Olá, eu chamo-me Joanne. Mudei-me há pouco para uma cidade da qual eu nem sei o nome, só sei que com a separação dos meus pais eu fui obrigada a viver com a minha mãe, mas eu quase não a vejo por isso é como viver sozinha. Mas agora vamos deixar-nos de lamentações, porque hoje é o meu primeiro dia de aulas na nova escola, acho que se chama Sweet Amoris ou algo do género, mas isso não interessa, o importante é que vou conhecer pessoas novas e fazer muitas amizades. Então vamos lá começar do inicio.

Eu tinha acabado de acordar, estava muito cansada pois na noite passada não tinha conseguido pregar olho por causa da ansiedade. Levantei-me da cama e fui tomar banho, quando acabei fui-me vestir, entrei em pânico por não ter nada decente para vestir. Toda a minha roupa de escola estava nas caixas por desempacotar e no meu armário só tinha tops, minissaias, calções… não podia ir assim para a escola, não queria dar uma má impressão de mim logo no primeiro dia. Então comecei a vasculhar no fundo do armário e encontrei uma camisola de ombro descaído cor de laranja e umas jenns de ganga clara, calcei um par de ténis, amarrei os meus longos cabelos pretos e pronto, estava óptima para o meu primeiro dia de aulas. Mas tinha perdido muito tempo com a roupa por isso já estava atrasada para apanhar o autocarro por isso peguei em algum dinheiro que a minha mãe tinha deixado para mim e comecei a correr até á paragem do autocarro. Graças a deus tinha chegado a tempo. O autocarro parava mesmo em frente á escola, eu estava nervosa, as minhas mãos suavam imenso e o meu coração batia a mil, eu entrei devagar para dentro da escola para poder admirar um pouco melhor, aquilo era lindo, tinha uma linda fonte, um lindo jardim com flores magníficas, um pátio enorme… perdida nos meus pensamentos fui contra alguém e acabei caída no chão.

– Vê lá por onde andas. – era um rapaz de cabelo ruivo, com um ar muito “simpático”.

– Olá também para ti, bem podias dar-me uma mãozinha.   

Ele revirou os olhos mas estendeu a mão para me ajudar a levantar.

– Eu sou a Joanne, sou nova aqui.

– E eu com isso.

– Isso é que é simpatia. Também estou feliz por te conhecer.

– Eu não me interesso por novatas.

– E eu não me interesso por gente rabugenta, mas olha estou a fazer um esforço, podias fazer o mesmo.

– Eu chamo-me Castiel, mas não penses que vou fazer de guia turístico.

– Não te ia pedir para seres o meu guia turístico, é que eu prefiro passar o meu tempo com gente um pouco mais simpática. Bem… então xau Castiel.

Eu virei-me de costas para ele e vi-me embora, o Castiel era giro (muito giro), mas era muito anti-social ( e rabugento, chato, nunca sorri, sempre mal humorado, só sabe se rir dos outros…). Dirigi-me para o interior da escola. Uma mulher veio ter comigo, acho que ele era a directora.

– Bom dia, a menina chama-se Joanne, certo?

– Sim, sou eu.

– Andava á sua procura.

– Á minha procura, porquê?

– A menina não pode frequentar as aulas enquanto a sua inscrição não for terminada.

– Mas a minha mãe tratou de tudo.

– Acho melhor a menina tratar de tudo com o Nathaniel, ele é o representante de turma.

 – O representante de turma?

– Sim, ele costuma estar na sala de representantes. Fica ali ao fundo.

– Ok, eu vou tratar de tudo.

– Assim espero.

Eu dirigi-me até á sala de representante, bati duas vezes á porta e abria, quando espreitei lá para dentro vi um rapaz loiro muito lindo.

– Olá…

– Olá, eu sou o Nathaniel, eu posso ajudar-te em alguma coisa?

– Bem sim, eu sou nova aqui, chamo-me Joanne.

– Já me lembro, és aquela aluna que não pode entrar por causa da sua inscrição incompleta.

– Mas eu ainda posso entrar, certo?

– Claro, mas primeiro tens de arranjar uma fotografia e pagar 25 euros de taxa.

– 25 euros de taxa?

– Há algum problema?

– Hum… não, deixa-me tratar da fotografia que eu já venho ter contigo.

Sai da sala e entrei em pânico, onde é que eu ia arranjar 25 euros? Eu só tinha cinco euros e era para o meu almoço. Onde é que eu ia arranjar dinheiro? Enquanto entrava em pânico por causa do dinheiro senti uma mão poisar no meu ombro.

– Tu precisas de alguma coisa?

– Castiel…eu pensei que não falavas com novatas.

– E eu pensei que as tábuas não tinham pernas.

– Tens muita piada.

– Mas afinal tens algum problema?

– Sim, preciso de 25 euros de taxa para concluir a minha inscrição.

– Toma só tenho 20 euros mas espero que ajude.

– Obrigado…?

Ele aproximou-se de mim e sussurrou ao meu ouvido:

– Mas depois vais ter que pagar.

Eu fiquei super vermelha, estava quase a responder-lhe mas já era tarde, ele já tinha-se ido embora.

– MAS O QUÊ QUE ELE QUERIA DISSER COM AQUILO? – pensei apavorada, minutos depois comecei a acalmar-me e voltei a mim, agora já tinha o dinheiro só faltava a fotografia, mas onde é que eu ia tirar uma fotografia? Se calhar o mercado aqui ao lado tire fotografias. Eu sai da escola e fui até ao mercado. Sim eles tiravam fotografias de identificação, mas custavam 10 euros e o dinheiro que eu tinha era para pagar a taxa.

– Desculpe senhor, eu precisava de tirar uma fotografia de identificação mas eu não tenho dinheiro, posso pagar noutro dia?

– Desculpe menina, mas sem dinheiro não há fotografia de identificação.

– Então sou obrigada a usar a minha arma infalível. – pensei eu. – POR FAVOR SENHOR, SEM A FOTOGRAFIA EU NÃO POSSO COMPRETAR A MINHA INSCRISÃO E SE EU NÃO COMPLETAR A INCRISÃO NÃO VOU PODER ENTRAR NA ESCOLA E SE EU NÃO ENTRAR NA ESCOLA VOU ME SENTIR MUITO TRISTE E SOLITARIA PORQUE NÃO HÁ MAIS NENHUA ESCOLA POR AQUI PERTO E DEPOIS SE EU NÃO ESTUDAR NÃO VOU PODER TER UM TRABALHO PORQUE NÃO VOU TER ESTUDOS E VOU ACABAR DESEMPREGADA NUMA VIDA MISERAVEL. POR FAVOR, POR FAVOR, EU IMPLORO!

– Não precisas de chorar…

– POR FAVOR!

– Ok, mas vais ter de pagar amanhã.

– Sim, eu pago tudo.

– Vamos lá tirar a fotografia.

Ele tirou-me a fotografia e depois entregou-a a mim. Não tinha ficado lá grande coisa, mas o que interessava é que eu finalmente podia completar a minha inscrição e ser aluna da Sweet Amoris. Depois de ter voltado á escola e ter entregado o dinheiro e a fotografia ao Nathaniel vim para o pátio ver se via alguém, mas não estava ninguém e eu estava cheia de fome já que tinha gasto o meu dinheiro na porcaria da taxa de inscrição. Enquanto o meu estômago roçava e eu choramingava ouvi alguém chamar o meu nome.  

– Joanne?

– Ken? O quê que tu fazes aqui?

– Eu sou aluno desta escola. – O Ken era um amigo meu da minha antiga escola. – E o quê que tu fazes aqui?

– Eu também sou aluna desta escola.

– Quer disser que vamos poder passar mais tempo juntos! – e abraçou-me com muita (mas mesmo muita) força.

– Sim, vais ser um máximo!

– Queres te sentar comigo e lanchar comigo? Eu tenho bolachas!

– Bolachas? Porque não.

Eu e o Ken sentamo-nos num banco e começamos a comer, eu comi quase metade o pacote e o Ken só comeu duas ou três. Depois passamos algum tempo a conversar e no final eu fui para casa. Já tinha perdido o autocarro por isso fui obrigada a ir a pé para casa.