Hermione POV:

Não, aquilo não, por favor...

Nunca contei para os garotos, mas se isso estava mesmo acontecendo de uma coisa eu tinha certeza: Malfoy iria me torturar. Talvez Harry pense que ele será o seu “alvo” principal –afinal eles são conhecidos como os maiores rivais de Hogwarts- mas está enganado... Malfoy agora me fará responder aquilo... Aquilo que jurei que tinha esquecido. Aquilo que ninguém além de nós sabemos. E talvez a minha resposta me surpreenda. Talvez seja...

– Mas... – Rony falava sem entender. Rapidamente senti raiva de Lilá. Ela será outra que irá me infernizar, só não entendo por que Ginny está nessa. Ela não vai me fazer mal. Eu espero...

Os alunos passavam entre nós, alguns andando rápido demais, como se estivessem atrasados para algo. Pensei ter visto uns com suas bagagens, mas antes de pensar sobre o assunto Harry falou:

– Vamos, venham para cá. – Harry disse para nós cinco, aquele lugar estava ficando amontoado demais para nossa conversa.

Estávamos indo até o inicio da Floresta Proibida. Durante o caminho Draco colocou o pé na minha frente e eu quase caio.

– SEU IDIOTA, DA PARA SER MADURO UMA VEZ NA VIDA? – Eu gritava olhando furiosa para ele.

– Se eu fizer isso ganho um beijo seu? – Ele perguntou com uma voz rouca na qual todas as meninas daquele castelo se derretiam. Opa, quase todas. É claro que acho esse Malfoy repugnante.

– Urgh... – Rony rosnava encarando o loiro.

Chegamos à floresta e então Harry começou a falar, diretamente para Malfoy:

– Escute aqui, eu sei que isso é ótimo e tudo mais...

– Ótimo? Isso será maravilhoso – Ele respondeu

–... Mas vocês não podem fazer isso! Precisamos de privacidade e também, Malfoy, você me deve isso. Se não fosse por mim você teria queimado lá na guerra, Se não fosse pela Mione você seria uma loba agora Lilá! E... Gina, meu amor, pra que isso? – Harry falava.

– Não te devo nada – Respondeu um Malfoy irritado – É por sua causa que meus pais estão em Azkaban. Não me importo se seus pais morreram, mas não precisa fazer o mesmo com os meus, e você merece, no mínimo, sofrer por isso.

As palavras de Malfoy me chocaram, acho que nenhum de nós imaginamos que os pais dele estavam... Lá. Apesar de que há muito tempo eu não ouvia falar neles...

– Sinto muito por isso, mas... – Disse Harry

– Não quero que o santo Potter sinta pena de mim. Só quero pagar por isso, você saberia a sensação se ao menos tivesse tido pais.

– Escute – Harry já estava vermelho de ódio – Eles eram comensais por que queriam. Ninguém os obrigou, eles apenas eram assim... Maus.

Malfoy ia partir para cima dele, mas um pequeno feitiço de Gina ajudou bastante.

– Fiquem quietos, agora. – Ela falou e automaticamente todos pararam – Não irei usar essa minha “vantagem” para descobrir os segredos de vocês três. Apenas vou perguntar quando algo for necessário.

– Mas... – Harry disse.

– Quieto! – E então ele ficou – Mas não irei sair do pacto... Pode até ser divertido. Mas não sei se Malfoy e Brown podem dizer o mesmo...

– Não posso – Disse Lilá olhando para “Uon uon”

– Não – Disse Malfoy. Ele olhou para mim e abriu um meio sorriso com o canto da boca. Virei à cara para ele. Eu estava –me desculpem o palavreado trouxa e mal-educado- extremamente fudida.

– Certo, mas... – Lilá falava.

– Esperem – Gina disse – há quanto tempo estamos aqui?

– Não sei... 40? 50 minutos? – Disse Ron.

E então eu entendi... Ou quase.

– O castelo... Está vazio. – Eu disse por fim. Entreolhamo-nos por alguns segundos e então saímos correndo. Ao entrar no castelo ele continuava vazio.

– Não. – Ouvi Gina gritando de lá de fora – NÃO! ESPEREM! – Ela gritava.

Fui atrás dela assim como os demais, o trem que agora partia estava sumindo em partes pela neblina... E então sumiu por completo.

– QUE DIABOS ACONTECEU AQUI? – Rony gritava louco

– Harry... – Eu disse para o meu amigo que estava ao meu lado

– Sim?

– Me dê o seu relógio, por favor. – E assim ele me deu. Ele ganhara de Sirius há muito tempo atrás, e além de permitir ver as horas o relógio também falava o dia. Além de falar o que teria de bom no almoço de Hogwarts. Sempre achei aquele negocio estranho.

– É ISSO – Eu disse gritando e fazendo todos formarem um “circulo” sobre mim para tentar ver o que eu vira no relógio – Hoje, olhem isso! Olhem que dia é hoje.

– 23 de dezembro? – Disse Malfoy – Não seja estupida, Herm... Granger! Entramos naquela sala hoje, dia 19 de dezembro.

– Não a chame de estupida. E nem o meu relógio, ele não erra. Tecnicamente, acho que a Hermione também não – Disse Harry.

– Então o que aconteceu? – Disse Gina.

– Aquela sala tinha algo mágico – Respondi - Que passava o tempo depressa demais, sem que nós percebêssemos!

– Acho que alguém está plagiando “As crônicas de narnia”... – Começou Harry, eu teria rido se não fosse pelo momento desesperador.

– Ham? – Todos exclamaram juntos. Claro, aquela era uma saga trouxa.

– Sabe, é uma saga de livros, tipo, tem um guarda-roupa ai você quando saia... – Harry começou.

– Sempre soube que você adorava sair de um armário, Potter – Disse Malfoy zombando.

– ESCUTA AQUI, SEU FUINHA IDIOTA – Harry partia pra cima dele. Gina os separou de novo.

– PAREM – Eu berrava – Não veem o que aconteceu? Hogwarts está vazia! O feriado de natal chegou e nós não percebemos por que ficamos presos naquela estupida sala! E agora ficaremos quinze dias presos aqui!

– Quinze dias? – Lilá perguntara

– Sim, depois da guerra as férias de natal de Hogwarts passaram a começar nessa epoc... – Fui interrompida.

– Mas Mione – Rony falava- É Hogwarts! Acha mesmo que aqui ficaria sem ninguém? Afinal, todos os anos os alunos escolhem se querem passar o natal com os pais ou na escola.

– Você realmente dorme nas aulas, não é? Idiota! – Gina falava para o irmão enquanto colocava as mãos na cabeça numa atitude desesperada.

– Como assim?

– Escuta – Eu falava- Há semanas a professora McGonagall vem falado isso, de que em uma comemoração ao Natal todos eles iriam para suas casas, para aqueles que tivessem uma família, claro. E quem não tivesse ou não quisesse iriam passar o feriado em Beauxbatons* pois ninguém poderia ficar em Hogwarts já que ela seria “reconstruída” pelos elfos! Já que aqui está totalmente acabado graças à guerra. – Eu falava cansada, como se os professores já não tivessem dito isso trezentas vezes!- Acredite, estamos sozinhos.

~* Beauxbatons: Uma escola de magia e bruxaria localizada na França. A mesma que apareceu em o “O cálice de fogo” mostrando as famosas “veelas” em Hogwarts~

*Lembranças do que ocorreu nesse ano*

Bem, estávamos em Hogwarts por que estávamos recuperando o nosso ultimo ano perdido –graças a guerra- Lilá ainda estava em Hogwarts pois ela foi contaminada em algumas partes e se tornou uma “Meia-loba” –graças a guerra²- e então ficou meses internada no St. Mungus ate se recuperar totalmente, o que a fez perder o resto das aulas e –para minha infelicidade- passar o próximo ano na mesma série que a gente. Malfoy voltou por não ter terminado também –comensal da morte, claro- e Harry, Rony e eu por caçar as Horcruxes. Sinto falta de Luna e Neville –que por incrível que pareça estão namorando firme- já que eles já se formaram. Os dois estão se especializando para serem aurores. Também sinto falta dos outros, porém tem um lado bom nisso tudo: Gina agora estuda com a gente. Ela se tornou minha “super” melhor amiga, o que, cá entre nós, eu estava precisando! Andar com os meninos é incrível, mas nem sempre eles entendem certos assuntos.

Porém sinto falta dos meus pais. Ainda não tive coragem de ir até eles e tentar retirar o feitiço... Acho que o medo de algo dar errado e eles nunca mais me reconhecerem é grande demais.

*Lembranças off*