvore. – Linda não é? Fizemos quando ele fez três anos. Michael tentou... mas uma empresa especializada nisso fez. Quer uma?

Ela fez que sim.

- Precisamos falar com seu pai sim? Ele vai amar a idéia.

E chegamos perto de Edward, ele tinha um rosto solidário.  A porta se abriu e ele se espantou.

- Menina! – Era Marta, nossa empregada.

- Como vai Marta. – ele chegou mais perto e sem olhar para os lados me abraçou com Charlotte ainda no colo.

- Bom... se tivesse avisado teria feito almoço. Mas acho que posso fazer algo rápido.

- Esses são Edward e Charlotte.

- Prazer. – ele disse.

- Charlotte cumprimente Marta ela é maravilhosa e faz a melhor panqueca que alguém pode fazer no mundo.

Charlotte deu um grande sorriso e Marta me olhou, ela reconheceu.

- Charlotte... nome lindo. Um dia vai precisar me contar a história de seu nome. Adora histórias, mas está com fome? Tenho um bolo na geladeira.

E Charlotte desceu do meu colo e foi para perto de Marta que ofereceu a mão. As duas foram andando  na nossa frente.

- Ela gostou de Marta.

- Ela é maravilhosa com crianças, me ajudou muito quando Brian nasceu. Não entendia nada de recém-nascidos na época.

- Ela... ainda está aqui?

- Ela nunca foi despedida e sua família mora no México então... não tinha motivos para sair. O pagamento dela e as passagens no final do ano sempre foram dadas na data certa.

- Como sabe disso? Tem certeza? Pergunte a ela... – sorri com a preocupação de Edward.

- é Jasper que cuida disso para mim, tenho certeza que ele o faz direito.

Ele pareceu aliviado e olhou o interior. Era grande, num estilo branco e móveis com cores amadeirados. Quadros grandes na sala colocavam um pouco de cor, quebrando as cores monótonas. Vi as chaves dos carros penduradas no final da sala. Brian tinha feito na escola e reproduzimos uma versão maior do chaveiro em casa.

-Muitos carros. – ele disse olhando na direção em que eu estava.

- Sim, amávamos carros antigos. E também modelos exclusivos.

- Ainda gosta?

- Hoje não faz mais sentido eu acho. – pensei naquilo.

- O que vai fazer com os carros?

- Pensei em... vender e deixar só Lily comigo.

 Lily? – perguntou

- Meu fusca. Comprei com ele, nosso primeiro carro. É um modelo raro e antigo. Uns da primeira linha.

- Bom, não quero te forçara tomar decisões sem pensar Bella, mas acho melhor não vender por hora.

Não. Eu tinha certeza. A casa não podia ser um museu para sempre.

- Lily tem mais lembranças, vou guardar só o necessário. Os outros podemos vender. Conhece.... sabe como... era ele quem negociava... não entendo...

- Vou cuidar disso. – sua voz firme passou por mim como um bálsamo e olhei as escadas. – Vou subir, me acompanha? – Meu coração acelerado a cada passo, subir foi penoso... toquei as paredes, vi os quadros com fotos nossas, deixei as emoções tomarem conta. Precisava encarar e sofrer. Lembranças de risos e choros tomaram minha mente. Abri a primeira porta e desabei no chão. O escritório dele, como eu queria que ele estivesse no telefone e sorrisse ao me ver entrar. Edward tinhas as mãos firmes em mim, falava algo que não entendia. Contemplei nossos livros... nossa vida. Levantei e fui para a segunda porta mais distante um pouco. Meu quarto, o quarto dele. Nossa cama... nossos cheiros. Fechei meus olhos, nossas noites. Nosso amor em cada parte. Tinha um quadro de corações em cima da cama. “ Para ser nosso ninho de amor para sempre” podia quase sentir o cheiro dele enquanto relembrava as falas dele. Mas encarei mais um pouco meu passado, abri as gavetas do closet, passei as mãos por algumas roupas dele e minhas. Respirei deixando seu cheiro invadir meus sentidos. Sorri com uma mancha em uma blusa, meu batom. Edward estava a uma certa distancia me olhando, continuei e fui para o banheiro. Pequeno e com um espelho lindo de moldura francesa, nada nosso era extravagante ou demais. “ Pequeno para você sempre ter que passar por mim quando quiser entrar ou sair.” Ri com essa bobeira dele.

- Vou doar as roupas. As minhas também. Marta pode resolver isso para mim.

- Tem certeza? – ele falou vendo meu estado.

- Sim, preciso começar.

E sem pensar fui até a porta em frente ao meu quarto passando por Edward. Mais uma vez precisei respirar fundo e abri. Azul... mar... aviões... nuvens... brinquedos e telas...roupas e muita bagunça. O quarto estava do mesmo jeito. Marta não entrou aqui, ela não conseguiu. Procurei  e procurei feito louca e vi debaixo da cama, o carrinho que dei a ela quando fez um ano. Era um talismã, algo que carregávamos a cada consulta, a cada momento especial ou triste. Sentei do lado da cama e chorei tudo que estava dentro de mim.

- Meu menino... meu...

Edward estava do meu lado, no chão. Me abraçou e me aninhou dentro de seu peito. E cansei de chorar, uma hora ou duas depois pareceu tudo que tinha que ir...se foi. O luto é algo muito particular e podemos fugir o quanto quisermos, mas precisamos vivê-lo porque desse momento depende todo o resto. Acho que dormir porque tudo escureceu, mas estava no jardim sem me dar conta. O dia estava lindo de novo e Michael andava até mim, poderia chorar de tanta saudade, mas não havia espaço ali no meu coração. Eu estava feliz e só. Ele sentou do  meu lado e sorriu.

-Sabe que me empenhei para te fazer feliz não sabe?

- Sim e serei eternamente grata por isso. Fui muito feliz.

- Superamos tudo e todos. Tivemos a mais linda história de amor.

- Tivemos.

- Te vi grávida e nunca conseguirei descrever o que foi para mim ter Brian com você.

- Ele... nunca te falei... me desculpa...

- Desculpa pelo quê? Ele foi nossa conquista mais linda. Perfeito.

Abracei ele, mas havia algo ali.Não era mais amor, era... amizade? Cumplicidade? Não sabia descrever.

- Isabella preste atenção nas minhas palavras tudo bem?

- Sim. –olhei seus olhos.

- Ainda quero que sejas feliz. Agarre a oportunidade de ser feliz.

- Sem você? – disse pensando em Edward e em todos os sentimentos contraditórios que nos envolviam.

- Sabe o que não entendeu nesses anos todos... foi que eu sempre farei parte de sua vida, tivemos uma história, um filho... eu sempre estarei aqui. – ele colocou as mãos no meu coração – Mas isso não quer dizer se fechar em dor. Deixe os encontros te guiarem minha linda Isabella. Te amo e sei que sempre terei espaço para boas lembras dentro de sua mente, mas já está tarde e precisa ir. Siga os encontros sim.?

- Encontros?

- Sim.

E suspirei abrindo meus olhos. Estava numa cama, olhei ao redor. O meu quarto de hóspedes e ali do meu lado, sentado numa poltrona todo torto estava Edward. Encontros? Eu te encontrei ou você me encontrei Edward Cullen?   


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Notas finais do capítulo

PESSOAS COMENTEM PORQUE A AUTORA AQUI AMAAAAAAAAAAAAAAAAAA
BEIJOS MEUS LINDOS!